QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)

By BrinSilveira

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Livro ainda não revisado. Uma história de pessoas comuns, com dilemas e situações observadas em nosso cotidi... More

RESUMO DA OBRA
DESCRIÇÃO DE PERSONAGENS
O DESPERTAR
DESCOBERTAS
SURPRESA
OBRA DE ARTE
MUITA AGITAÇÃO
NOVIDADES
EMOÇÕES
HORIZONTES
DESEJOS PROIBIDOS
NOVA VIDA
SOLIDÃO
TRAUMAS
LIMITES
AÇÕES E REAÇÕES
ENTREGA
ENCONTROS
XEQUE MATE
CONCESSÕES
OUSADIA
INTERROGATÓRIO
OLHARES
INTERAÇÕES
SOBREVIVER
REVIRAVOLTA
PARCERIA
FAMÍLIAS
REENCONTROS
INFLUÊNCIAS
DECEPÇÃO
COMPLICAÇÕES
RECOMEÇO
DUPLICIDADE
PROVOCAÇÕES
RETORNO
VIAGEM
CÚMPLICES
ESTRELAS
BORBOLETAS
REAL
ESCOLHAS
DESFECHOS
DESCONTROLE
PROBLEMAS
PRIVACIDADE
IMPERFEIÇÕES
COMPROMISSO
FARPAS
SENSIBILIDADE
CAMA DE GATO
ESCONDERIJO
PROTEÇÃO
MASSAGEM
CEREJA DO BOLO
FLASHES
SAUDADE
MORDE E ASSOPRA
LÁGRIMAS E RISOS
PLANO MORTAL
ENRASCADA
AFRONTA
DEGUSTAÇÃO
CALADA DA NOITE
PROTÓTIPOS
QUEDA LIVRE (CAPÍTULO ESPECIAL)
QUEDA LIVRE PARTE 2 (CAPÍTULO ESPECIAL)
QUEDA LIVRE PARTE 3 (CAPÍTULO ESPECIAL)
QUEDA LIVRE PARTE 4 (CAPÍTULO ESPECIAL)
EXPOSIÇÃO
CALOR
CONFESSIONÁRIO
PARCERIA
HERÓIS
KRIPTONITA
FLORES E ESPINHOS
RECORTES
FUGA
DESENTENDIMENTOS
TETO DE VIDRO
BAGUNÇA
DISFARCES
INSÔNIA
GOLPES
PRESTAÇÃO DE CONTAS
CIRCO
FILTRO
TATAME
FANTASMAS
ÓPERA NATALINA (CAPÍTULO ESPECIAL)
DOR
CASULO
METAMORFOSE
REFÚGIO
PRIMAVERA
REORGANIZAÇÃO
MUROS
PÓLVORA
FIREWORK
DESNUDE
RESSACA
INTRUSO
ATRITOS
MELANINA
MUDANÇA
LATARIA
DESPEDIDA
CURA
O TEMPO (CAPÍTULO ESPECIAL)
O TEMPO PARTE 2 (CAPÍTULO ESPECIAL)
O TEMPO PARTE 3 (CAPÍTULO ESPECIAL)
O TEMPO CAPÍTULO 4 (CAPÍTULO ESPECIAL)
O TEMPO PARTE 5 (CAPÍTULO ESPECIAL)
DEDILHAR
MEL
JOGO DE CAMA
FELIZES PRA SEMPRE
ÁGUA
VISITANTES
CULPAS
CALOS
CABINE
CASA
NÍVEIS
FEVEREIRO
CIÚMES
ACERTOS
PANORÂMICAS
RETAGUARDA
COMPLETUDE
DIVÃ

AMANHECEU

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By BrinSilveira


Quando Benício voltou a acordar naquela manhã, acabou por escutar um som diferente do habitual rock in roll no celular e percebeu que já existia uma agitação natural do seu dia. Som de carros, caminhonetes e cavalos passam com muita frequência pela sua rua, barulho de mulheres varrendo suas casas e gritando com seus filhos que já estão pendurados nas árvores de tamarindo presentes em boa parte das casas daquele bairro.

O cheiro do mato, das roseiras de Dona Mariana, e do alho fritando para temperar o feijão da casa de Dolores é presente no seu quarto, alguém já tinha aberto sua janela.

O celular não para de tocar e Benício toma um susto ao perceber que todas essas coisas não deveriam estar acontecendo ainda, a não ser que ele estivesse atrasado, atrasado não, muito atrasado e que o som do celular não era mais do despertador, e sim da oitava ligação de Vicente seu chefe no celular.

- Porraaaaaaa

O rapaz após o palavrão pula da cama e percebe que a situação é muito pior do que ele pensava, já passavam das nove horas e precisaria de uma desculpa muito convincente nos quinze minutos que correria até chegar ao trabalho. Na verdade ele já tinha utilizado todo o seu estoque, e apesar da tamanha criatividade que possuía, como matar um avô já falecido há vinte anos, ou inventar uma grave doença do seu amigo de escola já havendo se formado há três anos, ele sabia que Vicente já não acreditava mais em seus contos.

