Soldier Heart. | H.S || A RES...

By autorax

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"Eu devia matá-la mas, ela matou esse lado de mim" More

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01 - Run.
02 - Styles.
03- Bath.
04- Room.
05- High.
06- Runaway.
07- Niall.
08- Deathly.
09- Pain.
10- Tease.
11- Lake.
13 - Gone.
14- Changes.
15 - Lótus.
16. LoveSick
17. Morphine.
18.YOU.
19. Love you Goodbye.
20. Mr. William.
21. Truth.
22. Undercover.
23. Ready to fck.
SOLDIER HEART SOB REVISÃO

12- Thunderstorm.

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By autorax




Este é o meu capitulo favorito so far, por favor mostrem algum amor e digam-me o que acharam.. estou muito confusa sobre o que sentir sobre o rumo que a história está a tomar e, sabendo que lêem gostava muito muito de saber a vossa mais sincera opinião! <33
10 gostos para o próximo capítulo


Não sei identificar que horas eram quando um trovão intenso fez toda a casa de Niall estremecer e, por consequência acordar-me, brutalmente, de um sono pouco pacífico.

Lancei automaticamente a mão à pequena caixa de fósforos que estava algures na pequena mesa de cabeceira e acendi a vela que também lá se encontrava, permitindo-se iluminar subtilmente o quarto onde segundos antes eu dormia.

Já um tanto aterrorizada olhei para Harry, que dormia com a cara esborrachada, completamente alheio à tempestade que parecia ter começado alguns, bons, minutos antes.

Com a ausência de novos trovões dei por mim a analisar o seu rosto, a maneira calma como mantinha os seus olhos fechados, como se sentisse em total segurança e nada o colocasse em alerta. Os seus lábios formavam um pequeno bico pela forma como o seu rosto de afogava no material fofo da almofada. Os seus braços estavam para cima e as mãos desapreciam por de baixo da sua cabeça e almofada, estavam descobertos e, pela primeira vez pude reparar que existia uma pequena tatuagem perto da sua axila. Tomada pela curiosidade aproximei-me mais para tentar decifrar.

Acho que perplexa pode ser pouco para descrever o meu estado quando descobri do que se tratava o desenho. Era uma rosa. Bastante pequena e delicada, contrastava totalmente com toda a essência de Harry. Algo tão mínimo que não era perceptível a olho nu. Mais uma vez, inconscientemente os meus dedos tomaram a liberdade de tocar a sua pele, fazendo correr pelas minhas veias um choque de adrenalina, aquela pouca distância e invasão em grande quantidade do espaço de Styles poderia ser deveram perigosa caso o mesmo se desse conta do acontecimento. Com o medo, e guiada pelo leve tremor que ele fez, talvez ao sentir os meus dedos gelados no seu tronco nu, afastei-os da sua pele. No entanto, continuei a observar o pequeno pedaço de arte. Tinha um ar apagado, como se tivesse sido feita muitos anos antes, e tivesse percorrido com ele todas as suas aventuras e guerras. Tanto interiores como exteriores, próprias e comandadas por outro alguém.

Perdida em pensamentos aleatórios encostei-me à cabeceira da cama, com os braços cruzados sobre o peito. Estava frio. Apesar do dia quente que se tinha feito sentir a noite estava gelada e arrepiava todos os pelos do meu corpo. Ainda que contrariada, tive de ir buscar algo mais quente ao roupeiro de Niall. Eu não queria invadir o seu espaço pessoal enquanto o mesmo dormia no entanto, o meu estado deplorável de frio fez Harry elevar o seu tom de voz, afirmando que se eu não fosse buscar roupa, espancaria Wood até o mesmo acordar e me entregar uma roupa mais quente. Por saber das suas capacidades e insensibilidade, achei que seria mesmo melhor ir arranjar algo mais quente. Tais peças que se resumiram a uma camisola de pelo e umas calças de fato-de-treino com um aspeto velho e gasto.  

A verdadeira questão surgiu depois do terceiro trovão daquela madrugada. Como seria a minha vida dali para a frente? Apesar da companhia e casa de Niall ser o mais perto de conforto e lar que eu tinha tido nos últimos meses, a minha vida não podia ser para sempre aquilo. Ficar ali muito mais tempo seria pura e simplesmente aproveitar-me da simpatia do Loiro. E, por muito que soasse maluco na altura do campeonato, eu queria ter a minha própria vida, um dia formar a minha família, ainda que fosse complicado pelas catastróficas repercussões que aquela sangrenta Guerra traria a todo o futuro dos irlandeses sobreviventes.

Harry iria partir, o mesmo garantia que ainda não sabia bem como nem para onde mas era óbvio. Para uma base, a mais próxima e não atacada e pediria um bilhete de volta para a pacificidade do seu país, da sua cidade e da sua família. Estava para breve essa tão, para ele, ansiada partida. E, embora eu estivesse feliz pelo facto de o pesadelo ir acabar para ele, não deixava de sentir um misto de emoções um tanto confusas, tanto de raiva como de angustia. Talvez, iludida pela esperança achei que o facto de ele ser soldado poderia ser algum tipo de salvação para tudo aquilo que eu acreditava que poderia ainda vir a fazer.

No entanto, pensamentos daqueles eram, no mínimo ridículos. Harry não deixaria de ser alguém frio e cheio de si mesmo para ver além das palas e aperceber-se de que dos três que estavam naquela casa, só ele tinha a oportunidade de começar de novo, planear uma vida e apagar a possibilidade de permitir novas amizades e relações de saberem que algum dia ele foi um assassino de sangue frio. Era uma sorte e um azar de gigantes proporções.

Com isso voltou-me a verdadeira questão, para qual provavelmente nunca ninguém iria ter a real resposta, a mais honesta e sincera. Porque é que eu o tinha salvo? A minha cabeça era um local de constantes contradições, era uma mistura de opiniões que chocavam de uma maneira agressiva umas com as outras. Eu queria tê-lo deixado afogar-se no próprio sangue, na própria ruína, no lugar que nunca foi para ele semelhante a um lar. Porém, viver sabendo que ele me tirou da morte fora de algo a que pudesse chamar lar, e não retribuir o favor seria um peso e um karma demasiado pesado para eu carregar para toda a minha eternidade. Embora eu pudesse usar esses pensamentos e ponderações para justificar aquele ato no momento nada daquilo me passou pela cabeça. Foi algo muito mais forte, muito mais inexplicável.

Um clarão de luz roxa atravessou todo o quarto, seguido imediatamente pelo trovão que o acompanhava. Encolhi-me com o medo, causando, desse modo, um estremecer da estrutura metálica da cama. Harry remexeu-se, talvez já acordado mais ainda meio atordoado. Tive medo de o acordar e despontar alguma atitude agressiva da sua parte e, ainda que assustada, peguei na vela para ir para outra zona da casa.

A trovoada estava exactamente por cima da casa, agressiva e barulhenta, causando-me uma enorme vontade de chorar. Pé ante pé caminhei pelos curtos corredores de Niall chegando à cozinha. O plano era fazer um chá para me acalmar. Acendi mais três velas para iluminar um pouco mais o local. O meu coração estava a mil e eu sentia-me perto de um enfarto. Foi extremamente dramático pensar algo do género mas, não se pode nunca julgar alguém em puro estado de pânico e sem nada nem ninguém para acalmar ou garantir que no final tudo iria ficar bem.

E aconteceu, nessa noite, eu não fiquei sozinha. Talvez não tenha sido com uma companhia de eleição, mas talvez com a melhor que eu podia ter pedido, olhando para trás em toda a minha história. Harry surgiu, sonolento pela porta da cozinha, com um ar confuso e perdido, completamente alheio ao meu estado, enquanto coçava os olhos e puxava as calças para cima. As minhas mãos tremiam e soavam, um suor frio e desconfortável. Não queria que Styles de apercebesse por isso virei-me de novo para o pequeno fogão tentando-me acalmar enquanto o outro acordava do recente sono.

Os meus lábios doíam e brevemente sangrariam pela força que eu exercia sobre os mesmos com os dentes, cada vez que um trovão era ouvido os meus pés contorciam-se e o meu coração parecia falhar uma batida.

Senti que Harry se aproximava lentamente de mim, ainda sem pronunciar nenhuma palavra, provavelmente ainda confuso e alheio a tudo o que estava a acontecer ao seu redor. Ou assim pensava eu.

A agua começou a ferver e eu lancei para dentro da pequena panela uma quantidade razoável de pequenas folhas de jasmim e camomila, sentindo-me nervosa pela junção dos trovões com a presença próxima de Harry.

Fui apanhada de surpresa quando Harry se pronunciou, mais perto do que eu achava que ele realmente estava.

