A Terra Prometida

By luizfelipelucas360

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Em um mundo pós-apocalíptico e em um planeta alternativo, semelhante à Terra original, um grupo seleto de pes... More

Capítulo 0
Capítulo 1: Soberania
Capítulo 2: A expectativa
Capítulo 3: Um por todos e todos por um
Capítulo 4: Formação "Fugere Urbem"
Capítulo 5: A liberdade que nos guia
Em breve capítulo Extra
Capítulo 6: Sem saída
Capítulo 7: Como tudo começou
Capítulo 8: A cobaia primordial
Capítulo 9: Rota de fuga
Capítulo 10: Projeto Genoma
Em breve capítulo Extra
Capítulo 11: Procuram-se cadáveres
Primeira crítica
Capítulo 12: Uma ideia arriscada
Capítulo 13: Uma questão de lógica
Capítulo 14: Cartas na manga
Capítulo 15: Quem é James?
Em breve capítulo Extra
Capítulo 16: Quem manda sou eu
Capítulo 17: Imortal?
Capítulo 18: Justificativas
Capítulo 19: Você não acreditou
Capítulo 20: Culpado?
Em breve Capítulo Extra
Capítulo 21: Verdade
Capítulo 22: Verdade-Parte 2
Capítulo 23: Incertezas
Capítulo 24: Refúgio
Capítulo 25: Interrogatório
Capítulo 26: O que Peter sabia
Capítulo 27: A Emma que eu não conhecia
Capítulo 28: Você não está seguro
Capítulo 29: Como esconder um corpo
Capítulo 30: Corpo desaparecido
Capítulo 32: O Procurado
Capítulo 33: Desejo de liberdade
Capítulo 34: Assassino à solta

Capítulo 31: Arcadianos não são confiáveis

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By luizfelipelucas360



A mente de todos os três se enchia de perguntas sobre aquele homem. Quem era ele afinal? Se fosse realmente um escravo fugitivo e um pai de família, ele teria denunciado Peter na frente de todos. Qualquer pessoa comum clamaria por justiça. Por que ele tinha tentado matar Peter? Seria porque o rapaz tentou fugir da aldeia?

Zumbi confiava demais em João. Assim que todos chegaram à outra margem do rio, Zumbi o recebeu de braços abertos.

- João! Que grande susto você deu em nós.

- Não era preciso essa preocupação toda, senhor.

- Ah! Mas todo cuidado é pouco. Estamos sendo caçados por diversos capachos dos coronéis da região. Temos que proteger uns aos outros.

– Verdade. – Nesse momento João sussurrou no ouvido de Zumbi discretamente – Eu preciso conversar com você em particular.

Zumbi apenas assentiu e em seguida o convidou para entrar na sua cabana.

– Por falar nisso, venha para minha cabana. Preciso que me ajude a elaborar um plano de ataque.

– Claro! Será uma honra!

João foi em direção a sua esposa, deu-lhe um beijo e a olhou nos olhos lhe dizendo: Te vejo mais tarde. – Depois deu um abraço no filho e foi para a cabana junto de Zumbi.

Assim que os dois foram para a cabana, Emma começou a indagar os amigos:

- Será que ele vai contar o que aconteceu?

- Acho que sim. Ele estava sussurrando algo no ouvido de Zumbi. Ele deve contar o que o Peter fez.

Peter ficou indignado:

– O que eu fiz? Foi o cara quem tentou me matar primeiro! Eu apenas me defendi.

– Mas em quem você acha que o Zumbi vai acreditar? Em um garoto branco ou num de seus melhores amigos?

– Eu não acho que ele vá contar algo ao Zumbi. Ele me desafiou lá na floresta. Ele vai querer me dar o troco.

– Espero que você esteja certo, Peter. Assim é melhor. Nós temos que descobrir quem ele realmente é e por que tentou matar você.

- Sim. Isso que vem me intrigando. Será que ele é algum espião do Império Vermelho ou de Angelina?

- Sinceramente eu não sei. – Emma respondeu.

Foi nesse momento que a esposa de João os interrompeu:

- Raymond, Peter e Emma, eu sou grata a vocês por terem nos ajudado a encontrar João. Eu tinha minhas desconfianças sobre vocês. Mas agora vejo que vocês são confiáveis. Me desculpe em duvidar de suas intenções.

Raymond respondeu:

- Não há de quê! Nós que agradecemos a hospitalidade.

- Sabe, os últimos dois meses têm sido bem difíceis. Não tem muito tempo que fomos alvo de espionagem aqui na aldeia. Nós recebemos de coração aberto dois escravos fugitivos do Norte da província. Até João descobrir que eles estavam a serviço de um poderoso coronel da região e em breve passariam todas as informações que conseguissem para o coronel e é claro que o coronel as passaria para o governo. Seria o fim de tudo.

Aquela história despertou uma ideia na cabeça de Emma.

- E o que aconteceu com os dois espiões? – Ela perguntou.

- Eles foram julgados publicamente e crucificados. Eles tentaram se salvar negando até a morte que não eram espiões. Mas João jamais se precipitaria em um caso desses. Eles tiveram o que mereciam.

- Nossa! Eles serem mortos, tudo bem. Mas serem crucificados publicamente? Isso era realmente necessário? – falou Peter.

- Claro que foi. Eles serviram de exemplo para qualquer um que resolvesse se vender para os coronéis. A liberdade não tem preço e ainda por cima estamos em guerra. Foi um julgamento justo.

Peter ficou nervoso com a resposta da mulher.

-  Olhando por esse lado a senhora está certa. Em Arcádia nós costumávamos a lidar com coisas do tipo de forma diferente.

- E olha como está a cidade agora? Ela foi destruída. 

Nesse momento Peter pensou em sua família e em todos que amava. Pensou em sua mãe e em sua irmã. Será que elas estariam seguras? De certa forma, o modo extremista de lidar com as questões naquela aldeia talvez não fosse errado...

- A senhora está certa. Talvez se nós Arcadianos tivéssemos tomado medidas extremas, nossa cidade não estaria destruída.

- Isso será algo que nós nunca iremos descobrir. Mas enfim, eu estou morrendo de fome agora. Como que é o almoço aqui?

- Os homens vão caçar. Você aguarda aqui Emma. Peter e Raymond podem ajudar na caça. 

A ideia de ficar a sós com Maria não agradava muito Emma. Por mais que a mulher tentasse passar a imagem de que ela confiava nos três, Emma sabia que isso não era verdade. Não era paranoia pensar  que Maria tinha algo em mente, algum plano de confirmar se o que os três tinham dito até agora era verdade.

Foi nesse momento que o filho de João ou João Júnior chegou para guiar Raymond e Peter para a caça.

- Vamos! Tomem aqui a lança de vocês. Vocês vão precisar!

Os dois pegaram as lanças e foram com o rapaz para a floresta. Eles alcançaram um  grupo de homens que estavam mais a frente. Pelo visto naquela aldeia eles tinham o costume de caçar juntos. 

- Pelo visto nós teremos um bom tempo para nos conhecer. Eles não devem voltar tão cedo.

- Será? - falou uma Emma nada animada com a notícia.

- Eu acredito que sim. Ultimamente tem ficado mais difícil de conseguir alimento para todos. Mas enquanto isso nós iremos preparar a fogueira. Ela precisa estar pronta para quando eles chegarem.

- Eu não sou boa nisso. Não devo poder ajudar muito. 

Emma ainda tinha esperança de que a mulher a dispensaria de uma conversa. Mas ela não perderia a oportunidade de fazer um interrogatório.

- Sem problemas! Sempre há uma oportunidade de se aprender. Eu sou uma pessoa muito paciente. 

- Tudo bem, então. 

O que ela deveria esperar ao lado daquela mulher? Uma chuva de perguntas? Um interrogatório indecente ou uma conversa aparentemente normal em que uma das pessoas contava o seu passado apenas para que pudesse arrancar informações do passado da outra? Parece que Maria tinha optado pela última opção.

- Certo! Vou pegar meu machado para prepararmos a lenha. 

O fato de Maria dizer que pegaria seu machado já era um pouco intimidador. Agora Emma ser alvo de um interrogatório enquanto ela segurava um machado seria mais intimidador ainda. Aquilo poderia ser comparado a um ritual de inquisição disfarçado. Emma estaria sendo paranoica? Talvez sim, talvez não. 

Enquanto ela sofria de nervosismo por estar ali com Maria, imaginava como os rapazes estariam se saindo. Será que o treinamento militar de Arcádia tinha lhes ensinado a usar uma lança? Contanto que eles não falassem nada comprometedor durante a caçada, eles estariam a salvo de uma execução pública. Afinal, seria isso que Angelina queria deles esse tempo todo? Que eles fossem executados publicamente por escravos fugitivos?  Não seria difícil para ela tramar um destino desses.

- Você está muito pensativa, Emma... O que está te perturbando? Os rapazes vão conseguir o almoço. Tenha um pouco de fé. O nosso papel é preparar a fogueira.

- Não. Eu não estou preocupada com eles. Eu acredito que eles consigam fazer uma bela caçada, na verdade. 

- Então com o que você está preocupada?

"Maldição. Por que eu fui dar com a língua nos dentes?"

- Nada demais. 

A mulher a olhou com reprovação. 

- Emma, eu lembro muito bem do que você revelou no interrogatório. Você foi prisioneira durante doze anos do Império Vermelho. É algo que marca a sua vida. Aqui nós compreendemos isso. Todos os aldeões viveram sua vidas inteiras com o sonho da liberdade. E agora nós estamos perto de consegui-la. Não podemos nos encher de preocupações e medo. 

- Eu sei. Mas e se nós não tivermos chances? Eu lutei anos para me libertar do Império Vermelho e justo quando achei que estava livre agora estou aqui com vocês lutando pela minha liberdade de novo. Será que algum dia eu realmente vou poder ser realmente livre? 

- Invasores! Invasores! - gritava um homem ferido que vinha da floresta.

Maria correu com seu machado em mãos para saber o que estava acontecendo. Emma foi logo atrás. 

Todas as mulheres da aldeia estavam desesperadas. Elas foram até o homem para saber o que estava acontecendo.

- O que está acontecendo rapaz?

- Os capachos do Coronel Epitácio e os soldados da província estão invadindo. Eles estão matando todos. 

- Meu Deus! O que faremos? Onde está Zumbi? - falava uma das mulheres

Emma olhou para Maria esperando uma resposta. 

- Ele não está aqui. Mas fugir não é uma opção. Temos que lutar.

A pergunta na verdade deveria ser como elas iriam lutar. Talvez Emma tivesse a resposta.


***

Até o próximo capítulo. Demorou, mas ressuscitei! ;)




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