Antony ficou confuso, não havia entendido o motivo de Sarah mudar tão repentinamente. Ambos estavam curtindo o momento, ela estava completamente rendida, eram adultos, desejavam um ao outro, mas de repente ela o rejeitou.
Sarah havia se levantado e estava bastante agitada, talvez envergonhada também, pois não conseguia encarar enquanto usava a desculpa de estar à procura de suas sandálias.
O vento continuava balançando os seus cabelos, cobrindo o seu rosto e escondendo sua expressão.
- Sarah, o que houve, eu fiz algo errado?- ele perguntou angustiado.
Ela o ignorou, sentia muita vergonha, afinal não sabia o que lhe dizer. Antony não iria entender que transar com ele seria a experiência mais incrível de sua vida, porém a mais dolorosa, por ser apenas desta vez, talvez nem se veriam mais.
Ele se levantou e foi até ela.
- Sarah, por favor me diga, o que aconteceu?
A segurou delicadamente pelo antebraço.
Ela parou naquele momento e respeitou fundo.
- Eu não estou pronta.
Então Antony também respirou fundo e soltou o ar.
- Não pareceu, você está sendo maravilhosa.
- falou acariciando o rosto dela.
Ela deu um passo para trás.
- Eu quero ir embora, por favor.
Antony ficou visivelmente frustrado com aquele pedido.
- Por favor... não - ele deu um passo para trás para que ela percebesse que ele desejava respeitar os limites dela. - Eu prometo não insistir ou forçar a barra. Jamais faria isso.
Ela passou a língua nos lábios se sentindo perdida.
- Antony, eu...
- Daqui algumas horas eu tenho um vôo para o sul e ... daqui alguns dias irei viajar para o exterior para fazer um teste, provavelmente não voltarei mais, e não iremos nos ver.
Ela engoliu seco sentindo um nó se formar em seu estômago com aquelas palavras, descobrir que ele está a indo embora do país era duro demais
Ele continuou:
- Quero aproveitar o máximo que puder com você. Prometo me comportar.
Ele parecia sincero, e ela se sentiu culpada por fazer ele se sentir rejeitado, mas não havia uma forma de fazê-lo entender seu motivos. Para Antony talvez fosse fácil fazer sexo casual, sem nenhum sentimento envolvido.
Então ela voltou para o mesmo lugar em que estavam sentados. Devagar ele se aproximou, e se ajoelhou à sua frente. Ele era alto e mesmo nesta posição parecia grande.
- Obrigado.
Ela olhou em seus olhos, queria dizer que não desejava ir a lugar nenhum, mas não falou. Talvez ele compreendesse enquanto fazia leitura dos seus olhos de forma tão profunda.
Ela tocou seu rosto e acariciou seu queixo com ternura, um toque simples, mas o suficiente para que ele entendesse a mensagem.
- Posso beijá-la?
Ela não respondeu, simplesmente se lançou sobre ele e cobriu sua boca. Beijou Antony como se sua vida dependesse disso, jogou o peso de seu corpo sobre o dele e foi recebida com desejo. Ele a segurou firme, as mãos possessivas entrelaçaram em sua cintura enquanto eram um mistura de sussurros e gemidos. Antony lançou o corpo dela sob a areia sem afastar dos seus lábios. Aproveitaria cada instante com ela, e assim iria guardar cada segundo daquele momento.
Ficaram deitados observando o céu estrelado, Antony ainda falou o nome de de algumas constelações e curiosidades do universo. Ele era maravilhoso, não havia ultrapassado nenhum limite, os beijos eram quentes, sedutores, mas sempre havia uma pausa para se recuperarem.
Mais tarde Antony acendeu uma fogueira. Era habilidoso nisso. Ele havia buscado seu paletó no carro e a envolveu para se amnter aquecida, saborearam o champanhe e conversaram sobre vários assuntos.
Antony colocou mais gravetos no fogo, a fim de não deixá-lo apagar. Estavam à vontade e agiam naturalmente.
- Me fale um pouco sobre você.
Ele pediu curioso.
- Me desculpe, mas certamente minha vida é tediosa, não tenho nada de interessante para contar.
