Uma Chance para Amar (01) |...

By AutoraSSantos

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•| Irmãos McDemott - Livro 1 ➜ +16 • A história aborda violência (física e psicológica), tortura explícita e... More

•|NOTAS INICIAIS|•
•|ORDEM DA SÉRIE|•
•|SINOPSE|•
•|ELENCO|•
•|TEASER|•
•|PLAYLIST|•
•Prólogo•
Capítulo • 1
Capítulo • 2
Capítulo • 3
Capítulo • 4
Capítulo • 5
Capítulo • 6
Capítulo • 7
Capítulo • 8
Capítulo Bônus • Parte I
Capítulo Bônus • Parte II
Capítulo Bônus • Parte III
Capítulo • 9
Capítulo • 11
Capítulo • 12
Capítulo • Bônus
Capítulo • 13
Capítulo • 14
Capítulo • 15
Capítulo • 16
Capítulo • 17
Capítulo • 18
Capítulo • 19
Capítulo • 20
Capítulo • 21
Capítulo • 22
Capítulo • 23
Capítulo • 24
Capítulo • 25
Capítulo • 26
Capítulo • 27
Capítulo • 28
Capítulo • 29
Capítulo • 30
Capítulo • 31
Capítulo • 32
Capítulo • 33
Capítulo 34 - Safira
Capítulo 35 - Safira
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38 - Diogo
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41 - Safira
Capítulo 42 - Safira
Capítulo 43 - Diogo
Capítulo 44 - Diogo
Capítulo 45 - Diogo
Capítulo 46 - Safira
Capítulo 47 - Safira
Capítulo 48 - Safira
Capítulo 49 - Safira
Capítulo 50 - Safira
Capítulo 51 - Safira
Capítulo 52 - Diogo
Capítulo 53 - Diogo
Capítulo 54
Capítulo 55 - Diogo
Capítulo 56 - Safira
Capítulo 57 - FINAL
•Epílogo•
•|AGRADECIMENTOS|•

Capítulo • 10

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By AutoraSSantos


*Capítulo Revisado*

Desperto da minha névoa de dúvidas com a pergunta da Jade.

— Como é conviver com três irmãos? Eles são super protetores com você e sua irmã?

Até eu estou curiosa para saber a resposta dessa pergunta, nós duas sempre fomos filhas únicas e nunca tivemos alguém para nos proteger dos meninos. Ter aquela proteção de pai ou irmão, mas nós duas nos viramos bem nessa questão. Pelo menos a Jade, se dependesse de mim ainda estaria com aquele homem sem desconfiar de nada. Ela me avisou que ele não prestava, mas a burra aqui não escutou. Devieria tê-la escutado, assim não teria sofrido tanto quando descobri o seu "segredo".

Maldito!

— Acho muito sufocante às vezes e não são só eles. Tem o meu pai também, e eles puxaram o ciúme e a super proteção dele. Então coloca quatro homens assim em casa — resmunga Thea enquanto revira os olhos. — Não gosto muito, mesmo sendo o jeito deles acabam protegendo demais a mim e minha irmã. Até sobra para minha mãe por parte do meu pai ser assim com ela também, e olha que eles estão casados há quase trinta e um anos.

Nossa! Acho que não aguentaria um homem assim na minha vida.

Se fosse o Diogo você iria aguentar sim – debocha minha consciência.

Consciência idiota!

Não seria ruim ter aquele alguém que se preocupa e quer proteger você, desde que não seja aquele amor doentio no qual em vez de você se sentir segura, sente o medo de estar perto daquela pessoa.

— Acho lindo homem assim, protetor com a pessoa que ama. Desde que não passe dos limites essa super proteção — afirma Jade com raiva.

Em nosso meio de trabalho presenciamos esses tipos de casos mais do que podemos contar. A mulher chegava toda machucada falando que se machucou sozinha, apenas de olhar para o jeito do parceiro e podíamos perceber quem realmente causou o acidente. Nenhum enfermeiro homem podia chegar perto delas, até mesmo com o médico eles ficavam na defensiva. Tenho nojo desses homens que querem mandar na vida da mulher, ser seu dono em vez de companheiro.

Infelizmente nós enfermeiros não podemos fazer quase nada em casos assim, se a mulher não denunciar sozinha, não adianta avisar a polícia sobre caso de violência doméstica. De nada eles podem fazer se a própria vítima não falar a verdade. Fico triste por vivermos em um mundo onde por dia várias mulheres sofrem alguma violência.

Como ficaremos em paz por nossos filhos crescerem em um mundo assim?

Não tem paz... – penso tristemente.

— Sim. É lindo ver os dois juntos. Vocês têm que ver cada uma que minha mãe apronta com ele.

Sou tirada dos meus pensamentos com a risada da Thea, sua risada tão espontânea e verdadeira feliz aquece e acalma meu coração. Sinto como se houvesse algo que me puxasse até ela, que eu deveria proteger ela e nunca mais abandoná-la. O que é estranho, lhe conheço a poucos dias, mas é como se eu a conhecesse há anos.

— Não acredito?! Conheci ela ontem e a achei super simpática. — Resolvo participar da conversa, me lembrando da senhora McDemott.

Gostei muito dela e pareceu ser uma mulher incrível.

— Vou contar sobre minha mãe para vocês. Irão ver o outro lado de Eleonor McDemott que não aparece nas fotos — sussurra risonha.

— Estou muito curiosa agora — sussurra Jade volta.

Quando será que não é? – penso cínica, revirando os olhos mentalmente.

— Safira já a conheceu não é mesmo? — pergunta e apenas balanço a cabeça em concordância. — Minha mãe teve uma vida difícil, seus pais não amavam ela. Tratavam como se fosse mais uma empregada ou nem isso por diversas vezes. Sua mãe a odiava pois mesmo depois de engravidar dela o seu pai não largou a bebida. Ela resolveu engravidar de novo pensando que talvez por minha mãe ser mulher ele permaneceu no vício, mas a segunda gravidez veio um menino, meu tio Rafael, aquela mulher achou que com um menino seu marido iria parar de beber — revela amargamente.

Meu olhar segue até a Jade que tem um olhar melancólico, pego sua mão por debaixo da mesa e aperto em conforto, sua história é parecida com a mãe da Thea. Minha amiga sofreu tanto antes que fosse parar no orfanato, meu peito se aperta ao lembrar da sua história toda vez que vejo as marcas desse passado em seu corpo quando veste alguma roupa mais a vontade em casa.

— Minha mãe passou por muita dificuldade junto com meu tio antes que meu pai aparecesse em sua vida. Ela tinha conseguido um emprego em uma pequena lanchonete, a dona Marta a ajudou muito, quando mamãe estava na escola ou trabalhando ela cuidava do meu tio. Em um belo dia de trabalho meu pai apareceu. — Sorri com nostalgia ao contar a história dos seus pais. — Minha mãe nos disse que era simplesmente o homem mais bonito que já tinha visto, eu não duvido disso, acho meu pai muito lindo. Dizem que eu e o Dominic somos mais parecidos com ele. O Jonathan, Diogo e Mia com a minha mãe. Mas voltando a história da minha mãe; meu pai que foi falar com ela, em suas perguntas sempre tinha a palavra minha. Meu pai afirma que quando um McDemott utiliza essa palavra pode ter certeza encontrou a sua mulher ou homem. Pode parecer estranho, mas eu sempre ouvi ele falar isso principalmente para meus irmãos. Infelizmente não adianta, pois eles querem saber apenas de curtir. — Revira os olhos com tédio.

Mais um motivo para me manter bem longe do Diogo McDemott.

— Nossa! — murmura Jade com melancolia em sua voz, isso me indica que está se lembrando do seu passado. — Nunca iria imaginar isso.

— Nem eu. E olha que os conheci ontem — concordo, completamente em choque por saber da história sobre o passado da Eleonor.

— Ninguém imagina, todos apenas olham a minha família pelo sobrenome McDemott, não olham além desse nome. Ainda mais minha mãe que está casada com um dos melhores advogados de Washington mesmo com a aposentadoria do meu pai.

— Infelizmente é a verdade, às vezes julgamos por aparência sem conhecer a pessoa direito — confesso pensativa.

Realmente essa família não é nada como eu esperava, no começo estava com medo de conhecê-los por pensar que eram esnobes, mas não poderiam ser totalmente diferentes. Infelizmente nós julgamos as pessoas antes mesmo de conhecê-las, isso é horrível da nossa parte.

— Muitos são assim. Agora vocês sabem um pouco da história dos meus pais, e viram que eles nem sempre foram ricos. Mesmo assim possuem a mesma essência de quando estavam passando dificuldades, muitos mudam completamente por dinheiro. Acho horrível pessoas assim, que deixam o dinheiro subir à cabeça e começam a se acharem superiores. Crescemos com nossos pais nos mostrando e ensinando que dinheiro não é tudo.

— Nossa. Sua família é rara! — afirmo surpresa.

— Sim, muito rara — concorda Jade. — Não é todo mundo que ao ficar rico permanece do mesmo jeito que era antes. — Se levanta para olhar a lasanha.

— Exatamente, e sou muito orgulhosa dos meus pais. — Sorri sinceramente.

— Tenho certeza que sim. — Retribuo seu sorriso e tento mascarar a dor por me lembrar de como minha família era.

— Safira, no hospital quando nos esbarramos, esqueci de pegar seu telefone. Poderia me passar para conversarmos? — pergunta com receio, com aquele mesmo olhar repleto de medo da rejeição.

— Claro. — Lhe passo meu número.

— Meus amores a lasanha está pronta. Vamos comer! — avisa Jade trazendo aquela delícia, e acho que se ela não amasse o seu trabalho teria feito gastronomia, ela manda muito bem na cozinha.

