Something Else || h.s. #Watty...

By notanightmare

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Tenham o cuidado de ler a primeira temporada (Something New) para perceberem a história. O rapaz que estava t... More

Prólogo
Chapter 1
Chapter 2
Chapter 3
Chapter 4
Chapter 5
Chapter 6
Chapter 7
Chapter 8
Chapter 9
Chapter 10
Chapter 11
Chapter 12
Chapter 13
Chapter 14
Chapter 15
Chapter 16
Chapter 17
Chapter 18
Chapter 19
Chapter 20
Chapter 21
Chapter 22
Chapter 23
Chapter 24
Chapter 25

Chapter 26

60 4 0
By notanightmare

(Não se esqueçam de votar e comentar a história :) xx. )

Nina

Sentei-me numa cadeira na pastelaria ao fim da rua onde agora vivia e levei a minha mão ao meu ventre ao querer sentir movimento do pequeno ser que crescia dentro de mim, apesar de saber que era bastante cedo para que isso acontecesse. Um sorriso apareceu na minha face ao ver a minha barriga um pouco saliente, relembrando-me o quanto Harry deseja ser pai. Passou 1 mês desde que decidi sair do nosso apartamento e todos os dias me arrependo de o ter feito. Ultimamente, tenho passado muitas horas a olhar para o ecrã do novo telemóvel, a observar a face de Harry que coloquei como fundo. Nesta foto, ele está com a Bianca ao colo, a nossa querida gatinha, no dia em que ele a trouxe para casa. 

Suspirei ao sentir o calor de Abril tocar a minha pele, não demasiado quente mas algo confortável. Nas ruas, começava a sentir-se o cheiro especial da Primavera e os locais andavam atarefados a preparar o festival, que simbolizava a chegada do bom tempo. Peguei no saco de pano que tinha colocado ao meu lado e retirei o livro que estava ler no momento. 

'Bella donna, como está o pequeno?' Ouvi uma voz que se tornou familiar, enquanto o seu corpo se encurvava ligeiramente. Desviei a minha atenção para si e esbocei um sorriso, vendo as rugas que se acumularam com a idade e com a sabedoria. 'Já sabe falar italiano?' continuou, esticando uma pequena chávena com café na minha direção.

Nicolo era o dono da pastelaria perto da zona onde vivia. Tinha cerca de 60 anos e foi dos meus primeiros conhecidos aqui, em Verona. Com ele, sentia uma empatia familiar, como se fosse o meu avô. Consegui desabafar com ele sobre o que aconteceu nestes últimos anos, sobre Harry. Tornou-se no meu confidente e em alguém que me fazia sentir em casa.

'Acho que vai aprender primeiro que eu.' Proferi, aceitando com todo o gosto aquela oferta. Levei o meu olhar até à sua face e esbocei-lhe um sorriso, que ele retribuiu imediatamente. 'Sabe, tenho pensado muito no pai deste bebé' referi, colocando as minhas mãos no ventre e acariciando-o, soltando um pequeno suspiro de saudade.

'O Harry. Parece uma pessoa maravilhosa, pelo que me contou.' Respondeu-me Nicolo, retirando da bandeja um bolo e pousando na minha mesa. 'Coma menina, a comida alimenta a alma.' 

A minha atenção focou o olhar na mão de Nicolo. Tinha mãos de trabalhador, com rugas e alguns calos. No entanto, apesar de estas mãos transmitirem uma sensação de frieza e trabalho, um anel de ouro residia no seu dedo anelar. Toquei neste, sem pensar no meu ato, olhando em seguida para o senhor.

'Tem saudades da Julliete?' Perguntei genuinamente, esperando que a sua resposta me desse algum alento para o que sinto em relação a Harry. Ele assentou com a cabeça e sentou-se na cadeira ao meu lado. A pastelaria não estava muito movimentada, eram apenas 10 da manhã e hoje era uma mera quinta-feira. Nicolo pegou na minha mão e apertou-a suavemente, mostrando ter ficado comovido com a minha pergunta.

'Nem sabe quanto.' Disse-me, olhando para o meu café, que rodopiava depois de eu o ter mexido com a colher 'Dava tudo para poder estar com ela outra vez' Comentou, suspirando e encostando as suas costas na cadeira. Suspirei também, num gesto de empatia com o senhor, enquanto o meu olhar se focou agora no meu anel. 'Fale com o seu noivo, menina. Resolva as coisas, acredito que estão a precisar de sentar-se e conversar abertamente sobre tudo o que aconteceu.' Aconselhou-me, puxando a minha mão para si e olhando para os meus olhos tristes. 'O amor é mesmo assim, complexo. Acima de tudo, sei que não quer que o bebé cresça sem pai'.

Olhei de novo para ele e concordei com a minha cabeça. Não sei o que se passa comigo, não consigo entender qual o caminho que devo seguir. Se estou cheia de saudades do meu noivo? Estou. Então porque é que não faço algo para mudar isso? Desde que cheguei a Verona, nunca tive de me preocupar com Niall, o que se mostrou uma grande surpresa. Como tudo estava a correr, passou-me pela cabeça que ele pudesse estar a seguir-me constantemente, portanto não seria algo estranho ele aparecer nesta cidade e descobrir onde eu moro.

Desde que cheguei, tive tempo para clarear a minha cabeça. Tenho dado passeios, lido bastante e trabalhado algumas horas por dia. O projeto que tinha com Niall acabou por ser transferido para outra pessoa, visto que eu não estava presencialmente e dificultava bastante o trabalho. Tenho feito apenas pequenos trabalhos independentes. 

Alfie tem estado bastante diferente nestas últimas semanas. Tem passado a maior parte do tempo fora de casa, penso que tem tido bastante trabalho e ainda aceita horas extra, para conseguir ter um bom pé-de-meia. Quando estamos os dois em casa, ele trata-me como se fosse a sua namorada e isso tem sido muito desconfortável. Sei que somos próximos mas começo a sentir-me estranha e a desejar que não o fôssemos, pelo menos neste nível. Está na hora de voltar para casa, a minha verdadeira casa, com Harry.

Levantei-me da cadeira onde estava sentada e peguei no saco de pano que estava pousado na cadeira ao lado da minha, colocando-o no ombro. Coloquei a minha mão no ombro de Nicolo e agradeci-lhe por aquelas palavras, prometendo que hoje era o dia em que ia resolver tudo. Comecei a caminhar pela rua, no entanto, segui uma trajetória diferente da habitual. Não fui para casa. Decidi visitar o centro histórico da cidade, ser uma turista dentro desta cidade que começa a ganhar o meu coração. 

Passaram-se algumas horas e começava a sentir o cansaço nos meus pés. Encontrei um banco à sombra da copa de uma árvore e sentei-me, retirando o meu telemóvel e começando, de forma automática, a digitar o número de Harry. Levei o telemóvel até ao meu ouvido, ouvindo um bip e outro, e outro.

'Nina, por favor, diz-me que és tu. Não desligues' Ouvi imediatamente a voz de Harry e o meu coração congelou completamente. Senti as minhas mãos começarem a tremer ao ouvir a sua voz e coloquei a mão que estava livre sobre o meu ventre, que estava coberto com um vestido de primavera amarelo. 'Fala comigo' disse em seguida, com a voz claramente cansada, como se tivesse a andar muito depressa. Ouvi um ruído de fundo, parecendo-me que ele estava na rua.

'Tenho muitas saudades tuas. Vem ter comigo a Verona, por favor.' Disse em tom baixo, sabendo que as hormonas se estavam a apoderar de mim. Comecei a sentir as lágrimas descerem pela minha face e rapidamente as limpei, levantando a minha cabeça e olhando para a igreja que estava à minha frente.

'Estou há duas semanas em Verona' Harry disse, ofegante. Um arrepio percorreu todo o meu corpo e imediatamente levantei-me do banco onde estava, num sobressalto. 'Diz-me onde estás, quero ver-te, por favor.'  consegui perceber o desespero pela sua voz.

'Estou na praça das ervas' disse rápido, começando a sentir um nervosismo ainda maior e uma vontade enorme de o abraçar. Olhei ao meu redor e dirigi-me até ao centro da praça, para conseguir ter uma melhor perceção da mesma e das pessoas que ali se encontravam. 

Ouvi o som do  beep, sinal de que a chamada tinha sido desligada. Ajeitei o saco de pano no meu ombro e olhei confusa para o telemóvel, não percebendo o porquê de ele ter desligado. Levantei a minha cabeça e olhei em redor, procurando desesperadamente por uma cara conhecida no meio daquela confusão. A descer a rua, que ia de encontro à praça, consegui ver um homem a correr bastante rápido, que parou assim que chegou à praça, devido aos carros que estavam a passar na estrada. 

Era Harry. Um sorriso enorme formou-se na minha cara, assim que percebi que era ele. Ele atravessou a estrada e parou, sem se conseguir mover na minha direção. Devíamos estar a cerca de 10 metros de distância. Olhei para a sua face e vi que ele estava bloqueado, a olhar para a minha. Os seus cabelos estavam bastante grandes, muito maiores do que aquilo que eu me lembrava, e reparei que tinha a barba por fazer, revelando uma sombra mais escura, daquilo que eu conseguia ver à distância que me encontrava. Vestia umas calças de ganga com uma T-Shirt branca e uma camisa de manga comprida, que usava desabotoada. 

Olhei de novo para a sua face. Comecei a aproximar-me dele, ao me aperceber que ele estava completamente hipnotizado. Caminhei num passo lento, não sabia o que lhe dizer assim que estivéssemos cara a cara. Não aguentei, estava a ser demasiado doloroso andar tão devagar. Comecei a correr, um pouco rápido, e reparei que ele fez o mesmo, vindo na minha direção. Assim que estávamos a dois passos um do outro, ambos parámos repentinamente. Consegui vê-lo de perto e olhar para a sua face. Percebi que ele estava a chorar e, depois de o ver olhar para as minhas bochechas, entendi que eu também o estava a fazer. O olhar dele desceu até à minha cintura, onde ele colocou as suas mãos,e vi que as suas lágrimas começaram a correr mais forte.

'Eu, eu...' ele disse olhando para mim e chegou-se mais perto, deixando de existir aqueles dois passos entre nós. Pegou em mim e abraçou-me, simplesmente isso. 

Senti as suas mãos à minha volta e apertei-o. Apertei-o com imensa força, para que ele não conseguisse sair dali e ir embora. Apertei-o com o desejo que isto seja a realidade e que eu não esteja apenas a sonhar. 

'Promete que nunca mais me abandonas da maneira que o fizeste' a sua voz murmurou-me, ao ouvido. Levei as minhas mãos até aos seus caracóis e apertei-o, sentindo pela primeira vez em muito tempo o seu cheiro característico. Isto estava mesmo a acontecer, não estava a sonhar. As suas mãos pousaram o meu corpo no chão e ele desencaixou a sua cabeça do meu ombro, de modo a conseguir olhar para mim. A sua face observava-me cuidadosamente e eu fiquei sem reação, sabendo que a única coisa que conseguia fazer naquele momento era beijá-lo.

Levei ambas as minhas mãos à sua cara e aproximei os nossos lábios. Assim que o fiz, os seus lábios completaram o caminho e foram de encontro aos meus. Senti medo, ternura e tristeza neste beijo, sabendo que ambos estávamos a fazer o que era certo. As suas mãos pousaram sobre as minhas costas e ele puxou-me mais para si.

'Espero que não me odeies.' Disse murmurando, assim que os nossos lábios se separaram do beijo. Os seus olhos pousaram nos meus e ele acariciou as minhas costas, puxando-me de novo para um abraço apertado.

'Mesmo que tivesse todas as razões do mundo para o fazer, não ia conseguir' Ele respondeu-me, murmurando de novo no meu ouvido. 

Senti as lágrimas começarem a descer de novo, com uma intensidade que não estava a conseguir controlar. Harry separou-se de mim calmamente, para que me conseguisse olhar na face e levou as mãos à mesma, limpando as lágrimas que corriam. As minhas mãos pousaram involuntariamente na minha barriga e reparei no trajeto que os seus olhos fizeram, acompanhando o meu movimento e subindo rapidamente o olhar para mim. Na sua cara, para além das lágrimas, consegui ver a sua boca a abrir-se em espanto e ele levou as suas mãos à minha barriga, pousando-as tão delicadamente como se eu fosse partir a qualquer momento.

'Nós estávamos cheios de saudades tuas.' Disse, olhando Harry e sabendo que estava prestes a ser inundada de perguntas. 


Bem, passado alguns anos, senti que devia dar continuidade a esta história. 

Espero que tenham gostado e até ao próximo capítulo \o

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