Desaparecida entre os Sete Pe...

By aguithaLAR

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Uma mulher rica e poderosa. Filha de um dos maiores bilionários da America do Norte. Considerada uma das mulh... More

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
¨ Prólogo ¨
¨ Capítulo Dois ¨
¨ Capítulo Três ¨
¨ Capítulo Quatro ¨
¨ Capítulo Cinco ¨
¨ Capítulo Seis ¨
¨ Capítulo Sete¨
¨Capítulo Oito ¨
¨ Capítulo Nove ¨
¨ Capítulo Dez ¨
AVISO
° Capítulo Onze °
° CAPÍTULO DOZE °
•• Capítulo Treze ••
•• Capítulo Quatorze ••
°° Capítulo Quinze °°
°° Capítulo Dezesseis °°
¨ Capítulo Dezessete ¨
°° Capítulo Dezoito °°
¨ Capítulo Dezenove ¨

¨Capítulo Um ¨

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By aguithaLAR


Quatro meses e um dia antes – 31 de agosto de 2016.

Em algum lugar no meio da neve.


  A noite fria do inverno brusco de East Orange esconde através da neve grande parte dos carros, bicicletas, e até mesmo algumas pessoas que insistem em sair de casa enquanto a nevasca cai do céu negro da cidade.

A neve branca e fria é como a vida de muitos ali: Fria e vazia.

Por entre as ruas, casas e mais casas abrigam famílias, amigos, pessoas solitárias, e até mesmo amantes enquanto desfrutam do prazer que cada um pode lhes proporcionar.

Uma cidade calma, de certa forma o lugar perfeito para Parker.

A bancada em mármore na cor avelã possui diversos copos de muitos tipos de drinks. Na lateral, sentado em um banco, há um homem baixo e com uma barriga grande, na qual os pequenos botões da camisa lutam para ficar no lugar. Ele está tão bêbado que nem mesmo percebeu quando uma mulher loira se aproximou passando a mão por seus ombros e descendo até o bolso de sua calça, retirando de lá sua carteira com muitas notas.

Enquanto aquele e muitos outros furtos se sucediam ali, dentro daquele bar com aparência simples, o homem alto, forte e com os olhos de um azul profundo – que lembra o dia quando o tempo amanhece limpo sem uma única nuvem no céu –, bebe despreocupadamente um copo de algum uísque barato, rodando seus dedos grossos sobre a superfície do copo, enquanto a outra mão estava batuca despreocupadamente sobre o balcão.

Ele sempre volta à cidade. Ele sempre volta para se certificar que as duas estejam bem e a salvas. Elas são tudo o que realmente importa a ele, depois de tudo o que aconteceu. Todas aquelas pessoas medíocres ao seu redor são como pó deixado em alguns cantos que não se via.

Ele ainda podia escutar seus gritos sufocados pela dor e pelo medo. Ele tentou, fez tudo o que podia para salvá-la, mas de nada adiantou, pois, no final, ele só pôde tocar em seu corpo frio e sem vida. Ele ainda acorda durante a noite suando frio depois de mais pesadelos sobre aquela noite.

Ele ainda jura vingar-se.

Ele joga algumas notas sobre o balcão e ajeita sua jaqueta, pronto para enfrentar o frio tenebroso lá fora. Ele empurra com força a porta que estava emperrada.

Com as mãos dentro do bolso de sua jaqueta ele sai enfrentando as ruas repletas de neve, deixando suas pegadas marcadas pelo chão branco. O vento, conforme surge, vai balançando seus cabelos– que se encontram maiores devido ao longo tempo sem apará-los –, os desgrenhando. Andando a passos largos, ele caminha pela cidade, até poder enfim chegar em casa.

Foi em uma noite como aquela que ele perdeu quem ele mais amava. A perdeu por vingança e inveja. Tornou-se, então, um homem sem alma e coração. Ele jurou ir atrás daquele que o transformou naquele monstro. O que não imaginava era que a sorte bateria em sua porta mais rápido do que ele pensava. Mas como toda ação possui sua reação, ele não imagina que, para ter sua paz, terá que se juntar ao seu maior inimigo. Ou talvez, proteger aquilo que ele mais ama.

Ele bate suas botas contra o chão para a terra e neve saírem do solado. Pega em seu bolso a chave com um pequeno lembrete do que perdeu. O sorriso dela se estampa em uma pequena foto ali. Ao abri a porta, é recebido por um pequeno furacão loiro em seu colo.

— Papai. — ela grita ao sentir os braços do homem a levantando, tirando seus pequenos pés do chão.

Ele abraça seu corpo pequeno, tentando de alguma forma matar a saudade que sente. Cada vez que ele ia embora, deixava com ela a única parte boa que restava a ele. Mesmo que essa parte seja pequena.

— Oi minha princesa. Como você está? — ele lhe pergunta ao fechar a porta atrás de si.

— Bem, papai. Mas com muitas saudades do senhor. — ela responde, mas dessa vez com certa melancolia e tristeza na voz.

Se para o homem era difícil manter-se longe dela, imagina para uma garotinha de apenas seis anos? Ela é doce, inteligente, perspicaz, carinhosa. Ela é encantadora aos olhos de todos.

— Eu também, coração. Mas agora estou aqui com você, e trouxe uma história nova. — ela fala sorrindo carinhosamente.

Ele sente uma dor muito grande em seu coração cada vez que vê tristeza nos olhinhos claros da sua menina. Ele prometeu a ela que nunca a abandonaria que sempre estaria ao lado dela fazendo-a feliz. Mas ele não conseguiu cumprir a sua promessa. Mais uma delas que foi quebrada.

— Ebaa! Mas tem que ser depois do jantar papai. Vovó fez uma sopa bem gostosa, com pedacinhos de batata doce, do jeito que o senhor gosta.

Ela rodeia seus bracinhos pelo pescoço dele o abraçando delicadamente, enquanto repousa sua cabeça no seu ombro.

— Eu senti o cheiro lá de fora, e só por ele aposto que deve estar deliciosa. — ele comenta caminhando em direção à cozinha.

Lá ele encontra uma senhora baixinha com seus cabelos brancos em um coque bem feito, enquanto um avental cheio de desenhos de frutas está amarrado a sua cintura. Ela mantém sua atenção concentrada em uma cenoura que agora se encontra toda picada. Ela percebe a presença deles, e se vira encontrando os olhos mais bonitos que já viu.

— Ora, vejo que meu menino já chegou. Venha aqui na sua mãe e lhe dê um abraço bem apertado. — ela ordena, abrindo seus braços para recebê-lo.

Ele coloca a menina sentada no balcão e caminha em direção a sua mãe, abraçando-a com carinho.

— Que saudades suas meu filho. – ela sussurra emocionada.

Uma lágrima solitária desce pelo rosto dela, que logo a seca.

— Veja só, você parece maior do que da última vez que te vi. Isso faz o que? Umas quatro semanas? — ela resmunga bem humorada.

— Vovó, a senhora se esqueceu de que o papai malha muito? E que no trabalho dele, ele tem que ser bem forte? — a garotinha a relembra, fazendo força com o braço para ressaltar os músculos que ela acredita ter.

A senhora lhe dá um sorriso triste, e logo seus olhos desviam para o homem ao seu lado. Ela sabe que o seu trabalho é bem mais do que ele diz. Ela sabe que o trabalho dele é algo perigoso, e ela tem certeza que suas escolhas um dia acarretarão na sua queda.

— Você tem razão querida, eu me esqueci. Agora porque você não vai mostrar para o seu pai os seus desenhos, enquanto termino essa sopa? — a senhora fala, virando-se e voltando ao preparo do jantar.

— Isso. Vem papai, deixa eu te mostrar. O senhor vai adorar. Chegou uma professora nova na escola. Ela é linda! Ela tem os cabelos iguais aos meus, só um pouco mais louros, e ela é muito bonita.

A menina puxa o pai pelas mãos, seguindo por um corredor amplo repleto de quadros e fotografias penduradas nas paredes. Fotos do homem quando era pequeno apareciam conforme seus passos eram dados. Fotos em quadros de diversas formas e cores, dele ao lado de um senhor que se parece muito com ele. Os traços são os mesmo, a cor dos olhos com certeza ele herdou daquele homem. Fotografias também da sua filha ainda bebê, toda lambuzada de chocolate. Parker abre um sorriso ao se lembrar dessa época. Olhando para a garotinha agora em sua frente, ele percebe que o tempo passou mais rápido do que esperava. Que sua menina, a cada dia que passa, cresce mais, e isso, de certa forma, o entristece, porque ele perdeu tanto da sua infância: quando ela se machucou e ele não estava ali ao lado dela para cuidar dos seus machucados, ou para assoprar quando um pequeno cisco caísse em seus lindos olhos... Ele não esteve ao seu lado quando deu seus primeiros passos. Não foi para ele que caminhou quando teve um pesadelo a noite.

A menina abre a porta revelando as paredes cor de lilás, com o desenho de uma floresta encantada, repleta de fadas voando, de árvores e flores coloridas. A cama é forrada por uma colcha linda na cor rosa, bordada pela sua avó, seus travesseiros com fronhas lisas, combinando perfeitamente com a colcha, e um guarda roupa branco com detalhes roxos é visto do outro lado do quarto, ao lado de um espelho enorme que reflete a imagem da menina sentada na cama sobre suas pernas curtas, e do homem olhando fotos coladas em um painel em frente à cama.

Todas as fotos ali são dele ao lado dela. Ele para mais perto e toca em uma em que ele estava com os cabelos mais curtos, sem barba, e vestido em um suéter verde escuro enquanto em seus braços continha um pequeno embrulho. Um bebê estava enrolado em uma manta de linho branco. Ele possuía um sorriso emocionado e feliz em seus lábios.

Ele se lembra perfeitamente daquele dia. Foi o último dia dele ao seu lado. Era ela quem havia tirado aquela foto. Ele sorria pra câmera segurando seu bebê em seus braços. Ele amava aquelas duas, elas eram a razão dele viver. Mas por um pequeno erro seu, ele perdeu parte do seu ser.

— Essa é minha favorita, papai. — a menina mostra outra foto, enquanto segura a mão dele: Ela estava vestida em uma calça marrom com um suéter branco, nos seus pés uma pequena bota de couro. Ela estava rindo enquanto o homem a levantava no alto. Era como se ele pudesse ver um anjo voando. Seu pequeno anjo. Seu lado bom. Sua única razão de viver.

— Venha papai, quero te mostrar meus desenhos.

Ele caminha e se senta na beirada de sua cama, esperando enquanto ela pega algumas folhas dentro da gaveta. Ela retorna e sobe com a ajuda dele.

— Lá na escola chegou uma professora nova, ela dá aula de artes pra minha turma. Ela contou que quer ser uma grande pintola. Papai, o senhor precisa ver o tanto que ela desenha bem! — a menina diz empolgada ao pai, que olha para ela com admiração e amor.

— Olha, eu levei uma foto nossa para ela desenhar.

Ela pega uma folha maior entre as outras, e ergue ao lado do seu rosto mostrando. Em baixo da foto há uma rubrica. Ele nunca tinha visto uma assinatura tão perfeita como esta. E o mais incrível é que o desenho deles está perfeito, como se fosse realmente uma foto tirada deles.

Ele observa cada traço, cada pequena ruga. Seus cílios longos. Até mesmo a cor de seus olhos ela havia feito igual. As mãos dos dois, entrelaçadas, enquanto a mãozinha dela se perdia no meio da dele. Os detalhes das roupas. Tudo está certo, cada coisa em seu devido lugar.

— Não é lindo papai? — a voz de sua menina lhe tira de seus devaneios.

— É sim, meu amor. É muito lindo. — ele concorda com a filha.

— O senhor pode ficar com essa, eu tenho outro desenho igual. — ela informa, mostrando o outro desenho dos dois.

Ele olha a imagem por mais um tempo, e depois a dobra com cuidado e coloca dentro da sua carteira, ao lado de uma fotografia da sua filha e um anel, que foi largado ali. Foi esquecido.

— Agora guarde isso e venha deitar aqui comigo, tenho uma história nova para te contar. — a voz branda e levemente rouca dele inunda o quarto.

A garotinha de cabelos louros pula na cama ao lado dele e deita sua cabeça no ombro dele. O homem empurra com os pés tirando os sapatos e mostrando suas meias, tirando uma risada alta dela.

— Papai. — ela murmura sorrindo.

O homem está com meias brancas com vários desenhos de unicórnios roxos e pequenas fadinhas. Ele levanta as pernas para o alto e menina segue o seu gesto, levantando as curtas pernas, mostrando as meias iguais às do seu pai.

— Eu prometi que sempre que viesse te ver eu viria com elas. — ele fala abraçando seu corpo pequeno.

Ela tem um cheiro de amoras, e ele adora ficar abraçado a ela por muito tempo. Ele ama aquele pequeno ser que é a luz da sua vida.

— Agora vamos à história. Feche os olhos e embargue nessa grande aventura ao Mundo Mágico de Gwen.

Daquela vez, a história foi bem além dos muros de Felicity. Uma cidade protegida por altos muros mágicos que possuíam cogumelos de várias cores e formatos, que a cada vez que um inimigo tentava entrar, era transformado em mais uma nova flor no jardim em frente ao muro. Flores essas que ficariam grudadas ao muro para sempre. Gwen, uma fada que não possuía asas, enfrentaria muitos perigos até finalmente chegar à sua mãe. Ela passaria por lugares assustadores, belos, doces, engraçados, e até mesmo inalcançáveis.

A primeira parada foi ao Vale de Som city. Árvores altas e sem folhas eram vistas logo atrás do alto portão de ferro negro. Gwen, juntamente com alguns amigos, deduziram que aquele era um lugar sombrio. Mas a pequena fada não tinha medo, era destemida e corajosa. Ela saiu na frente até empurrar com força o grande portão. Ao abrir, pássaros no céu com cabeças de corvos e corpos de borboletas começaram a falar todos juntos.

"Corra, fada. Corra, fada. Perigo...perigo"

— Papai, a bruxa má vai pegar a fadinha.

O homem para de contar a história assim que ouve a voz da sua filha.

— Bom, então temos que fazer alguma coisa para que a bruxa má não os veja. — ele diz.

A menina concorda.

— Ela podia ter uma capa de ivisibidade papai. — ela dá a ideia.

— Perfeito, querida. Mas é invisibilidade, coração.

Mas antes que ele possa continuar a contar, eles escutam uma voz gritar pelos seus nomes.

— Parker! Gwen! Venham! O jantar está pronto.

O homem olha para a menina, e logo escuta um ronco alto vindo de sua barriga. Ele a pega no logo e carrega para a cozinha, fazendo de seu corpo um pequeno avião. Enquanto os três comem uma sopa quentinha, a neve cai cada vez mais forte do lado de fora.

O que Parker não imagina é que a quilômetros de distância dali, existe alguém que mudará para sempre a sua vida. Só lhe resta saber se é para o bem ou para o mal.


         <3 

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