Brigada dos Mortos - Sobreviv...

By CintiaLilian

158K 12.8K 3.1K

Quando os mortos retornam a vida, Mônica se vê sozinha para proteger seus três filhos no início do fim dos te... More

SINOPSE
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24 - Parte I
Capítulo 24 - Parte II
Capítulo 24 - Parte III
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34 - Parte I
Capítulo 34 - Parte II
Capítulo 34 - Parte III
Capítulo 36 - Parte I
Capítulo 36 - Parte II
Capítulo 36 - Parte III
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43 - Parte I
Capítulo 43 - Parte II
Capítulo 44 - Parte I
Capítulo 44 - Parte II
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47 - Parte I
Capítulo - 47 Parte II
CAPÍTULO EXTRA - PASSADO Ísis, Beatriz e Vicente
Capítulo Bônus - Primeiros Dias
CAPÍTULO EXTRA: PASSADO DE ÍSIS, BEATRIZ E VICENTE II
CAPÍTULO EXTRA: PASSANDO ÍSIS, BEATRIZ E VICENTE III
CAPÍTULO EXTRA: PASSANDO ÍSIS, BEATRIZ E VICENTE IV - Final.
Capítulo 48
Capítulo 49
ORDEM DO CROSSOVER
CAPÍTULO 50 - CROSSOVER - PARTE I
Capítulo - 51 - CROSSOVER PARTE V
CAPÍTULO 52 - CROSSOVER VII
Capítulo 53 - CROSSOVER PARTE VIII
CAPÍTULO 54 PARTE 1 - CROSSOVER PARTE X
CAPÍTULO 54 PARTE 2 - CROSSOVER PARTE X
Capítulo 55
Sobre os personagens!
SOBRE OS PERSONAGENS 2
QUERIDOS FUZILEIROS

Capítulo 35

1.6K 146 68
By CintiaLilian

Vicente aguardou o veículo se afastar da zona de perigo e esperou dez minutos.

Assim que terminou de contar o tempo ele ajeitou a mochila nas costas e seguiu na direção do portão do campo de concentração.

Ísis havia comentado sobre o campo, sobre como serviria para matar todos os soldados do governo que estavam contra ela. 

Agora o feitiço irá se voltar contra o feiticeiro. 

Vicente pensou consigo mesmo.

Ele começou a tirar as travas de madeira uma por uma, haviam cinco tiras grossas de madeira bloqueando a porta, mais os cadeados. 

Ele usou a pistola para quebrar os cadeados. O primeiro disparo já atiçou as criaturas dentro do campo que avançaram em massa contra o porão o balançando. Só pela pressão Vicente pode calcular que eram uma quantidade monstruosa. Muitos mortos-vivos sacudindo um portão de toneladas e puro aço travado no chão.

Ele quebrou os cinco cadeados grandes, puxou a trava presa a terra e com dificuldade puxou um dos portões abrindo passagem para os mortos avançarem. Ficou atrás do portão tentando não respirar alto demais ou fazer nada que possa chamar a atenção das criaturas para a sua direção.

Ele pegou um facão e esperou a passagem em massa das criaturas que se rastejavam lentamente a procura de carne fresca.
Vicente ficou de pé durante quase vinte minutos esperando as criaturas diminuírem.
Com as criaturas saindo agora dispersadas entre si, Vicente caminhou furtivamente até a mata. sem chamar a atenção. Conhecia bem aquelas terras, explorou boa parte delas quando saia para caçar com o seu pai e sucessivamente com o seu filho.

Deixando as criaturas para trás ele avançou em direção a torre. Poucos mortos notaram a sua presença e o seguiram pela mata, mas nada que o preocupasse.
Vicente era mais rápido, mais ágil e mais forte. Não seria para um morto-vivo que perderia a sua vida.
Ele avançou durante dez minutos pela mata em direção a torre. Na corrida trocou a faca pelo fuzil e tomou o caminho para a estrada.
Ao se aproximar da estrada já conseguia ouvir a confusão plantada. Disparos continuou e gritos de soldados agonizando de dor. O som de pneus avançando em alta velocidade pela estrada indicava que plano estava dando certo.

A atenção das forças armadas de Ísis estavam concentrada nas criaturas.

Vicente voltou para a mata e continuou avançando em direção a torre pela mata adentro. Chegou ao abrigo em vinte minutos. A defesa estava enfraquecida, carros saiam dos portões da garagem em alta velocidade.
Os mortos estava chegando perto dos abrigos, os soldados foram obrigados a usar os carros para fazer uma barreira para que as criaturas não avançassem pela estrada.

— Reforços estão a caminho.— disse um soldado segurando um rádio próximo a boca — Vamos avisar a Ísis sobre os mortos nas estradas. Descubram de onde eles estão vindo e acabem com esse problema. 


Antes que ele pudesse mudar a estação Vicente acertou um tiro no centro de sua testa, quando os soldados perceberam o homem caindo era tarde de mais. O ex-piloto da FAB não havia saído da mata, a usava como camuflagem e avança entre o mato e a aproveitando as sombras da noite. Os disparos era ligeiros e precisos. Os soldados não sabiam de ondem viam e não tinham como se defender do ataque.
Com todos os soldados da estrada mortos, Vicente saiu das sombras se mostrando para os homens na torre e nos portões.
Eles começaram a atirar, mas o piloto foi mais rápido, derrubou os três dos portões e alvejou e se jogou no chão fugindo dos tiros dos soldados da torre se escondendo atrás de uma árvore e se posicionou para atirar contra os da torre. 

Os soldados continuavam a atirar sem saber onde estava o seu alvo, Vicente esperou eles recarregarem e avançou os alvejando.

Ele olhou para a estrada, já havia passado mais dez minutos do tempo combinado. E ele já havia perdido bastante tempo no campo de concentração. Ele decidiu avançar sozinho, achou até melhor assim. Ele deixou um recado no muro os mandando aguardar.

Os portões estavam abertos para a sorte de Vicente, ele encostou o ouvido e ouviu vários passos se aproximando do portão. O piloto suspirou, recarregou o fuzil e entrou atirando. Acertou três na cabeça e correu procurando um abrigo para se esconder de uma alvejada de tiros de contra-ataque.
Alguns passaram de raspão rasgando a pele e outros apenas as roupas, mas não o suficiente para amedrontar o piloto. 

Não eram atiradores profissionais, percebeu Vicente. Os tiros eram imprecisos, a maioria ali não sabia nem o que estava fazendo.

Eliminá-los foi fácil.

Os verdadeiros soldados estavam protegendo Ísis no forte dela e era para lá que ele estava indo.

Ao avançar ele encontrou com seus aliados indo em sua direção.
Um homem negro e forte de farda do exército e outro moreno de farda da aeronáutica. Um homem moreno que entrou junto com ele na FAB.

— Não deviam estar aqui. — disse Vicente sem parar de caminhar. — Ela não pode vê-los perto de mim.

O negro entregou uma bolsa e entregou Vicente. — Vai precisar disso para abrir a cerca.

O piloto pegou a bolsa e abriu. Era uma bolsa cheia de ferramentas. — Obrigado, Fabiano. Agora desapareçam, a coisa vai ficar feia.

— Eu sei... — disse o moreno. — Ísis aumentou o sistema de segurança dela depois que você entrou e levou filha dela e a criança.


— Minha. Filha. E. Minha. Neta. — corrigiu Vicente encarando o aliado.

— Desculpe. É difícil acreditar que você foi casado com essa mulher. — ele balançou a cabeça — Enfim, a cerca é elétrica. E só alguém que entende um pouco de engenharia elétrica pode fazer um estrago ali... — apontou para uma cabine de energia — Pelo que sei, você é apenas um mecânico. Entende de engenharia mecânica e eu de engenharia elétrica. Eu vou desligar pra você.

— Ivan, você não precisa fazer isso. — disse Vicente — Vocês estão arriscando demais. Pense em suas famílias.

— Se você conseguir sair daqui, eu vou ter esperança. — disse Ivan — Fuja e derrube a Ísis em Brasília, nós a derrubamos aqui.

— Estamos com você, cara. Fez muito por nós. — disse Fabiano.

— Muito obrigada mesmo. — disse Vicente — Nós vamos derrubar a Ísis, se tudo der certo, será hoje.

Eles concordaram e avançaram.

— Vou cortar a energia da cerca. — disse Ivan avançando para a cabine de energia ligada a cerca elétrica.

— Vou cuidar do perímetro. Pode corta a cerca tranquilo, ninguém passa por mim. — Fabiano empunhou sua metralhadora e avançou fazendo a guarda.

Vicente procurou um ponto na cerca e começou a vasculhar as ferramentas e tirou um grande alicate de lá.
Aguardou pacientemente o trabalho de Ivan para cortar a energia da cerca e ficou observando o outro lado da propriedade roubada de Ísis.
Na porta de entrada tinha dois soldados grandes e fortes bem armados.
Eles usavam uniformes, capacetes e cobriam o rosto com um pano preto.
Vicente os analisava procurando um ponto vulnerável, sem proteção nenhuma.
O pescoço.
Ele sorriu ao encontrar a sua mira.

Uma queda de energia relâmpago aconteceu. O piloto olhou para a cabine de energia e Fabiano fez sinal de positivo. Vicente respirou fundo e encostou o alicate nas grades, nada aconteceu. Ele sorriu e começou a abrir caminho fazendo um buraco na cerca. Demorou alguns minutos para abrir passagem na cerca. Era um material de boa qualidade, Ísis havia caprichado na própria segurança.

Vicente atravessou a cerca e avançou furtivamente se espreitando nas sombras sem chamar atenção. Encontrou um ângulo certeiro e entrou em posição para atirar.
Dois disparos, um soldado no chão. O segundo disparo acertou o ombro do segundo soldado.
Vicente suspirou desapontado consigo mesmo pelo erro. Calculou mal a posição, e o tiro não acertou o ponto desejado. Vicente aguardou o soldado se mexer. E não demorou muito para acontecer, o soldado saiu da varando procurando de onde o disparo veio, estava atento apontando a arma para todos os lados. 
Vicente se levantou e  avançou em direção a casa disparando contra o soldado que fugiu se jogando atrás do muro da varanda. Vicente continuou atirando  e sentiu um tiro zumbir no seu ouvido.
De onde sairá aquele tiro? O soldado estava escondido não poderia ter contra-atacado.
Mais disparos vinham passando muito próximo de Vicente, só não acertavam porque o piloto estava em movimento.
Os tiros estavam vindo de cima. Atirados no telhado.
Mais disparos fizeram o piloto correr numa chuva de balas trocando de arma e metralhando o muro onde estava o segundo soldado de guarda na porta e o matando ali mesmo.

Após se abrigar na varanda Vicente avançou chutando a porta com a arma apontada para qualquer um que representasse alguma ameaça...
Já sabiam que ele estava na casa, não tinha porque continuar no modo furtivo.

Mas quando entrou foi pego de surpresa. Ísis estava sentada em uma cadeira de pernas cruzadas como se fosse uma rainha, ela sorria confiante olhando para Vicente.

Atrás do seu 'trono' estavam uns quatro soldado. Vestidos exatamente igual aos que ele matou na entrada, mas o que chocou Vicente foi o que ele viu na frente de Ísis.

Em formação de linha reta, tinha um pequeno exército de crianças. Da idade do seu filho. Cerca de vinte jovens empunhando fuzis de assalto.
E todos apontaram as armas para ele assim que pisou na casa.

— O que aconteceu querido? — perguntou Ísis se divertindo com a situação. — Antes mesmo de pisar aqui no meu abrigo você veio matando os meus soldados, um por um sem dó. Todos muito bem treinados e fortemente armados. — ela ficou de pé e se aproximou dos jovens brincando com a trança de uma menina. — Mas quando vê o meu exercito mirim, você paralisa. Não entendi. — debochou ela.

Vicente abaixou a arma — Você é baixa.

Ísis sorriu divertida — Vai se render fácil assim? — ela caminhou e parou ao lado de um garoto mais novo. — O seu fraco foi sempre a sua compaixão. É muito fácil de pegar desse jeito sabia?

Der repente dois homens foram jogados no chão por três soldados, perto de Vicente.
Eram os seus aliados.

— Identificamos os traidores pelas câmeras de segurança. — disse o soldado. Ele encarou Vicente, o piloto soube mesmo o homem estando de capacete. Vicente o encarou de volta, com um ar desafiante.

— Ele matou dois dos nossos. — disse o homem com ódio na voz.

— E matou dezenas de soldados meus. — suspirou Ísis — Sacrifícios a parte. Eu cuido deles. Volte ao posto, tudo tem que estar pronto para quando os jovens vierem o resgatar.

Ele assentiu e saiu.

— Fiquem de pé! — mandou Ísis para os recém-capturados. — Anda logo, homem digno não se rasteja.

Quando eles ficaram de pé, ela entendeu o motivo deles mal conseguiram se levantar.
Eles haviam levado uma surra dos soldados que os capturá-los.

— Filhos da puta.— disse Vicente — Isso não vai ficar assim.

