Concorrentes -Os Bertottis #1...

By MisMiranda

339K 28.9K 3.1K

[Livro 1] Arabella era a filha mais convencional que poderia ser. Acostumada a não fixar raízes por causa d... More

E l e n c o
E p í g r a f e
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Bônus Miguel
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Bônus Fernanda
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Agradecimentos
B ô n u s #1
B ô n u s #2

Epílogo

5.7K 502 128
By MisMiranda



"Tão bom morrer de amor! E continuar vivendo..." -Mário Quintana




[Miguel] 

Eu estava nervoso, e muito. O local estava cheio, todos os meus amigos e parentes, bem como os de Arabella, estavam presentes para celebrarem conosco o melhor dia de nossas vidas... e eu estava nervoso.

Nunca fui um cara de sofrer por antecipação ou por medo de que alguma coisa saia do percurso, se viesse a acontecer eu simplesmente mudava o rumo e me adaptava da melhor maneira possível. Mas então por que é que eu estou sentindo essa... coisa, no meu estômago? O que seria isso?

Minhas mãos estão geladas e eu estalo freneticamente os dedos em busca de autocontrole, de calma. Respiro fundo uma vez.... é só respirar, eu penso, mande oxigênio para o cérebro, repito mentalmente.

-E aí? Pronto para o grande dia? -Kaile bate em meu ombro e eu quase pulo de susto.

-Mas é claro. -respondo sorrindo.

-Você está com uma cara bem estranha. Parece meio... verde. -ele comentou olhando para o meu rosto.  -Meninos, meninos, -ele gritou chamando a atenção de todos a nossa volta. -...alguém por aí tem um pouco de blush? Acho que meu querido irmãozinho precisa de um pouco de cor nessa cara de defunto. -as pessoas gargalharam.

-Você é muito infantil, sabia? -balancei a cabeça negando, mas mesmo assim rindo da brincadeira.

-Relaxa, irmão. Só estou tentando te ajudar. -ele disse arrumando a gravata borboleta que estava em seu pescoço pelo reflexo do espelho.

-Eu sei, obrigada irmão.

Kaile se virou em minha direção novamente e ajeitou o colarinho da camisa branca social que eu usava por debaixo do terno.

-Irmãos servem para isso. -ele sorriu.  -Sabe, eu não sei se você já sabe, mas escute com atenção porque eu só vou dizer isso uma vez. -ele me encarou agora sério.  -Nós podemos ter nossas diferenças, até porque ninguém aguentaria dois Miguels no mundo, as pessoas iriam morrer de tédio. -debochou ao fazer uma careta.  -Mas mesmo assim, eu gosto de você. E são essas pequenas diferenças que as vezes até nos fazem entrar em atrito, que eu admiro em você. Você se tornou um homem de caráter e respeito, o tipo de cara que é solidário e compreensivo a quem as pessoas recorrem em momentos de dificuldades, um cara tão bondoso e amável que encontrou uma garota incrível a qual quer passar o resto da vida ao seu lado. Você se tornou, entretanto sempre foi, o meu melhor amigo com quem eu podia contar, e também o melhor irmão que eu ou alguém desejaria ter. E... eu amo você, irmão.

Quando Kaile terminou de dizer aquelas palavras eu o envolvi em um abraço apertado. Ficamos assim por alguns segundos e depois nos afastamos, era inegável por mais surpreendente que fosse, o fato de que lágrimas brilhavam nos olhos azuis do meu irmãozinho caçula, coisa que também acontecia nos meus. Mas nenhum de nós ousou derrama-las, o que era uma tolice, claro.

-Eu também te amo, Kai. -respondi.

-Hum, -ele pigarreou.  -...é bom você esquecer tudo que eu te falei agora pouco, porque esse é o meu discurso de padrinho, e seria legal se você fizesse uma cara de surpresa quando eu o dissesse. -ele brincou para descontrair o clima.

-Vou tentar. -ri.

-Tudo bem, vou procurar uma confusão antes da minha hora de entrar. -ele disse como quem tramava algo.

-Kaile...

-Que é? Eu só vou ser chato e inconveniente! Porque pelo que eu soube, aquela bruxinha torturou minha cunhadinha gata a semana inteira. Você sabe que eu gosto de revanche a altura, e o senhor deveria querer vingar sua noiva também. Aquela mulher é... o que tem de linda tem de perturbada. -ele disse confirmando minhas suspeitas.

-Kai, você adora provocar Sofia por qualquer coisa, então não use a desculpa de que é por Arabella. -cruzei os braços.

-Tchau, Miguel. Ah, e vê se não vomita, tá legal? -disse e desapareceu atrás de encrenca.

Esse meu irmão...

O bom é que depois de toda essa conversa eu me sentia muito melhor, mais calmo. Então ajeitei uma última vez o meu cabelo e conferi minha roupa para ver se não tinha nada fora do lugar.

-Noivo! -uma mulher que usava terninho social me chamou da porta do camarim e eu fui até ela.

-Está na hora! -ela disse com uma euforia que me contagiou. -Me acompanhe, por favor. -eu a segui enquanto descíamos alguns lances de escada.

Então chegamos na entrada, as portas ainda estavam fechados mas eu podia ouvir os sons do lado de dentro, a música, os convidados entre outras coisas. Eu tentava memorizar tudo, para guardar cada detalhe na memória para sempre.

A organizadora disse onde eu deveria me posicionar e foi instruir aos demais quanto aos seus postos.

E então começou.

As pessoas foram entrando, eu entrei com minha mãe que estava linda em um vestido vinho e que mesmo estando de salto ainda continuava mais baixa do que eu.

Depois foi a vez dos padrinhos, Fernanda entrou primeiro acompanhada de Vicente, o primo de Arabella, em seguida veio Sofia e Kaile, e por último Isadora e meu melhor amigo/advogado, Maurício.

A música foi trocada pela marcha nupcial, houve alguns segundos que pareceram horas, eu não ouvi ou vi nada a minha volta, minha tenção estava somente na porta, não na porta em si, mas sim em quem passaria por ela dentro de alguns instantes.

Então ela apareceu.

Toda linda de branco, com um caminhar suave e sorriso mais perfeito nos lábios. Parecia um anjo!

Arabella caminhava com um braço envolvido pelo pai. Eles deram passos e mais passos, mas parecia que nunca iriam chegar.

Mas ela chegou.

Eles estavam de frente para mim, mas Anthoni não soltava a filha. Fiquei tenso.

-Papai. -a ouvi sussurrar com um sorriso na direção dele.

Ele se virou, me olhou com o semblante sério e me deu uma ordem: "Cuide bem da minha filha". Como se ainda precisasse falar, isso seria minha missão de vida, óbvio.

-Sim, senhor. -respondi. -ele acenou em afirmativa e beijou a testa da filha antes de se afastar.

Quando segurei o braço de Arabella, foi com se um raio tivesse atravessado meu corpo. A adrenalina corria solta por minhas veias, era como se eu estivesse cavalgando em altíssima velocidade e não pudesse parar.

-Estamos reunidos aqui, para celebrar.... -o reverendo começou o sermão.


***************** 

A recepção do casamento estava acontecendo no salão superior do clube mais caro da cidade, o Donna's, que havia sido oferecido pela proprietária, Donna, assim que teve conhecimento de nosso casamento, inclusive ela estava na cerimônia, e até ofereceu o serviço de sua empresa para fotografar o evento, tudo isso de graça. É, parece que debaixo de toda aquela implicância de quando trabalhamos com ela na época, era apenas parte da mulher de bom coração que ela era e que se tornou uma grande amiga com o passar do tempo.   

Depois da valsa, vários casais se ajuntaram a nós na pista de dança, momentos depois houve a troca de casais, Arabella dançou com meu sogro, meu irmão, meu pai, depois com seus dois primos, Maurício, e também Rafael. Enquanto isso dancei com minha mãe, logo após com minhas irmãs, com Eleonor a quem eu chamava de sogra, e é claro com vovó Eliza.

Depois que a maioria das pessoas desocuparam a pista de dança já exaustos pelo exercício, foi anunciado que era hora dos discursos. Os convidados estavam acomodados em suas mesas e comiam e bebiam enquanto ouvia padrinhos e madrinhas discursarem e felicitarem o casal.

Como já havia falado anteriormente, Kaile reforçou seu discursos e acrescentou algumas coisas, e assim foi, padrinho por padrinho, madrinha por madrinha. Fomos elogiados e envergonhados em alguns momentos com relatos embaraçosos que aconteceram durante nossas vidas e demos boas risadas.

Mantive Arabella sentada em meu colo, com o braço ao redor de sua cintura e distribuía beijinhos por toda a extensão de seu pescoço, mandíbula e orelha enquanto ela se contorcia porque sentia cócegas.

-Miguel, para. -ela pediu manhosa.

-Qual é a palavrinha mágica? -continuei provocando-a.

-Por favor. -ela disse entre uma risada.

-Errado. O certo é: eu te amo, Miguel.

-M-mas... isso é uma frase. -ela tentou escapar.

-Não importa, eu ainda quero ouvir.

-Eu te a... para, a lá, o Rafael vai falar alguma coisa. -disse olhando para palco que ficava a poucos metros de distância.

-Primeiramente quero desejar uma boa noite a todos, e em segundo, felicidades ao casal. -ele começou, houve uma salva de palmas antes que ele prosseguisse.

-Bem, sei que não sou padrinho nem nada, mas eu gostaria dizer algumas palavras aos pombinhos. -ouviu-se risinhos.   -Para que não sabe sou Rafael, amigo e colega de trabalho de Arabella há bastante tempo, e tive o prazer de conhecer Miguel no ano anterior. Nesse momento, quero lhes explicar como e o porque de estarmos aqui nessa noite celebrando essa união tão especial. "Então senta que lá vem história." -ele riu.

-Ouso dizer que isso só foi possível graças ao meu querido chefe e pai da noiva. Te amo chefe. -ele jogou um beijo na direção de Anthoni.  -Senhoras e senhores, tudo começou quando Anthoni resolveu dar um agito na empresa e fazer seu funcionários se odiarem. É brincadeira, gente. -todos riram.

-Anthoni juntamente com diretoria, decidiu propor um projeto que ao mesmo tempo avaliaria e incentivaria os trabalhadores de sua empresa. Só que para a infelicidade de uns e de outros, entre algumas atividades seria necessário o uso de um parceiro, para que fosse observado a qualidade de trabalho em equipe. Antes que eu prossiga, devo ressaltar que obtive a aprovação de ambas as partes paras lhes contar o que direi a seguir. -ele fez suspense.

-Continuando, nossa querida noiva não gostou nadinha disso. Juro até que achei que ela enfartaria quando ouviu a palavra sorteio, mais ainda quando o mesmo foi realizado e para melhorar, a pessoa escolhida. É exatamente quem vocês pensaram. Arabella era pessoa muito antissocial, devo confessar. Ela ficou uma fera ao saber que dali para frente teria que trabalhar com Miguel, e isso na nossa profissão pode significar dias, semanas e até meses dependo do serviço. Não precisava dizer, mesmo assim ela fazia questão de o fazer, reclamando aos quatro ventos que não gostava de passar tanto tempo perto de outra pessoa, e que apenas me tolerava na mesma sala que ela. Mas trabalhar com Miguel? Isso foi uma coisa divertida de se ver. Bella não queria admitir que toda aquele "desgosto" por seu novo colega era apenas um disfarce, ela sentia era medo da forte concorrência.

Prendi o riso no ombro de Arabella e beijei o local.

-Isso é mentira! -ela gritou arrancando risadas.

