A Terra Prometida

By luizfelipelucas360

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Em um mundo pós-apocalíptico e em um planeta alternativo, semelhante à Terra original, um grupo seleto de pes... More

Capítulo 0
Capítulo 1: Soberania
Capítulo 2: A expectativa
Capítulo 4: Formação "Fugere Urbem"
Capítulo 5: A liberdade que nos guia
Em breve capítulo Extra
Capítulo 6: Sem saída
Capítulo 7: Como tudo começou
Capítulo 8: A cobaia primordial
Capítulo 9: Rota de fuga
Capítulo 10: Projeto Genoma
Em breve capítulo Extra
Capítulo 11: Procuram-se cadáveres
Primeira crítica
Capítulo 12: Uma ideia arriscada
Capítulo 13: Uma questão de lógica
Capítulo 14: Cartas na manga
Capítulo 15: Quem é James?
Em breve capítulo Extra
Capítulo 16: Quem manda sou eu
Capítulo 17: Imortal?
Capítulo 18: Justificativas
Capítulo 19: Você não acreditou
Capítulo 20: Culpado?
Em breve Capítulo Extra
Capítulo 21: Verdade
Capítulo 22: Verdade-Parte 2
Capítulo 23: Incertezas
Capítulo 24: Refúgio
Capítulo 25: Interrogatório
Capítulo 26: O que Peter sabia
Capítulo 27: A Emma que eu não conhecia
Capítulo 28: Você não está seguro
Capítulo 29: Como esconder um corpo
Capítulo 30: Corpo desaparecido
Capítulo 31: Arcadianos não são confiáveis
Capítulo 32: O Procurado
Capítulo 33: Desejo de liberdade
Capítulo 34: Assassino à solta

Capítulo 3: Um por todos e todos por um

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By luizfelipelucas360


- Ande logo! Eu não tenho a noite inteira.

- Truman, eu estou tentando. Mas está difícil visualizar os dois no escuro e no meio de uma floresta. 

- Não me interessa! Descubra!

Truman estava muito irritado. Precisava que a mulher confirmasse se as cobaias estavam em Arcádia. Não podia haver erros. Angelina cortaria sua cabeça se o plano desse errado. 

- Talvez eu não consiga. Me desculpe.

A mulher olhava para Truman cinicamente. Não queria confirmar a localização dos dois rapazes. Mesmo sabendo que poderia ser torturada. Estava de bruços em uma mesa de madeira. Seu cabelo loiro vinha até a cintura. Usava uma calça preta, blusa bege e sapatos marrom. Era uma mulher com cerca de 30 anos que já havia sofrido muito em sua vida.

Era prisioneira do Império Vermelho há muito tempo por ter o dom da telepatia. Mas sua prisão atendia aos interesses da Apple Enterprises. Empresa a qual Angelina era sócia majoritária. A mulher a pressionara durante meses para que encontrasse as tais duas cobaias. Nunca pensaria que elas estariam em um país tão atrasado. O império Fluminense ainda aceitava o regime de escravidão.

"Mas se eu for parar para pensar. Eu sou escrava do Império Vermelho. Meu país não é tão desenvolvido quanto se pensa."

 - Eu deveria cortar a sua garganta, Emma.

O homem esbravejava. Normalmente ele era calmo. Mas nos últimos dias estava muito nervoso e impaciente. Emma não se intimidou.

- Seria insensato da sua parte. Não poderia lhe informar nada.  

Ela interrompeu a sua fala por alguns segundos. Mas antes que o velho pudesse fazer alguma coisa ela se pronunciou:

- Consigo vê-los. Estão com os outros recrutas. Acredito que uns 100.

- Ótimo. 

Ele saiu da sala apressado. Sem olhar para trás. Emma suspirou por um tempo.  A sala era em formato cúbico e as paredes eram cinzas. Foi projetada para que ela pudesse se concentrar em suas visões. 

Finalmente estava em paz. Começou a pensar em tudo que já havia enfrentado até ali. Seu marido tinha sido assassinado e sua filha ainda bebê ficou desaparecida. 

Seu passado era imutável. Mas queria mudar o futuro daqueles garotos. Queria que eles não sofressem tudo que ela sofreu. Para isso teria que enviá-los uma mensagem. Alertá-los do que estava por vir. Começou a projetar a sua mente na floresta onde estavam. Conseguia sentir o desespero de alguém. Um medo de... morrer.

 "O que deve estar acontecendo lá?"


                               ***


- Tem alguma coisa me puxando muito forte aqui.

- Samir, para de brincadeira. Essa parte do rio nem é funda.

Mas Samir não parecia estar brincando. Ele parecia tentar se desvencilhar de alguma coisa. O que seria? Seria uma brincadeira sem graça do amigo? Pedro e Samir sempre faziam brincadeiras um com o outro. Mas o semblante de desespero do amigo parecia ser convincente.

Todos olhavam para ele rindo. Estavam atravessando o rio calmamente. Muitos já até estavam na outra margem. Até que Pedro viu Samir submergir. Correu até ele e em uma questão de segundos também sentiu algo enroscando em suas pernas. Algo estava imobilizando os dois, os puxando com uma força descomunal. 

Alguns colegas começaram a parar de rir. Renan recuou, com medo. Tentou voltar para a margem, mas foi pego por algo. Acabou caindo nas garras de uma das cobras também. Desesperado com a dor que sentia ao ser entrelaçado por alguma coisa, ele tinha esperança de que seus amigos, Guilherme e João, salvariam ele, Samir e Pedro. 

Na margem,  Guilherme e João perceberam o que estava causando aquilo. Eram várias cobras. Mas não era de um tipo qualquer. Eram saguinárias. Guilherme lembrava de suas aulas de biologia sobre esse réptil. Esses animais sentiam-se atraídos por sangue. Eram muito perigosos. Mesmo estando de noite, era possível ver várias cobras sendo refletidas pela luz da lua cheia. Algum dos seus colegas que já estava na outra margem, havia gritado.

- É uma cobra!

Guilherme respondeu na mesma hora.

 - São várias! Temos que salvá-los!

Todos olhavam atônitos para Renan, Pedro e Samir sendo enlaçados. Haviam cerca de mais de 7 delas. João olhava para Guilherme esperando por alguma solução. Era sempre ele que tinha planos mirabolantes nessas horas. Um garoto de pouco porte físico, mas com uma mente brilhante. João era um rapaz alto, moreno e muito forte. Os dois eram uma dupla dinâmica que se completava.

- Mas como Guilherme? Já viu o tamanho dessas coisas?

Guilherme não estava intimidado com os répteis. Ele pegou a sua faca rapidamente e cortou  a sua mão levemente. Um pouco de sangue começou a escorrer e  a faca ficou ensaguentada. Quando João ia perguntar o que ele estava fazendo, jogou a faca no rio.

As cobras se deslocaram imediatamente para onde ele a tinha jogado. Começaram a competir por sangue. Era estranho ver cobras brigando. Elas se entrelaçavam debaixo da água e tentavam se morder. 

- Não fiquem aí parados! Vamos tirar eles logo daí! - disse Guilherme

Os três foram carregados. Na margem, tossiam freneticamente. Porém o problema estava longe de ter um fim. Uma Sanguinária saiu da confusão atraída pelo sangue que escorrera dos rapazes. 

João era o que estava mais próximo do rio. A cobra seguiu velozmente  no seu sentido, pulou e mordeu a perna dele.

 Com uma enorme coragem ele enfiou a sua faca na cabeça dela e com um corte a separou do corpo. Mas a cabeça continuava mordendo a sua perna. Era preciso tirá-la. Sem nenhum pudor ele tirou a cabeça daquela cobra de suas pernas. Sentiu uma dor tremenda. A mordida havia sido no seu tornozelo.

Todos olhavam impressionados para o rapaz. Apesar de terem sido treinados para situações do tipo, muitos não teriam tal coragem.

- Ela fez um estrago, meu irmão. - falou Guilherme

 Guilherme analisou a mordida do animal. Estava sangrando consideravelmente, mas nada alarmante. 

- Sobrevivemos! Graças ao trabalho em equipe.

  Renan olhou para Guilherme com uma expressão de discordância. 

- Graças a você. Se você não tivesse feito aquilo, nossos amigos estariam mortos agora.

- Não foi nada demais.

Guilherme se sentiu desconcertado. Não queria se gabar do que tinha feito.

Enquanto ele terminava de falar com Renan, João caiu no chão. De uma forma estranha ele  parecia que estava imobilizado. Não se mexia. Olhou para os outros e percebeu que acontecia a mesma coisa, a exceção de Pedro. Com certeza era o veneno causando paralisia. Eles ficariam paralisados por algumas horas. Era preciso armar as tendas e aguardar.

 - Não consigo me mexer! O que essa coisa fez comigo afinal?- falou João 

- Elas soltaram uma toxina em vocês. Ela é capaz de paralisar o alvo com o passar do tempo. Se vocês fossem menores, como uma rã, ela teria efeito imediato.  

- Então, o que a gente faz?- pergutou Renan

- Vão ter que esperar até o efeito passar.  A toxina deve atuar pelo menos até umas duas horas. É melhor nós armarmos uma barraca pra vocês ficarem.  Eu e o resto do pessoal vamos ficar de vigia.

Todos concordaram. Era melhor que todos estivessem em plenas condições físicas de tomar providências. Eles armaram duas barracas em baixo de uma árvore. Colocaram Renan e Samir junto com Pedro e Guilherme com João. O resto dos recrutas ficaria de fora patrulhando.

Na barraca onde estavam os três amigos, Renan se sentia inconformado pelo fato de Pedro não estar sofrendo o mesmo problema. O amigo não apresentava qualquer sintoma. 

- Você teve muita sorte de não ficar paralisado. Ela não conseguiu te morder?

Pedro mostrou a perna, a mordida estava muito superficial. Muito diferente da dos outros.

- Cara, eu não sei como. Eu me safei. Talvez essa não fosse venenosa.

- É. Pode ser.

- Ou talvez quem tenha tenha o sangue de realeza seja imune. - Pedro deu um riso disfarçado enquanto falava.

- Ah sim! Claro. Sangue de realeza, sei.

Os três riram.

Mesmo com a brincadeira de Pedro, Renan  ficou pensativo sobre o assunto. De repente começou a sentir um pesar nos olhos. Estava com uma vontade imensa de dormir. 

- Para quem não queria se alistar, vocês foram muito bem hoje. Talvez eu não estivesse vivo se não fosse por vocês.

- Que nada Samir! O crédito é todo do Guilherme. Você tem que agradecer a ele. Se ele não tivesse distraído aquelas cobras, nós todos estaríamos dentro do intestino delas agora. 

- É verdade Pedro. Mas ainda sim vocês foram corajosos ao tentar me salvar. Vocês deveriam repensar em servir a nação. Nós poderíamos trabalhar juntos no serviço de diplomacia. O que vocês acham?

- Tentador... Mas eu acho que não sirvo para isso. Eu quero ser médico. O que você acha Renan?

Renan já estava dormindo.

- Ele está dormindo Pedro. O que será que ele deve estar sonhando?

- Provavelmente ele deve estar sonhando com a Sabrina.

Pedro falou sorrindo. Queria ver a reação de Samir ao falar aquilo.

- Ei cara! É a minha irmã. Nem pensa em falar isso. Ela é mais nova.

- Um ano e pouco de diferença não tem problema algum. Para de superproteger ela. Qual o problema se ela quiser ficar com o Renan?

- Primeiro, eu não superprotejo ninguém. Segundo, isso seria uma traição da parte dele. Terceiro, ela não tem idade para namorar.

- Superprotege sim. E além do mais você não tem moral pra querer impedir ela de namorar. Ou você acha que eu esqueci daquela garota? Luana, não?

Samir não respondeu. Ficou quieto. Pedro muitas vezes era insensível e fazia brincadeiras e julgamentos precipitados. A antiga "namorada" de Samir havia se suicidado havia 6 meses. Não gostava de lembrar do assunto. Mantinha o segredo a sete chaves. Apenas Pedro, entre os amigos, sabia do namoro. Quem , na verdade,  deveria ser uma das últimas pessoas a saber do fato.

                           ***

Mais uma vez os sonhos esquisitos de Renan voltavam à tona.

