Capítulo 29-
Algumas horas antes, na casa de Mary...
Hannah passou pela sala como um foguete, estava tão fora de si que não escutou sua mãe chamar por ela. Seus pensamentos tinham outros tipos de preocupações, além do fato de Liz estar morando com Catherine. Estava tudo extremamente confuso para ela, ela precisava se libertar de qualquer pensamento que envolvesse Liz e Catherine e talvez assim ela pudesse ser tranquilizar.
Abriu a porta de seu quarto e a primeira coisa que viu fora a fotografia de Catherine. Uma bela fotografia que após completarem 5 meses de namoro, Catherine deu-lhe de presente, como uma forma da mais velha estar ao seu lado, mesmo não estando. Ela olhou para a fotografia e permitiu-se chorar, as lembranças de dias extraordinários ao lado da ruiva penetraram sua mente como se nada mais fosse real além daquelas lembranças.
Seus pensamentos foram interrompido por batidas na porta.
Hannah- Quem é?
Mary- Sou eu filha, quero conversar.
Hannah- Não quero conversar, mamãe. Hoje não.
Mary- O que está acontecendo, Hannah?
Hannah revira os olhos. Seria bom conversar com sua mãe sobre o que aconteceu, mas não queria que Mary se vangloriasse de sempre saber que nada daquilo iria dar certo. Não pela idade, mas sim por Catherine já ter experiência quando o assunto era sedução.
Hannah- A única coisa que você precisa saber é que: você sempre esteve certa, agora deixe-me em paz. Quero ficar sozinha.
Mary- Você terminou com a Catherine ou ela com você? - Ela diz com a mão na porta.
Hannah se levanta e abre a porta. Sua face transmitia tristeza. Seus olhos estavam avermelhados, pelo esforço das lágrimas.
Mary- Filha... - Ela diz estendendo os braços.
Hannah- Ela preferiu a amiga do que a mim. Ela me disse que precisava daquela loura aguada. Mãe, eu dei tudo a ela. Tudo. Estávamos tão felizes, parecia um sonho tudo o que estávamos vivendo. – Ela diz ao abraçar a mãe.
Mary- Talvez fosse. Eu nunca gostei dela, sempre tive razão sobre isso que vocês tinham. Talvez agora você possa ficar com alguém da sua idade, alguém com quem realmente você possa compartilhar seus sentimentos. Ela era muito velha para você.
Hannah- Mãe! Eu amo ela.
Mary- Eu sei. - Ela dá um leve suspiro. - Eu sei, meu amor.
Mary acarícia os cabelos de Hannah.
______Apartamento de Catherine_____
Catherine- O que eu fiz...? O que eu fiz? - Ela diz pondo as mão em seu rosto.
Liz- O que era necessário.
Catherine- Que? Eu simplesmente dei a entender que precisava mais de você do que dela. Ela me colocou em uma saia justa. Não posso escolher entre as duas mulheres que eu mais amo. Você é como uma irmã para mim.
Liz- Uma irmã com quem você teve um relacionamento?
Catherine- Você falou algo para ela sobre isso? Sobre os anos que ficamos juntas?
Liz se senta no sofá e a olha.
Liz- Talvez eu tenha mencionado...
Catherine- Você não podia ter feito isso. Eu falei que não tivemos nada sério.
Liz- É, eu sei. Dois meses foi o tempo que você usou para definir 5 anos de sua vida ao meu lado. Os 5 anos que você dizia ser os mais felizes de sua vida.
Catherine- E foram. Mas é passado. Meu presente é ela.
Liz morde o canto da boca.
Liz- Eu poderia ser seu presente, Catherine.
Catherine a olha surpresa.
Catherine- Do que você está falando?
Liz se levanta do sofá e vai até Catherine.
Liz- Eu voltei por você. Todos aqueles anos me fizeram perceber que eu não conseguia viver sem você. Quando você perdeu seu marido eu realmente fiquei muito mal por não poder vir. Meus pais estavam muito doentes e eu não queria deixá-los sozinhos. Após a morte deles, resolvi vir pra cá, para ficar com você.
Catherine- Liz, escute o que está falando. Isso não faz sentido. Nós tivemos algo intenso no passado, mas eu nunca amei você. Eu tinha um casamento infeliz e queria alguém que me desse atenção. Você foi essa pessoa, mas não passou disso. Sempre seremos amigas e eu sempre vou vê-la desse jeito e amá-la assim. Nada de intenso acontecerá.
Liz- Mas eu pensei que...
Catherine- Você pensou que quando eu mandei aquela carta dizendo que tinha um apartamento quase vago ao lado do meu, era para nós duas ficarmos mais próximas? Não! Eu só queria minha amiga perto de mim e não tão longe. Você sabe como sou carente e sempre tenho que ter as pessoas ao meu redor, mas isso não significa que eu queira alguma coisa com você além da sua amizade.
Liz a olha com pesar.
Liz- Mas eu amo você.
Catherine- Mas eu não te amo, Liz. Não desse jeito. Esse é o jeito que eu amo a Hannah. A minha menina, que no meio disso tudo saiu magoada.
Liz- Saiu magoada por ser uma criança.
Catherine- Ela não é uma criança.
Liz- Não? Ela tem 18 anos.
Catherine- Quase 19 anos!
Liz- Nossa, acabou de fazer uma grande diferença. Você não vê que a única coisa que terá com ela serão crises de ciúmes e não um namoro saudável?
Catherine- Era um namoro saudável até você aparecer e estragar tudo.- Ela diz sem pensar.
Liz- Eu sinto muito.
Catherine a olha e se arrepende de ter dito o que disse.
Catherine- Desculpe, estou nervosa. É que... eu não quero perder a Hannah. Ela é tudo o que tenho nessa vida. Tudo o que me faz sorrir. Ela é a primeira coisa que eu penso quando acordo e a última quando vou dormir. Eu amo tanto aquela menina que não consigo me imaginar longe dela.
Liz- Eu sinto muito, Catherine. Desculpa. Eu estraguei tudo...
Catherine- Não! Eu vou atrás dela e irei pedir desculpas.
Liz- Isso, faça isso. Quando você voltar nós conversaremos.
Catherine- Ok!
Catherine pega sua bolsa e sai. Queria pedir desculpas por ter escolhido à Liz ao invés dela. Queria poder abraçar sua menina mais uma vez sem que as coisas ficasse frias de repente. Queria tudo como estava antes e sabia que isso só seria possível se Liz voltasse para a Itália.
Seu carro estacionou em frente a casa de Hannah, ela desceu do carro e caminhou até a porta, apertou a campainha e esperou.
Mary- Catherine...
Catherine- Oi... Posso falar com a Hannah?
Mary- Ela não quer ver você.
Catherine- Por favor...
Mary- Sinto muito, mas só estou tentando proteger minha filha.
Catherine- De mim? Jamais faria mal a ela.
Mary- Você fez o suficiente para ela não querer ver ninguém, nem mesmo à mim. Desculpa, mas acho que você deveria voltar para sua casa e sua amiga.
Mary fechou a porta na cara de Catherine, a mesma ficou parada na frente da porta fechada sem saber o que fazer. Ela fez menção de ir, mas foi até a janela do quarto de Hannah e gritou seu nome.
Catherine- Hannah!!! - Ela chama. - Hannah!!! - Gritou.
Mary ouviu os gritos e abriu a porta.
Mary- Catherine, por favor, não me force chamar a polícia para você.
Catherine a olha sem responder nada. Voltou para o carro e olhou para a janela, lá estava Hannah a olhando. Ela olhou para a menina, ligou o carro e saiu dali o mais de pressa possível. Estava tudo acabado.
Horas atuais...
Após a conversa com Charles Jessica voltou ao quarto.
Jessica- Pronto, fiz tudo o que você me pediu.
Amanda- Obrigada.
Jessica- O médico disse que amanhã você poderá voltar para casa e fazer o tratamento lá.
Amanda- Eu vou processar essa espelunca.
Jessica se aproxima, senta na poltrona ao lado da cama e pega na mão de Amanda.
Jessica- Por mais que você esteja com a razão de estar com raiva, você tem que saber que eles só fizeram o trabalho deles. Tudo para salvar a sua vida.
Amanda- Eles não podiam fazer isso comigo, Jess. Não comigo.
Jessica- Você pode adotar uma criança, tentar do zero de novo. Eu posso te ajudar com isso.
Amanda a olha e nada fala. Ela sabia o que Jessica estava tentando fazer, mas não estava preparada para abrir seu coração.
Amanda- Jess, eu acabei de perder um filho e meu futuro marido, não quero um relacionamento com ninguém agora. – Ela diz retirando sua mão das mãos de Jessica.
Jessica sorri desconfortável.
Jessica- Mas quem falou em relacionamento? Eu posso ser a titia Jess. - Ela diz sorrindo.
Amanda- Não tem graça. Não quero falar em crianças agora, só quero dormir e, com sorte, acordar morta amanhã.
Jessica- Que desperdício.
Amanda- Jess, por favor.
Jessica- Desculpa. Pode ir dormir, ficarei aqui velando seu sono.
Amanda a olha e fecha os olhos.
Jessica fez o que prometeu, ficou acordada quase que a noite toda, acabou pegando no sono por conta do cansaço que venceu seu corpo. Amanda durante o sono velado, chorou algumas vezes dormindo, acordou aos gritos até que finalmente conseguiu dormir, fazendo Jessica também fazer o mesmo.
No dia seguinte Amanda recebeu alta e Jessica a levou para casa.
Amanda- Me dá um sensação ruim entrar aqui. – Ela diz entrando em casa.
Jessica põe a bolsa de Amanda em cima do sofá.
Jessica- Acredito. Até ontem você era feliz.
Amanda- Até ontem a tarde minha vida era um sonho, Jess. Um dos melhores sonhos. Eu já até sei como vou me vingar do Charles.
Jessica- Posso saber como?
Amanda- Com o vídeo de segurança do dia em que Beatriz sofreu o acidente.
Jessica engole em seco, se Amanda tinha este vídeo, ela também estava lá.
Jessica- É? Então provavelmente eu vá parar na cadeia também.
Amanda- Não. Eu vou editar o vídeo, não se preocupe. Eu só quero que ele seja humilhado por todos os fãs que ele tem. Quero que ele pare na sarjeta. Eu o amei tanto, Jess. Tanto que eu fiz tudo por ele. Eu deixei a Bia, eu resolvi continuar tentando ter um filho dele, mas tudo isso acabou no mesmo instante que ele decidiu que a minha vida era mais importante do que a vida de uma criança que não tinha vivido nada ainda.
Jessica- Eu entendo sua frustração, mas você acha que será bom para sua alma uma vingança assim?
Amanda- Quando você tentou matar a Beatriz o que você sentiu?
Jessica- Arrependimento.
Amanda- Que bom! Isso é uma coisa que não vou sentir quando Charles estiver atrás das grades.
Jessica- Amanda...
Amanda- Se você quiser, já pode ir para sua casa, eu me viro sozinha.
Jessica- Não seja tão injusta comigo, quero ficar aqui para te ajudar.
Amanda- Comece por não me criticar. Não vou desistir da minha vingança contra ele.
Jessica- Tudo bem. Não falarei nada. Você quer que eu prepare algo para você comer?
Amanda- Estou sem fome. - Quando ela terminou de falar, sentiu um líquido escorre por suas pernas. Ela levantou o vestido e viu sangue. - Isso é normal?
Jessica- Acho que eu não te contei tudo... o médico disse que o restante do feto iria sair por conta própria, durante alguns dias.
Amanda abaixou o vestido.
Amanda- Parece que a tortura parte 2 já começou.
Jessica- Eu realmente sinto muito, só queria poupar você de mais sofrimento.
Amanda- Está tudo bem. Eu vou subir e tomar um banho, talvez eu coloque um absorvente para não acontecer isso de novo.
Jessica- Isso. Faça isso. Vou preparar algo leve para você comer.
Amanda- Eu não estou com fome.
Jessica- Não perguntei se está com fome, eu falei que vou fazer e acabou o assunto.
Amanda revira os olhos e sobe as escadas.
No banho ela chorou por intensos minutos. Cada vez que ela tocava em sua barriga e sentia a saliência que ainda permanecia ali, porém ninguém mais iria chutar, ela chorava. Aquilo estava sendo destruidor para ela. Era uma grande dor que ela jamais pensou sentir em sua vida. Achou que seria mãe, iria sentir a mágica e dolorosa dor do parto. O primeiro chorinho. A primeira amamentação. O primeiro banho. A primeira noite sem dormir. Tudo o que suas irmãs tiveram e ela não pôde ter. Tudo o que ela sonhou por anos e em uma única tarde foi destruído pelo homem que jurou amá-la.
_________Na Casa de Alícia__________
Alícia- Você acredita que a Jessica não foi hoje nos ensaios? Ficamos ligando para ela e nada dela. É desse jeito que ela quer minha amizade de volta. – Ela diz entrando na casa.
Maria- Mãe... Talvez alguma coisa tenha acontecido, talvez ela realmente tenha precisado não ir. Dá um desconto pra ela.
Alícia- Maldita hora que a convidei para ser sua madrinha.
Maria- Ela é muito boa pra mim, nunca tive que reclamar.
Alícia- É, mas pelo menos ela não estaria na nossa família.
Maria- Para de reclamar dona Alícia.
Alícia- Não estou reclamando. Tínhamos cenas importantíssimas para gravarmos hoje e ela não foi.
Maria- Vou mandar uma mensagem para ela, talvez ela me responda e você pare com isso. - Maria escreve a mensagem e envia. - Pronto! Agora é só esperar a resposta dela.
Alícia- Você tem razão, acho que estou exagerando. Talvez ela esteja com algum problema.
Maria- Viu! Ela vai ligar para você e vai dizer o que houve. Calma.
Alícia- Seu pai já saiu?
Maria- Sim... Ah! Eu tenho uma coisa para te perguntar.
Alícia franze a sobrancelha esquerda.
Alícia- O que seria?
Maria- Eu estou saindo com um carinha, mas não sei se você é do contra.
Alícia- Você voltou a sair com o Paul?
Maria- Sim... Olha mãe, eu sei que ele é muito velho pra mim, mas eu gosto dele. Gosto da companhia dele.
Alícia- Se você gosta daquele chato, fique com ele então.
Maria- Sério? Sem brigas?
Alícia- Sério! Quero que você seja feliz e sei que ele pode fazer você feliz.
Maria- Sabe?
Alícia- Sim! Eu sei que um dia você vai acabar descobrindo, então que seja por mim.
Maria- Não precisa falar, ele já me contou. Eu não me importo com o caso que vocês tiveram e nem com a dúvida que você tinha. Tudo não passou de um mal entendido, que no fim foi esclarecido.
Alícia sorri para a filha.
Alícia- Eu te amo.
Maria- Eu também amo você mamãe.
Maria e Alícia se abraçam.
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Boa noite meus amados leitores!
Gostaria de comunicar que vou postar a fanfic com mais frequência. Espero que gostem da notícia!
Ah! Estou postando "Caixa de Pássaros, é o livro inspirado no filme que Sarah Paulson está gravando. É uma história maravilhosa de Terror. Quem quiser ler basta ir no meu perfil e ler. ❤️
Até o próximo capítulo. 🥀
Não esqueçam de deixar suas estrelinhas/likes. ❤️