— Claro que não. Eles querem matá-los. — disse Ísis — Os meus soldados especiais, são mercenários, assassinos de aluguel, ex-policiais e etc. São homens bem maus.— ela sorriu — E vão precisar matar um de vocês para saciar a sede de vingança.

— Por favor, o meu pai não. — disse uma das crianças na fileira. Era um menino de dreaclocks, ele estava com lágrimas nos olhos.

Ísis se virou para ele.

— Seu pai foi um péssimo soldado. Merece ser punido. — disse Ísis e então mordeu os lábios e algo em seu rosto se iluminou. — Já sei, é melhor você puni-lo. Atire nele.

— Não, eu não posso. — disse o garoto ficando desesperado.

— Sua piranha! Deixa o meu filho em paz! — gritou Fabiano.

— Atira no seu pai e ele não vai morrer. — mandou Ísis — Vamos, mostre-me o seu lado. — disse ela com a voz mansa — Atire nele e eu perdoou a traição, mas se você não atirar, ele morrer e sua mãe também morrerá. Será a punição por desobediência.

— Não. Não faça isso Júnior! — gritou Vicente — Você não quer machucar o seu pai.

O garoto apontou a arma na direção do pai dele. — Desculpa pai...

— Não! — Vicente se jogou na frente e o tiro acertou o piloto.

Ele gritou e caiu no chão.

— Não! — gritou Fabiano socorrendo Vicente, o tiro havia penetrado no colete. O piloto estava bem.

Vicente levou a mão no lugar do tiro sentindo uma dor forte, como um tipo de coice de cavalo.

— VICENTE! — gritou Ísis com os olhos arregalados. — O que você fez moleque estúpido!

O piloto gemeu sentindo uma dor forte pela pressão do tiro, mas o colete havia salvado a sua vida e então ele levantou ofegante.

— O que foi Ísis? Ficou preocupada? —  perguntou Vicente tirando a bala do colete.    

— Atira de novo. — ordenou Ísis — E é melhor você não se meter na frente, Vicente! Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes.

— Você não precisa obedecer ela... — Disse Vicente olhando para o garoto — Você não quer ferir o seu próprio pai.  

— Mas se eu não fizer, o meu pai vai morrer... E a minha mãe também... — disse Júnior entre lágrimas.

— ATIRA! ATIRA LOGO! — gritou Ísis — ATIRA NO SEU PAI.

— Não faz isso... — repetiu Vicente — Você não tem que obedecer essa mulher. Lembra de tudo que ela fez com você. Com o seu pai. — disse Vicente olhando para o garoto. — O seu pai já está muito ferido, você não quer machucá-lo.

— Prefere que quem o puna? Você ou os meus soldados especiais? — perguntou Ísis. — Atira.

— Ele está na frente. — disse o garoto apontando a arma, Vicente cobria o campo de visão protegendo Fabiano.

— Deixe-o atirar, Vicente. — pediu Fabiano.

— Não. Ele é o seu filho, ele não deve atirar contra você. — disse Vicente.

— Ele já atirou. — respondeu Fabiano — Deixe-o atirar.

— Atira. — mandou Ísis.

— Atira em mim, Ísis. — disse Vicente. —  Por que você mesma não atira? Ou será que não consegue?

— Último aviso, Vicente. — disse Ísis entre os dentes — Eu estou perdendo a paciência.

— Atira Ísis. — desafiou Vicente — Sei que não consegue me matar.

— Atira! — ordenou Ísis.

— Senhora...

— ATIRA! — gritou Ísis possessa — ATIRA LOGO! ATIRA!

Júnior obedeceu e Vicente caiu pesadamente no chão, o som do grito de dor veio segundos depois. Uma poça de sangue se formou sobre Vicente que cobria com a mão o ombro ferido. A bala havia atravessado o ombro deixando um buraco.

Ísis estava ofegante. Ela deu as costas e se sentou na sua cadeira.

— Você não pode me desafiar assim, Vicente. — disse Ísis. — Não sabe do que eu sou capaz.

— Eu sei muito bem do que é capaz. — Vicente se ergueu com a mão no ferimento.

Ivan havia tirado a camisa e rasgando para cobrir ambos os lados do buraco da bala e Fabiano ajudando a cobrir o outro.

— Merda! — disse Fabiano — Era pra ter deixado ele atirar em mim. Eu deveria receber esse tiro.   

— Tá tudo bem. — disse Vicente ficando de joelhos, eu já lidei com coisas piores. — disse ele ofegante.

— Tá perdendo muito sangue. — disse Ivan — Logo não vai aguentar nem ficar acordado.

— Ela não vai me deixar morrer. — disse Vicente ofegante e então encarou Ísis — Não é mesmo, Ísis?  

— Você é dispensável, Vicente.— retrucou Ísis — Só existem duas pessoas indispensáveis para mim. Um dia, você estava nessa lista. Hoje, não mais. — ela olhou para os guardas — O que estão esperando, peguem as armas deles! Algeme-os ou esperam que eu faça isso?

Três soldados se apressaram para acatar as ordens da mulher.
Algemaram os três homens e recolheram todas as suas armas.

Um soldado se aproximou de Ísis, ele estava com um aparelho celular no ouvido.

— Senhora, dois jovens estão atravessando os portões. — ele mostrou o aparelho para ela. Era uma foto de Daniel e Samuel entrando no abrigo.

— Deixe-os passar e mande ficar atentos para o restante do grupo. Não devem estar muito longe. — ela cruzou as pernas. — Eles estão vindo até mim, que fofura... É pra te resgatar?

Vicente ficou em silêncio.
Um segundo guarda foi cochichar algo no ouvido de Ísis.

— Mas como... — ela parou de falar e fitou Vicente — É claro que foi você. Por isso conseguiu invadir aqui tão rápido. — Ísis sorriu — Você me surpreende a cada dia, querido.

— Estão se aproximando da mansão. — disse o guarda com o celular no ouvido.

— É hora do show. — disse Ísis empolgada.

* * *

Vicente despertou vagarosamente, a última coisa que se lembra era que foi arrastado para a enfermaria da casa de Ísis e foi dopado para receber os pontos.
Agora estava deitado em um chão acimentado, com apenas uma única lâmpada iluminando todo o ambiente.  Fechou os olhos para que se acostumassem com a pouca claridade.
O lugar todo cheirava mal, era poeira, era sangue, cheiro de fezes e urina.
Vicente se pôs sentado, estava provavelmente no porão de Ísis. O que ela vinha usando com frequência, aparentemente graças aos cheiros horríveis que estavam impregnados no local.

— Ele acordou. — disse uma voz feminina e só então Vicente se deu conta que ainda estava com os olhos fechados, ele os abriu e viu que o porão estava cheio.
Sete pessoas completamente desconhecidas.

— Não se aproxima muito. — advertiu Mônica para a irmã.

— Eu não sou um dos seus filhos Mônica. — disse Marina se aproximando do homem estranho que foi colocado entre eles inconsciente.

— E o que ela quis dizer com uma tal de reunião familiar quando te jogou aqui? — perguntou Francisco se dirigindo ao homem.

Vicente massageou as temporãs, a anestesia havia deixado sua mente completamente bagunçada.

— Eu não sei... — respondeu ele — Nem sei como vim parar aqui.

— Foi dopado. — disse Marina olhando o curativo — Teve cuidados médicos. Por que está aqui?

— Ísis tem medo de me perder. — ele tocou no ombro e gemeu de dor. Ainda doía, mas era suportável se ele não fizesse muito esforço, mas só precisava de um braço para matar aquela maldita mulher. Tudo estava voltando a sua mente como um turbilhão.

Vicente ficou de pé com certa dificuldade atraindo a atenção de todos.
  

— Os seus filhos... — começou Vicente, sua boca estava completamente seca. — Eles estão em perigo. A Ísis contratou mercenários para fazer a sua segurança e está os esperando para uma armadilha. Temos que sair daqui, eles são inexperientes, não terão a menor chance contra esses bandidos. — Vicente seguiu em direção a escada.

— Como sabemos se podemos confiar em você? — questionou Thales o encarando.— E a porta está trancada. Não tem janelas. Nem saída de ar. Estamos encurralados.

Vicente apenas balançou a cabeça, perdeu muito sangue, estava se sentindo fraco, ainda zonzo. — Eu sei quem são. Sei porque estão aqui... Só voltamos aqui para resgatá-los. Vimos quando foram levados para cá.

Mônica olhou para Francisco.

— Isso está confuso. — disse Mônica — O que você é da Ísis e por que ela tem medo de te perder? Por que foi baleado? E como sabe quem somos e se temos filhos ou por que estamos aqui?

— É uma longa história. — disse Vicente.— Temos que sair daqui primeiro.

— Não tem saída. — disse Kenichi — Já tentamos derrubar e estamos algemados.

Agora que Vicente reparou nas algemas. Os seis estavam algemados com as mãos na frente do corpo. Ele era o único que tinha as mãos livros, provavelmente por causa do movimento dos ombros.

