A Terra Prometida

By luizfelipelucas360

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Em um mundo pós-apocalíptico e em um planeta alternativo, semelhante à Terra original, um grupo seleto de pes... More

Capítulo 0
Capítulo 1: Soberania
Capítulo 2: A expectativa
Capítulo 3: Um por todos e todos por um
Capítulo 4: Formação "Fugere Urbem"
Capítulo 5: A liberdade que nos guia
Em breve capítulo Extra
Capítulo 6: Sem saída
Capítulo 7: Como tudo começou
Capítulo 8: A cobaia primordial
Capítulo 9: Rota de fuga
Capítulo 10: Projeto Genoma
Em breve capítulo Extra
Capítulo 11: Procuram-se cadáveres
Primeira crítica
Capítulo 13: Uma questão de lógica
Capítulo 14: Cartas na manga
Capítulo 15: Quem é James?
Em breve capítulo Extra
Capítulo 16: Quem manda sou eu
Capítulo 17: Imortal?
Capítulo 18: Justificativas
Capítulo 19: Você não acreditou
Capítulo 20: Culpado?
Em breve Capítulo Extra
Capítulo 21: Verdade
Capítulo 22: Verdade-Parte 2
Capítulo 23: Incertezas
Capítulo 24: Refúgio
Capítulo 25: Interrogatório
Capítulo 26: O que Peter sabia
Capítulo 27: A Emma que eu não conhecia
Capítulo 28: Você não está seguro
Capítulo 29: Como esconder um corpo
Capítulo 30: Corpo desaparecido
Capítulo 31: Arcadianos não são confiáveis
Capítulo 32: O Procurado
Capítulo 33: Desejo de liberdade
Capítulo 34: Assassino à solta

Capítulo 12: Uma ideia arriscada

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By luizfelipelucas360

- Que merda de lugar é esse?

Melissa tinha acabado de chutar uma pequena janela retangular de vidro em vão. Era blindada. Hermes, ao mesmo tempo, observava o ambiente a sua volta calmamente. Sabia que sair chutando aquele bloco de metal não adiantaria em nada. 

Eles estavam dentro de um compartimento num formato cilíndrico. Do lado de fora, se avistava uma grandiosa máquina composta por vários botões e uma tela que indicava várias informações, como a temperatura local que era 25° V. Considerada amena para quem morava em Arcádia.

- Tenho certeza que não foi James quem construiu este lugar. Essa tecnologia não está disponível no mercado. É algo muito além do nosso conhecimento.

- Ora, ora! Que deplorável, hein? Dois ratos.

James havia chegado no ambiente junto com Ricardo. Parou em frente a janela e encarou Melissa dentro do cilindro.

Quando Melissa  percebeu quem estava acompanhando James, ela ficou surpresa. Ricardo era considerado um homem honesto. Sempre trabalhou com eficiência. Tinha uma família: Esposa e dois filhos. Era o perfil de pessoa que jamais se cogitaria ser cúmplice de tudo aquilo. O que faria um homem de 35 anos, com uma família estruturada, se sujeitar  àquilo?

Ele usava o uniforme do exército vermelho. Seus olhos castanhos não ousavam encarar Melissa ou Hermes. Ele coçava a cabeça nervoso. Seus cabelos pretos estavam desgrenhados. Parecia que ele não estava cuidando muito da aparência nos últimos dias.

James, pelo contrário, estava impecável em um terno preto e uma gravata vermelha. Seus cabelos loiros estavam penteados para o lado direito. Dava para perceber que o tutor estava confiante com aquele topete. 

Ele olhou com desdém para Melissa.  A mulher encarava Ricardo esperando por alguma justificativa, mas foi James quem quebrou o silêncio.

- Que foi? Está surpresa? Não é preciso muito para se trair um país de merda como esse. 

Ele falava do outro lado do vidro provocando Melissa. Ela bateu com força no vidro blindado em resposta. Não fez qualquer arranhão. O vidro continuou intacto. Para piorar, estava desarmada. Não havia forma de sair dali.

James se divertia. Ria da cara de Melissa sem parar.

Enquanto isso, seu pai o olhava com uma enorme cara de decepção. James percebeu a expressão do pai e resolveu lhe dirigir a palavra:

- Está surpreso, papai? Você achou mesmo que eu iria morrer defendendo esse país?- Eu agora tenho imunidade penal. A "Apple Enterprises" me concedeu. Ninguém poderá me subjugar.

- O que eu fiz para você? O que eu fiz de errado para você causar a morte de tantas pessoas? Eles são seus amigos, seus parentes. Arcádia não é só um país. Ela é o lar dos oprimidos. É o refúgio para aqueles que querem reconstruir suas vidas. Quando a construímos, estávamos em uma guerra. Foi a esperança de paz e justiça que moldou a construção desta cidade.

James levantou os olhos para cima impaciente. Resolveu responder sarcasticamente:

- Que bonito! História linda! Você vai poder contar ela para os outros recrutas quando morrer.

O tutor deu passos vagarosos até a grandiosa máquina. Começou a mexer no monitor e a programar um sistema de segurança. Era muito peculiar. Se alguém tentasse desarmá-lo, teria que responder a três questões em menos de 60 segundos. A última era sempre de lógica matemática. Matéria que James sempre gostou, mas nunca fora tão bom.

Enquanto ele programava o sistema de defesa, Melissa tentava conversar com Ricardo. Queria convencê-lo a mudar de opinião. Que ele os ajudasse.

- Ricardo, por quê? Quando isso tudo começou?

Ele tentou não olhá-la nos olhos. Sentia vergonha do que estava fazendo. Já ganhara vários prêmios pelos serviços prestados à população Arcadiana. Era um homem respeitado e admirado em Arcádia. Comemoraria 7 anos de casamento no dia seguinte com sua amada esposa Jaqueline. 

Eles tinham um casamento invejável. Mesmo depois de os filhos nascerem, continuavam com o amor em chamas. Eles tinham um casal. O menino se chamava Jorge e a menina Julieta. Eram crianças muito bem educadas.   

Não era exagero Melissa se espantar com a traição de Ricardo. Nada encaixava. Algo estava errado.

- Escute...- O homem sussurrou- Eu não tenho escolha. Se eu não colaborar, eles matam a minha família. Eles estão sobre o efeito de alguma droga. Mas eu vou dar um jeito. Eu e o...

- Ótimo! O show vai começar! Pena que eu não vou poder ver. Tenho um compromisso com o governador.

Hermes se mostrou surpreso. Até o governador estava participando de tudo? Era inacreditável.

- Ricardo, venha comigo! Você vai ser o meu guarda-costas. 

Ricardo olhou por um último momento para os dois. Sussurrou de forma que somente eles pudessem escutá-lo.

- Me perdoem.

O cilindro metálico começou a se encher de água. Haviam alguns buracos na parede. O espaço estava sendo enchido aos poucos, mas era questão de tempo até os dois morrerem afogados.

Melissa começou a bater com força novamente no vidro.

- Você vai pagar! Você vai pagar pelo que fez!

James foi saindo do laboratório tranquilamente. Quando estava para abrir a porta metálica, olhou para trás e disse:

- Você vai adorar poder ter um encontro com as minhas vítimas. São lindas e bem educadas. Diferente de você, é claro.

Saiu gargalhando do laboratório. Ricardo o acompanhava de cabeça baixa.

Nesse mesmo momento, Hermes se escorou na parede, e caiu até que pudesse sentar. Estava totalmente decepcionado. A água já começava a molhar os seus sapatos.

***

- Governador, você acha mesmo uma boa ideia? É arriscado. Ele não virá sem proteção.

- Temos que fazer o que for necessário. Não podemos deixar que essa cidade seja controlada por um psicopata. 

O governador de Arcádia era um homem de cerca de 50 anos, baixinho e gordinho. Já quase não possuía cabelo. Os únicos que ainda restavam eram brancos.

Era considerado um bom governante. 
Foi o idealizador de uma reforma urbana e educacional em Arcádia. As ruas se tornaram mais organizadas, com asfalto e um sistema de coleta de lixo eficiente. 

Em relação a educação, Arcádia mudou seu sistema educacional. Os alunos deixaram de ter aulas conteudistas e passaram a ter aulas mais práticas e envolventes. O novo sistema já estava há dois anos em vigor e em fase de adaptação. 

Muitos pais criticavam a mudança. Reclamavam que seus filhos tinham menos provas e muitas vezes brincavam ao invés de aprender conteúdo. O governador Antonio Medeiros prometera que passado mais dois anos seria feito uma consulta sobre o sistema educacional. A população poderia votar pela volta do antigo sistema.

Antonio, como todo governante, tinha seus ministros e assessores. A pessoa em quem mais confiava era o ministro da educação Pablo.

Antonio também confiava em Hermes. Tinha o convidado para ser Ministro da defesa. O pedido foi aceito  de bom grado pelo general.

Embora Hermes fosse um ótimo estrategista, ele não estava em condições de enfrentar o próprio filho. Dessa forma, o governador elaborou um plano bem simples para deter James: Enganá-lo fingindo ser um homem corrupto e matando-o quando ele menos esperasse.

Esse era mais um motivo para Hermes ficar de fora do plano. A pena de morte não existia em Arcádia, mas se James continuasse vivo, ele poderia matar os familiares de Ricardo.

O plano parecia simples de ser executado. Mas o tutor não morreria facilmente. Ele já havia sobrevivido ao ataque das arqueiras e a uma facada no coração que recebeu da líder.

Mesmo seu ministro Pablo sendo contra o plano, apoiou o governante. Era um jovem de 29 anos, mas já ouvira várias histórias sobre as batalhas heroicas do exército Arcadiano. Eles nunca desistiam. E não seria ele a desistir de seu país.

- Está bem. Já está tudo pronto. É só esperar ele...

- Senhor, o tutor James chegou!

Um guarda adentrou no escritório do governador . Era ali que ele conversava com diversas personalidades. Desde empresários,  até agricultores ou proletários. Seu gabinete era de certa forma acessível a população. Era simples, sem luxo.

O escritório possuía a mesa em que o governante ficava, duas cadeiras e um sofá preto para quem mais quisesse sentar.

Antonio olhou para o guarda e assentiu. Em pouco menos de um minuto James e Ricardo estavam adentrando no escritório. Estavam desarmados. Dentro da sede  governamental não era permitido portar armas.

- Governador! Que bom te ver. Como você está?

- Bem. Mas vou ficar melhor quando fecharmos nosso acordo.

- Quanto a isso,  não se preocupe! Eu sou uma ótima pessoa para se negociar.

James piscou para Antonio e logo em seguida olhou com uma cara de insatisfação para Pablo. Não gostava do ministro. Sentia-se oprimido pela sua inteligência e o considerava mais bonito que ele por ser bem mais alto.

A altura era uma questão complicada. James sempre se incomodava com quem era mais alto e aparentemente mais bonito que ele.

Pablo possuía olhos azuis e um cabelo loiro. Muitas vezes era possível ver seus cabelos  refletirem a luz solar. E para piorar, Pablo tinha formação em várias áreas: pedagogia, História, Matemática e Biologia. Sua inteligência era invejável.

- Esse daí precisa ficar aqui? Não confio muito nele. Ele não tem cara de quem cooperaria.

- Pois, pode confiar, Senhor James. Ele vai cooperar.

- Não quero ele aqui. Fui claro?

O governador ficou desconfiado com a atitude de James. Talvez ele estivesse sabendo de algo e isso não seria nada bom. Precisavam derrotá-lo antes que ele transformasse Arcádia em seu inferno particular.

