Boa tarde, Zeus ✓

De sofianeglia

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" - "Entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem os seus sonhos." - O que isso têm a ver... Mais

intro + sinopse
0. prólogo
1. cite seu livro favorito
2. lute por uma reação
3. cite o que escreves
4. lute para entender
5. cite o amor
6. lute por atenção
7. cite a faculdade
8. lute para que esqueçam
9. cite sua importância
10. lute para ser importante
11. cite a amizade
12. lute para ser só isso
13. cite o que se passa
14. lute por uma tarde inteira - pt. 1
14. lute por uma tarde inteira - pt. 2
14. lute por uma tarde inteira - pt.3
15. cite que não quer mais brigas - pt. 1
15. cite que não quer mais brigas - pt.2
16. lute para não brigar
17. cite o que dói mais
19. cite os sentimentos
20. por ela vale a pena lutar
nota final
OLÍMPIOS REESCRITO!

18. lute para que não doa

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De sofianeglia

temos só algumas cenas adultas, e elas estão em negrito, pule caso não queira ler

18. lute para que não doa

      Gabriela e eu estávamos treinando sequências e era uma tarde como qualquer outra, mas me sentia diferente. Era a primeira vez em anos que eu não tinha um constante peso em cima dos meus ombros com a função inteira das lutas ou de obedecer as ordens de Alli. A primeira vez que eu treinava não pra lutar, mas porque eu gostava. 

     — Já pensou no que tu vai fazer agora? — Ela perguntou, antes de indicar qual sequência queria. Eu dei os dois jabs, um gancho de esquerda e duas joelhadas que ela comandou. 

     — Não. — Respondi, pulando e relaxando meu corpo enquanto trabalhava as posições dos meus pés.

     Eu não tinha que lutar mais, ou apanhar para ganhar o dinheiro e pagar o que minha mãe tinha deixado de dívidas. Parecia fácil demais, e às vezes me pegava olhando demais na minha volta, pensando que de tão fácil significava que Alli estava tramando para alguém me matar. 

     Mas, mesmo que isso fosse uma possibilidade, ele ainda era uma homem de palavra. Manipulador, mas de palavra. 

     — Nem pra onde que tu vai? — Ela perguntou, dando outra ordem. 

     Obedecendo, dei os golpes e um passo para trás, decidindo ir tomar água e encerrar pelo dia. — Nem isso. — Respondendo, peguei a garrafa de água e tomei, passando as mãos nos cabelos, arrumei eles e limpei o suor que escorria da minha testa. 

     A academia estava com os mesmo clientes de sempre e nós estávamos treinando perto de um grupo de gurias que usavam algumas das máquinas que Gabriela tinha trocado de lugar. Elas me olhavam e eu não segurei o sorriso de lado que apareceu. 

     — Nem pra onde eu vou. — Respondi enquanto deixava o sorriso de lado e voltava a olhar pra ela, que tinha sentado no tatame.   

     Me agachando e sentando na sua frente, puxei minha mochila e joguei a água dentro dela, pegando uma maçã de dentro e esticando as pernas pra me alongar. 

     — Pro meio da perna de uma delas, provavelmente. — Ela comentou. Dando risadas e puxando as minhas pernas, colocou suas mãos em cima dos meus pés e pressionou pra baixo, me alongando.

     Eu balancei a cabeça, não sabendo o que responder. A ideia de voltar pros meus hábitos era uma boa, mas eu não sabia quando que tinha parado com eles, ou como que iria me divertir tanto sem que tivesse Aquiles pra ficar falando depois. 

     Não sabia nada disso, nem o porque de que, quando ela falou sobre eu ir mesmo ficar com qualquer uma das que estavam ali, a imagem de Iara veio na minha mente. 

     No dia da minha última luta eu pedi pra eles me deixarem na sua casa. Não perto da cafeteria ou perto da minha casa. Eu pedi porque eu sabia que ela tinha ficado preocupada comigo depois da conversa de Alli, e eu sabia que não tinha ajudado quando não conseguia contar direito o que que tinha acontecido.      

     Lá, eu tentei descobrir o que eu precisava pra saber que, quando eu realmente for embora, ela não fosse uma das pessoas que ia sentir a minha falta ou que iria sofrer. 