— Pode começar a falar. — disse Mônica. 

Vicente soltou um suspiro e começou a contar como conheceu os filhos deles até aquele momento, mas o final da história foi interrompido por diversos acima deles.

* * *
No segundo andar Beatriz estava guiando o grupo pela casa. Estavam todos juntos, cobrindo uns aos outros. Atentos e com os olhos em todos os lados e de prontidão para atacar qualquer coisa que se movimentasse.
Beatriz seguiu pelo corredor e só parou na última porta. Havia três opções para se seguir, o lado esquerdo, o lado direito em frente, atravessando a porta.

— Acho que é por aqui... — ela tocou na maçaneta e puxou a porta, Daniel entrou na frente verificando o perímetro. Ele apontou seu fuzil para todos os lados em busca de alguma ameaça, mas não havia nada e nem ninguém ali. — Ta limpo.

O grupo se apressou para entrar no quarto, era um tipo de escritório.
Ele olharam em volta e avistaram duas portas, tirando a de entrada.
Beatriz explicou que uma era a do banheiro e a outra estava sempre trancada, ela nunca soube o que tinha do outro lado.

Daniel apontou a pistola e disparou três vezes contra a fechadura detonando a tranca, a porta se abriu sozinha pela impacto dos tiros mostrando outro cômodo escuro.
Eles ligaram as lanternas e avançaram iluminando em volta com atenção. O grupo de jovens encontrou um tipo de passagem para o primeiro andar. Eles trocaram olhares s apreensivos.

  — Que sinistro. — começou Téo olhando na direção da escadaria — Isso tá parecendo um filme de terror.

— A nossa vida é um diário filme de terror. — disse Jacqueline caminhando em direção a passagem.

O restante do grupo avançou e Daniel e Juliana seguiram na frente. 

A descida pela escadaria era ainda mais escuro que o andar de cima, eles desceram lentamente iluminando a frente e os degraus com cuidado para não cair.

O caminho era um verdadeiro breu e descer em passos lentos e cuidados tornavam uma eternidade apavorante aquela descida.

Daniel finalmente chegou no final notando avisando ao restante do grupo. O breu ainda predominava, mas iluminando em volta eles puderam perceber que encontram outro cômodo fechado, sem nenhum moveis. Não havia portas e nem janelas, apenas uma passassem para um corredor escuro.

— E ai? — perguntou Samuel.    

— Tem um corredor ali. — respondeu Juliana.   — Vamos. — disse Juliana seguindo em direção ao corredor.

Mas o som de botas pesadas se aproximaram fizeram todos recuar para trás.

— Mas já, vocês acabaram de chegar. — a voz de Ísis surgiu das sombras como ela.
O comodo foi iluminado se mostrando um tipo de passagem subterrânea e que eles não estavam tão sozinhos.

Cerca de vinte homens fortemente armados e com uniformes estranhos que chegavam a cobrir seus rostos e usar capacetes.
Ísis sorriu ao ver o espanto estampado nos rostos de cada jovem.

— Acharam mesmo que poderia perambular pela minha casa sem serem pegos? — ela levou a mão no peito — Como são tolinhos... Pobres crianças.

— Não temos medo de você. — disse Juliana dando um passo a frente.

Ísis cruzou os braços — Por enquanto, mas isso está prestes a mudar. — ela avistou Tiago e sorriu para ele — Olha só para você, está bonito. Cada vez mais parecido com o seu pai. O cárcere fez bem para você. Parece mais forte. 

— Onde você o prendeu? — questionou Tiago a encarando com raiva.

— Para que a pressa? Logo vocês vão se juntar. — questionou Ísis levando as mãos a cintura. Ela olhou para Daniel e Samuel — Não contou sobre a reunião familiar que eu prometi? — Ísis se fez de ofendida — Não acredito... Por isso essas carinhas?

— Nós vamos passar e tirá-los de lá.— disse Jacqueline — E se precisar passar por cima de você, nós vamos passar.

Ísis gargalhou. — Que fofa.

— Que vadia! — retrucou Jacqueline.

Ísis ficou séria e começou a andar na direção deles, todos apontaram as armas na direção dela.

— Tsc, tsc, tsc. — ela balançou a cabeça negativamente — Vocês não vão querer morrer mergulhados uns no sangue dos outros, vão? — dito isso os soldados entraram em posição de ataque já destravando suas metralhadoras.

