A Terra Prometida

By luizfelipelucas360

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Em um mundo pós-apocalíptico e em um planeta alternativo, semelhante à Terra original, um grupo seleto de pes... More

Capítulo 0
Capítulo 1: Soberania
Capítulo 2: A expectativa
Capítulo 3: Um por todos e todos por um
Capítulo 4: Formação "Fugere Urbem"
Capítulo 5: A liberdade que nos guia
Em breve capítulo Extra
Capítulo 6: Sem saída
Capítulo 7: Como tudo começou
Capítulo 8: A cobaia primordial
Capítulo 9: Rota de fuga
Capítulo 10: Projeto Genoma
Em breve capítulo Extra
Primeira crítica
Capítulo 12: Uma ideia arriscada
Capítulo 13: Uma questão de lógica
Capítulo 14: Cartas na manga
Capítulo 15: Quem é James?
Em breve capítulo Extra
Capítulo 16: Quem manda sou eu
Capítulo 17: Imortal?
Capítulo 18: Justificativas
Capítulo 19: Você não acreditou
Capítulo 20: Culpado?
Em breve Capítulo Extra
Capítulo 21: Verdade
Capítulo 22: Verdade-Parte 2
Capítulo 23: Incertezas
Capítulo 24: Refúgio
Capítulo 25: Interrogatório
Capítulo 26: O que Peter sabia
Capítulo 27: A Emma que eu não conhecia
Capítulo 28: Você não está seguro
Capítulo 29: Como esconder um corpo
Capítulo 30: Corpo desaparecido
Capítulo 31: Arcadianos não são confiáveis
Capítulo 32: O Procurado
Capítulo 33: Desejo de liberdade
Capítulo 34: Assassino à solta

Capítulo 11: Procuram-se cadáveres

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By luizfelipelucas360


- Eu não entendo. Foi aqui que aconteceu os tiroteios. Os cadáveres eram pra estar aqui.

Melissa e Hermes estavam na beira do rio Curumim verificando se haviam sobreviventes. Mas a única coisa que havia por ali era sangue. Era fato que um grupo de pessoas teria removido os cadáveres dali. Mas para quê se dar ao trabalho?

A onça-pintada Bastet lambia o sangue que estava no chão. O animal estava seguindo seu instinto de caçador, queria encontrar onde estavam os corpos.

- Eu não acredito que ele tenha feito isso. Será que não foram as arqueiras que levaram os corpos? Elas têm uns rituais esquisitos. 

- Acredito que não. Elas não fariam isso. Se os corpos deles não estão aqui, talvez as arqueiras estejam todas mortas também. 

- Tem certeza? Você não está sendo presunçosa demais? 

- Minhas intuições nunca falham Hermes. Você sabe disso! Eu gostaria que eu estivesse errada dessa vez.

Ao mesmo tempo que Melissa falava, a onça-pintada se aproximava da margem do rio. Seu corpo estava eriçado. Hermes parou de prestar atenção em Melissa e começou a observar o comportamento da onça.

- O que ela está fazendo? 

Bastet começou  atravessar o rio. Melissa olhou para a onça curiosa. Sabia que ela tinha farejado ou escutado algo. Talvez os corpos estivessem por perto ou até um mercenário.

- O que foi Bastet? O que há do outro lado?

Melissa começou a seguir a onça. Hermes ficou na margem do rio olhando. Não iria seguir um animal até a outra margem do rio. Talvez ela só tivesse farejando uma presa.

Ele nunca confiou em animais, embora Melissa sempre dissesse que animais eram mais confiáveis o que humanos. Talvez ela estivesse certa, pelo que estava percebendo fora enganado todo esse tempo pelo próprio filho. O filho que criara desde pequeno com todo o seu amor. Ele e sua esposa Eliana. 

Era impossível que seu filho fosse capaz de fazer aquilo. Não podia ser ele. Alguém devia estar o obrigando a fazer aquilo tudo.

- Melissa, nós vamos mesmo seguir uma onça-pintada? 

- Não é uma onça. É  a onça. O nome dela é Bastet. Quantas vezes vou ter que dizer isso? Eu a treinei por anos. É o único ser em que posso confiar, já que os homens são corruptíveis.

- Quero ver se ela  não vai ser corruptível quando estiver morrendo de fome.

- Para de reclamar e venha logo general. Ela está farejando alguma coisa. Talvez sejam os cadáveres. 

O general desistiu de contrariá-la e entrou no rio. Já do outro lado os dois passaram pelas casas simples da população ribeirinha, todas desocupadas até que fosse considerado seguro voltar a morar ali. Depois de passados dois minutos, eles escutaram um tiro. Bastet correu floresta a dentro sem ligar se Melissa iria a acompanhar. 

- Ahhh! Atira na porra desse animal. Anda!

Melissa correu o mais rápido que pode. Quando ultrapassou uma grande árvore ela viu um mercenário se preparando para atirar em Bastet, enquanto o companheiro era arranhado pela mesma. 

Antes que o homem pudesse atirar no animal, Melissa o acertou nas pernas com duas balas. O homem caiu. 

- Não se mexam! Se  vocês se moverem eu serei obrigada a atirar. 

Os dois homens permaneceram sentados no chão. A onça estava bem perto dos dois, os intimidando. Foi nesse momento que Hermes chegou ofegante.

- Da próxima vez eu vou na frente. Eu estou muito velho para acompanhar o seu pique. Bom, vejo que já tem tudo sobre controle.

A mulher assentiu.

- Escutem! Onde estão os cadáveres? Onde estão as arqueiras?

Os dois homens apontaram para a sua direita. Foi então que Melissa presenciou uma das coisas mais bizarras que já viu na sua vida. Se ela não tivesse vivenciado uma guerra, provavelmente teria vomitado. 

Haviam cinco corpos mutilados no chão. Eles tiveram o trabalho de arrancar os braços e algumas pernas. A cena era horrível. Mas onde estava o resto?

- Onde estão os outros corpos?- perguntou Hermes

Nesse exato momento ele sentiu algum tipo de dardo no seu pescoço. Olhou para Melissa, e percebeu que ela também tinha sido atingida. Começou a sentir uma tonteira. A visão ficou turva e a última coisa que viu foi a onça-pintada sendo atingida por vários dardos.

- Ótimo trabalho pessoal! Isso é o que eu chamo de trabalho em equipe. 

James tinha acabado de chegar no local com o perito. Ele sorria maliciosamente para os dois homens que se levantavam do chão. O que tinha sido baleado levantou com dificuldade com a ajuda do parceiro. Antes que os dois pudessem responder, o perito se adiantou:

- Não somos uma equipe James. Agora que fiz o que você me pediu, vai deixar a mim e a minha família em paz?

O perito ainda estava com a arma em mãos, em alerta, no caso de a onça tentar avançar sobre eles. Olhava para James com um olhar impaciente.

- Você é um estraga prazeres, Ricardo. Claro que não! Eu preciso que vocês me ajudem a levá-los até o laboratório. Isso inclui aqueles corpos, ou pedaços de corpos, se preferir. E eu vou me divertir com essa daqui.

Foi nesse momento que James chutou Melissa com força. Ela gemeu. Ainda um pouco acordada.

- Eu vou fazer você sofrer sua vaca! Você não imagina o que te aguarda.

O homem a chutou mais uma vez.

- Você vai ser o meu novo brinquedinho.

James esbanjava uma força incomum para quem tinha quase morrido. Talvez os únicos indícios de seu estado pós-operatório eram os pontos na região do seu coração. 

- Como vamos fazer isso?- perguntou o mercenário baleado 

- Se virem! Peçam ajuda aos outros. Eu tenho um encontro com o governador. Assuntos importantes a tratar. Cuidem para que tudo ocorra como planejado. Entenderam?

- Certo!

James saiu calmamente do ambiente, enquanto Ricardo e os dois mercenários se organizavam para carregar os corpos. 



                                                                                       ***


- Vocês não entendem! É melhor colocar logo os caixões de cada um deles. Pelo menos vai ser um ato simbólico. Vamos poder homenageá-los, da mesma forma que os outros recrutas estarão sendo homenageados. Em breve eles vão encontrar os corpos e vão levar para uma autópsia! Logo depois vai acontecer o enterro. 

- Não, Selina! Eles ainda estão vivos. Eles devem ter conseguido escapar. 

Selina estava tendo uma acalorada discussão com sua mãe e as de Peter e Raymond. As mães estavam sentadas em uma mesa e Selina  estava de pé. Enquanto elas discutiam, Lucas, o irmão de Peter, assistia à tudo nervoso. 

- Você é que não entende, Selina. Há uma razão para o Império Vermelho ter invadido Arcádia.-falou a mãe de Raymond

- Samanta, não devemos falar sobre isso- falou a mãe de Peter

- Eu acho que não há problema. Selina, você sabe guardar segredo?

A garota ficou surpresa. Olhou para todas elas e respondeu:

- Sim! Mas e o Lucas? Pelo que eu sei ele é muito tagarela.

- Eu não sou tagarela. Você é que é uma chata. Parece até uma velha ranzinza.

- Meu Deus! Eu mereço. É por isso que seu irmão nunca te suportou. Talvez ele tenha fugido mesmo pra escapar de você.

- O seu que deve ter feito isso.

- Lucas, vamos parar com essa discussão. Vá para o quarto, por favor. O assunto que nós vamos conversar é muito sério.

- Eu posso conversar sério.

- É coisa de adulto meu bem.- respondeu Samanta

- Mas ela não é adulta.

O garoto apontou para Selina.

- Vá, Lucas. Suba as escadas e vá para o quarto agora.- falou a sua mãe

- Tá bom. 

O garoto subiu as escadas contrariado. Olhou rapidamente para trás e mostrou a língua para Selina. A garota respondeu com uma cara feia.

