Ellie encontrou Chelsea chorando na cama de Peter, sendo amparada por Cath.
— Chelsi... — Disse ela se jogando na cama do
namorado para abraçá-la enquanto Peter fechava a porta.
— Ele vai ter um bebê, ele vai ter um bebê com outra mulher! — Disse Chelsea chorando enquanto a abraçava,
— Ele te ama, muito mesmo, ele está sofrendo demais e ele não quer te abandonar — disse Ellie enquanto a amiga molhava o seu vestido de tanto chorar,
— Como você ia se sentir se o Peter tivesse engravidado outra pessoa? — Perguntou Chelsea, fazendo Peter tremer de nervoso.
— Horrível, é claro, mas você o ama e ele também, eu ficaria com o Peter, ele precisaria de mim e do meu apoio...
— Mas e a Patrícia? — Perguntou Chelsea.
— Ela vai ter todo o apoio que depender do Henry, mas ele precisa de você do lado dele...
— Eu não sei se eu consigo, não com um bebê, não sabendo que eu vou atrapalhar a vida dessa criança... — Disse Chelsea, era horrível ver a amiga sempre tão forte naquela situação.
— Você não vai atrapalhar, o relacionamento da Patrícia e do Henry não pode se fundamentar apenas na gravidez — disse Peter, o rapaz estava até o momento parado ao lado de Cath.
— Descansa agora, amanhã você pensa no que fazer — disse Ellie.
Ellie levou Chelsea para o quarto, aonde dormiu ao seu lado, a menina não dormiu muito, chorou a noite inteira, mas Ellie sentiu que a sua presença ali estava a ajudando.
Henry bateu na porta de manhã cedo, seus olhos estavam tão vermelhos que pareciam de uma criatura mítica, tinha olheiras e ainda usava as roupas do baile.
— Henry... — Disse Chelsea levantando.
— Ela abortou — disse o rapaz quase sem voz.
— Ela fez o que??? — Perguntou Ellie em choque.
— Ela abortou o meu filho, ela aproveitou que eu estava no baile e foi em uma clínica na cidade vizinha, ela conseguiu escapar sem ninguém ver e foi, ela nem me esperou para conversar, ela não quis saber, ela simplesmente foi lá e fez...
Henry parecia em choque, ele estava cambaleando na porta enquanto Ellie e Chelsea o olhavam, chocados demais para falar qualquer outra coisa.
— Henry, eu sinto muito — disse Chelsea, saindo correndo da cama e o abraçando.
Henry começou a chorar novamente, abraçou Chelsea como se ela fosse o sustentar.
— Eu seria um bom pai? — Perguntou Henry ainda chorando.
— Eu acho que você seria um pai maravilhoso, mas você ainda é novo e tem muitos anos para poder descobrir isso, eu não queria que a Patrícia fizesse isso, eu ia te apoiar mesmo doendo, eu ia ficar ao seu lado — disse Chelsea, os dois ainda estavam embalados em um abraço e Ellie ainda estava paralisada sem conseguir falar nada ou andar.
— Não me abandona por favor, eu não sei mais o que fazer, está doendo muito, eu não sei se vou conseguir passar por essa sozinho.
Ver Henry em tamanha dor fez com que Ellie também chorasse, ela só queria segurar o irmão e dizer que o amava, que ele era forte, um homem de verdade, mas não conseguia se mexer ainda.
— Eu estou com você, eu não vou te abandonar, eu te amo mais do que você imagina — disse Chelsea.
— Por que ela fez isso sem falar comigo? Por quê? — Perguntou Henry, ele finalmente se separara de Chelsea e estava sentado na cama dela.
— Porque ela não queria ter esse filho agora Henry e você provavelmente não iria deixar ela fazer se falasse com você — disse Chelsea calmamente.
— Mas era meu filho também...
— Henry, não briga com a Patrícia, esse deve ser um momento difícil para ela também — disse Ellie finalmente.
— Ela foi pra casa, pediu dispensa de doença, eu só soube do que aconteceu porque a encontrei saindo daqui, não sei como ela conseguiu fazer tudo escondida sendo menor, mas ela fez, ela me mostrou..., realmente aconteceu — disse Henry, novamente sendo amparado por Chelsea.
Ellie abraçou o irmão e depois deixou ele sozinho com Chelsea, os dois precisavam conversar.
— Ela está bem? — Perguntou Cath na sala comunal.
Ellie explicou tudo o que aconteceu para Cath, que ficava cada vez mais chocada.
— A ex namorada do meu irmão abortou ano passado — disse Cath —, não do Peter! Do outro! — Corrigiu ela rapidamente ao ver o rosto de espanto de Ellie. — Eles dois ficaram mal, acabaram se separando, eu não sei se eu conseguiria fazer um aborto, não sei o que pensar sobre.
— Nem eu, mas eu digo por mim, não pelas outras mulheres — disse Ellie.
— Sim, eu também...
As últimas semanas de aula foram uma tortura, Henry não se recuperara direito, se apoiou em Chelsea mais do que Ellie podia imaginar, então os dois passavam todos os momentos juntos, conversando e se amparando.
Peter foi um bom parceiro para Ellie, que também ficara abalada com o que aconteceu. Patrícia enviou uma mensagem para Henry pedindo desculpas por ter ido até que clínica sem ele e disse que iria para os Estados Unidos morar com sua mãe, então não o veria mais.
— Você pode me visitar nas férias? — Perguntou Peter para Ellie enquanto os dois faziam sua última cavalgada pelo campo da escola.
— Posso, mamãe me deixou passar as férias com o Henry no apartamento da família em Londres, podemos nos ver todos os dias se você quiser.
— Eu quero, eu vou sentir saudades de ter você ao meu lado assim.
— Peter, tem uma coisa que eu queria te dizer — disse Ellie enquanto os dois desciam dos cavalos.
— O que? — Perguntou o rapaz.
— Eu te amo Peter, você é um sonho.
Peter abriu o sorriso mais lindo que Ellie já vira, a beijou, abraçou e girou no ar.
— E eu também te amo, Eleanor Comptony, a mulher mais maravilhosa para mim.
— Me promete uma coisa? — Perguntou Ellie o encarando.
— O que?
— Que se um dia você pensar em me trair, vai terminar comigo antes...
Peter segurou o seu rosto e levantou.
— Eu não seria louco de querer te trair... — Disse ele antes de beijá-la novamente.
No dia antes de votarem para casa, Ellie encontrou Aaron no corredor, ela estava pronta para sair quando ele pediu por favor para ela esperar.
— Eu fui um idiota de maneiras mais horríveis que eu possa imaginar, eu te machuquei, eu te assediei, eu fui alguém que eu não reconheço.
— Sim, você foi... — Disse Ellie, desejando muito poder sair dali.
— Eu sei que me desculpar não é o suficiente, mas me desculpe mesmo assim, eu espero que você seja feliz...
Aaron não deu tempo de Ellie responder, ele apenas saiu andando, deixando Ellie ali, parada no corredor, imaginando se Aaron estava sendo sincero ou apenas fazendo mais uma de suas cenas. De uma coisa ela sabia, ela não estava interessada, não queria saber mais nada de Aaron, desejava que ele fosse feliz e sincero e que seguisse a sua vida, mas, mais nada ela queria saber sobre Aaron.
No seu quarto, Henry estava deitado na cama enquanto Chelsea terminava de ajeitar uma mala.
— Eu acho que eu nunca te vi tanto na vida — disse Ellie para o irmão.
— Por mim eu não saia daqui, toda vez que eu fico sozinho eu lembro de tudo....
— Então você não precisa ficar sozinho, eu estou aqui com você — disse Chelsea sorrindo para Henry.
— Desse jeito vocês vão acabar casando — disse Ellie rindo.
— Se eu fosse maior de idade, isso bem que não seria uma má ideia.
Henry assustou tanto Ellie quanto Chelsea, que olharam espantadas para o rapaz.
— Calma, eu disse que se eu fosse maior de idade, eu sei que ainda estamos na escola, eu estou deprimido, não fora de mim — disse Henry.
— Sua mãe iria te matar se você casasse comigo — brincou Chelsea, apesar de Ellie que existia ali um pequeno fundo de verdade.
— Sua família é uma das poucas aprovadas pelos Comptonys, não se preocupe com isso — disse Henry rindo.
— Bem, que tal vocês se formarem na faculdade primeiro, pessoal? — Perguntou Ellie enquanto sentava em sua cama.
— Veremos — disse Henry sorrindo para Chelsea.
— Vocês começaram o ano ficando com várias pessoas e terminaram falando de casamento? Isso que é evolução... — Disse Ellie se deitando.
No dia seguinte, toda escola estava em um saudoso clima de último dia de aula, os amigos se despediam e faziam promessas para as férias e o semestre que viria à seguir.
Ellie se despediu apaixonadamente de Peter, prometendo o procurar assim que chegasse em Londres. Ela também se despediu de seus amigos e esperou com Henry pela limousine que os levariam de volta para casa.
O motorista chegou junto de Gretta, que usava óculos escuros e um conjunto preto e mandou os filhos entrarem apressadamente no carro.
— O que houve? — Perguntou Ellie quando entrou no carro.
Gretta jogou um pedaço de jornal em seu colo.
"Duque de Iowan é preso
Novas provas do caso do assassinato do casal Park vêem a tona, as provas, apesar de sigilosas, levaram a prisão preventiva de Lawrence Comptony, o duque de Iowan.
"Meu cliente é inocente e iremos provar isso de uma vez por todas, estamos colaborando com a justiça e ele deve sair da prisão nas próximas vinte e quatro horas" disse o advogado de Comptony, Jhonatan However.
A prisão do duque foi feita nessa manhã em sua mansão, nãos se sabe os detalhes das acusações ainda."
— Mãe, isso significa? — Começou a perguntar Ellie.
— Que teremos meses muito agitados, vamos direto para a casa de Londres, nossa mansão está lotada de repórteres — disse Gretta.
Ellie trocou um olhar com Henry, ela sabia que isso significava dias de falta de privacidade e que seu pai voltaria provavelmente mais agressivo do que nunca.
— Nós não vamos para casa, mamãe — afirmou Henry para o espanto de Ellie e Gretta.
— Como não? — Perguntou Gretta.
— Eu e Ellie vamos para casa da Chelsea, eu vou mandar mensagem para ela, duvido que ela se negue, eu e Ellie não vamos ficar com o papai, não nos obrigue ou eu vou pessoalmente até os repórteres dizer que acho que o papai é culpado.
— Você não... — Começou Gretta a dizer em choque.
— Não pague para ver — disse Henry mandando uma mensagem pelo celular.
— Eu estou com o Henry — disse Ellie.
Ellie sorriu, aquele seria então finalmente o começo de uma vida diferente para ela e o irmão? Isso só o tempo diria...
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