— Eles vão atirar tão rápido quanto um piscar de olhos. — disse Ísis em um tom de ameça — Serão atingidos sem nem destravar as suas armas e não terão a reunião familiar. — ela parou na frente da filha e pegou a arma da mão dela — Você não sabe mexer nisso... Dá pra mamãe, dá. — ela jogou no chão e olhou para os outros — Joguem suas armas no chão.

— Não façam isso. — disse Beatriz, ela encarou a mãe — Ninguém aqui tem medo de você.

 — É verdade, Ísis. — disse Juliana — Você não vai vencer.  

Ísis sorriu. — Ah, claro. — ela olhou para o soldado que estava na ponta — Faça.

Tudo aconteceu em meio segundo, o som de diversos disparos, os aliados de Vicente caindo no chão em um baque. As manchas se sangue surgindo no peito e o sangue escorrendo da cabeça dos homens.
Júnior havia caído em cima de Tiago com cinco tiros no peito.
Tudo ficou lento, havia sangue para todos os lados, ninguém teve tempo de reagir.

O choro de Ariel tirou todos da câmera lenta, a menina chorava pelo sangue espirrado nela, pelos gritos de desespero dos jovens a sua volta.

— Eu não falei? — disse Ísis — Em um piscar de olhos vocês estariam se afogando uns no sangue dos outros. — ela sorriu — Meus soldados são exímios atiradores. Vocês não tem a menor chance, joguem as suas armas ou eu escolho o próximo a morrer.

Eles ainda estavam paralisados pela execução há poucos minutos.

Juliana tirou Ariel das costas e colocou ela na frente tentando acalmar a criança, ela passou a mão no rostinho choroso de Ariel e limpou todo o sangue.

— Shhh, tá tudo bem. Eu estou aqui. — ela a aninhou no colo.

— Okay, então... — Ísis analisou, — A bonitinha que me chamou de vadia vai ser a próxima.

— Nós entendemos. — disse Daniel rapidamente — Já entendemos. Você é quem manda. — ele tirou o fuzil e jogou no chão e todas as outras armas que tinha — Nos rendemos.

O restante do grupo imitou Daniel jogando as armas aos pés de Ísis e seus capangas.

— Eu não tenho certeza se entenderam mesmo. — Ísis cruzou os braços. — Atira na pirralha desbocada.

— Não! — gritaram Daniel e Juliana, mas o disparo já tinha sido feito antes mesmos deles gritaram. Jacqueline não teve reação nenhuma ela apenas gritou sem saber como se defender e esperando o pior, mas não recebeu o tiro. Quem caiu em cima de Jacqueline foi Téodoro. Os dois tombaram no chão em um estrondo, Jacqueline apenas sentiu o sangue quente de Téo derramar sobre ela e o garoto gemendo de dor. O garoto havia recebido um tiro na região da clavícula.

— Não. Não. Não. — disse Jacqueline desesperada e entre lágrimas, ela ajeitou Téo em seu coloco, o sangue saia do ferimento feito água ela tentava cobrir com a mão sem saber o que fazer. — Téo... Téo... Por que você fez isso? Por que você fez isso. Meu deus! — Jacqueline estava ofegante, lágrimas caiam do seu rosto sem parar.   

Samuel correu desesperado na direção do irmão e se ajoelhou ao lado dele com com rosto molhado de lágrimas.

— Téo, olha para mim. Olha para mim, cara... — disse Samuel olhando o irmão fechar os olhos lentamente — Não. Não. Não.  Fica comigo, tá bem? Vai ficar tudo bem. — ele estava tentando improvisar um curativo com a própria blusa. — Você não pode me deixar agora... Não faça isso comigo... Por favor. —  Samuel pressionou a blusa sobre o buraco do tiro para estancar o sangue. Téodoro arregalou os olhos por causa da dor, e começou a respirar de forma descompassada.

Jacqueline tirou os cabelos dele do rosto, ainda chorando se parar. — Téo... Téo...

— Como... Isso... Queima... —  reclamou ele. — Doí muito...     

 — Você aguenta. — disse Samuel — Você é um homem não é? É forte.

Téodoro começou  fechar os olhos lentamente — Aguento... — sussurrou ele.
  

— Hei, cara... — chamou Tiago — Foi demais o que você fez. Precisa viver para contar essa história.

Téo sorriu...

— Isso, precisamos manter ele acordado. — disse Samuel cuidando do ferimento. — Não o deixem dormir       

Jacqueline estava soluçando.

— Eu preciso de você. — disse Samuel — Por favor, me ajuda. Não deixa ele dormir. Pode me ajudar.

A garota assentiu e passou a mão pelos cabelos de Téo.   

— Téo, fica com a gente. Não fecha os olhos, por favor. — pediu Jacqueline — Você não pode morrer. Não pode nos deixar.

Juliana e Daniel estavam vasculhando as mochilas desesperadamente procurando o material de primeiros socorros para ajudar Samuel.

— Consegue estancar? — perguntou Daniel preocupado entregando um guardanapo.

— Eu tenho que conseguir. — disse Samuel e então olhou para Juliana — Rápido Juliana, por favor.   

Juliana pegou as mochilas e despejou todo o material delas no chão vasculhando tudo até encontrar os materiais de primeiros socorros, ela recolheu que encontrou e entregou para Samuel.

Daniel abaixou e passou a mão entre os cabelos de Téo — Você é forte, cara. Muito forte e corajoso. Eu sei que aguenta isso. Fica acordado, fica com a gente. Se conseguir se manter acordado eu deixo você namorar a minha irmã.

Téo conseguiu rir.

— Isso, fica aqui com a gente. — disse Samuel sorrindo — Mantenham ele acordado para mim.

Jacqueline, Daniel e Tiago estava se esforçando para isso, conversando e contando bobagens para Teodoro continuar consciente.  

Juliana estava molhando uma toalha e colocou sobre a testa de Téo que estava começando a esquentar.

Ela ajudava Samuel a cuidar do ferimento, estava ajudando a limpar o ferimento, a bala não havia saído. Tinha se alojado na região da clavícula, mas o mais preocupante era a hemorragia. 

Samuel estava fazendo de tudo para estancar o sangue. Todo o possível para o irmão mais novo viver.
O grupo de jovens estavam todos desesperados e trabalhando para fazer Téodoro viver.

— O que você fez... — disse Beatriz entre lágrimas — Você é um monstro. Não é a minha mãe. Não sei como nunca vi isso.

— Acho que você já passou dessa fase de adolescente rebelde, filhinha. — disse Ísis com amargura. — O tiro era para matar a bonitinha desbocada, mas ela tem um herói. Que o rapazinho sofra as consequências.

— Você pode salvá-lo. — disse Beatriz se aproximando dela — Por favor, eu faço o que você quiser, mas não o deixe morrer. Eu estou implorando.

Ísis sorriu — O que eu quiser? É uma promessa forte, não acha?

— Não importa. — disse Beatriz — Salve o Teodoro. E eu voltou pra você. Eu e a Ariel.

Isso atraiu a atenção do grupo.

— Ok. — disse Ísis descruzando os braços — Salve o pequeno herói.

Um soldado se aproximou e pegou Téo nos braços.

— Eu vou junto. — disse Samuel.

— Não. — disse Ísis — Ainda temos a reunião de família, não vamos estragar mais ainda. — ela abriu um sorriso malicioso. — Agora mudem essas carinhas de choro, seus pais querem matar as saudades.

****

O que foram esses dois capítulos????????????
CHAMA O SAMU, OS BOMBEIROS A FUNERARIA, PQ EU ESTOU MOR-TA

TÉEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEO ):

QUE CADELA ESSA ÍSIS, MEU DEUS! 
CADELA NÃO, É UMA OFENSA A NATASHA.
QUE VAGABUNDA! VADIA, CRETINA!!!
COMO EU A ODEIO!!  

O que acharam desses capítulos? 
TAMBÉM ESTÃO AFIM DE ENTRAR NA HISTÓRIA E MATAR ESSA VACA?

Desabafem para a Cici </3


Continue Reading

You'll Also Like

21.9K 2.5K 27
Pra começa essa historia, tenho uma pergunta pra vcs? vcs acredita em sobrenatural? Em vampiros, lobos, bruxas, doende, fada e por ai vai. Pois esse...
417 16 7
[MINHA PRIMEIRA FANFIC!!] Foram meses, meses, e meses que Morajo havia sumido de Verade... Ninguém conseguia entrar em contato com ele, ou ao menos r...
paparazzi By Geovanna

Mystery / Thriller

12.1K 827 36
Agatha uma mulher de 22 anos que está no segundo ano da faculdade de moda e é frequentemente atormentada por um stalker que se apelidou de foxy, o st...
254K 21.1K 42
{s/n} é uma advogada de Berlim, que por acaso do destino, foi a única pista deixada por uma garota desaparecida. Junto com um hacker e um grupo de am...