- Sarah, eu duvido. Me conte um pouco mais sobre seu trabalho, sua família...
Então ela revirou os olhos de forma engraçada o que o fez sorrir.
Céus como ele fica lindo sorrindo.
Pensou Sarah.
- Bom... Estou voltando a morar com meus pais, também curso a faculdade de fisioterapia, mas na verdade estou trancando - neste momento foi visível a tristeza em sua voz. - Trabalho em uma clínica, mas estou na lista dos que serão dispensados.
Ele a encarou surpreso, por ela ter sido tão direta, era como se não quisesse falar sobre sua vida, ou talvez tivesse tantos problemas que achou que não valia a pena tocar neles, agora.
- Uau... - ele disse em tom brincalhão tentando deixá-la a vontade.
Um silêncio tomou conta dos dois, foi possível ouvir o som das ondas do mar se quebrando na areia. Um som delicioso, que transmitia paz. Ele colocou um cacho do cabelo dela atrás de sua orelha que havia se soltando.
Após o silêncio, ele se manifestou.
- Vamos para o Sul comigo. O clube tem programa para estagiários de fisioterapia, sofremos contusões terríveis! - disse quase em tom brincalhão.
- Você é louco. - riu acreditando que fosse apenas uma brincadeira.
Mas a expressão dele se tornou séria.
- Não, estou muito lúcido. Seria uma boa oportunidade pra você.
Ela respirou fundo sem acreditar que ele estivesse sendo sincero.
- Antony, a.gente se conhece aenos de vinte e quatro horas, como vou pro Sul com você?
- Nao é verdade, nos conhecemos desde a adolescência e temos boas referências de Breno e Mary.
Ela riu, porém de nervoso, pois ele realmente estava sendo sincero e ficava charmoso demais enquanto a havia daquela forma.
- E depois, eu vou para o exterior com você?
- Poderia ser. Por que não?
Sarah, ficou aindaais perplexa, talvez ele estivesse se excedido no champanhe.
- Você está tão interessado assim senhor Antony Sillve? Eu poderia considerar isso como um pedido de casamento.
Pôde ver ele revirando os olhos.
- Tudo bem senhorita Sarah Carter. Você pode até não ter coragem de vir comigo. Eu compreendo, mas não duvide nunca da minha palavra.
Aquelas palavras lhe tiraram o fôlego. Sarah observou a garrafa de champanhe que estava vazia e decidiu que a culpa era toda do álcool, pois aquilo não fazia sentido.
Então ela sentiu o beijo dele, retribuiu, pelo menos assim encerraram aquele diálogo sem sentido.
O Sol insistia em nascer, o céu estava em lindos tons de laranja, amarelo e violeta significando que ele precisava partir. Mas tudo o que ambos não queriam era que aquela noite terminasse. havia uma química inexplicável entre eles, mas seja o que fosse acabava ali.
No painel do carro marcava cinco e meia da manhã, quando Antony estacionou na porta do apartamento dela, estava com sua cabeça inclinada no encosto do banco, com seus olhos fechados, certamente exausto e ainda teria um vôo de quatro horas, ela o observou enquanto suspirava profundamente ao som de um cover do Lifehouse -You And me. Sarah daria tudo para saber o que passava em sua mente.
- Fim da linha, senhorita - ele disse em tom de brincadeira ainda com os olhos fechados.
Ela o admirou tão relaxado, precisava guardar aquela imagem afinal não o veria mais, pois Antony estaria partindo para o Sul e depois ao exterior, ele logo se esqueceria de tudo isso, ela, no entanto sentia um enorme vazio, mas sabia desde o início que seria assim.
Mas e agora?
O que faria?
Deveria convidá-lo para subir?
E se ele interpretasse como um convite para terminarem o que não consumaram na praia? Seria delicioso, e ela desejava repetir tudo, tê-lo sobre seu corpo lhe beijando, acariciando todas as partes, sentir ele dentro dela, sobre seus lençóis macios ...
Sarah afastou rapidamente seus pensamentos, não poderia fazer isso, sexo só complicaria tudo ainda mais.
Então ela decidiu facilitar as coisas:
- Obrigada, por tudo, mas acho que acaba aqui.
Ele se ajeitou rapidamente no banco se virando para ela.
