¨Capítulo Um ¨

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Quatro meses e um dia antes – 31 de agosto de 2016.

Em algum lugar no meio da neve.

Em algum lugar no meio da neve

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  A noite fria do inverno brusco de East Orange esconde através da neve grande parte dos carros, bicicletas, e até mesmo algumas pessoas que insistem em sair de casa enquanto a nevasca cai do céu negro da cidade.

A neve branca e fria é como a vida de muitos ali: Fria e vazia.

Por entre as ruas, casas e mais casas abrigam famílias, amigos, pessoas solitárias, e até mesmo amantes enquanto desfrutam do prazer que cada um pode lhes proporcionar.

Uma cidade calma, de certa forma o lugar perfeito para Parker.

A bancada em mármore na cor avelã possui diversos copos de muitos tipos de drinks. Na lateral, sentado em um banco, há um homem baixo e com uma barriga grande, na qual os pequenos botões da camisa lutam para ficar no lugar. Ele está tão bêbado que nem mesmo percebeu quando uma mulher loira se aproximou passando a mão por seus ombros e descendo até o bolso de sua calça, retirando de lá sua carteira com muitas notas.

Enquanto aquele e muitos outros furtos se sucediam ali, dentro daquele bar com aparência simples, o homem alto, forte e com os olhos de um azul profundo – que lembra o dia quando o tempo amanhece limpo sem uma única nuvem no céu –, bebe despreocupadamente um copo de algum uísque barato, rodando seus dedos grossos sobre a superfície do copo, enquanto a outra mão estava batuca despreocupadamente sobre o balcão.

Ele sempre volta à cidade. Ele sempre volta para se certificar que as duas estejam bem e a salvas. Elas são tudo o que realmente importa a ele, depois de tudo o que aconteceu. Todas aquelas pessoas medíocres ao seu redor são como pó deixado em alguns cantos que não se via.

Ele ainda podia escutar seus gritos sufocados pela dor e pelo medo. Ele tentou, fez tudo o que podia para salvá-la, mas de nada adiantou, pois, no final, ele só pôde tocar em seu corpo frio e sem vida. Ele ainda acorda durante a noite suando frio depois de mais pesadelos sobre aquela noite.

Ele ainda jura vingar-se.

Ele joga algumas notas sobre o balcão e ajeita sua jaqueta, pronto para enfrentar o frio tenebroso lá fora. Ele empurra com força a porta que estava emperrada.

Com as mãos dentro do bolso de sua jaqueta ele sai enfrentando as ruas repletas de neve, deixando suas pegadas marcadas pelo chão branco. O vento, conforme surge, vai balançando seus cabelos– que se encontram maiores devido ao longo tempo sem apará-los –, os desgrenhando. Andando a passos largos, ele caminha pela cidade, até poder enfim chegar em casa.

Foi em uma noite como aquela que ele perdeu quem ele mais amava. A perdeu por vingança e inveja. Tornou-se, então, um homem sem alma e coração. Ele jurou ir atrás daquele que o transformou naquele monstro. O que não imaginava era que a sorte bateria em sua porta mais rápido do que ele pensava. Mas como toda ação possui sua reação, ele não imagina que, para ter sua paz, terá que se juntar ao seu maior inimigo. Ou talvez, proteger aquilo que ele mais ama.

Desaparecida entre os Sete PecadosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora