Tudo Pela Reportagem

Per mariiafada

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PLÁGIO É CRIME - Todos os direitos reservados a Maria Augusta Andrade © Não autorizo qualquer reprodução ou u... Més

Prólogo.
Primeira parte.
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Segunda Parte.
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!!!!!100 MIL F*CKING VIEWS!!!!! ❤️
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31 (Pra quem não está conseguindo ler!!)
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42. [Final]
Epílogo.
Agradecimentos.
Capítulo Bônus (1)
Booktrailer <3
Se você gostou de TPR, vai gostar de Morde e Assopra também!
Capítulo Bônus da Gabi! Yey!

34.

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Per mariiafada

Demorou algum tempo até Rivers se acalmar e decidir que me matar não era a melhor das escolhas.

Fiona muito bondosamente cedeu sua cadeira para mim e sentei-me ali, esperando Rivers desinfetar os seus sapatos aparentemente caros para me explicar o que significava tudo aquilo.

— Desculpe. — pedi fazendo uma careta enquanto ele se debruçava sobre os pés e os limpava, torcendo o nariz de nojo.

Na verdade, havia uma partezinha de mim – tudo bem, uma parte enorme – que não sentia nem um pouco de remorso por ter vomitado nos pés de Rivers. Não é como se ele não merecesse, afinal.

No entanto, para evitar mais desavenças, se é que isso fosse possível, achei melhor me desculpar.

— Não se dê ao trabalho —  ele retrucou. —  Sei que está curtindo este momento.

Ah, pode apostar que eu estou. Dei um sorriso diabólico, mas tratei de tirá-lo do rosto antes que alguém percebesse. Pigarreei.

— Não, é sério, não fiz por querer. Foi o cheiro do cachorro-quente...

— Ele vai sobreviver, Elizabeth. Não se preocupe. — a garota que trouxera os cachorros-quentes plantou sua cadeira ao lado da minha e deu um sorriso quase assustador.

Seus cabelos pretos e crespos estavam presos em duas tranças, seus olhos eram igualmente escuros e grandes. Os braços estavam repletos de pulseiras coloridas, cada uma de suas unhas estava pintada com uma cor. Era tanta informação em uma só pessoa que fiquei atordoada. Ela continuou tagarelando: — Eu não sei se já comentei, mas sou uma grande fã! Desde que começamos a monitorá-la fico impressionada com as coisas que você faz!

— Obrigada... Eu acho. A quanto tempo estão me monitorando?

— Basicamente desde de Las Vegas — contou a menina. Ela estendeu a mão na minha direção, fazendo com que as pulseiras em seus braços chocalhassem. — Esqueci de me apresentar: Eu me chamo Tora!

Apertei sua mão ainda meio assustada pelo sorriso enorme e na aparente obsessão da garota por mim. Tora não tirava os olhos do meu rosto e quase não piscava.

— Em Las Vegas, nós não monitorávamos você em especial — Isaac explicou. — Fazíamos parte do grupo maior, da operação grande.

— Esse pequeno grupo aqui foi uma ideia do Mike — complementou Fiona.

— Tudo bem, mas vocês não são jovens demais pra fazer parte do FBI? — questionei-os.

— Não somos do FBI. Estamos pagando serviço ao FBI, era isso ou 200 horas de trabalho comunitário. – disse Fiona.

— Somos hackers, sabe? — Isaac explicou. — Invadimos sites que não deveríamos e o governo acabou descobrindo. Pensaram: Ei, por que não usar a inteligência desses bastardos para algo útil? E aqui estamos nós — ele deu os ombros.

— Entendi... — na verdade eu estava só começando a entender toda aquela loucura, mas não queria que me tomassem por lerda, então fingi que tudo era bastante normal e cheio de sentido... O que não era verdade. Nunca tinha ouvido falar que o FBI "contratava" adolescentes. Ajeitei-me na cadeira. — E agora vocês são minha equipe?

— SIM! — Tora comemorou. Passou os braços ao redor do meu corpo e me apertou em um abraço. Fiona revirou os olhos, desaprovando a ação da menina. — Vamos trabalhar para você! Isso não é demais?

— É... Claro que é!

Depois que Tora me soltou, levantei o indicador.

— Uma dúvida: Por que eu preciso de uma equipe mesmo?

Caramba, os médicos te deram algum sedativo, Elizabeth? — intrometeu-se Rivers. — Eles estão aqui para te ajudar a consertar a burrada que você fez, lembra-se? O vídeo que Slender gravou de você. — Rivers afinou a voz numa imitação terrível e nada legítima da minha. – "Vou montar um plano brilhante e consertar tudo, porque sou muito fodona e inteligente". Lembra-se que disse isso? Pois é, agora prove.

Eu não dissera daquele jeito e com aquelas palavras.... Tudo bem, fora quase aquilo, mas no momento eu precisara colocar a minha auto estima para cima, depois dela ter sido destruída por Rivers.

— Ainda tem vômito no seu sapato, Rivers. — avisei depois de cruzar os braços. — Ele fala como se a culpa fosse só minha — retruquei lançando um olhar azedo ao loiro. Virei-me para as adolescentes. — Então vocês são hackers? Quão bom vocês são?

— Cara, invadimos sites confidenciais do governo — disse Isaac.

— Roubamos arquivos ultrassecretos. — Fiona adicionou.

— E fizemos tudo isso só por diversão, nem estávamos tentando. — Tora reforçou.

Eu estava impressionada. Era quase a realização de um sonho.

— Estão me dizendo que eu tenho à minha disposição três hackers profissionais para fazer o que eu bem entender, e ainda terei carta branca dos federais?

— Sim, Elizabeth. Infelizmente, é isso. — Rivers respondeu à contra gosto. — Mike deve gostar mesmo de você.

Ou ele deve estar muito arrependido de ter deixado um idiota como você no comando por tanto tempo, pensei.

Resolvi guardar  resposta só para mim.

— Temos uma sala especial na redação do seu jornal só para trabalharmos no caso SLENDER MAN, como gostamos de chamá-lo. — disse Fiona animadamente. — Estamos prontos para fazer o que você pedir, Lizzie.

Olhei para aqueles adolescentes, sentindo-me estranhamente feliz. Um sentimento de júbilo que nunca sentira antes estava se acumulando no meu peito. Aquilo era um paraíso. Slender não tinha a menor chance quando eu possuía tantos recursos. Um sorriso enorme se abriu em meu rosto. Esfreguei as mãos.

– Ah, crianças, vamos nos divertir muito.

*

— Serve mais uma taça para mim, vai. — Scarlett estava sussurrando para Ray, falando não muito alto para não atrapalhar Eleonora.

Estávamos todos reunidos no meu pequeno sofá, procurando novos apartamentos e tomando vinho. No momento, as meninas estavam tentando novamente ligar para casa. Para os seus pais.

Eles foram informados que as meninas estavam bem, só que desde de que elas chegaram em Nova York a comunicação com outros países tinha sido difícil. Depois de conseguirmos adicionar todos os pré-fixos e DDDs necessários para ligações internacionais, estávamos tentando mais uma vez.

Lele foi a primeira. Ela estava agarrada ao telefone da cozinha, parada entre a balcão que separa a sala do outro cômodo, seu rosto  desprovido de cor. Seth estava aos seus pés, como que dando um suporte canino à garota.

— Está tocando! — ela anunciou. Comemoramos silenciosamente, dando força para a nossa amiga. Gabriella agarrou meu braço, seu rosto contorcido em uma careta de tensão. Ela seria a próxima. Lele prendeu a respiração, depois seus olhos se encheram de lágrimas: — Mamá?

Do sofá, consegui ouvir os gritos da mãe de Eleonora — gritos de alívio e felicidade. Eu não entendi nada da conversa em espanhol, mas foi um momento emocionante. Lele não parava de chorar.

Ela me contou depois que naquele momento ouvir a voz da sua mãe foi um alívio, uma lembrança do país que ela deixara para trás, que amava, mas não poderia voltar. A minha amiga contou que sua mãe nunca deixara de acreditar que Lele estava viva. Rezava todos os dias incessantemente pela filha desaparecida, que saíra de casa acreditando que uma agência de modelos americana finalmente a descobrira.

Foram meses cruéis e sofridos para a mãe de Eleonora, que quando procurara a polícia, não tivera nenhum retorno. Era só uma garota, isso não era da conta deles, que tinham crimes de verdade para resolver.

Eleonora garantiu à sua mãe que estava bem, que um anjo a salvara — corei quando minha amiga disse isso. A mãe fez ela prometer que continuaria perseguindo o seu sonho. Lele afirmou que não desistiria e, um dia, ela traria a mãe e as irmãs para os Estados Unidos. Depois de falar com cada uma das duas irmãs e garantir que ligaria toda semana, Eleonora desligou.

— Isso foi... Intenso. — Lele riu limpando as próprias lágrimas. – Sua vez, Gabi.

Gabriella se levantou, engoliu em seco e se dirigiu ao telefone. Com os dedos trêmulos digitou o número da sua casa, passando uma mecha solta do cabelo liso escuro para trás da orelha. Ela esperou silenciosamente, mordendo lábios. Sua cabeça se ergueu de súbito:

Abuelita? — os olhos de Gabi brilharam enquanto ela sorria aliviada.  — Sí, sí! Soy yo, abuela, Gabriella! Yo stoy bien, stoy viva...

Foi impossível conter as lágrimas ao presenciar aquele momento. Segurei o colar que Martínez me dera entre os dedos, rodando-o pelo pescoço distraidamente.

Pude ver a expressão no rosto de Gabi se transformar a medida que ela falava com cada pessoa de sua família. Seu irmão mais novo, seus pais... Ela dizia a todos que estava bem, com lágrimas nos olhos enquanto sorria para mim. Era uma espécie de agradecimento silencioso, mas era eu quem deveria agradecer.

As garotas abriram os meus olhos para a dura realidade que existe no mundo, e agora que eu sabia disso queria fazer algo para ajudar. Minha vida nunca mais seria a mesma sabendo que existiam tantas vítimas do tráfico de pessoas, do estupro, da violência e prostituição. Definitivamente, eu é quem deveria estar agradecendo ali.

No começo disso tudo, a minha intenção era desmascarar Slender porque queria um furo de reportagem. No entanto, expor aquele homem agora se tornara uma questão pessoal, não era só por mim, não era só pela matéria, era por elas. Por aquelas garotas e tudo que elas passaram. Slender ia ter pagar, no sentindo literal e figurado.

*

Chegar à Redação no dia seguinte foi no mínimo exaustivo. Já que eu me recusara a pegar o elevador assassino, mesmo que esse tivesse passado pela manutenção e funcionasse normalmente agora, precisei subir muitos lances de escadas.

Ao chegar no vigésimo quinto andar estava morta, sorte a minha ter escolhido um vestido confortável para usar naquela manhã.

Com a língua para fora por casa da sede que sentia, abri a pesada porta de ferro da saída para as escadas. O barulho usual da redação me atingiu imediatamente. Respirei fundo o cheiro de café que flutuava pelo ar e e deixei que a melodia do Daily Golden News fosse minha trilha sonora enquanto eu caminhava pelas mesas até o meu reservado: Telefones tocando, pessoas conversando, digitando, rindo. O carrinho de correspondência indo de um lado para o outro, suas rodinhas ocasionalmente guinchando por causa de uma freada brusca. Como era bom estar se volta ao meu hábitat natural!

Enquanto andava ergui a cabeça e olhei para a direita, vislumbrando sala de reuniões onde Joey estava com seus editores, como acontecia toda manhã, discutindo as próximas edições do jornal. Senti o meu coração disparar ao imaginar que em muito breve a minha reportagem seria pauta daquelas reuniões. Arrepiei-me só de pensar. E estava tão perto...

— Bom dia, Elizabeth. — David me cumprimentou quando entrei no reservado.

Lancei um olhar desconfiado a ele, que parecia estar agindo como uma pessoa normal. Desejou-me bom-dia e . Sem comentários engraçados, sem piadinhas... Quase perguntei se David estava se sentindo bem e controlei-me para não checar a temperatura em sua testa.

— Bom dia, Dave. —  cumprimentei de volta, jogando a bolsa na mesa e ligando o computador. Estava prestes a me sentar quando David comentou:

— Chegaram flores para você.

Franzi o cenho. Flores? Quem me mandaria flores? Homero?

Nós tínhamos combinado de sair hoje à noite, já que Slender não se encontrava em Nova York e para o meu plano ser posto em prática — e eu havia arquitetado tudo na madrugada passada — precisávamos da presença de Slender na cidade.

— Ele vai voltar. — Homero garantiu, falando comigo pelo celular no dia anterior. — Ele é ambicioso demais para abandonar a  empresa. Eu me demiti, então ele vai ter arranjar outra pessoa para dirigir a World Slender.

Não era novidade alguma que Homero é quem tocava a World Slender, mas fiquei surpresa ao saber que ele pedira demissão da antiga empresa do seu pai.

— Mas Homero, e a sua promessa? — eu me arrisquei a perguntar.

Smith me respondeu com um suspiro resignado. Pude imaginá-lo andando de um lado para outro do seu quarto, passando as mãos pelo cabelo e franzindo as sobrancelhas escuras.

— Para tudo tem um limite, Lizzie. E o que Marco fez comigo... Conosco, e, meu deus, o que ele fez com você, foi o meu limite. Eu não posso mais ficar no mesmo ambiente que aquele homem, simplesmente não aguentaria, não sem tentar jogá-lo pela janela. — ele parou. Permaneceu em silêncio por alguns minutos. — O meu pai entenderia... Sei que sim.

Depois que finalizamos a ligação, imaginei a ironia do destino no modo como Homero e eu nos conhecemos. Ri sozinha enquanto as meninas dormiam — Scarlett com Lele no colchão d'água e Gabi ao meu lado, com Seth ao nosso meio, é claro — lembrando-me da tragédia no Rússia Tea Room.

O Sr. Thompson engasgando depois que eu cai no colo dele... O champignon acertando a bochecha de Homero. Ah, a nossa briga! Caramba, nós brigávamos tão bem...

— Lizzie!

Pisquei, completamente desnorteada. Estivera divagando por quanto tempo?

— Você ouviu pelo menos uma palavra do que eu disse? —  perguntou Dave.

Balancei a cabeça de maneira constrangida.

— Hum, não. Desculpe, desculpe mesmo.

Dave deu os ombros, voltando os olhos para o computador. Ele definitivamente não estava sendo o David de sempre naquela manhã.

— As suas flores, elas foram levadas para sua sala nova. Eram grandes demais, tipo, extremamente grandes.

— Minha sala nova?! — perguntei assustada, antes de me lembrar do que Fiona tinha dito. —  Sim! Anminha sala nova. Certo, estou indo para lá. Obrigada... Opa, preciso disso aqui. É importante.

Inclinei-me sobre o porta-treco em cima da mesa e pesquei o cartão de memória onde estava o vídeo que eu gravara de Slender. Balancei-o no ar. Minha barganha, minha carta na manga, pensei.

— Ei, Lizzie! Parabéns. — David desejou sinceramente, sorrindo para mim.

Devolvi o sorriso, apreciando mais esse novo David do que o antigo.

– Obrigada, Dave. Obrigada.

*

Infelizmente, minha sala nova ficava em frente ao escritório do editor que me odiava. Então, quando passei pela sua porta aberta, rezando para que ele não me notasse, Niels não perdeu a oportunidade de me provocar:

— Sala nova, Elizabeth?

Parei e respirei fundo.

— Sim, sala nova. Precisava de um espaço maior para o projeto novo.

Niels jogou a cabeça para trás e riu.

— Nossa, parabéns... Fico impressionado com que um par de belas pernas podem fazer, não é mesmo?

— O que você disse? O que está insinuando? —  adentrei sua sala mais alguns passos, parando longe do homem, controlando-me para não fazer algo do qual me arrependeria depois. — Vamos, diga! O que você está insinuando?

Niels engasgou, surpreso com a minha reação.

— Abaixe o tom de voz, mocinha. Eu ainda sou, tecnicamente, seu chefe.

— Ah, então por isso você pode insinuar que eu, sei lá, dormi com o Joey para conseguir ser promovida? Por que o quê? Não tenho capacidade para conseguir isso só trabalhando duro? Então você pode fazer isso, é? Você pode insinuar que eu vendo por sexo?

— Não me leve a mal, Elizabeth...

—  Rá! —  ri irônica e amargamente. — Desculpe, mas isso é impossível. Eu estou levando você muito à mal, o tanto quanto é possível. Deus, como eu estou levando você à mal!

— É só que, na minha opinião, alguém que passa uma semana sem aparecer no trabalho e quando volta ganha uma sala... Para mim tem algo de errado aí.

Niels deu os ombros, como se isso justificasse tudo e desse permissão para ele me ofender.

— Em primeiro lugar, Niels, sua insinuação foi no mínimo machista e ofensiva. E estou dizendo no mínimo. É, sou uma garota, sou nova e tenho uma sala, assim como você. Engula esse fato, por que espalhar esse tipo de insinuação não vai mudar isso. Eu passei a semana fora à trabalho, não que eu deva a você alguma satisfação. — Niels e suas corujas me encararam de volta. Ele parecia tão mortificado e sem vida quanto elas. — Ah, e quer saber? Em vez de arranjar mais corujas, tente conseguir uma namorada, se existir alguma santa neste mundo que te ature!

— Está me ofendendo. — Niels murmurou ficando vermelho.

– Ah, desculpe! Sabe de uma coisa? Insinuar que só consegui ser promovida por que tenho belas pernas também é ofensivo, Niels!

— Eu...

— É, você errou. Errou feio, mas tudo bem, nada que você diz afeta a minha vida, então, tenha um bom dia.... E vá se ferrar.

Dei as costas para Niels, mal acreditando que tinha realmente dito tudo aquilo para alguém que era, tecnicamente, meu chefe também. Mandei um superior ir se ferrar. Quem ótima maneira de se começar o dia.

Empertiguei-me, dizendo a mim mesma que não podia ter deixado aquele comentário infeliz e machista passar. Niels não disse uma palavra, aparentemente perplexo demais, então sai da sua sala com toda a minha dignidade intacta.

Abri a porta da minha sala nova ficando um pouco surpresa ao encontrar uma cômodo repleto de telas, computadores, e – abençoado seja o FBI – uma máquina de café particular.

No entanto, o que mais se destacava ali não a aparelhagem tecnológica ou os três adolescentes distintos espalhados pela sala, mas sim o gigantesco buquê de flores deixado no canto esquerdo, ao lado de um armário de ferro quadrado.

— Bom dia, Lizzie! — Tora me desejou, correndo até a mim com um copo de café quentinho. Estava começando a gostar daquela garota.

– Bom dia, Tora! E Issac e Fiona. Preparados para começar a trabalhar?

— Ah, sim, estamos. —  confirmou Fiona. — No outro grupo eles nunca nos deixavam fazer nada de interessante. Agora temos aparelhos do FBI, softwares de primeira... Meu deus. Se eu continuar a citar, acho que posso realmente chorar.

Eu ri da reação de Fiona, que abanava o próprio rosto na tentativa de conter a emoção. Lancei mais um olhar curioso ao buquê de rosas brancas e vermelhas, que tinham quase a minha altura. Um exagero, pensei. Não era o estilo de Homero, mas mesmo assim peguei o celular e liguei para ele, chegando perto das flores e sentindo o seu aroma doce. Era mavilhoso.

— Caramba, a que horas você acorda? — ele atendeu num bocejo preguiçoso. — Ainda é de madrugada.

— Já são oito e meia! — contra argumentei. Escolhi  uma rosa vermelha e, separando-a do restante, segurei-a entre os dedos.

— Eu sou um homem desempregado agora, não tenho razões para acordar cedo — lembrou-me Homero. — Ligou para mim por algum motivo especial ou só queria ouvir o doce e rabugento som da minha voz ao acordar?

— Engraçadinho. Na verdade, tenho um motivo. Você me mandou flores?

Homero bocejou de novo.

— Não, não mandei.

— Tem certeza? — insisti. — Um buquê enorme, que tem três quartos da minha altura e cheira estranhamente bem?

— Desculpe, mas não fui eu... Não veio com cartão ou algo do tipo?

Flexionei os joelhos e inspecionei as rosas, rodeando-as cuidadosamente.

— Estou procurando exatamente por isso, mas ele é enorme, então talvez demore... Deixa para lá, encontrei.

Peguei o cartão e, segurando o celular entre o ombro e o pescoço, usei as duas mãos para abri-lo. Por alguma razão não estava tendo um bom pressentimento quanto aquilo. Meu coração estava levemente acelerado.

— Vou esperar na linha. — avisou Homero enquanto eu abria o pequeno cartão. Tirei o papel pautado que estava dentro e li em voz alta para que Homero e as crianças, que estavam observando tudo silenciosamente, pudessem ouvir:

Bem-vinda de volta a NY, Lizzie, gostou da sua estadia no México? Estou ansioso para continuarmos a nossa brincadeira. O jogo de gato e rato continua... Mas quem será o gato e quem será o rato dessa vez? Que vença o melhor.

Com carinho, Marco Slender.

Trinquei o maxilar e me afastei das flores, deixando o cartão cair no chão. Precisei respirar fundo diversas vezes, expulsando as lembranças da cabana da minha mente.

— Desgraçado — Homero praguejou.

— Oh-oh — um dos meninos fizeram, não consegui identificar qual.

— Como ele sabe? — sussurrei para mim mesma, sem conseguir tirar os olhos das flores.

Agora que sabia quem fora seu destinatário, elas automaticamente ganharam um novo significado. Aquele buquê de rosas enorme, exagerado, opressivo e chamativo... Era como se um algum mal emanasse dele, uma segunda mensagem velada de Slender, uma ameaça. — Acho que Slender está em Nova York.

— Estou indo para aí, Lizzie. — Homero avisou desligando o celular. Guardei o aparelho no bolso, sentindo as pernas trêmulas.

— Liz, você está bem? — Isaac perguntou. Ele meio que me lembrava o meu primo Seth – sim, eu nomeara meu cachorro com o nome do meu primo, longa história –, quando mais novo. Sorri para ele.

— Estou ótima. — respondi depois de alguns segundos, recuperando-me do choque.

Slender estava muito errado se ele achava que poderia me amedrontar, que podia vencer aquilo de alguma maneira. Ele não iria. Para o empresário poderia ser um jogo, mas para mim aquilo era infinitamente mais. Eu estava levando a missão de fazê-lo mofar numa cadeia muito a  sério. — Declaro oficialmente aberta a operação SLENDER MAN. — suspirei enquanto os meninos comemoravam a minha anunciação, preparando seus computadores.

Uma foto de Slender entrando em um carro escuro surgiu na tela principal. Segundo Fiona, fora a última vez que os agentes do FBI o viram em Nova York, há quatro dias atrás. Eu encarei o rosto do empresário congelado na fotografia. Sua expressão era sólida e sombria.

— Que vença o melhor, Slender.

*

Pense, Lizzie, pense.

— Tudo bem, vamos lá. Meninos, a primeira parte do plano é encontrar Slender. Eu preciso, antes de tudo, saber onde ele estará.

— Mas por quê? — Isaac quis saber.

— Por que eu vou negociar com Marco Slender, ou fingir negociar, ao menos. Vou dizer à ele que faremos um trato, uma troca. Ele me entrega a única cópia existente do vídeo que tem de mim, eu "entrego" a única cópia existente da confissão dele.

— Slender não é bobo, Lizzie. Isso não vai dar certo.

Balancei a cabeça.

— Vai, vai dar certo. Slender não é bobo, mas é orgulhoso. Se eu o desafiar, se  fingir que estou entrando nesse joguinho doentio, ele vai topar. É claro que, assim como eu, ele vai tentar trapacear. — dei um sorriso para os adolescentes. — Essa é a parte onde vocês entram.

— Vamos hackear o computador de Slender? — adivinhou Tora.

— No momento certo, sim. E apagar tudo, para não deixar nenhum rastro ou chance de que ele tenha salvo uma cópia do vídeo ali.

— Mas ele ainda terá o cartão de memória. — lembrou Fiona. —  No cartão de memória da câmera com a qual gravou ele ainda terá a cópia original...

— Isso é comigo. — garanti. — Essa parte eu resolvo. Só foquem em tentar rastrear o máximo possível Slender. Qualquer coisa, qualquer notícia, qualquer menção é útil.

Um mapa de GPS foi posto na tela principal, enquanto os dedos rápidos dos hackes se moviam depressa pelas teclas. Andei em círculos pela sala, esperando.

A porta se abriu e um Homero com cara de sono adentrou o cômodo. Eu estava de cabelo preso e provavelmente com a aparência cansada. Fazia horas que não saia dali, montando o plano no quadro branco e conversando com os meninos, para ajudá-los na pesquisa.

— Oi, como está se sentindo? — Homero me deu um beijo na testa e tocou o meu rosto, depois analisou rapidamente os adolescentes, cumprimentando-os com um aceno rápido e educado. — Então essa é a sua nova equipe? Como estão se saindo?

Suspirei.

— Estamos indo, é difícil rastrear Slender quando o homem está fora do mapa. Ele está muito bem escondido, onde quer que esteja... — encarei as telas espalhadas pelas paredes, sentindo-me frustrada. — Sinto que estou deixando algo escapar, sabe? Sei que ele ainda está por perto, mas por que? O que ou quem o manteria em Nova York quando é tão arriscado ficar por aqui?

— Ah. — Homero encarou o vazio, sua testa se franzindo enquanto ele pensava. — Eu talvez saiba quem...

— Isso é ótimo, quem?! — animei-me, lançando um olhar para os adolescentes e indicando que eles deveriam prestar atenção no que Homero iria dizer.

— A filha dele.

Engasguei, surpresa.

— Marco Slender tem uma filha? Mas eu pesquisei tudo sobre a vida dele, e nunca vi a menção de uma filha. Como...?

— Slender é louco pela Sammie, e quando percebeu que estava fazendo inimigos demais, escondeu a menina por um tempo, desvinculou-a completamente da família Slender. A garota estudou em colégios internos desconhecido por anos. –— a voz de Homero falhou. — Hoje em dia Sammie é bastante famosa, mas ninguém sabe da sua relação com o pai. No entanto, eles se encontram em segredo sempre que podem.

Eu estava surpresa com aquela história, ainda mais pelo aparente envolvimento pessoal que Homero parecia nutrir por aquele relato.

— Achei! É essa garota aqui? — gritou Fiona, expondo na tela principal uma foto de Slender com uma garota loira.

Reconheci a garota na mesma hora. Ela era a mesma menina loira na foto que Scarlett achara no closet de Homero quando estava bisbilhotando.

— É. — Homero confirmou baixinho  enquanto vislumbrava a tela principal. — É ela. Sammie estará em Nova York essa semana, é provável que encontre Slender em algum lugar.

Eu ainda estava atordoada, queria fazer tantas perguntas ao Homero, mas controlei-me. Respirei fundo e  tentei  focar no importante.

— Rastreiem ela, deve ser mais fácil. — instruí a minha equipe de hackers.

— Isaac, é com você. Rastreie a garota enquanto Tora procura mais informações sobre ela. — pediu Fiona.

—  Vai ser muito mais fácil encontrá-la  — garantiu Tora. — A garota é modelo internacional. Estará em Nova York para o pré-Fashion Week. — Tora assobiou, impressionada. — Samantha Jones.

— Samantha está em um hotel na Broadway. — Issac foi rápido.

Espera um segundo... pensei. Sammie. Samantha Jones, a modelo da qual o fã clube de Homero não gostava. É claro! Então Homero namorou a filha de Slender? Precisei usar toda a minha força de vontade para não confrontá-lo ali mesmo.

Cruzei os braços, olhando para Homero de soslaio. É óbvio que eu sabia muito bem qual era o nome do sentimento o qual estava fazendo a minha pele formigar e coçar, deixando-me irritada. Ciúme. O ciúme puro e juvenil que eu não sentia a décadas. Quase ri de mim mesma.

Ignorei o ciúme e tentei pensar racionalmente. Homero e Samantha namoraram há algum tempo. Pelo modo como o empresário falara dela e pela foto que Scarlett achara em sua casa, aquilo ainda mexia com ele.

Será que Homero ainda mantinha contato com Samantha? Uma parte de mim, a Lizzie ciumenta, queria que a resposta fosse não. A outra parte, a Lizzie-sendenta-por-vingança, queria desespedaramente que fosse sim.

Eu estava prestes a fazer uma coisa da qual me arrependeria amargamente. Iria usar a aproximação de Homero e Sammie ao meu favor, para chegar até Slender. Se Sammie era tão importante assim para aquele homem, ela iria me ajudar a chegar até o cartão de memória original.

— Homero, posso falar com você a sós?

Erguendo as sobrancelhas em uma pergunta silenciosa, Homero assentiu e seguiu-me para fora da sala.

— Há algum problema, Liz? — ele quis saber, preocupado, fechando a porta.

No corredor, respirei fundo e falei rápido, antes que perdesse a coragem:

— Eu sei sobre você e a Sammie.

— Oh. — foi a única coisa que ele disse, desviando o olhar do meu e colocando as mãos nos bolsos da calça. Estava constrangido. — Sim... Mas, Lizzie, é complicado...

— Não, não, calma. Não estou pedindo uma explicação, por mim está tudo bem. — Isso era uma mentira feia, uma mentira enorme.

Certa parte de mim queria gritar com Homero, perguntar que tipo de problema ele tinha para namorar a filha de Slender, mas isso seria provavelmente o meu ciúme irracional falando.

— Você teve namoradas antes, eu tive namorados... É normal. Eu só queria saber se você e a Samantha ainda mantém contanto... Vocês mantêm? 

— O quê? — Homero fez uma careta e negou vividamente, balançando a cabeça. — Não, faz anos que não falo com a Sammie.

Graças à deus, a Lizzie ciumenta pensou.

— Mas não seria estranho se você, de repente, ligasse para ela, não é mesmo?

Homero engasgou.

— Elizabeth, onde você quer chegar com isso? Sinceramente, Cupcake, não sei se gosto do seu plano. — ele riu nervosamente, quase não acreditando na minha proposta.

Ah, ele não sabia do terço à metade. Quando descobrisse até onde o meu plano me levaria daquela vez, ele não riria.

— Por favor —  implorei pegando as sua mãos e segurando-as bem forte, forçando os olhos azuis límpidos de Homero a encararem os meus. — Uma ligação de no máximo três minutos vai ser o bastante para os meninos terem acesso ao celular dela. Homero, é de Slender que estamos falando.

Ele respirou fundo, resignado, ponderando internamente sobre a minha proposta.

— Você quer mesmo que eu ligue para a minha ex namorada? — perguntou em tom de brincadeira e eu soube que  ganhara aquela discussão. — Você não é uma pessoa normal, Elizabeth Scott.

Eu ri e me joguei em cima dele, beijando-o brevemente.

— Obrigada! Obrigada por fazer isso.

— Não há de quê. — Homero respondeu deixando que eu o arrastasse pela mão até a sala.

Ah, eu mal sabia do quanto me arrependeria daquilo.

*

— Estamos prontos — disse Isaac entregando o celular de Homero para o seu dono. — Pode fazer a ligação.

Homero recebeu o celular meio receoso. Olhou para mim, que estava parada ao seu lado, depois procurou o número de Sammie na sua agenda.

— Humm, você tem o número dela salvo? — provoquei.

O empresário riu e me cutucou de leve na barriga com o cotovelo. Quando achou o nome Sammie no meio dos contatos seu sorriso desapareceu.

— Três minutos é tudo que precisamos. — lembrei-o.

— Tudo bem, pode deixar. — Homero apertou na discagem e colocou o celular no ouvido. Como seu aparelho estava conectado ao computador de Isaac, a ligação foi transferida para a tela e caixas de som. Tocou três vezes antes de uma voz feminina, com um sotaque levemente britânico, atender:

— Alô?

O rosto de Homero perdeu a cor. Ele fechou os olhos e se concentrou na tarefa que tinha de fazer.

— Oi, Sammie.

A garota do outro lado da linha arquejou.

— Não pode ser! — ela riu de uma maneira quase adorável – pelo menos para alguém que carregava o sangue de Slender nas veias. — Homero Smtih está me ligando? Depois de todos esses anos, depois de...

— Sim. — Homero a interrompeu. — Soube que estava em Nova York e...

— Quer um flashback, acertei? — Sammie provocou.

Homero tossiu, evitando olhar para mim.

— Não, não quero. Eu só liguei para me certificar que você está bem e...

— Corta o papo furado, Homero! —  pediu a garota, ainda em um tom de voz bem humorado. — Eu converso com o meu pai, sabia? Sei o que está rolando. Mal posso acreditar você pediu mesmo demissão. Jason está eufórico, por sinal. Ele ficou com o seu cargo.

— Você sabe? — Homero estava surpreso.

— É claro que ela sabe. — sussurrei comigo mesma.

Como fui tola! É claro que ela sabia. Slender realmente não era idiota. Ele deixara o celular da filha desprotegido de propósito, ele queria que eu o encontrasse! Provavelmente até desconfiava que eu lhe proporia algum tipo de troca.

Slender conhecia a minha mente, assim como eu conhecia a dele. Infelizmente, aquilo estava começando a se tornar justamente o joguinho de gato e rato que o homem desejava.

Mas quem é o rato e o gato dessa vez?

— Papai diz que você é um traidor. — contou Sammie.

— Para começar, eu nunca estive do lado dele — Homero rebateu. — Sammie, por favor, mantenha-se longe dos negócios de Slender, não se envolva...

— Homero, pode parar. Acha mesmo que o meu pai me colocaria em perigo?

— O seu pai não é a pessoa mais equilibrada do mundo, sabe.

— Eu estou bem, obrigada pela preocupação. Agora preciso ir.

— Ainda não! —  pediu Isaac. — Mais um minuto.

— Espera, Sammie. Espera! — Homero gritou esperando que a mulher não desligasse na cara dele.

— O que é? — Sammie exigiu irritada. — Eu tenho coisas importante para fazer antes do Pré-Fashion Week.

— Eu lhe devo um pedido desculpas.

Sammie gargalhou.

— Jura, depois de todos esses anos?

— Antes tarde do que nuca.  — atalhou Homero. — Samantha, eu sinto muito por ter terminado com você...

— Quando eu pensei que você me pediria em casamento? — complementou a modelo.

Uau, aquilo sim era chocante. Daquela parte da história eu não sabia! Homero terminara com ela? Isso me fez regozijar e sorrir internamente, apesar de me sentir péssima por ter feito tal coisa depois.

— É, por isso mesmo. Eu sinto muito, mas você e eu não teríamos dado certo.

— Eu sei que não, éramos diferentes demais — admitiu Sammie. —  O sangue da família Slender corre em minhas veias, o gênio ruim.

— Sam... — Homero pediu.

— Não, não ouse. Já faz tempo demais. Eu superei, e você definitivamente superou também. Ouvi dizer que se casou? Eu poderia até dizer que a mocinha é adorável, se essa mocinha não fosse a mesma que está tentando ferrar o meu pai.

Ele me ferrou primeiro, pensei, ele ferrou centenas de garotas. Acho que é justo, Sammie.

Samantha riu animadamente.

— Traidor! —  complementou de uma maneira natural. — Bem, foi bom colocar o papo em dia, Homero. Se quiser me encontrar, estarei em Nova York por alguns dias.

— Estamos dentro. —  Isaac confirmou. — Temos acesso ao celular dela.

Ah, como eu amo a tecnologia.

— Certo. Adeus, Sammie... Se cuide.

— Você também.

Samanta desligou o celular. Homero sugou uma boa quantidade de ar quando finalizou a chamada, jogando o aparelho na mesa. Sua testa brilhava de suor. Eu me aproximei dele.

— Obrigada, do fundo do coração. — agradeci sinceramente. — Obrigada.

— Sempre que precisar, Cupcake. Mas vamos deixar as ex namoradas de fora da próxima vez, tudo bem?

Eu estava prestes a responder quando Isaac chamou nossa atenção para a tela principal.

— Ei, gente, deem uma olhada nisso aqui. Samantha está trocando mensagens com um número desconhecido do seu quarto de hotel. É impossível rastrear o número, droga.

Issac subiu as mensagens para as primeiras delas, que foram enviadas de um número desconhecido para Samantha no dia em eu fugira com as meninas do deserto.

DESCONHECIDO: OI, SAM, SOU EU.

SAMMIE: NÚMERO NOVO? O QUE ACONTECEU? POR QUE NÃO ME LIGA?

DESCONHECIDO: LIGAÇÕES SÃO PERIGOSAS DEMAIS. FICAREI FORA DE NY POR ALGUNS DIAS. NÃO PODEMOS NOS ENCONTRAR NO LUGAR DE SEMPRE, POR ENQUANTO.

SAMMIE: QUANDO NOS VEREMOS, ENTÃO?

DESCONHECIDO: EM BREVE...

E por aí se seguiam uma troca longa de mensagens. As mais atuais, que estavam sendo trocadas naquele momento, diziam:

DESCONHECIDO: ESTÁ EM NY? CHEGOU BEM?

SAMMIE: SIM, CHEGUEI MUITO BEM. O HOMERO LIGOU.

DESCONHECIDO: NÃO FALE COM O TRAIDOR, É PERIGOSO.

SAMMIE: TUDO BEM, NÃO FALAREI MAIS. TE ENCONTRO EM UMA HORA, NO LUGAR DE SEMPRE?

DESCONHECIDO: EM MEIA HORA. PRECISAMOS SER RÁPIDOS. TENHO UM PRESENTE PARA VOCÊ.

SAMMIE: ESTOU SAINDO DAQUI.

Está acontecendo, pensei. Sammie me levaria até Slender naquele exato momento. Eu olhei para Fiona.

— Quero a rota dela, quero saber para onde ela vai. Mande para o meu celular.

Ou melhor dizendo, o celular que roubei da Scarlett.

— Pode deixar, Liz.

Voltei o meu olhar para tela principal, sentindo-me ansiosa e um pouco enjoada. A intoxicação alimentar continuava ali, mesmo que atenuada pelos medicamentos.

Tenho um presente para você, dissera Slender. Perguntei-me vagamente o que seria o presente. Bem, em pouco menos de uma hora eu iria descobrir. 

***

Oi oi pessoal!!! Como prometido, estou postando mais de uma vez na semana. Não foram 3 vezes ainda, pq estou escrevendo o livro, se não postava mais.

Primeiro, gostaria de agradecer pelas críticas sinceras de vocês, estou absorvendo as que foram críticas construtivas e tentando melhorar, de verdade. Obrigada por me ajudarem e pelos "tá louca, Maria, tem nada de errado com a sua escrita" kkkkk vcs são os melhores 💙💙💙💙💙

Esse capítulo não teve nada de emocionante, mas ele foi bem importante. Agora, vamos falar sobre a Sammie...

Tá liberado odiar a Sammie? Tá liberado. MAS, MAS, MAS, odeiem ela pelos motivos certos, tipo ela saber dos crimes que o pai comete e não se importar nem um pouco.

Eu sei que ela ser ex do Homero é trágico, mas tem uma história por trás, que talvez a Lizzie descubra. Meus amores, tentem por favor evitar chamar a Sammie de adjetivos como "puta" ou "vadia" ou qqler coisa que a ofenda pelo gênero dela.

Sei que parece besteira, mas não é. Sério, não é. A Sammie pode ser odiada porque é, sei lá, mau caráter  e insensível e ninguém é obrigado a gostar dela, mas ela não pode ser odiava por ser mulher e ex do Homero... Entendem? Alguns podem achar besteira, mas vocês sabem que só estou sempre tentando mostrar pra vocês um ponto de vista diferente do normal, do senso comum.

Eita, já chega de falar né? Esse capítulo foi mais "bora pensar" do que "bora rir" e não teve muita ação. Mas prometo que o próximo será mais legalzinho, esse aqui foi só aquecimento!!!!! (Vai ter encontro do Slender com Lizzie, vai ter O encontro da Lizzie e Homero... Vai ter muita coisa kkkkkk)

P.s. Vi muita gente se embolando por causa da linha do tempo e do nome Samantha. Deixa eu dar uma luz pra vocês: contando os dias que a Lizzie ficou em LV + deserto + Hospital no Texas somaram praticamente uma semana fora de NY, ok?

E sobre a Samantha, essa é a que importa, Samantha Jones (ela usa o nome de solteira da mãe, o nome inteiro é Samantha Jones Slender, vamos ver muito da Sammie ainda, e já posso adiantar que vai rolar encontro da Sam com a Lizzie também kkkkk)  Eu provavelmente nomeei sem querer outra personagem aleatória de Samantha pq esqueci que o nome já estava "reservado", desculpem, culpa minha, deixei todo mundo louco kkkkkkk.

Bom, é isso, amores! Espero que tenham gostado do capítulo, me contem nos comentários suas teorias, pq isso me inspira a escrever mais rápido e adoro ler seus comentários 💙💙💙

Beijos, até o próximo capítulo! 😘

P.p.s:  eu ia colocar um p.p.s útil mas esqueci do que era, desculpem. Estou me sentindo uma retardada. 😥
Mas fica um pps mais legal: Amo vocês, obrigada por lerem esse livro aqui 💝

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