A joia de Isis

By autoracinthiabasso

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A joia ansiava por encontrar novamente sua dona. Isis não sabia que mesmo inconsciente procurava algo tão an... More

SINOPSE
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
FINAL
EPÍLOGO

Capítulo 10

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By autoracinthiabasso

Oiee maravilhosas, tudo bem???? 

Passando pra desejar uma ótima semana pra vocês! 


Um amor maior que qualquer força, é a arma mais poderosa que alguém pode ter. 

Reza a lenda que ele já existiu e que trouxe consequências inimagináveis à quem tentou atrapalhar. 

Um amor que brilhava mais que o sol, ou as estrelas durante a noite. 

Um amor que era a junção dos dois. 

Tornando o tempo apenas um detalhe. 

A joia de Isis



Isis foi até a escavação completamente afetada pelas informações recém adquiridas. Tudo parecia estar diferente, agora ela sabia o motivo para a joia fazer parte dela, mas também sabia que estava incompleta. Nenhuma loucura antes fez tanto sentido.

- Até que enfim! Todos estavam perguntando por você.

Isis não disfarçou a sua agonia e respondeu a Paul com apenas um balançar desanimado de cabeça.

- Era o que mais me esperava, não era? – Ela perguntou, tentando soar relaxada.

O que era absolutamente impossível, levando-se em conta o tumulto de memórias que invadiam a sua cabeça a todo instante.

Agora que ela decifrava tudo com uma velocidade incrível, as lembranças eram ainda mais vividas e alternavam entre os tempos antigos e o atual. Isis se via caminhando em meio à escavação e com um simples piscar de olhos, já se encontrava em uma realidade totalmente diferente.

Com pessoas diferentes.

Perguntas não respondidas porque em momentos cruciais ela não estava em nenhuma das realidades. Uma viajante no tempo, como uma observadora das suas próprias histórias.

- Claro, sempre precisamos da nossa chefe.

- Algo de bom pra mim?

- Ainda não.

Paul falou e a olhou de uma forma estranha, como se soubesse de coisas que Isis ainda não sabia. Aquilo a deixou com medo, ouvindo uma voz na sua mente que dizia para ter cuidado com o amigo que ele poderia não ser quem parecia.

Depois de saber tantas cosias, Isis não achava de forma alguma que seu sexto sentido poderia estar enganado.

Ainda mais com tantas mulheres em si, ela praticamente poderia prever o futuro com a sabedoria. E essas mesmas mulheres a queria alertar sobre Paul, querendo provar que ele não era de fato um ser digno de sua confiança.

- Vou dar uma olhada em todos, tudo bem?

O maior motivo para sua desculpa, sendo puramente o seu desejo de repentinamente se afastar. Querendo criar uma barreira entre ela e o amigo. Se é que ele era de fato seu amigo. Tantos segredos, tantas descobertas, poderiam muito bem trazer um problema muito maior para a sua vida.

- Claro. Podemos almoçar juntos hoje.

Podiam?

Isis não estava completamente certa disso.

A única coisa que a assustava no momento era o silêncio da voz de Amon na sua cabeça. Ele costumava ser muito ativo, principalmente quando Paul estava perto dela. O que será que estava acontecendo com ele e porque sumira de repente, sem nem falar com ela mesmo quando pensava nele?

Essa era uma questão muito mais preocupante do que um almoço. De fato, muito mais.

- Hoje acho que não vai dar, Paul... Preciso resolver algumas coisas.

- Que coisas?

Porcaria. Isis não esperava que Paul perguntasse e ela era uma mentirosa horrível, que todos sabiam mentir quando tentava inventar ainda mais coisas.

- São pessoais.

Isis nunca tinha nada realmente pessoal para resolver e Paul sabia disso melhor do que ninguém. Ela acabara de despertar ainda mais a curiosidade no homem e temia que com isso, outra coisa pior nascesse. Como poderia saber? Todos os seus conhecimentos se provavam mentiras e ela ainda estava meio perdida tentando assimilar tudo.

- Pessoais? Que interessante...

Ele comentou e voltou ao trabalho, a deixando curiosa sobre o que ele achava interessante. Seus medos se tornando maiores conforme possibilidades corriam pela sua mente.

- Como assim?

- Besteira minha, Isis. Boa sorte com as suas coisas.

Ela se virou, sem responder e se afastou de quem um dia considerara extremamente de confiança. O brilho furioso nos olhos de Paul a assustara mais do que qualquer outra coisa, mais até mesmo do que acordar em um belo dia e se ver frente à frente com uma deus misterioso e poderoso, o qual ela achou nunca ter existido.

Era um ser inventado.

Claro que não, agora Isis sabia que toda a história tinha um fundo de verdade. Não duvidaria de mais nada.

Nada.

Nem mesmo de um mal maior, como Set. Ele seria capaz de qualquer coisa, assim como contavam as histórias, talvez fosse ainda pior e cruel. Amon a olhara com pesar e medo quando falaram sobre o deus e ela tinha certeza que para ele estar daquela forma, nem tudo tinha sido revelado e que uma boa parte desse mistério se desse à sua necessidade de descobrir a verdade.

A verdade real.

O que precisaria fazer.

- Como estão as coisas aqui? – Perguntou para alguns homens com cinzel, na extremidade do local de escavação.

As marcas do local perfeitamente ressaltadas, mesmo que o vento e areia fossem constantes.

- Nada mal. – O mais tranquilo deles respondeu e Isis respirou aliviada.

Notícias ruins tornariam seu dia ainda mais catastrófico. Por mais que já não estivesse mais tão certa sobre a escavação, tinha as várias pessoas que trabalhavam pra ela ali e que precisavam dessa fonte de renda. Seria egoísmo de sua parte pensar apenas em si, sem qualquer tipo de consideração com os demais.

Tinha um assunto importante desviando sua atenção, mas poderia viver normalmente enquanto as coisas não se complicassem.

Ou talvez não.

- Certo. Como sempre... – Ela começou a falar, mas foi interrompida por um deles.

- Tomem cuidado. Sabemos disso.

Isis não conteve o sorriso que se abriu. Fazia tanto tempo que estava trabalhando com essa equipe que eles praticamente já sabiam o que diria mesmo antes de ela tê-lo falado.

Era engraçado. E bom ao mesmo tempo. Ter essa ligação com pessoas que ela conhecia aos poucos, enquanto dividiam muitas e muitas horas do dia.

- Fico feliz que sabem.

Ela se virou e logo que começou a se afastar um deles a chamou, fazendo-a se virar e olhar interrogativamente pra ele.

- Tome cuidado.

- Por que?

- Não sei, só sinto que alguma coisa ruim pode acontecer a você.

Ela se arrepiou ao ouvir isso. Seria mesmo capaz dele saber o que acontecia com ela?

- Sabe me explicar a sensação? – Ela voltou a caminhar até o grupo de homens do qual iria se afastar, curiosa para saber se deveria mesmo temer por sua vida.

- Não. Mas minha mãe dizia que quando sentimos algo obscuro em alguém é porque uma coisa ruim vai acontecer à ela.

Agora Isis estava mesmo assustada.

Amon não respondia, tudo parecia quieto demais e seu pressentimento cada vez mais aguçado. Sentiu um olhar nela e se virou na direção, notando Paul sem trabalhar a encarando avidamente, como se tentasse desvendá-la. Aquela sensação lhe causou pavor. Sensação de ter seus passos observados e não com boas intenções.

- Acredita nessas coisas, Fakhir?

- Claro, por que não acreditaria?

- Muitas pessoas não acreditam.

- Pessoas sem crenças não acreditam, doutora. Eu acredito nos meus antepassados e nas suas histórias.

- Quando puder, gostaria de conhecer a sua mãe. – Isis pediu, se perguntando se não seria bom conhecer alguém tão sábia.

Ela poderia ter uma ideia do que fazer dali por diante, não apenas baseada em seus "achismos".

- Ela vai dizer a mesma coisa que eu, tenho certeza.

Isso não era bom, pensava Isis. Parecia que o mal a acompanhava e pela forma como Fakhir a olhava, ele simplesmente não ficaria à vontade com ela na sua casa.

Isis...

Ouvir seu próprio nome na cabeça, com uma voz sussurrada, pareceu acalmá-la. Finalmente Amon estava de volta e ele não imaginava a imensa falta que fizera. Isis se sentia perdida sem seus conselhos cheio de mistérios, sentidos ocultos e verdades que ela queria saber, mas nem imaginava ser capaz de decifrar.

Não respondeu ao seu chamado.

Se ela movesse os lábios todos pensariam que estava falando sozinha, o que já fizera, mas responder à alguém, era diferente do que conversar consigo mesma.

A diferença era enorme, pensava ela.

Precisamos conversar, vai pra sua casa.

Ela ignorou Amon, assim como ele a tinha ignorado. Uma boa dose de seu próprio remédio lhe faria bem. Ele precisava aprender como era deixar as pessoas agoniadas. Mesmo que dissesse se importar com ela mais do que com qualquer outra pessoa.