Na correria escovou os dentes porcamente, passou a mão molhada na cara amassada e depois nos cabelos curtos e vestiu a primeira bermuda e camiseta que encontrou pela frente. Não teria tempo nem para tomar um bom café da manhã, algo que iria se queixar por todo o resto da manhã.

Ao passar pela sala Ben encontou Fred sentado no sofá lendo um jornal, ainda vestindo a calça do pijama. Enquanto calçava o tênis resolveu questionar o cunhado que aparentemente estava bem concentrado na sua leitura.

- E aí Fred, de folga hoje é?

Ele sabia que isso era muito raro de acontecer, Fred conquistou tudo na vida por ser um cara muito dedicado ao trabalho, sabia também que a luta que estava travando para amarrar o cadarço do tênis e correr para o trabalho jamais aconteceria com o cunhado, Fred era o cara mais pontual que Ben teve a oportunidade de conhecer. Pontual não, ele era melhor que isso, sempre chegava antes do horário.

- Não cara. Você esqueceu? - Falou abaixando o jornal e olhando a agitação do cunhado- Eu disse ontem a noite no jantar, que o meu chefe pediu para que eu fosse hoje apenas no final do expediente, ele quer ter uma conversa séria comigo.

Ben se lembrou da conversa da noite anterior e também recordou da excitação gerada entre todos da casa, era muito provável que o assunto seja uma promoção muito merecida para o cunhado bonitão.

Benício consentiu com a cabeça demonstrando se recordar agora da fala de seu cunhado no dia anterior, enquanto se levantava e pegava a mochila, celular, carteira e chave da casa.

- Atrasado cara?
- Porra, e muito. Você bem que poderia ter me chamado.
- Mal aí velho, eu me perdi aqui com a leitura. Quer que eu te leve?
- Não, tranquilo, o tempo que você levará pra tirar essa caranga da garagem eu já estarei lá dentro da academia.
- Beleza, então corre lá meu garoto.

Enquanto saía correndo pelas ruas se desviando de todos a sua frente, pensava nas últimas palavras de Fred o chamando de seu garoto. Ele sentia saudade da amizade que um dia teve com o seu cunhado, de como ele e a irmã haviam sido fundamentais após ter ficado órfão. De como celebraram a chegada de Rosa, sentia saudade do calor dos rápidos abraços que recebia do cunhado quando ele chegava cansado do trabalho.

Era sempre algo muito automático, seu Ecosport 2005 entrando barulhento na garagem, um homem de pele clara, marcada pelo sol e pelo suor do dia, abria a porta e entrava cheio de pastas dizendo sua tradicional frase imitando o patriarca da família dinossauros.

- Querida cheguei!

Rosa largava o que estava fazendo e corria para o pai feito um carro desgovernado, ele jogava as pastas no sofá e abraçava a filha carregando-a no colo. Em seguida colocava a menina no chão, segurava na cintura de Berê que estava limpando alguma coisa e a puxava para um beijo.

- Um beijo na minha lindona, agora um beijo na minha lindinha e o lindão aí também quer beijinho?

- Quero... um beijo forte, na boca, de língua, para sentir o teu gosto.

Era óbvio que Ben jamais diria algo assim, nem mesmo brincando, mas pensava nisso enquanto o Rei da casa vinha e o apertava num forte abraço, algo que já o deixava muito feliz.

- Berê como o seu irmão cresceu, olha o tamanho desse rapaz, está quase da minha altura.

O que era um exagero de Fred, Ben tinha um metro e setenta e cinco, o cunhado um e oitenta e seis. Depois do jantar aos olhos de Benício era bonito de ver o homem contando com alegria as inúmeras dificuldades que apareceram e como ele soube lidar com cada uma delas. Fred era um verdadeiro líder.

No fim da noite, enquanto Berê fazia Rosa dormir, Fred aproveitava para tomar um banho e Ben assistia alguma inutilidade na televisão. Geralmente enquanto Berê seguia na luta de domar a pequena monstrinha Fred surgia na sala, vindo direto do banho, ainda com o cabelo molhado, já vestido com elas, as malditas cuecas.

Duas eram pretas, uma azul marinho, três brancas, duas vermelhas, uma bege, uma cinza e a cruel samba canção, e Ben era diariamente torturado por alguma dessas. Ele chegava já se jogando no sofá, com todo peso de uma única vez, meio que se livrando da carga diária que tinha que carregar. Em seguida como o legítimo dono de tudo aquilo que conquistou na vida pegava o controle da mão de Benício, escancarava as pernas apoiadas na mesa de centro, e começava a fazer o mesmo que o rapaz anteriormente, procurando alguma bobagem na tevê.

Ben naquela altura não brigava mais com Fred por ele fazer aquilo, ainda na adolescência reclamava pelo cunhado ser tão sem educação lhe tirando a diversão de zapear os canais da tevê. Mas com o aumento da testosterona logo passou a pouco se importar com o que a televisão transmitia, era Fred chegar na sala para que ele perdesse completamente o interesse pela televisão, tinha algo muito mais útil para assistir e admirar quando ele chegava.

