¨ Capítulo Seis ¨

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Três meses e vinte e oito dias antes- 03 de setembro de 2014.

Em algum lugar por entre os sonhos.

   

   Os pequenos raios de sol já se encontram por toda parte dentro do quarto de Amie.

O sol bate nos vidros, e se reflete em outras cores por todos os cantos do quarto. Lá fora, as folhas das árvores balançam freneticamente com o vento frio da manhã. Os pássaros estão agitados, e cantam tão alto que é possível escutá-los a uma longa distância.

A pequena bailarina de cristal rodopia em frente à janela do seu quarto, enquanto ela dorme profundamente. O corpo em cima da cama se move lentamente, virando-se de barriga para cima, fazendo o lençol que o cobria deslizar para o lado, enquanto seus cabelos loiros estão uma bagunça cheia de nós. As duas outras pessoas – que se encontram paradas ao lado da cama –, teriam acesso perfeito ao rosto da mulher na cama.

Ela sentiu um incômodo em seu nariz, e passou a mão nele, se assustando em seguida ao constatar seu rosto coberto por algo frio e gosmento.

— Suas pestinhas, eu vou matar vocês!

Amie grita furiosa, enquanto suas duas irmãs saem correndo do quarto, rindo alto. Ela limpa seu rosto de qualquer jeito com o lençol, e sai atrás das duas sem se importar com a forma em que está vestida. Ela passa correndo por alguns funcionários, que quando a veem, sorriem diante do desastre em que ela se encontra.

— Quando eu pegar vocês duas, vou fazê-las se arrependerem.

Ela grita logo atrás das duas.

— Faça seu melhor, balãozinho.

Amie com certeza ficou roxa de raiva ao ouvir suas irmãs a chamarem por este apelido que ela odeia, pois as duas disparam em gargalhadas.

Ela nem sempre foi o espelho de beleza. Houve uma parte em sua adolescência em que ela – como toda garota da sua idade – teve espinhas pelo rosto, e com sua ansiedade mal controlada, acabou engordando alguns quilinhos. E por sorte – ou azar –, esse ocorrido acabou se transformando em uma história divertida para suas irmãs espalharem por aí.

— Agora vocês vão ver.

As três garotas correm por toda a casa, tirando altas gargalhadas dos funcionários. Descendo as escadas rapidamente, elas vão direto para uma enorme porta branca com detalhes eu ouro, até que abrem a porta da sala de jantar, derrubando a mãe delas que a estava abrindo do outro lado, indo parar no chão com força, fazendo o pedaço de torta que carregava na mão ir todo no seu rosto.

As três ficam paralisadas ao ver a mãe naquele estado, mas as duas irmãs mais novas acabam caindo na gargalhada, acompanhada pelo pai e por outras pessoas, que até então, elas não haviam notado. Amie olhava a mãe sem demonstrar muito sentimento, mas um pequeno sorriso escapava de seus lábios ao vê-la passar por esse deslize. Eles logo param ao ver a mulher no chão bufar de raiva, e se levantar com muito custo.

— O que diabos vocês três pensam que estavam fazendo? Por acaso esqueceram a educação que dei a vocês? — a mulher vocifera.

— Como se ela tivesse nos educado. — Hil fala baixinho, revirando os olhos.

— O que você disse, Hillary Gal? — sua mãe lhe pergunta, com raiva.

O pai das meninas entrega um pano branco à mulher para que ela limpe seu rosto. Contrariada e envergonhada ela o pega.

Desaparecida entre os Sete PecadosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora