¨ Capítulo Cinco ¨

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Três meses e vinte e oito dias antes – 03 de setembro de 2016.

Em algum lugar entre as lembranças.

    

     Parker encontra-se apenas com uma calça jeans escura, folgada em suas pernas, e com alguns rasgos em seu joelho, enquanto analisa alguns papéis. Seu amigo havia lhe dado a planta completa da mansão onde sua vítima mora. A mansão é enorme e possui muitos cômodos, muitas entradas e saídas. Em cada canto ali dentro há um agente. Câmeras estão infiltradas em cada vértice. Os únicos lugares que não têm câmeras são nos quartos da família, nos banheiros, e em um caminho na parte de trás da casa. E esses são os lugares aonde ele irá. Antes de tudo, Parker terá que se tornar íntimo de cada um, ganhar confiança, planejar tudo com muita sabedoria. Nada poderá falhar. Mesmo que levasse meses para tudo se concluir, ele irá completar seu plano com êxito.

Vingança. Por ela.

Ele se senta em um sofá preto, e encosta a cabeça para trás, fechando seus olhos ele se lembra do dia em que a conheceu.

      Ele era louco por velocidade, adrenalina e perigo. Aquela noite ele participara de mais um racha que ele costumava fazer com alguns amigos e conhecidos. Tinha muita gente naquela noite, muita bebida, mulheres com roupas justas e curtas. Caras bêbados e perigosos. Eles estavam em uma antiga indústria, que fora abandonada havia muitos anos.

Parker estava em seu carro quando um homem chegou segurando uma moça. O mundo havia parado por segundos, minutos, horas, talvez. Ele estava hipnotizado pela beleza dela; pelos cabelos loiros que iam até a cintura em uma cascata lisa; pela sua pele branca e tão lisa como seda; pela sua boca fina e rosada; e pelos seus olhos castanhos brilhavam ao encontrar os seus. Ele soube, ali, que todo o seu mundo viraria de cabeça para baixo.

O homem a jogou dentro do carro e tentou prendê-la com o cinto de segurança.

— Já que você não tem dinheiro para pagar o que fez com o meu carro, vai entrar nesse carro, caladinha, e rezar pra não morrer hoje. — o homem alto, forte e com barba sem fazer há dias falou no ouvido da moça, enquanto passava os dedos pele seu queixo.

— Largue ela. Ela vai no carro comigo.

Parker falou com raiva por vê-lo tocar na sua garota. Sim, sua garota.

Quando o homem ia falar alguma coisa, o sinal foi dado para que todos entrassem no carro. Parker foi até a moça e a pegou pelos braços delicadamente, sentindo seus dedos pinicarem para percorrer toda sua pele; sua boca arder para beijar e sentir seu aroma suave. Depois de prender o cinto bem firme nela, ele levantou a cabeça parando a milímetros de distância de seu rosto.

Ela era linda, a coisa mais bela que Parker já vira.

— Fique tranquila. Não vou deixar que nada aconteça.

Ela assentiu, e ele tomou espaço do lado do motorista. Ele e o outro competidor ligaram o carro, acelerando ao nível em que fumaça saía das rodas e um barulho alto ecoava dos motores. Uma mulher vestida em um top branco – deixando sua barriga lisa a mostra – e um curto short jeans parou entre os dois carros, segurando em uma das mãos uma bandeira vermelha.

— No um, gatinha.

Parker gritou, ao segurar o volante com vontade. Ele sorriu quando pôde ouvir todos na contagem regressiva.

3

Eles gritavam.

2

Eles aceleravam.

Desaparecida entre os Sete PecadosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora