Pedro
Caminhamos em silêncio em direção ao carro.
— Minha mãe deve estar preocupada comigo. — Sussurrou Luara quebrando o silêncio.
— Vou te levar para casa.
— Não vou deixar você! — Afirmou.
— Eles não te querem, anjo. Sou o único envolvido nisso. Não vou arriscar sua vida e a vida de nosso filho. — Olhei a tempo de ver seu rosto corar.
— Nosso filho? — Riu. Puxei ela para mais perto e a encostei em uma árvore.
— Nosso filho! — Dei um leve beijo em sua boca, segurei sua mão e continuamos andando — Quero que volte a sua vida normal.
— Minha vida nunca será normal. — Sorrimos.
Chegamos no carro roubado, um Astra preto. Entramos e arranquei com o carro, ficamos em silêncio um bom percurso da viagem. Luara parecia pensativa, estranha demais.
— Está tudo bem? — Perguntei, ela suspirou fundo.
— Não acho que estamos fazendo a coisa certa — Disse sem olhar para mim.
— E qual é a decisão certa para você?
— Voltar lá e terminar o que começamos.
— O que começamos? — Pergunto. — Desde quando você tá metida nisso?
— Desde que te vi pela primeira vez — Fiquei em silêncio. — Eles nunca nos deixaram em paz Pedro, então... Para que fugir? — Freio o carro em um acostamento.
— Eu não posso fazer isso. — Sussurro.
— Por que não Pedro? — Lua se aproximou quase colando nossos corpos.
— Anjo quase te perdi uma vez, não vou suportar passar por tudo novamente, e agora você está carregando um filho na barriga. — Ela fica em silêncio. — Meu filho Lua! Não posso arriscar a vida de vocês. — Ela começou a acariciar meu rosto.
— Vamos ficar bem, você tem que confiar. Mas não quero mas correr, não quero mais fugir.
— Me deixa pensar Lua, vamos procurar algum lugar para descansar e depois a gente volta a falar sobre isso. — Ela concordou. — Você tem certeza do que quer fazer?
— Mais do que você possa imaginar. Quero que Maria pague por tudo o que já nos fez. Estou cansada de sentir medo e ficar me escondendo feito uma covarde. — Sorri e dei um beijo em sua testa.
— Admiro sua força.