     Ela respondeu o que eu perguntei e chorou na minha frente de um jeito que talvez já tinha me acostumado e não me incomodava mais. Ela tinha mostrado que eu achar que ela não tinha sentimentos era algo completamente errado, o que fazia, na verdade, ela ser uma das únicas pessoas que fazia eu perceber que eu podia errar.

     Uma das únicas gurias que conseguia me excitar, mesmo não tentando. 

     Eu tinha beijado ela, sem ter motivo. Só... porque queria. Depois disso eu podia ter parado na conversa, mas ela me olhava de um jeito, alguma coisa começou a virar dentro de mim, e quando eu percebi eu estava pegando a sua mão e levando ela pro seu quarto. 

     A casa não era minha, e aquela oferta ridícula dela sobre eu ir morar lá com os gêmeos só mostrava o quão fora da casinha ela podia ser, mas de repente eu agi como se eu já estivesse lá. 

    Aquele quarto não era só dela.

    Quando nós passamos pela porta, eu me virei e larguei a sua mão devagar, indo de costas até a cama e me sentando. Ela não precisou que eu pedisse, e logo foi tirando a roupa. 

     Ficou pelada, deixando uma trilha das roupas e e me encarando. Os bicos dos seus seios eram pequenos, o mamilo redondo e escuro começava estava diminuindo conforme ela ficava excitada. Ela se arrepiava, fazendo com que todo o seu corpo parecesse estar mais apertado e pra minha surpresa agora ela tinha uma pequeno pedaço de pelos que seguiam até onde eu sabia que já estava completamente molhada. 

     — É assim que amigos se despedem? — Ela perguntou. 

      Eu só conseguia sorrir pra ela. Porque ela era linda, e porque mesmo com tudo o que estava acontecendo, ela sempre achava um jeito de fazer eu me questionar. Tinha começado a gostar, de verdade, do jeito como ela fazia tudo parecer um livro. Do jeito como ela fazia eu me sentir em um.

      — Não, mas é o jeito que eu quero me despedir de ti. — Respondi e era a pura verdade. Não sabia o dia certo que eu ia embora, mas eu não iria me perdoar se deixasse ela antes de sentir por completo todo o seu corpo e de um jeito que eu não estivesse sofrendo depois de ser espancado. 

    Sem continuar com aquilo, ela parou no meio das minha pernas. Pegando uma das minha mãos, levou até o meio das suas pernas, direcionando onde queria que meus dedos se mexessem e depois deixando o controle comigo. Ela estava sim molhada, e o sentimento dos meus dedos dentro dela me deixavam cada vez mais duro. 

    Iara colocou a cabeça pra trás em um gemido quando eu coloquei meu dedão no seu clitóris, e beijei seu seio, mordendo a sua pele. 

     Parecia que aquilo não era de verdade, mas com certeza era, porque eu não era capaz de imaginar algo daquele jeito. Eu poderia imaginar algo bruto, ou até mesmo uma rapidinha, mas ela continuava provando que com ela era diferente, porque ela era um tipo diferente por inteiro. 

    Um tipo de mulher que fazia eu pensar nela em momentos inoportunos. 

     — Zeus. — Gabriela me chamou e fez eu abrir os olhos. Passando a mão no meu cabelo, acenei com a cabeça pra ela. 

     Não falamos mais nada e ela ficou me encarando com sobrancelhas cerradas, sem entender. Deixando o chão, arrumei meu calção tentando não mostrar que eu tinha começado a ficar excitado só de pensar no que tinha acontecido. 

      Com meu movimento, as outras garotas ficaram olhando com sorrisos pro meu corpo, e eu retribui o sorriso do mesmo jeito de antes, mas olhando o corpo delas e suas barrigas expostas por causa das roupas só conseguia pensar se queria mesmo tentar algo. 

      Escolhendo não incentivar nada, fui para o vestiário e me arrumei para ir para a cafeteria. 

      Tinha contado tudo o que tinha acontecido para Aimée e não sentia vontade de contar para os meus outros dois amigos. Aquiles principalmente, porque ele iria fazer de tudo pra mudar minha opinião. 

     Se é que eu tinha alguma certa, só sabia que eu ia sair dali. Ia arranjar um trabalho qualquer de atendente em alguma academia e arranjar um lugar pra morar mais pro interior do estado. Depois disso sabia que teria que arranjar um advogado pra saber sobre a questão dos gêmeos. 

      Não conseguia conversar sobre isso, mas as coisas só pioravam naquela merda de casa. Meu padrasto aumentava as bebidas, os gêmeos passavam a maioria dos dias com a vizinha ou presos dentro do meu quarto, esperando eu chegar e conseguir dar atenção pra eles. 

      Sem as lutas as coisas estavam melhores, mas iriam durar pouco. Saindo da academia, comecei a caminhada até a a cafeteria. 



      — Pensei que tu não ia vir. 

      Escutei logo quando entrei na cafeteria. Não estava o mais arrumado, com o calção de treino e uma camiseta qualquer que provavelmente tinha uma mancha que eu não tinha visto.

      — Eu vim. — Respondi, largando minha mochila em uma das cadeiras que todos estavam sentados. Aquiles mexia no celular com um sorriso de lado e Apolo estava olhando pra mim, esperando pra que pudesse falar alguma coisa. 

      — Tava malhando? — Ele perguntou, e eu pensei que eu precisava ter lavado o cabelo pelo menos, mas aí me liguei que era porque eu tava com a roupa errada. 

     — Sim, assim eu não fico com essa barriga de chopp aí.  — Disse, levantando meu queixo na sua direção. 

     Apolo encarou com olhos pequenos e eu apenas dei uma risada, olhando em volta da cafeteria. Aimée estava sentada, tinha sido a que tinha me dado oi, mas nenhum sinal de Iara. 

     Me tirando da minha inspeção, Aquiles colocou o celular na frente do meu rosto, mostrando uma guria de cabelos escuros. — Olha essa mulher, cara. 

     Olhando, não tinha muito o que falar. — Bonita. — Foi a única coisa que eu falei, 

     Se afastando Aquiles me encarou do mesmo jeito que o irmão dele, mas dessa vez com a boca aberta e sem estar com raiva, apenas não acreditando mesmo. 

     — Só bonita? — Me perguntou. — Se bem que... é. Ela não é muito simpática. 

     — Ela parece ser, tá sorrindo nas fotos. — Disse, sem prestar muita atenção no resto das imagens que ele passava do Facebook da guria. Ela bonita e não sabia se era mesmo o tipo de Aquiles, porque ele gostava de qualquer coisa que caminhasse.

      — É nova lá na faculdade. — Disse, e eu entendi o porque de ele estar mostrando ela pra mim. Era uma pessoa nova, alguém que ele não tinha tentado ficar ainda. 

      Acenei a cabeça e deixei ele comentar sobre a guria com Aimée e Apolo, enquanto eles comentavam como ele ainda tinha que trabalhar e dessa vez não causar a demissão de uma das garçonetes da cafeteria.

      Aparentemente ele tinha feito isso com duas que trabalhavam lá. Quando elas descobriram o que tava acontecendo deu merda. 

      Eu fiquei pensando como que não sabia disso, sendo que Aquiles normalmente me contava tudo e adorava se vangloriar, mas aí eu parei pra pensar e tentar encontrar algum tempo que eu passei com ele nos últimos tempos e não achei. 

      Talvez fosse certo, só talvez, ficar mais alguns dias lá, pra que não doesse tanto ir embora. Dor... 

      Rindo, só conseguia pensar do que eu estava acostumado. Sangue, tortura e dor. A dor dos ossos dos outros contra a minha mão, e a pele ralando uma com a outra fazendo com que ficasse em carne viva, era esse tipo de dor que eu estava acostumado. Mas, a dor que não aparecia com os roxos e os machucados, era uma novidade. 

     E eu não sabia como que ela tava acontecendo. 

      Os outros começaram a rir sobre alguma história que Aquiles contava, e eu só conseguia pensar que Aimée estava sendo muito legal com ele sendo que ele estava trabalhando ali. 

      Nisso, uma cadeira apareceu do meu lado, sendo arrastada por Iara, que  sentou indo um pouco mais para o lado de Aimée e longe de mim. Ainda ficou perto o suficiente pra que eu esticasse o meu braço e colocasse minha mão no seu joelho. 

      Eu não tive a coragem de fazer isso, mas de repente tinha a vontade. Depois do jeito que eu tinha beijado ela do nada, e feito tantas outras coisas, sentia essa coisa dentro do meu peito também, junto com a dor, que era o que eu menos entendia. 

