Théo
Nunca, uma mulher me tirou do sério dessa forma. A Luna me desestrutura e não quero isso.
Ela além de teimosa gosta de pirraçar. Nada de sexo, mas sabe deitar com uma camisola provocante e no meio da noite e sempre está com a calcinha fio dental de fora. Se ela quer me deixar louco, não vai conseguir.
Agora vem ela e me surpreende. Trocando mensagens com aquele médico idiota. Desde quando isso? Será que ela tem algo com ele e por isso vem me evitando? Há dias não transamos. Isso está me irritando.
Certamente eles estão tendo um caso. E se for, não vou me impor, só quero que ela seja honesta comigo. Sei que transo com outras mulheres, mas não temos um relacionamento. Mas é diferente, porque fico no escuro. E se eles estiverem juntos, não vou mais cercá-la. Deixo-a em paz.
Encontro o James e Edu em um barzinho que tem show ao vivo. As amigas da Isabella também estão aqui. Inferno.
- Olá pessoas. Chegou quem faltava. - digo.
A Júlia e a Sophia ficaram me olhando por um tempo. Conversei com James. Disse que Léo não quis vir achando que encontraria a Isabellla.
- A Luna não quis vir? - pergunta Julia.
- Não. Acho que ficou em casa. - respondo rispido.
A noite foi tranquila. Tive inúmeras chances de chegar em casa satisfeito. Mas, na frente dessas duas não da certo. Causaria confusão.
- Léo está na fossa. E a gente não pode fazer nada. - diz Edu.
- A gente não pode, mas ele sim. Só esquecer a ninfeta traidora e seguir em frente.- digo.
- Não acredito que ouvi isso! - fala Julia.
- Sim! Ouviu. Quer que eu repita?
- Você é tão idiota quanto seu irmão. Cuidado. Porque a Bella vai esfregar a verdade na cara de vocês. - diz arisca.
- Então diga a ela que adiante. Porque estou ansioso. - falo.
- Parem vocês dois. A Julia tem todo o direito de defender a prima e você de defender seu irmão. Mas aqui não é lugar. Por favor. - Edu fala zangado.
Ela me olha com desprezo e sai de perto puxando a Sophia.
- Relaxa Théo. Cada um tem sua opinião sobre o caso. - diz Edu.
- Só sei de uma coisa. Se ela traiu ou não, isso afetou a todos nós. Seja qual for o lado que acreditamos. - diz James pensativo.
Depois do episódio com a Júlia não tive mais vontade de ficar no mesmo lugar que ela.
Me despeço do pessoal antes de 1h da madrugada e sigo para casa. Na chegada vejo uma loura linda saindo do taxi. Isso anima o demolidor. Desço e deixo para Renan colocar o carro na garagem.
- Boa noite! - interpelo.
- Uau! Boa noite vizinho lenda. - diz sorrindo.
- Lenda? - pergunto sem entender.
- Sim. O delegado gostosão da cobertura que todo mundo sabe que existe mas ninguém vê.
- Sério isso? Podemos mudar esse fato agora mesmo. - falo.
- Uh! Lá em casa tem vinho. Topa? - ela diz com um sorriso encantador.
- Agora! - digo a empurrando para o elevador.
Entramos e ela acende a luz e vai direto para o bar. Pega o vinho numa mine adega e duas taças.
Bebo o vinho e a olho de cima a baixo. Ela passa a língua nos lábios e já sei que ela quer conhecer o demolidor. Safada.
- O que acha de ao invés da taça eu degustar esse vinho em seu corpo? - dou logo a ideia.
- Só se for agora delegado delícia. - diz tirando a roupa.
Isso é que é mulher de atitude sem mimimi. E que mulher. A noite vai ser longa.
A seguro pelos cabelos e a beijo. Ela me agarra como se nunca fosse soltar. Transamos no sofá mesmo. Sorte eu sempre ter camisinha no bolso.
Transamos várias vezes e me perdi no tempo. Que sorte a minha. Quando achava que a noite estava perdida, a ganho perto de casa.
- Gata! Não me disse seu nome. - Lembro.
- Juliana. E o seu? So o conheço por delegado. - diz segurando o demolidor.
- Théo! Prazer.
- E que prazer! Saideira delegado? - ela já pede e vem se encaixando no demolidor.
- Camisinha. Não tenho mais. - digo segurando-a pela cintura.
Ela levanta e sai balançando a bunda. Volta com um preservativo. Depois da saideira perfeita subo para casa.
