Dantálion [COMPLETO]

VivianMansano tarafından

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[DISTOPIA GAY] Lúcio está prestes a dar o passo mais importante de sua vida: assumir o lugar de seu pai como... Daha Fazla

Introdução
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NOTAS E INTERAÇÃO
Epílogo: Pandora
O Filho da Rebelião - Capítulo 1

34.

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VivianMansano tarafından

Os dois entram num cômodo praticamente vazio, se não fossem pelas velas na parede e por uma mesa colocada ao centro, com cadeiras ao redor. Tudo parece extremamente velho e rudimentar. Não há janelas nem ventilação no ambiente, e o Sacerdote se pergunta como seria possível que não morressem sufocados lá dentro.

Cerca de quinze figuras, totalmente vestidas de preto e usando as mesmas máscaras, se sentam ao redor da mesa, sem render atenção aos recém-chegados. Duas cadeiras estão vazias. Dantálion se senta em uma delas, sem dar nenhum sinal ao Sacerdote, que se ajeita nervosamente na outra cadeira.

- Podemos começar as presenças. – alguém diz. É impossível determinar de que direção veio a voz fantasmagórica.

Um dos membros se levanta:

- Alastor.

Ao proferir a palavra, volta a sentar.

Outro se levanta:

- Malphas.

- Kali. – diz outro, após o anterior ter se sentado.

-Buer.

E, assim, cada um deles se coloca de pé, dizendo um nome antes de retomarem seus lugares.

- Dantálion.

O Sacerdote tem um sobressalto quando o garoto ao seu lado levanta. Por um segundo, havia se esquecido totalmente dele.

Era estranho ouvi-lo se apresentando daquela forma. Dantálion havia se tornado um nome familiar, importante, e, ao ouvir o nome sendo dito dessa maneira fria, como se fosse apenas uma palavra vazia, um invólucro de algo indefinido, um sentimento de tristeza o toma. E, tão súbito quanto veio, passa.

Todos já se apresentaram, menos ele.

Tentando disfarçar a ansiedade, ele se ergue:

- Moloque.

Todos se viram em sua direção.

Seu rosto arde por debaixo da máscara, como se de repente estivesse exposto e nu. Como se aqueles olhares secretos e cheios de ódio pudessem vê-lo e ver que ele era o seu inimigo. O objeto de sua revolta. O alvo de seu ataque. Logo ali, a meio metro de seu alcance. Suas mãos suam frio.

Então as sombras negras desviam o olhar novamente para o centro da mesa, o último segundo já apagado de suas memórias.

- Dantálion, - alguém diz – faz tempo que você não vem às reuniões.

- Eu estava tratando de alguns assuntos.

- Que assuntos são mais importantes que a Ordem?

- Assuntos particulares. – responde autoritariamente, calando as indagações de quem quer que fosse.

O Sacerdote se sente feliz por tê-lo ao seu lado. Se ele se sentasse em outro lugar, talvez esquecesse qual das figuras idênticas era o seu "amigo".

- Ronove, - outro diz – temos um novo integrante. Não seria bom retomarmos a aula inicial?

Há algumas vaias de protesto, todas soando medonhas através do mecanismo de alteração de voz. O Sacerdote aperta as mãos contra o assento de sua cadeira.

Uma das figuras se levanta e caminha para a parede central da sala, pedindo silêncio com as mãos. Provavelmente é ele quem diz:

- Fiquem calmos, pessoal. Nunca é demais recordar.

- Temos assuntos mais urgentes para resolver! – alguém grita, reiniciando o coro de vaias.

- Chega! – explode Dantálion, batendo as mãos sobre a mesa e se colocando de pé – Nós temos uma norma, e vocês sabem muito bem. Toda vez que houver um membro novo, devemos repassar a aula inicial.

Por detrás da máscara, o Sacerdote sorri.

Aparentemente o garoto é o mais enérgico de todos e tem alguma autoridade. Ele estará seguro enquanto Dantálion estiver ao seu lado.

A pessoa que estava falando anteriormente retoma:

- Seja bem-vindo à Ordem dos Surdos, Moloque. – ele diz sem olhar na direção de ninguém em específico - Nossa Ordem existe há quase um século, e seu objetivo é destruir o sistema sacerdotal de governo. Antes de falar sobre nossas origens, porém, é preciso que falemos um pouco sobre o que existia antes do sistema atual.

O sujeito olha para o chão dramaticamente.