Seus olhos estavam vermelhos pela noite não dormida, mas sabia que tinha válido a pena cada minuto.
Ele se aproximou e acariciou os cabelos dela, ela fechou os olhos e respirou fundo a fim de sentir o toque.
- Você sabe que não precisávamos terminar assim.
- Antony... nossas vidas são muito diferentes.
Sentiu a mão dele afundar em sua nuca numa carícia deliciosa.
Gemeu baixinho quando ele tocou sua testa na dela ainda em meio ao carinho.
- Eu quero mais.
- Você disse que está indo embora do país.
Ele suspirou de forma frustrada.
Suas testas ainda estavam coladas.
- Eu, sei... mas deve ter algum jeito...
Aos poucos a boca dele tocou a sua, seus beijos estavam se rosnando um vício e Sarah temia já estar dependente dele.
- Ah... Antony... - lamentou.
Mas Sarah não acreditava em relacionamentos a distância, isso jamais daria certo, não poderia se iludir.
Não podia, prolongar isso, era impossível que aquilo terminasse bem. Ela o afastou delicadamente.
- Antony... prefiro não continuar com isso! - falou de forma direita tentando disfarçar o quanto queria ele.
Ele bufou.
- Por que você é tão complicada?
Ela cruzou os braços sobre o peito.
- Antony, isso não tem futuro.
Houve silêncio por um instante.
Ele deu duas batidas leves no volante, Antony sabia que ela tinha razão.
- Tudo bem, você está certa.
Ela sentiu se formar um nó em sua garganta, estava frustrada por não existir uma chance para ambos.
Então antes que fosse em lágrimas na frente dele, ela abriu a porta do carro.
- Sarah! - ele a chamou fazendo seu coração bater mais forte - Eu queria tanto que as coisas fossem diferentes.
Ela suspirou, se virou e olhou para ele.
- Eu também.
Ela se virou de costas e ele ainda insistiu.
- Podemos ser amigos? Conversar por mensagem... te devo ingressos para ir ao estádio.
Sarah engoliu seco, no entanto não respondeu.
De repente Antony desceu do carro e rápido deu a volta parando bem a sua frente.
- Quero guardar uma última lembrança.
De pé, a tomou pela cintura e pressionou suas costas contra o veículo.
Os lábios dele procuraram os seus com pressa lhe devorando. As mãos dele passeavam por seu rosto, seus braços, sua cintura, ele acaricoou sua bunda e ele gemeu, não o repeenderia, Antony estava guardando em sua memória cada parte do seu corpo e ela faria o mesmo. Então souberam que era a despedida.
Quando ele a soltou Sarah achou que não conseguiria se manter de pé, estava tonta e fraca. Mas havia sido uma despedida perfeita. O viu dar a volta e entrar no carro saindo devagar.
Quando Sarah entrou em seu apartamento, ainda estava incrédula com tudo que havia acontecido. Fechou a porta e permaneceu com as costas apoiada por alguns minutos até que seu cérebro processasse tudo, os beijos, as declarações, as revelações e cada carícia que haviam trocado. Então soube que estava mais apaixonada por ele do que sempre esteve. Antony Sillve já tinha roubado seu coração desde que ela tinha apenas dezesseis anos. Foi neste momento que ela sentiu uma lágrima quente descer de seus olhos.
- Você precisa esquecer ele, Sarah! - murmurou em meio ao choro.
Limpou as lágrimas e foi até o banheiro. Encheu sua banheira e tomou um delicioso banho se livrando de toda aquela areia. Depois se jogou na cama completamente relaxada. Se lembrou de Mary, sobre o quanto ela surtaria quando soubesse de tudo o que aconteceu. Claro que sua amiga vai achar bem ridículo ela não ter feito amor com ele. Mesmo assim Sarah não pouparia nenhum detalhe. Mais tarde ligaria para ela.
❤️⚽🥉
Eita que esses dois juntos pegam fogo!
Vocês gostaram do capítulo?
Será que este casal conseguirá se reencontrar novamente ou tudo não passou de apenas uma noite?
Se você quer saber não perca nenhum capítulo, ainda poderá se surpreender muito. Se prepare!
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