Bebo água porque estou meio grogue e sigo para o quarto. Paro em frente ao sofá quando vejo a Luna deitada nele. Nos olhamos e como não tenho nada a dizer, vou para o quarto.
Desabo na cama do jeito que estou. Cansado demais. Aquela mulher me acabou.
Acordo próximo ao meio dia. Hoje é sábado. Não tenho nada para fazer. Ou pelo menos achava antes de olhar o celular.
Retornei para o Benjamin. Tinha cinco ligações.
- Chefe! Como está seu tempo hoje?
- No ócio. O que houve? - inquiro.
- Preciso de umas assinaturas e que você dê uma olhada em alguns documentos. - diz
- Veja as passagens para mim. Compre quatro. Já que vou fico até amanhã a noite. Prepare minha escolta. So vou levar o Renan.
Desligo e arrumo uma bolsa para dois dias. Sigo para a casa do Léo.
- Amores!!!! Vamos ali?
Pergunto para as gêmeas ao entrar na casa.
- Onde tio? - Lara pergunta.
- São Paulo. Preciso de um tempo com vocês. Estou em falta. - digo.
- Obaa! Vamos. - comemora Laura.
- Vão para onde nessa animação? - pergunta Leonardo descendo a escada.
- São paulo! - respondem as duas juntas.
- Théo? - Léo me questiona.
- Preciso assinar uns papéis e outras coisas. Havia prometido a elas sairmos esse fim de semana.
- Tudo bem! Podem ir. - fala e sobe. No meio da escada para e me olha.
- E a Lunática? - pergunta.
- A Luna - friso bem. - Não irá.
- Pensei. Vocês só andam grudados. - diz.
- Para você ver o quanto está errado. - falo incomodado.
- Acorda Théo. Essa orportunista só quer seu dinheiro. Hoje a mãe está doente, amanhã será outra forma de lhe extorquir. - fala azedo.
- Ela não é assim Léo. Você está muito enganado. - falo chateado.
- Veremos. - dá as costas e sobe.
Viajamos as 16h. E até esse tempo não vi a Luna ou tive notícias. Ela não voltou para casa na hora do almoço como é seu costume. Me preocupei e pedi ao Renan que rastreasse ela e designasse alguem para segui-la. Nunca se sabe se esses vermes que estão atrás de mim chegarão nela.
Segui com uma escolta de 10 homens direto para a delegacia. Assinei tudo e peguei um envelope com Bejamin. Ele faz sinal para que eu não mencione o pacote. Pego e falamos de outra coisa.
Entendo que ele não quer que eu fale nada na delegacia. Será que essa porra esta com escuta?
Pego o celular dando a entender que mandarei mensagens. Ele diz que não. Fico grilado. Pego um papel e escrevo.
" Estarei nesse hotel aqui do lado. 10° andar. Reservado só para mim. Te espero."
Ele pega e confirma com a cabeça. Saio e fomos direto para o hotel.
A noite saio com as gêmeas. Além dos 10 honens da escolta tem o Renan e o Benjamin comigo.
Nada da Luna. Resolvo ligar para o Gustavo. Ele é segurança da equipe do Léo, mas James me emprestou.
- Gustavo! - atendo.
- Dr. Théo. Segui a senhorita Luna do hospital até aqui. Estamos em um barzinho. - diz
- Com quem ela está Gustavo? - pergunto já prevendo a resposta.
- Um cara. Vi quando ele a deixou as 15h no hospital e quando a pegou as 17h também. Ele entrou e a aguardou. - diz.
- Como ele é? - só para confirmar.
Gustavo de me diz as características e sei que é o medicozinho de araque. A raiva me consome. Respiro fundo.
- Gustavo, interrompa e a leve para casa. - desligo.
No restaurante tem uma sala de games onde tem pessoas da idade das gêmeas. Elas ficam lá e mando 4 homens para escoltá-las na sala. Só precaução. Para o caso de estarmos sendo seguidos.
- Abre logo o bico Ben. Sei que me chamou aqui para outra coisa. Os documentos foram pretexto. - falo baixo.
- Sim. Temos um inimigo naquela delegacia. Passa tudo. Inclusive foi quem passou seu endereço. - diz preocupado.
- Quem é esse infeliz? - pergunto com raiva.
- Desconfiamos do Texeira. Mas temos que averiguar melhor. - diz.
- Inferno. Não posso nem confiar num subordinado? - falo.
- E ainda acho que tem escuta na sua sala. Porque aquela nossa conversa sobre uma nova pista, o substituto me perguntou ontem. Como eles sabem? - fala Ben revoltado.