- Antes de esta cidade existir, e antes de a ordem dos Sacerdotes ser estabelecida como forma de governo, o mundo era um lugar muito diferente. Havia países e nações, havia outras línguas, havia tecnologia e energia elétrica. Havia veículos que atravessavam distâncias inimagináveis através do ar. Havia, inclusive, veículos capazes de levar as pessoas até a Lua.

O salão mal iluminado ajuda a despertar a imaginação de todos, e o Sacerdote se estica em sua cadeira, desejando ardentemente ouvir mais sobre as histórias do mundo antigo. A fala do outro, porém, muda de tom:

- Mas, como sempre, a humanidade era violenta e amava guerras. Houve uma última guerra, a mais terrível de todas, que encerrou o período de prosperidade das nações mais ricas e destruiu praticamente metade do planeta, tirando do mapa grande parte dos países, levando ecossistemas inteiros à extinção e, claro, iniciando um período de fome, caos e miséria para os infelizes que não tinham dinheiro suficiente para reconstruírem suas vidas.

"Os poucos sobreviventes estavam desanimados a respeito do futuro. Um governo flexível, como o que existia no mundo todo antes da guerra, havia levado ao fracasso. Quando o martelo do poder foi colocado sobre as mãos da maioria, a maioria não soube o que fazer com ele, além de atirá-lo na cabeça da minoria. As próprias maiorias não eram tão unânimes quanto pensavam, e logo estavam divididas e se combatendo mutuamente. A liberdade de escolha os levou às piores guerras imagináveis, e não havia governo ou população capaz de conciliar uma quantidade tão grande de inimigos poderosos.

Então os sobreviventes daquele período sombrio resolveram que o futuro teria que ser diferente se a sociedade humana quisesse continuar a existir. Eles tiveram a brilhante ideia de isolar as pessoas em pequenas ilhas sociais, afastadas umas das outras, sem contato com o resto do mundo. Foi assim que criaram as cidades, e foi assim que criaram esta cidade, cada uma delas com sua própria forma de governo e suas próprias crenças. Sem contato com as diferenças, a paz estaria garantida.

Os fundadores de nossa cidade resolveram abolir toda tecnologia e apagar para sempre o passado. Nossos ancestrais acreditavam que um regime que garantisse liberdade ao povo só traria mais conflitos e violência, como havia ocorrido no resto do mundo. Eles decidiram que a única forma de manter uma taxa baixa de crimes e uma sociedade funcional seria através de um regime rígido, baseado em leis fortes e punições severas. Mas eles sabiam que, para que todos aceitassem tal regime, precisavam mais do que simplesmente leis: eles precisavam de uma força maior. Foi assim que construíram um templo, e elegeram a casta dos Sacerdotes para representarem um poder divino, que poderia não só vigiar suas ações, mas também seus pensamentos. Dessa forma, criaram o governo perfeito, com a figura do Sacerdote como portador da verdade e do poder absolutos."

O Sacerdote sente seu sangue gelar, e paralisa, com medo de que o mínimo movimento o denuncie. Dantálion não esboça nenhuma reação.

- Por fim, foram estabelecidas as leis, dentre as quais os Crimes Imperdoáveis. Não bastassem as leis abusivas e violentas, eles ainda foram capazes de criar os cargos dos Auxiliadores, funções que eles próprios adotaram para concretizarem seus desejos.

O ambiente se torna tenso, carregado com uma onda de ódio que emana de cada um dos Surdos, exceto do Sacerdote, que permanece petrificado em sua cadeira.

Após uma pausa, o orador muda de tom novamente:

- Há mais ou menos um século, alguns de nossos ancestrais começaram a se rebelar contra esse sistema, e, após muita luta e muito sangue, a Ordem dos Surdos foi formada por aqueles que se negavam a ouvir uma voz autoritária.

"Duas vezes tivemos nosso auge, com escolas que traziam boa parte da população para nosso lado. Fomos traídos, porém, e os massacres mais terríveis da história desta cidade ocorreram. Por duas vezes, a Ordem foi praticamente destruída, sobrevivendo apenas graças aos esforços de nossos pais e de alguns de nós." ele olha diretamente para Dantálion quando termina a última frase "No momento, poucos sabem de nossa existência, e estamos usando isso a nosso favor para não corrermos o risco de uma nova Limpeza."

Ele se volta então para Moloque.

- O que queremos agora é planejar uma forma mais eficiente de agir, sem levantar tantas suspeitas, para derrubar o poder do Palácio e acabar de uma vez com todos os Auxiliadores e o Sacerdote.

A tensão nos músculos de Dantálion se torna visível. Por sorte, no ambiente escuro, seria difícil alguém mais notar.    

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