Por fim, decidiu mandar que Pablo se retirasse. Se James ainda não tivesse descoberto algo, eles tinham grandes chances contra ele.

- Se retire, Pablo, por favor!

- Mas...

- Você ouviu, professorzinho.

Pablo saiu do escritório com uma cara feia. Queria bater no tutor naquele momento, não só pelas suas palavras, mas por tudo que ele  tinha feito.

Ao invés disso, saiu a passos largos do local. Não queria estragar o plano.

- Agora, sim! É hora de negociar.

Ricardo permanecia sério ao lado de James. Estava fazendo tudo aquilo contrariado, mas precisava se prestar a esse papel para manter sua família a salvo. Até que pudesse tomar uma atitude.

- Muito bem, James. O que você quer?

- Antes de mais nada, gostaria de dizer que tenho mais de cem homens do lado de fora da sede. Se tentarem qualquer coisa, vão ter que enfrentá-los.

- Você acha mesmo que eu me arriscaria por esse país? Que eu morreria por ele? Acho que você não me conhece.

- Espero que não. Espero que você não faça nenhuma burrice.

Nesse mesmo momento, Ricardo deu um soco na cara de James, o qual caiu desmaiado no chão.

- Ele já fez! Todos nós já fizemos!

O governador levantou da mesa. Os guardas entraram rapidamente para levar o homem desmaiado dali. Teriam pouco tempo até os mercenários descobrirem que James fora raptado.

***

- Ei, espera! Espera aí! Eu não consigo correr na sua velocidade.

"Mas é óbvio que esse animal não vai te escutar Selina. Ele não te entende."

Nesse mesmo momento, a onça-pintada parou a alguns metros de Selina. Ela estava na floresta de Arcádia. Tinha atravessado o rio Curumim. Suas roupas estavam molhadas.

Ela tentava secar seu vestido e batia no chão com os pés para secar suas sandálias. Não adiantou muito.

Quando olhou para a onça, percebeu que ela estava atenta para algo. Ela aumentou a velocidade dos passos para ver o que a onça estava observando. As árvores não deixavam ela perceber o que era.

Quando chegou perto da onça, percebeu de que se tratava de alguma fábrica. Estava rodeada por grades. Tinha um sistema elétrico. Se encostasse nas grades, morreria eletrocutada.

Selina percebeu que havia uma espécie de portão. Ficou observando-o por um tempo. Era um portão que inibia o acesso a uma fábrica. Provavelmente de borracha.

De repente, ele se abriu automaticamente. Ela levou um susto. Alguém queria que ela entrasse? Alguém estava esperando por ela?

Era fato que as fábricas de borracha eram comumente instaladas nas florestas, pois era mais fácil se localizar perto da matéria prima. Mas nenhuma delas  possuía grades como aquela. Tinha algo de errado ali.

A onça-pintada começou a entrar pelo portão. Selina ficou parada.

- Eu não vou entrar aí. Não sou suicida.

"Você tem que entrar, caso contrário seus amigos morrem. E espero que você seja uma aluna  dedicada. Vai precisar demonstrar seus conhecimentos."

"Quem é você? Pode me dizer de uma vez por todas?"

"Apenas entre! Seus amigos precisam de você."

Selina pensou em fugir dali, mas passou pela sua cabeça a ideia de que talvez seu irmão estivesse preso ali. Ele e os seus amigos. Queria que aquilo fosse verdade.

- Que seja! Ainda vou me arrepender de confiar em uma voz e uma onça-pintada.

E aí? O que acharam? Voltei com a postagem normal de capítulos. Depois de duas semanas revisando. Dois capítulos por semana. O próximo deverá ser postado Domingo. Aguardem. Selina terá que demonstrar seus conhecimentos para salvar Hermes e Melissa. E James irá mostrar que ainda tem cartas na manga.

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