Alexandre sai em direção a João e Israel que o esperava próximo a casa e some logo depois, Julia brinca com os dedinhos da filha deitada de bruços no peito do irmão, que acariciava as costas da menina os dois voltam a ficar em silencio.
Stieng acorda e procura Eva e sai do quarto ainda bêbado de sono da uma espiada rápida na cozinha e vê Clara e sua mãe conversando de mãos dadas, mas não diz bom dia, primeiro queria achar a esposa e a filha e sai na varanda e vê os três deitados na grama e Eva deitada sobre o peito de Pedro e vai até eles e para diante deles com a mão na cintura.
— O que fazem aqui?
— Tomando banho de sol!... — Diz Pedro.
— Vamos entrar?... O sol está forte para ela!
— Papai disse que fazia isso todas as manhãs comigo!... — Diz Julia procurando seu rosto. — Vem?... Deite-se aqui comigo?
— Acabei de acordar e nem lavei o rosto!... — Aquilo o incomodava. — Vamos entrar, quero sua companhia.
— Pegue a menina então!... — Ela se levanta devagar e segue com Stieng para dentro de casa.
Stieng deita a menina no berço e acaricia seu corpinho, Julia se senta na poltrona e respira fundo se sentindo frustrada, mas se sentia melhor e ate que ficou mais tempo com a menina no colo e dar a mamadeira e foi tirada de seus pensamentos.
— O que fazia lá fora com Eva?
— Tomando sol como você viu! — Julia estranha sua pergunta.
— Não devia ter saído com ela lá fora, ela só tem sete dias de vida!... — Ele fala ríspido.
Julia fica sem fala tentando entender sua irritação, ela faz careta e olha para ele, queria buscar palavras, franze o cenho.
— E quando é a idade para ela sair de casa?... E por que viemos ara cá então?... E por que me deixou descer do carro com ela quando paramos para tomar um café e trocar a fralda dela?... — Julia tomba a cabeça analisando seu comportamento, e de novo se espanta com o que pensa. — Não!... — Diz ela decepcionada — Você não vai entrar nessa paranoia de novo!... Eu me recuso a acreditar que você ainda...
Stieng não diz nada e acaricia a barriguinha da filha.
— Olha para mim Stieng?!... E me diz que você não está com ciúme de Pedro com Eva e está imaginando coisas... — Julia se levanta e vai até ele e pega em seu braço.
Stieng não tem como negar e sai deixando Julia falando sozinha e entra no banheiro, Julia vai a traz e segura a porta antes que ele a fecha.
— Nós já tivemos essa conversa e eu achei que você tivesse entendido que eu e Pedro somos irmãos e nos amamos como irmão e o amor que ele sente por Eva é de tio para sobrinha e ele é bastante saudável mentalmente para não fazer o que você imagina!... — Julia está nervosa, seu coração está acelerado e é visível seu descontentamento, Stieng respira fundo e se apoia na pia e a olha.
— Me desculpa... Eu não consegui evitar...
Julia explode.
— PARA!... CALA A BOCA STIENG!... — Ela o olha transtornada e ele tenta chegar perto, seus berros foram ouvido por quem estava perto da porta do quarto deles. — CHEGA DE PEDIR DESCULPAS...ESTOU FARTA DE TODO O TEMPO ESCUTAR ISSO!... CHEGA!
Julia sai do banheiro ofegante.
— Você me mandou calar a boca?!... — Stieng a pega pelo braço e a segura e a vira para ele.
— Mandei!... EU MANDEI SIM!... — Grita ela. — Estou cansada...
— Então vá dormir se seu problema é esse!... — ele a empurra.
— Não quero dormir e não é esse tipo de cansaço que sinto!... É da sua mania de ver coisas que não existem, de pensar coisas erradas em pessoas que te amam e amam a família que você tem... Eu conheci Pedro primeiramente que você e eu nunca foi tocada por ele se não com um beijo no rosto e um abraço de irmão e amigo e ele sente o mesmo amor com Eva e eu não vou separar a minha filha do tio só por que você acha que ele vai fazer a mesma coisas que seu tio fez com você... Então pare de agir desta maneira Stieng... Nós dois sabemos aonde isso vai parar e o que vai acontecer conosco.
— Eu tento Julia!... — Sua voz é um sussurro doido, seus olhos estão cheio D'água. — Eu não vou pedir mais desculpas se isso vai te fazer melhor!
— Não!... Não!... — Julia leva a mão à cabeça e começa a chorar. — Pelo amor de Deus Stieng!... Não é isso que eu quero... Eu quero que tenha um pensamento saudável para um tio e a sobrinha!... É isso que eu quero!... Eu quero ir ao médico e não ter que explicar o tempo todo a sua revolta em vê-lo me tocar!... Eles são médicos Stieng!... Eles fizeram um juramento em salvar vidas e se não fossem por eles eu estaria morta agora!... Então para de ver coisa errada onde não existe!
— Tudo bem!... Eu vou me esforçar Julia!... Eu juro que não é minha intenção pensar isso, mas...
A porta se abre e Franz entra e faz uma cara de reprovação.
— Vocês estão bem!?
— Não!... Sim!... — Responde os dois ao mesmo tempo, Julia olha para Stieng. — Como pode dizer que sim!?... Não!... Não estamos bem!... Não!... NÃOOOOOOO!
— Acalme-se por favor!?...E pare de gritar... Eva vai ficar assustada...
— Eu preciso gritar!... EU PRECISO GRITAR... EU NÃO ESTOU AGUENTANDO MAIS.... SAI DO QUARTO STIENG... SAIIIIII!... — Julia ofega, Stieng fica sem reação.
— Não me manda sair Julia!
— Sai Stieng!... Eu preciso ficar sozinha!... — Ela se senta na poltrona e leva a mão a têmpora e apoia os cotovelos nos joelhos e chora. — Vai Stieng!... Por favor?... Me deixa ficar sozinha!...
— Você não está bem!... Como posso te deixar neste estado!?... — Ele se agacha e tenta levar as mãos aos seus cabelos, mas para no meio do caminho e serra os punho e olha para Franz, queria um conselho e ele faz sinal para ele sair, seu sorriso era sincero, iria cuidar disso. — Eu vou sair então!... — Ele engole, queria pedir desculpas de novo... Mas ficou com medo, se levantou e saiu.
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