Quando o garoto bateu a porta do quarto, Samanta começou a falar:

- Como eu ia dizendo. Há uma razão que explica o porquê de o Império Vermelho ter invadido Arcádia. Há muito tempo nós recebemos a tarefa de cuidar de dois bebês. Nós os criamos com muito amor e carinho, sempre querendo o seu melhor. Demos o nosso nome a eles, nós...

- Não estou entendendo, Dona Samanta.

- O que ela estava querendo dizer é que Raymond e Peter são nosso filhos adotivos. Mas não são quaisquer filhos adotivos. Seus pais biológicos foram renomados cientistas. Se formaram em Medicina na Universidade de Waynesboro e trabalharam na renomada empresa "Apple Enterprises".

- Então eles não são seus filhos?

- Eles podem não ser nossos filhos biológicos, mas são nossos filhos de coração. Nós os amamos como se tivessem saído do nosso ventre. 

- Que linda história amigas. Por que vocês nunca falaram sobre os pais biológicos? Tiveram medo que eles não fossem amá-las como antes?- falou Lorena

- Não, amiga. Isso foi um pedido feito pelos pais. A verdadeira identidade dos dois nunca poderia ser revelada. Seria muito perigoso.

- Por quê?- Indagou Selina

- Porque eles fizeram parte de um experimento nessa empresa. Foram as únicas cobaias que sobreviveram. Os seus pais eram contra o experimento desde o início, mas não puderam impedir que seus filhos se tornassem cobaias.

- Que horror! Usaram os próprios filhos dos funcionários como cobaias.- falou Dona Lorena

A senhora Soares parou de falar por um tempo, assentiu para a amiga e continuou a falar:

- Eles fugiram do Império Vermelho e vieram até Arcádia pedindo ajuda. Precisavam que seus filhos estivessem a salvo das garras da empresa e seu projeto científico.

- De que tratava esse projeto?

Selina estava incrédula. Achava impossível que aquilo tudo fosse verdade.

- Eles não nos deram muitas informações. Tudo que sabemos era que essa empresa estava pesquisando uma nova forma de modificar geneticamente os seres vivos. Eles queriam criar pessoas com habilidades especiais, algo do tipo.

- Então o projeto foi um fracasso. Nunca vi nenhuma habilidade especial em nenhum dos dois.

- Selina! Por favor! 

Sua mãe a repreendeu, mas nenhuma das mães parecia estar aborrecida com o que Selina havia dito. A mãe de Peter riu do que Selina havia dito.

- Tudo bem! Eu realmente nunca notei nada de diferente no Raymond. E com você, Elisa?

A mãe de Raymond riu da mesma forma e respondeu:

- Também não. Eu não sei qual o intuito desse projeto, mas até onde sabemos não existe nada de anormal nos nossos filhos. Eles os querem vivos. Precisam fazer testes, precisam dar continuidade.

- Mas Spike e os outros não estão incluídos nos planos deles. Estou certa?

- Até onde sei, não.

- Eles não precisariam deles para nada.

- Aonde você quer chegar com isso, minha filha?

- Spike provavelmente deve estar morto agora. É melhor nós aceitarmos logo de uma vez do que ficar criando esperanças.

- Não diga isso, minha filha!

- Eu vou sair! Preciso respirar um ar puro.

Dona Lorena começou a se levantar da mesa para impedir que a filha saísse de casa. Mas foi impedida pela mãe de Peter.

- Deixe-a ir.

Ela desistiu de impedi-la. Selina fechou a porta abruptamente. O lado de fora da casa era composto por um  pequeno jardim. A garota se agachou olhando para as lindas flores azuis. Seus olhos lacrimejavam. Ela se esforçava para não chorar. 

"Mulheres são sentimentais. Choram pra tudo. É por isso que os homens precisam ser fortes: para protegê-las e resolver os problemas."

Essa foi uma frase que seu irmão disse em uma das muitas brigas que os dois já travaram. 

- Eu não vou chorar. Não preciso que ninguém me proteja.

Foi nesse momento que Selina avistou uma onça-pintada. Ela parecia estar um pouco ferida. Mas isso não diminuía o medo que ela impunha. A garota pensou em gritar, mas antes que pudesse abrir a boca, uma voz ecoou na sua mente.

"Não grite. Há pessoas que precisam de sua ajuda. Se você não ajudá-los, vão morrer."

"Eu estou ficando louca. Meu Deus! Estou conversando telepaticamente com uma onça."

"Não é a onça. Sou eu."

"Eu quem? Cadê você?"

"Não importa. Siga essa onça agora. Você tem duas vidas em mãos. Apenas vá."

 Selina ficou paralisada. Olhava para a onça sem acreditar no que tinha acabado de ocorrer. Foi então que o animal começou a seguir uma trilha por dentro da floresta. Resolveu segui-lo. 

- Seja o que Deus quiser!

E aí? Gostaram? Não se esqueça de curtir e comentar nos capítulos o que acharam. O próximo capítulo sai dia 16/2. 

Será que Selina vai conseguir salvá-los? Aguardem para descobrir.

Capítulo revisado em 12/2.











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