Dessa vez, ele via uma mulher numa mansão à noite, contemplando a lua.  Estava na janela de um dos milhares de quartos que compunham aquela mansão. Atrás dela havia um homem deitado na cama. Era Pedro de Sá, com seu cabelo loiro e um pijama branco com listras azuis. Estava dormindo, depois da lua de mel dos dois.

A mulher exalava felicidade. Olhava para a lua com um sorriso. 

- Amor, tudo bem? Tem algo errado? Por que você está aí fora?

- Estou agradecendo a Deus por tudo de bom que eles nos deu. Diante de tantas ameaças, aqui estamos. Só tenho o que agradecer. 

 Ela possuía um cabelo ondulado e loiro na altura dos ombros, estava usando um pijama rosa e pantufas. Sua beleza era invejável.

Ele a abraçou e lhe deu outro beijo. 

Ela respondeu com outro beijo acalorado.

- Eu sou a mulher mais feliz do mundo.

- E eu sou o homem mais feliz do mundo.

A mansão deveria ficar em uma cidade serrana. A janela do quarto dava vista para vários morros. Muitos deles com uma vegetação densa.

- E que tal comemorar mais?- indagou Pedro

Ele puxa ela pela mão delicadamente e a olha com um sorriso malicioso. Em resposta ela o empurra para dentro do quarto. Ele cai na cama. Ela começa a tirar o pijama.

Um estrondo é ouvido. A mulher olha para a região do apêndice, coloca a mão e percebe que estava sangrando. 

Logo em seguida cai. 

Pedro levanta da cama desesperado tentando visualizar alguém. Não havia nada. Só então começa a clamar por ajuda. 

Três homens entram pela porta do quarto. Um se agacha perto dela e analisa o ferimento. Ainda estava viva, mas com dificuldades de respiração.

- Fica comigo! Você vai ficar bem. Você vai ficar bem. 

*O cenário muda.*

Renan está na saída da floresta do Desafio. Dali vê o porto de Arcádia. Uma garota vem na direção dele pela floresta. Era Sabrina, a irmã mais nova de Samir.
Seu cabelo preto, longo e liso estava lindo como nunca. Ela usava um vestido preto na região da coxa e sandálias.

- Renan, onde estão todos? Onde está Samir? Ele está bem?

A expressão de Sabrina era de preocupação. Renan estava sem resposta.

- Eu...eu não sei.

- Eles estão todos mortos por sua causa. Meu irmão está morto! Morto! O Império Vermelho não teve compaixão. Tudo isso poderia ter sido evitado se você tivesse se entregado. Se você não tivesse resistido.

Quando Renan vai falar algo, Sabrina sai correndo. Ele olha para trás e vê uma mulher. Era a que tinha aparecido no seu sonho anterior.

- Quem é você?

- Eu sou como você. Tive toda a minha família e amigos mortos pelo general Truman. Agora ele irá fazer o mesmo com os seus, se você resistir. Porém, se se entregar será fantoche dele e do projeto imperialista da Dinastia Yankee.

- Mas por que eu? 

- Nós temos o poder de prever o futuro. Nós somos uma arma em potencial...

- Se você pode prever o futuro, por que não foge? Você saberia o que fazer. 

A mulher engole em seco. Ignora a pergunta dele.

- Desculpe ter que fazer isso. Mas é a única forma de impedir os planos dele.

- O quê?!

Renan começa a sentir uma dor enorme de cabeça. Ele cai no chão, a mulher olha para ele com frieza.

"Não. Eu não vou morrer aqui."

A mulher começa a recuar. Ela começa também a sentir uma dor.

                                ***
- O nariz dele tá sangrando. Ele tá tremendo. - falou Pedro

- Vira ele de lado. Não segura. Ele está se debatendo muito. Deve ser outro ataque epiléptico.

Samir já estava recuperado da toxina. Os dois olhavam atônitos para Renan.

- Renan!

Ele dá um salto e fica sentado rapidamente. Assustado, sente algo escorrendo pelo nariz. Era sangue!

 O que diabos tinha acontecido? Era parte do treinamento?

"Desculpe ter que fazer isso. Mas é o único jeito.""Todos morreram por sua causa". "Você é uma arma em potencial".

As palavras ecoavam na mente dele. Quem era aquela mulher?

Seria apenas um sonho?



Não esqueça de deixar o like no final do capítulo. ;)



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