- Calma gente. Isso tem que ser averiguado com extrema atenção. Diz Renan.
- Sei. Mas, teremos cautela. Eles tentaram matar o Théo. Podem fazer de novo. Temos que pegá-los antes. - diz Ben.
Conversamos e traçamos estratégias. Não tenho medo. Eles tem por mim. Enfrento qualquer parada. Porém, estou com minhas preciosidades. Dessa vez, vou deixar passar. Na próxima venho para caçar.
Voltamos para o hotel. As gêmeas ficaram em um quarto com ligação para o meu. Não posso vacilar.
Domingo amanheceu bem frio. Demorei um pouco mais na cama. Preguiça me resume hoje.
- Acooooordaaaaaa!
Gritam duas pessoas iguais pulando em cima de mim. Desperto atordoado, mas feliz.
- Vamos tomar café! - chama Laura, a come come da estrela.
- Vamos. Me deem uns minutos para tomar um banho. - vou para o banheiro.
Descemos e tomamos um café demorado. Confiro meu celuar e nada. Nenhuma notícia da Luna. Só tenho a que o Gustavo me deu.
Fomos para o shopping. As meninas querem patinar. E lá como tem um número maior de pessoas circulando ninguém vai agir.
Almoçamos bem depois do horário e retornamos para o hotel. As meninas descerem para se divertirem um pouco. Me reuni mais uma vez com Ben para traçar estratégias.
Resolvo ligar para Luna e deixar essa nossa infantilidade de lado. Nada. Ela não atende. Paciência é uma virtude que não tenho.
Por volta das 18h saímos para o aeroporto. No caminho senti algo estranho.
- Renan, estamos sendo seguidos ou é impressão minha? - digo preocupado.
- Droga! Estamos sim. - diz pegando o celular.
Fala com o pessoal da segurança. Desliga e me olha. Olha as gêmeas pelo retrovisor.
- Amores! Vocês confiam em mim? - pergunto.
- A nossa vida tio Théo. - responde Lara.
- Cegamente. - diz Laura.
- Estamos sendo seguidos. Mantenham a calma fiquem quietas e façam tudo o que o Renan e eu mandarmos. Ok? - falo tranquilo.
- Sim. - falaram juntas.
Renan me olhou e eu devolvi a ele o mesmo olhar de preocupação com elas. Temos que ter muita cautela. Se fossemos só ele e eu seria tudo mais prático. Porém, preciso protegê-las com minha vida se necessário.
- Meninas. Aí, nos pés de vocês tem coletes a prova de balas. Coloquem. - diz Renan.
Passo para o banco de trás e as ajudo a colocar. Elas estão assustadas demais. Retorno para o meu banco e fico com olhos fixos no espelho ao meu lado.
- Calma. Vocês estão seguras. Temos além do Renan e Bejamin mais 10 homens com a gente. - As tranquilizo.
Elas afirmam que entenderam com a cabeça. Mas esses olhos arregalados e lacrimejantes me matam.
- Renan, qual o esquema? - pergunto.
- Na nossa frente vão passar os dois carros. Cada um com 3. Atrás ficarão dois carros um com 3 e o outro com Bejamin e mais outro segurança. Que você sabe, é bem preparado. - diz sem me olhar.
- ok! Pode entrar em ação ai nesse volante. - digo engatilhando minha arma.
O carro se aproxima e se afasta. Eles não investem. Estão esperando a gente pegar a rota do aeroporto porque é mais deserta.
Não acredito que trouxe as gêmeas achando que comigo elas estavam seguras. Meu Deus, que não aconteça nada com elas. Eu morreria.
- Veste a droga do colete delegado. - Renan fala aborrecido.
Visto sem reclamar. Afinal, o alvo sou eu. E preciso ficar vivo para cuidar das minhas princesas.
- Não dá para desviar da rota. Deixe que a gente resolve e por nada deixe as gêmeas. Não quero nenhum de vocês fora do carro.
- Melhor você ficar com elas. - digo.
- Isso não está em discussão delegado. - fala nervoso.
Entramos na rota do aeroporto. Sento ereto e presto bastante atenção em tudo. É agora. Eles vão atacar. E não sabemos quantos são.
Os carros fizeram o que Renan ordenou. Passaram dois a nossa frente e ficaram dois atrás. Ele compenetrado. Não pisca nem os olhos.
Eu estou muito inquieto. Olho para estrada, para trás e monitoro as gêmeas. Estão abraçadas.
Quando menos esperamos escutamos um estampido.
- Abaixa! - grito para as meninas.
Renan acelera. E é ai que o pesadelo começa.