Uma gota pesada caía do seu cabelo molhado direto no peitoral, ela descia até o mamilo esquerdo, seguia o seu caminho pela barriga, fazia o contorno pelo umbigo, descia até onde podia e penetrava no tecido da cueca, uma gota que poderia facilmente ser a saliva que havia sido gerada na boca do rapaz com aquela cena. Fred dava uma gargalhada assistindo alguma bobagem na televisão, Ben tentava acompanhar desgrudando seus olhos dele mas era inútil, o estrago que aquela gota fazia com sua imaginação era algo enlouquecedor, ele se perdia como que em cenas de câmera lenta. Fred era o seu maior entretenimento nas suas noites.

Mas a sua tortura não parava ali, após a gota sempre tinha algo a mais, era questão de esperar alguns segundos, às vezes minutos e pronto, lá vinha a sua perdição. Fred repousava a mão sobre o membro, mas o pior vinha sempre depois, o cunhado de Benício tentava fechar toda a sua mão no seu belo pacote e o coçava uma, duas, três vezes, fazia isso com força, Ben assustado procurava o rosto dele tentando perceber se ele havia notado algo, mas Fred permanecia sua atenção voltada para a televisão e novamente voltava a gargalhar.

Ben novamente pensava no estrago que aquela cena comum estava gerando na sua cabeça, era impossível evitar uma afobação de sua parte, mas logo caía em si e pensava no estrago que poderia causar na família se aquilo viesse a tona. Seria sim algo muito grave, muito maior que sua notável excitação. Não queria e não poderia insistir mais naqueles pensamentos.

A culpa fazia com que Ben despertasse do seu transe, o rapaz logo se levantava, e ia até o quarto de Rosa atrás de Berê, na maioria das vezes Ben encontrava a irmã exausta e logo assumia a tarefa de finalizar a forte lutadora. Berê enquanto isso acabava com a diversão de Fred na sala, o levava para o quarto, se trancavam e para uma leve ponta de frustração de Benício se amavam.

Com Benício geralmente não demorava muito para Rosa dormir, ele tinha de fato uma facilidade muito grande de fazer isso, na verdade de conseguir tudo com ela, coisas simples como um abraço quando estava emburrada, ou comer verduras e legumes após jogar metade na cara dos pais. Isso acontecia na maioria das vezes pelo carinho que a menina sentia pelo único tio, os dois passavam a maior parte do tempo juntos, Berê dizia que Ben era o seu babá, assim como ela tinha sido para ele.

A irmã não falava isso em tom de cobrança, nunca sequer exigiu que Ben se doasse pela sua filha como ela havia se doado por ele, era na verdade como uma fala de unidade, de como era valoroso se ter uma família realmente unida.

Ben em meio aos seus pensamentos acabou por entrar finalmente na rua da academia, mas para seu desespero voltou a pensar em seu muso, ele mesmo Fred.

Recordou que fazia muito tempo em que o cunhado não lhe tratava assim, como seu garoto. Na verdade havia percebido a mudança cerca de um ano atrás talvez. Desde então o cunhado chegava em casa beijando as meninas e lhe tratava com um aperto seco de mãos, foi nessa época também que começou a usar a tal calça de moletom pra dormir. Ben não sabia ao certo se tinha contribuído de alguma forma para aquele tratamento, se tinha feito ele mesmo não sabia o que.

Parou para tomar um ar e seguiu seus passos rápidos até a porta da frente da academia de Vicentão.

- Eu acho que não - Pensou alto imaginando que se Fred tivesse percebido alguma coisa, possivelmente teria comentado com Berê, e logo a irmã teria surgido lhe questionando o que poderia estar acontecendo com ele. Concluiu que tudo na verdade mudou porque Ben cresceu e Fred percebeu isso, não era mais natural dois homens ficarem se beijando, nem se abraçando, mesmo que façam isso sem maldades, como parentes. Ele havia crescido, e não era mais o garoto de Fred, o filho postiço que acabou tendo sido obrigado a abrigar em sua casa assim que a mãe da esposa morreu.

Ben respirou fundo antes de finalmente abrir a porta da academia e encarar Vicente. Teria que encarar com certeza uma bronca daquelas. Se ao menos o celular tivesse despertado mais uma vez, pensou isso na maior cara de pau após o celular ter tocado infinitas vezes.

- Se ao menos Fred me acordasse - Pensou que o cunhado poderia ter interrompido a sua leitura para salvar o seu dia. Ben acabou lembrando a propósito que teve a impressão de ter visto Fred no quarto logo quando estava amanhecendo. Coisa que não via há muito tempo.

- É ele foi sim e abriu minha janela - Falou sozinho constatando a presença do cunhado logo cedo no seu quarto.

Ben para o seu próprio desespero começou a lembrar dos fatos que se passaram logo pela manhã enquanto ele travava uma luta com o despertador, foi quando chegou finalmente na porta da academia que ele se recordou a coisa mais absurda que já tinha feito em toda sua vida.

- Caraaalho... Eu não posso ter feito isso, eu não chamei ele de Fredelicia.

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