-Então como eu ia dizendo... a partir do momento em que Miguel ocupou um lugar ao lado da cadeira de Arabella foi pura confusão. A mulher arranjava problema com tudo, gente. Não que Miguel fosse um santo, mas as vezes eu flagrava um briga dos dois e só não ria abertamente por medo de levar uns tapas dela. E com isso o tempo foi passando e o relacionamento deles não melhorava, e de repente eles puf, sumiram. Para entender esses dois melhor, pensem em duas retas concorrentes de um plano, que têm um único ponto comum, ganhar aquela disputa. Consequentemente suas direções eram diferentes, não havendo paralelismo entre eles, ou seja, eles queriam a mesma coisa mas seguindo caminhos diferentes!

-Mais tarde é que fui saber que rolou um climão entre eles e houve uma "medida disciplinar" para ambos. Eles continuavam a trabalhar só que de um outro local, passou-se um bom tempo até que voltassem para a sede da empresa em Belo Horizonte. Mas... quando eles retornaram, separadamente, algo tinha mudado, dava para perceber. E então aconteceu uma tragédia que alterou o rumo das coisa e eles estavam juntos, vivendo amigavelmente, acreditam? As coisas foram se desenrolando... e quando percebi eles já estavam envolvidos, romanticamente falando, e eu pude perceber esse relacionamento se desenvolvendo em algo cada vez mais forte e profundo. Entretanto, para mim, o melhor momento nisso tudo, foi algumas semanas depois, quando saiu o resultado final da corrida na empresa.

Eu me lembrava exatamente o que havia acontecido, do dia que Rafael falando. Ele entrou correndo na sala que dividia com Arabella, quando a mesma voltara a trabalhar, eu estava sentado em sua mesa, ela em sua cadeira e conversávamos sobre algo quando Rafael gritou da porta: "HEY, CONCORENTEEEES!". E na hora eu havia pensado, que merda é essa? Mas ele logo fez questão de esclarecer: "Não viram o painel lá em baixo? EU GANHEI, SEUS PERDEDORES. A CAMPANHA É M-I-N-H-A!".

-... e ela apenas se limitou a dizer: "Não fale assim comigo, eu sou a filha do chefe". -Rafael fez uma voz ridícula tentando imitar minha esposa.

Os convidados tinham lágrimas nos olhos de tanto que riam da narração dramática de Rafael.

-Então foi assim, pessoal. Esse foi um breve relato de como esse belo casal se conheceu melhor e se apaixonou um pelo outro. E quero dizer a vocês, Miguel e Arabella, que me sinto honrado por ter feito parte, mesmo que pequena, dessa história de vocês. Felicidade aos noivos! -ele gritou no final e devolveu o microfone ao cerimonialista.

Houve uma chuva de aplausos e uma música começou a tocar.

A nossa música.

Então eu sussurrei no ouvido de Arabella, uma verdade que eu havia acabado de perceber.

-Acho que não perdemos uma aposta, concorrente. Apenas ganhamos uma oportunidade, amor.







❤ Fim 


Hi, people! Saudações terráqueos, tudo bem por aí? Então tá bem. Não esqueça de deixar sua estrelinha e seu comentário, tá bem? Então é isso. Que a força esteja com você ;)

Beijos borrocados de batom 😘😘 

Continue Reading

You'll Also Like

106K 9.8K 43
Livro dois Sofia tem quatro filhas: Esmeralda, Rubi, Safira e Jade. Rubi está cansada de insistir em Renner Tales, principalmente depois de d...
7.5K 1.2K 21
Segunda parte da história de Mabel e Diogo
387K 26.3K 80
Capa feita por @falaserionati Mary Louise Cerrachio uma garota doce e leitora de livros hots e clássicos, guarda consigo alguns segredos que nem mesm...
434K 48.3K 58
Tudo o que Stella Sunson quer é ter dinheiro o suficiente para cuidar da mãe e da irmã e depois de uma grande reviravolta no destino é exatamente iss...