- Porque é que tocas em tudo o que te é estranho? Não tens medo que seja venenoso?

Fiquei um pouco confusa com a pergunta e levei alguns segundos até compreender do que realmente se tratava. Ele estava acordado quando eu vi a sua tatuagem.

- Nunca me preocupei muito com venenos, porque sei que se tiverem de me atacar não será num momento de vulnerabilidade. - Confessei enquanto mexia o chá, tentando não deixar transparecer o meu nervosismo. Mas falhei, falhava sempre.

- Estás nervosa. - Afirmou e eu neguei com a cabeça como resposta, não querendo virar-me para me desmascarar, a minha cara devia estar de dez cores diferentes no momento. - Estás nervosa, mas não sou eu que te estou a deixar nervosa. - Afirmou, com a maior das certezas. Certo de si mesmo, como sempre.

- Talvez sejas. - Disse desligando a chama assim que senti que seria o momento indicado. Tapei a panela e mantive-me com o olhar vidrado na janela, tentando ignorar os trovões que, apesar de mais distantes, continuavam intenso. - Toda esta proximidade vinda da tua parte pode-me deixar nervosa ou desconfortável.

- Rose, ambos sabemos que eu não te deixo nervosa, talvez ansiosa ou com medo, mas não com pânico. Tu estás num estado de pânico sufocante, até para mim, que não sinto qualquer tipo de empatia por pessoas. - Disse e colocou-se ao meu lado olhando pela janela, no preciso momento em que o céu foi raiado por um intenso relâmpago seguido de um estrondoso trovão, que me fizeram, inconscientemente, estremecer. Harry olhou perplexo para mim, já previa o que dali vinha. - Tens medo de trovoada? - Perguntou e, sem me dar tempo para resposta disse - Tens medo de trovões.

Assenti que sim com a cabeça virando-me, finalmente para ele, permitindo-me exibir o meu rosto petrificado.

- E eu sei que vais gozar, ou dizer que devia ter superado isso em criança e todas as tretas do costume. Embora desnecessárias casuais, conheço-as todas, será uma perda de saliva, mas se te sentires no direito força. - Disse suspirando, desviando o meu olhar para o seu peito, recusando-me a sofrer a humilhação de olhos nos olhos.

- O que te espantou tanto na minha tatuagem? - Perguntou deixando-me bastante confusa, o que é que aquilo tinha a ver com o que eu tinha acabado de dizer? Nada. Para variar. Parei para pensar, olhei de novo para os seus olhos e tentei arranjar as palavras certas para expressar a confusão que aquelas linhas me tinham causado.

- Ser uma rosa. - Disse, muito sinceramente.

- Consegues calcular o seu significado? - Perguntou, enquanto pegou na minha mão para a deixar perto da sua pequena tatuagem. Ainda que a medo, tomei a coragem e liberdade para passar os dedos pela mesma, como tinha feito mais cedo naquela madrugada. Senti a sua pele arrepiar-se. Era um contacto estranho, sentia-me a quebrar bastantes barreiras com um simples toque. Toque que, para muitos não passaria de um toque mas que, no caso, naquele caso, no nosso caso, tinha muitas emoções misturadas, ainda que camufladas pela suposta indiferença de ambos.

- Vindo de alguém como tu, não. É algo demasiado delicado, não se enquadra no que tu és, no que representas. - Murmurei não querendo, de todo, insula-lo ou insinuar algo que poderia ser interpretado de maneira incorreta.

-. Na verdade, apesar de delicadas e belas, todas as rosas têm os seus espinhos, e esses espinhos que muito odeiam e avaliam como sendo desnecessários são a parte mais bonita da rosa. São as suas defesas, são as suas proteções para as defender dos seus medos. Medos, são algo que todos negamos e queremos esconder. 
Vendo bem a vida é um ciclo bizarro de medos, um verdadeiro espectáculo de horrores e muitas vezes os acontecimentos porque passamos levam-nos a permitir crescer em nós espinhos. No teu caso, é irónico e assustador condizeres tão bem com a definição de uma rosa. Como o teu nome te assenta tão terrivelmente bem, como mais nada te assentaria da mesma maneira.

- Harry, eu.. - Tentei interromper, não sabendo bem o que ou como protestar contra aquela sua sentença tão certa e confusa.

- És um caminho de espinhos, tentadora, como qualquer rosa. Talvez me arrisque a fazer transparecer algo que não seja o que sinto mas, bonita como uma. Algo em ti se destaca de uma maneira louca. Como uma rosa selvagem num monte de margaridas. E por seres assim também tens o outro lado de ser como uma rosa, tens espinhos. E, arrisco-me a dizer que talvez os mais perigosos que eu pude ver até hoje. No final de contas tu assustas-me e não no mau sentido, atenção. Assustas-me e fazes-me levantar os meus espinhos. Porque te destacas, porque és tu e isso assusta qualquer um que torne a sua superioridade como garantida. De uma maneira estonteante tu chegas e tomas quem és como o mais certo a ser e arriscas, mesmo sabendo toda a situação em que te encontras. Por isso não, Rose, eu não seria capaz de gozar ou sequer ponderar menosprezar um medo, simples, para mim, como trovoadas. Todos temos medos, e o teu ser trovoadas deixa-me até.. fascinado posso dizer.

Harry disse tudo aquilo sempre com os olhos fixos nos meus, deixando todo o discurso mais intenso e emocional. O que ele dizia soava como a mais certa das filosofias. Como se estivesse a recitar a mais bela das poesias e eu quase pude esquecer quem ele realmente era. E a maneira como naquele momento cantava aquelas belas palavras e no momento seguinte voltaria a ser agressivo e impassível.

- Deixas-me muito, muito confusa, Harry. - confessei e recebi um olhar questionador da sua parte. Antes me me justificar tratei de fazer a separação da agua do chá e das pequenas folhas e colocar o liquido numa caneca de barro que Niall tinha algures pelo balcão. Após o ter feito caminhei até à mesa e sentei-me com uma perna por baixo do rabo e a outra, consequentemente, ficou pendurada. Harry sentou-se à minha frente, ainda à espera da possível justificação que eu pudesse dar.

- Não te sei explicar mas eu não consigo definir um sentimento por ti, se ódio, se compreensão,  se pena, se repugnância, se carinho. As tuas mudanças constantes de humor e de maneira de ser e agir deixam o meu cérebro numa completa confusão.

- E que tal se não sentires nada? - Lançou enquanto me observava, atentamente, a beber o chá, que ainda estava bastante quente.

- Não sou capaz de não sentir nada, nunca fui. E há alturas em já não conseguimos apenas esconder sentimentos e emoções, não dá simplesmente para os arrancar de nós mesmos, pegar neles e atira-los para dentro de uma mala que fique presa no passado. As coisas não funcionam assim, pelo menos não para mim. E não sei como consegues ser tão certo dos teus.

- Eu não sou certo dos meus sentimentos, também os tenho, não tão expostos ou confusos, talvez, como os teus. Porque, sinceramente, nem eu os consigo entender bem. É mais fácil, para mim, esconde-los do que expressa-los. Quando mal expressados podem causar mal entendidos que levam a ódios e a raivas mudas.

- Vais ter de partir para Londres? - Mudei de conversa, como ele costumava fazer. E, assim como costumava reagir quando o fazia assim o fez comigo. Com uma cara pensativa pareceu ponderar a resposta mais delicada ou mais agressiva que poderia dar, optando no fim por um simples.

- Sim.

- Quando?

- Hoje. - Disse e eu engoli em seco, desviando o meu olhar. Sabia que a sua partida estava para breve mas não esperava que fosse para tão perto. Assenti que sim com a cabeça, como se concordasse com a sua partida, ainda que, o meu consentimento para nada servisse. Entretanto acabei o chá que, enquanto descia pelo meu esófago queimava o mesmo. Suspirei preparando-me para me levantar e voltar para a cama porém, fui interrompida por Harry que se pronunciou.

- Vem comigo lá fora.

Fiquei estática, a olhar para ele com a maior cara de terror que poderia alguma vez fazer. Harry sorriu, um sorriso um pouco difícil de decifrar, parecia um pouco alucinado até.

- Estás louco? Estão a chover raios lá fora, estamos no meio do mato! Sabes o que te acontece se um deles te cai em cima? Acabou, adeus adeus vida.

- Pensei que não tinhas medo da morte?

- Quem te garante uma barbaridade desse tamanho?

- Tu mesma. - Afirmou com um sorriso cafajeste, carregado de sarcasmo.

- Estás maluco se achas que eu vou lá para fora! - Murmurei num tom mais alto, toda aquela conversa tinha sido feita num tom razoável de murmúrio porque Niall ainda dormia, agora já no quarto porque devia ter acordado algures naquela noite.

- Eu sei que tens a mania que tens sempre escolha ou voto na matéria mas neste caso não. - Harry afirmou e sem a minha devida autorização pegou em mim como se eu não passa-se de um saco de batatas e colocou-me ao seu ombros. Tentei espernear mas foi em vão, quando me apercebi já estávamos no exterior, vulneráveis debaixo dos relâmpagos e trovões. Como não havia mais nada que eu conseguisse fazer, ausente do controlo das minhas próprias emoções comecei a chorar, foi inconsciente.

Harry pousou-me no chão, à sua frente e eu deixei-me escorregar até ficar sentada, numa especie de bolinha humana. De uma maneira bizarra eu confiava em Harry e sabia que aquilo não era para me martirizar ou fazer-me sentir mal. As lágrimas escorriam apressadamente pelo meu rosto, num choro silencioso e doloroso, enquanto ouvia os trovões e sentia a luminosidade dos céus ao que os mesmos eram raiados pelos relâmpagos.

Harry contornou a minha figura e ficou de frente para mim, de cocaras.

- Rose. - Chamou e eu não respondi, sentia-me demasiado vulnerável para o fazer.

-Rose, olha para mim, por favor. - Pediu e eu, ainda que com algum custo cedi. A sua reação foi impagável. Lançou ambas as suas mãos até ao meu rosto, forçando-me a não desviar o olhar, pela vergonha daquele estado desastroso.

- Rose, por favor, para de chorar. - Pediu aproximando-se de mim. Engoli em seco tentando, simultaneamente, engolir o choro. Assim que o mesmo pareceu cessar senti-me ser puxada para cima pelos braços fortes de Harry. Olhei-o ao que ele voltou a segurar ambos os lados do meu rosto. - Olha para o céu. - pediu e eu neguei com a cabeça como resposta.

- Tenho medo.

- Não tenhas. - Pediu e fez alguma força para que eu redireccionasse o meu olhar para o céu, a a chuva estava intensa e caia no meu rosto com alguma intensidade, cegando-me e encharcando-me mais do que o suficiente para garantir uma possível gripe ou constipação.

No momento em que eu limpei os meus olhos encharcados, tanto pelo choro como pela chuva um raio cruzou os seus e, impulsivamente encolhi-me nos braços de Harry que, sem grandes contradições me rodearam fazendo-me sentir, estranhamente segura.

- Harry, eu tenho muito medo. - confessei no seu aperto que, perante essa verdade, aumentou.

- Rose, como todas as rosas têm os seus espinhos todas as noites têm as suas quebras, o céu também chora, o céu também tem crises, o céu está em todos nós. Deixa-te compreender o estado de raiva dos céus, aceita essa raiva em ti, só assim perderás o medo.

Aquela frase tinha sido a mais certa e mais sentida que eu tinha ouvido da sua parte e, perante esse sentimento de entendimento os meus olhos cruzaram novamente os seus ao que eu assentia com a cabeça, como se lhe quisesse mostrar que compreendia o que ele dizia.

- Rose.. eu sei que isto pode soar um pouco estranho, mas.. vem comigo para Londres, mesmo que lá nos separemos e tu sigas outro rumo que não me inclua, que sei que será o mais certo para ambos, por favor vem.

- É mais complicado do que isso Harry, e tu sabe-lo.

- Só precisamos de te arranjar um B.I falso e já está.

- E vivo para sempre com uma identidade falsa.. isso não me soa certo, tu sabes que isso não me soa certo.

- Só precisamos de mudar a tua nacionalidade.

- Podemos falar sobre isso mais tarde?

- Quão mais tarde?

- Antes de ires.

- Não gosto de incertezas.

- Então estás a falar com a pessoa errada.

- Eu sei, Rose.

- Eu sei que sabes, Harry.

Fez-se silêncio. Mais um raios cobriu os céus e daquela vez, não me causou nenhuma sensação de pânico ou ansiedade. Sentia-me quase que protegida no abraço de Harry, ainda que soubesse que não devia. Então, ao contrário da noite anterior, eu consenti e aceitei quando ele voltou a estalar os seus lábios contra os meus, não passando de um simples contacto de peles e se almas, na chuva debaixo do meu maior medo, e sobre o seu maior receio. Trovoada e emoções.

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