      — Resolveu as coisas com a Jordana? — Aimée perguntou. Iara acenou a cabeça.

      — Quem é Jordana? — Eu questionei enquanto os outros dois ficaram falando sobre o apartamento deles e que aparentemente Aquiles estava tendo multas demais. As risadas mudavam rápido ali. 

     Iara olhou pra mim, olhos escuros e pintas através de todo o rosto. Ela pensou por um tempo, colocando as mãos em cima da mesa e respirando algumas vezes a mais. Aimée ficou entre nosso jogo do sério e a discussão de Aquiles e Apolo, as mãos na cabeça e sem paciência pros outros. 

     — Minha agente.— Iara respondeu, brincando com as próprias mãos. — Eu atrasei alguns livros, mas aí achei um jeito de fazer com que a editora aumentasse meu contrato. 

     — Que jeito? 

     — Prometi outros três livros.

     Ela não precisava dizer que ia publicar o que tinha escrito sobre mim, ou sobre o que ia escrever sobre Aquiles. Eu já sabia. Só ainda não tinha noção de como conseguia escrever e gostar tanto daquilo, e como que ia escrever sobre alguém que ela odiava. 

     — Entendi. — Falei, e foi só isso sobre aquilo, mas eu precisava tirar uma dúvida que tinha surgido. — Vamos lá pra rua um pouco. 

      Ao dizer isso, simplesmente levantei, abrindo a porta da cafeteria e me apoiando contra a parede de tijolos. Tinha sol, o dia estava bonito, e ainda parecia que tudo estava acontecendo devagar e sem emoção. 

     Ela apareceu um pouco depois, com a bolsa dela e alguns cadernos debaixo do braço. 

     — O que foi? 

     — O que te faz pensar que daria certo? Eu e os gêmeos morarmos contigo?

     Juntando os lábios, Iara me encarou e deu de ombros. — Não sei. 

     Soltando o ar pelo nariz, falei logo o que eu estava pensando desde o momento em que ela falou aquilo. — Nós não somos Apolo e Aimée. 

     E era a mais pura verdade. Eu ainda não entendia e não sentia aquele amor dos dois, era grudento e baseado na necessidade um do outro, era nojento até. Mas eles davam certo, eles conseguiam morar juntos. Nós não éramos Apolo e Aimée. 

     — Não. — Foi a sua resposta. Um sorriso de lado, e mais nada. Ela estava pronta pra ir embora, mas aí eu repeti a minha pergunta. 

    — Então... Por que daria certo? Ainda mais com as crianças. Eu sei que tu se dá bem com elas—

     — Não somos eles, do mesmo modo que muitos não são. Porém, a escolha que eles tomaram não foi horrível, e também não seria nesta ocasião. Não precisamos ser Apolo e Aimée, só precisamos ser Renan  e Iara. 

      Quando ela me interrompeu eu estava com o discurso pronto, mas então ela usou o meu nome, e eu não sabia o que falar. Não sabia o porque as coisas estavam acontecendo tão rápido, e porque aquilo tudo parecia aumentar os meus batimentos cardíacos e a minha respiração.

     Balançando a cabeça, Iara continuou, dando um passo pra mais perto de mim. — Tu não és diferente comigo. Comigo tu sempre foi Renan, quem luta pela família e é confuso e me faz chorar enquanto coloca toda uma máscara de Zeus para os outros. Não importa como te chamem, eu sei quem tu é de verdade. E tu é a tua família... por isso daria certo. 

     Negando com a cabeça, encarei ela de novo. Talvez tivesse sido melhor não ter encontrado aquela mulher mesmo. — Iara... 

     — Eu preciso ir pra casa. Aproveite eles enquanto ficares aí. 

     Um passo mais próximo, ela me deu um beijo no canto da minha boca e saiu.


n o t a  d a  a u t o r a:

OLÁ MEUS QUERIDOS! 

Eu sei, eu to atrasada, mas parece que sempre quando eu acho que vou ter uma folga da vida, ela vem e me passa a perna. Mas, igual, vai dar tudo certo. 

Mais dois capítulos pro final da história!

p e r g u n t a   d o   d i a : O que acham que vai acontecer? O que esperam no final? 

Beijos, e amo vocêss!

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