Thea e eu ajudamos a arrumar a mesa e cada uma se serve. Em silêncio comemos perdidas em memórias. Aquela dor ao lembrar dos meus pais surge novamente, toda vez que como uma lasanha me lembro daquele dia tão triste para mim. Um dia que começou tão perfeito se tornou uma tragédia em questão de horas.

A cada aniversário sofro mais do que pensei que poderia suportar, mas tento me manter forte, sei que eles não iriam querer que eu estivesse afundada em meio a dor. Além de estar completando mais um ano de vida, sempre se é completado igualmente mais um ano desde a morte dos meus pais.

Todos os anos Jade tenta fazer com que esse dia seja ao menos um pouco feliz, mas não consigo imaginar ele como um dia feliz. Então sempre acabo me isolando em meio às memórias felizes que vivi por poucos anos com os meus pais. As terapias que fiz no passar dos anos, surtiram efeito, porém é impossível não me lembrar dos meus pais. Jamais irei esquecê-los ou o motivo que os levou de mim.

Saio de meus pensamentos com a voz de Thea.

— Nossa que delícia! — Se refere a lasanha, e sorrio com seu jeito de falar.

— Obrigada linda. Sempre que vier sinta-se convidada para jantar conosco — diz Jade.

— Sério mesmo? — pergunta emocionada.

— Claro Thea. Sempre que tivermos em casa, pode vir a vontade. — Pego sua mão apertando de leve para lhe trazer conforto.

— Não só aqui, mas também quando for ver seu irmão e quiser nos encontrar no hospital pode nos procurar. — Jade diz séria.

— Muito obrigada meninas, e não pensem que irão se livrar de mim. Agora que somos amigas terão que me aturar.

Rimos do seu jeito que falar e sinto uma paz por ela confiar em nós. Se depender de mim pelo menos tentarei ajudá-la mesmo que ela não tenha falado nada. Isso me faz lembrar da Dona Ana, tenho que conseguir ajudar ela também, não pode mais conviver com aquele seu neto. Só de pensar nele e nos olhares que lançou para mim sinto um arrepio de medo.

Tento me distrair o resto da noite com as brincadeiras que Jade faz para tentar deixar Thea mais a vontade. Quando terminamos o jantar e limpamos a cozinha, Jade coloca um filme de romance para assistirmos, o que resulta em três mulheres chorando pela perfeição que foi o romance do casal, me senti melancólica ao constatar que homem daquele jeito apenas existe nos filmes e livros infelizmente.

Antes de ir embora notei um brilho no olhar da Thea que antes não tinha, imagino que esse foi o brilho que ela sempre teve antes de alguma coisa acontecer e apagá-lo. Fico feliz por aos poucos estarmos conseguindo trazer aquela Thea que eu imagino que ela era antes.

Como Jade ainda está na sala assistindo outro filme, resolvo ir tomar um banho para dormir novamente. Realmente o cansaço está demais, tenho vontade de dormir uns três dias seguidos para me recuperar e esse cansaço ir embora. Entro no meu quarto e vou direto ao guarda roupa escolher uma roupa leve para dormir, hoje está um pouco quente. Mas não me acostumo muito a esse tempo, sei que logo o frio voltará com tudo. Sempre é assim.

O meu banho foi composto por memórias, não impedi as lágrimas de rolarem pelo meu rosto ao lembrar dos meus pais. Suspiro trêmula quando pego a toalha e me seco, ao terminar enrolo ao redor do meu corpo e vou até o espelho passando a mão para retirar o embaçado causado pela água quente. Como era de se esperar meus olhos estão avermelhados pelo choro.

Coloco minha roupa no automático, sempre fico assim por causa das lembranças que surgem como uma avalanche quando está perto do meu aniversário, que é em poucas semanas, no início de março.

— Você é forte Safira, passou essa data por quinze anos, será apenas mais um ano  — afirmo com seriedade encarando meu reflexo.

Saio do banheiro um pouco mais leve, apenas tudo o que precisamos é colocar para fora essa dor que sentimos, nem sempre chorar é sinônimo de fraqueza. É apenas um meio que temos para colocar todo o sentimento de dor para fora, nem sempre segurar é o melhor.

Chorar não está apenas relacionado à dor. Momentos de alegria também podem trazer grandes emoções e assim causar episódios de choro sem fim. Por isso quando alguém chora, eu não olho para ela e penso: Pare de chorar, isso te deixa fraca!

Quem pensa assim deveria rever os seus conceitos relacionados a cada sentimento existente e também ter em mente que cada pessoa tem o seu modo de reagir ante fortes emoções, ninguém é igual. Algumas pessoas podem não chorar por algo, e isso não faz dela uma pessoa fria. Outras pessoas – como eu –, choram por cada milagre ou tristeza, mas isso não me faz fraca.

Cada um tem o seu modo.

Esse é o meu.

Revisado
24/05/2020

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