"Isis, és minha paixão acima da aurora! O amor da minha vida, um amor de capaz de fazer um deus se ajoelhar, Isis!"

Isis deu risada com sua imitação mental estúpida de Amon.

Ele nem de longe falava dessa forma.

- Eu vou precisar sair, qualquer coisa é só pedirem pra me chamar, tudo bem?

Fakhir balançou a cabeça em concordância e ficou olhando até que Isis se afastasse completamente dele e de sua equipe, notando a aura negra que a seguia sem pestanejar. Fakhir não costumava temer coisas fora de seu alcance, mas temia pelo que ela teria que fazer para se livrar disso.

Ela nem parecia mais ela, Fakhir pensava. Sua mãe notaria a escuridão que a cercava também, sem sombra de dúvidas. Era tão marcante como o sol.

O homem desviou seus pensamentos de volta ao trabalho e esqueceu esse assunto enquanto as horas do dia desenrolavam, um calmante para a sua aquietação. Isis era seguida pela escuridão e isso a contaminava mais do que parecia.

E Fakhir querendo ou não, fazia parte disso.

A joia, tentando alertá-la do perigo, a mantendo longe de olhares e tentando ocultar a sua força o máximo que conseguia. Porém, uma hora, o poder gigantesco já não poderia mais ser encoberto.

Até mesmo o sol poderia parar de brilhar um dia.

A escuridão sendo a realidade.

Todos torciam por um amor milenar, enquanto Amon somente queria que ela ficasse segura e fizesse suas próprias decisões. Ele sabia como era conviver com o peso da escolha e não queria impor isso à Isis. Ele só queria que ela vivesse. Era praticamente o mal na sua vida, atraindo coisas ruins até ela e se via novamente no dilema de protege-la até mesmo dele.

Não conseguira conversar com ela por esse motivo, também sabendo que seu poder estava cada vez mais escasso. Agora que a decisão dela era esperada, cada gota da sua imortalidade parecia ser sugada, esperando o que não poderia ser negado.

As consequências do ritual inacabado tão próximas que ele praticamente conseguia sentir o gosto amargo sob a língua.

Seu desespero era palpável.

O que aconteceria com Isis afinal?

Amon não se importava com o que aconteceria com ele. Não fazia a mínima questão de se importar. O problema era ela. O que ele faria sem ela?

- Seu poder está se esvaindo.

Eles pensavam que ele não sabia?

Hórus era o pior deles.

- Não me olhe dessa forma, estou contando uma verdade.

Amon sabia dessa verdade e ela não precisava ser relembrada. Já estava suficientemente preocupado com tudo para ficar ainda mais preocupado com o futuro da humanidade.

- Isis já me dá demasiados conselhos para que eu fique feliz com outro deus ocupando meu tempo.

- Set planeja algo grande, Amon.

Set planejava algo desde sempre. Amon já nem se surpreendia com essa informação. O deus tinha espiões por todos os lugares e Amon se sentia tão esgotado pelos acontecimentos que em certos momentos até desejava que tudo acabasse para poder descansar.

Sempre se preparando, sendo a confiança de todos, tomava uma parte dele que nunca recuperaria.

Kaphiri levara uma parte com ela quando o Faraó a assassinou e isso nunca seria recuperado.

Tudo o que acontecia agora era justamente por esse motivo.

E Amon não se sentiria culpado por ter amado tanto alguém a ponto de entregar metade de seu coração, mesmo que a possibilidade de dominar o mundo tivesse ocupado a mente de um de seus irmãos.

Estava esgotado.

E Kaphiri naquela época o fazia se sentir livre, assim como Isis nessa vida.

- Set irá esperar até o momento certo.

Iria, Amon sabia.

A vitória se dava através da paciência e o deus esperara anos para algo grandioso acontecer. Não poderia arriscar por pequenas coisas, ele simplesmente precisava ganhar. Precisava provar seu ponto a todos. Talvez até mesmo para si próprio.

- Como sabe o momento certo? – Hórus lhe perguntou, pois nem mesmo ele sabia.

Era uma questão indecifrável, para ele.

Para Amon estava claro.

- Ele vai esperar Isis se decidir e impedir novamente.

Assim como da primeira vez.

O que Set não contava era que dessa vez Amon esperaria e quando seus poderes estivessem em plenitude, prenderia Set em sua forma humana e o deixaria sem poderes que pudessem ser usados para o mal.

Era o grande plano.

Amon só esperava que Isis se decidisse logo e que não hesitasse em momento nenhum. Porque o futuro deles, a partir desse instante, dependia única e exclusivamente dela. 

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