O Destruidor de Corações (Rom...

By jackwinck

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Victor é o tipo de garoto que todos os outros garotos gays dariam a alma para ter seu coração, mas também se... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15

CAPÍTULO 8

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By jackwinck


"Adoro quando eu estou fingindo
Quando eu posso levar balas no coração
Fodendo meu final feliz
Mas eu posso levar balas no coração (...)"

Scream my Name, Tove Lo


– E aí, como foi a noite na casa da Jessica?

Suas mãos seguravam gentilmente minha cintura e seus dedos faziam pequenas carícias em meu quadril.

Seus olhos castanhos e brilhantes sustentavam com a pergunta o meu olhar que escondia toda a verdade, que não existiu "noite passada na casa da Jessica" e que eu havia estado com Kaio, meu outro namorado, e que eu, ocultava, sentindo uma pontada perversa de culpa e remorso como um psicopata tentando descartar imperceptivelmente um corpo recém assassinado, tentando de todas as maneiras esquecer os sentimentos iminentes com uma adrenalina efervescente em seu sangue.

Seus olhos ansiosos por uma resposta fizeram que os meus tomassem um brilho falso e radiante por recém tê-lo beijado e minha mente, impulsionada pelo instinto, varrera para debaixo do tapete todas as mentiras que até segundos atrás povoavam toda a minha consciência. Esbocei um sorriso carinhoso ao projetar mais uma vez uma nova mentira.

– Estava ótima. Após o término do trabalho da faculdade, jantamos lasanha e encaramos uma maratona sombria de Orphan Black.

Roger ergueu as sobrancelhas.

– E Stranger Things?

– Essa eu assisto somente contigo.

Sorrimos um para o outro e nos beijamos por algum tempo. Roger desceu da mesa e nos dirigimos para a pista, no andar de baixo.

Parecia um sábado a noite devido ao grande número de pessoas que dançavam indie pop na pista do Quarto Secreto. Agora uma garota de cabelos loiros com mexas verde-neon e batom laranja comandava o som na cabine do DJ.

Verifiquei o celular, quando chegamos ao bar para pegar algo para beber, e vi algumas mensagens de Kaio no Whatsapp. Aproveitei que Roger conversava com o barman e me virei mais de lado, para que ele não pudesse ver.


Kaio

Online


Oi meu anjo

Está tudo bem?

Não tive notícias suas no domingo, espero que esteja bem, e que sua corrida tenha sido proveitosa.

Está em casa? Tentei ligar mas vc não atendeu, deve estar descansando.

Assim que acordar me retorne, estou com saudade.



Oi meu lindo, estou bem sim

Acordei agora

Logo vou sair com o pessoal da faculdade pra comer alguma coisa e assistir a um filme

Quando eu acabar te mando uma mensagem.

Te amo.


Desliguei o celular.

Roger voltara com dois copos grandes de Blue Lagoon, o beijei suavemente antes de levar o canudo preto a boca e ele levar-me para a pista.

Dançamos algumas músicas e eu já estava meio tonto por causa do drink, Roger sorria, e eu sorria de volta. A música mudara, para um indie rock mais dançante, talvez seria The Strokes ou Two Door Cinema Club, não me recordo.

Dançamos mais e mais, e quando percebi já havia consumido todo o copo de Blue Lagoon e só restara-me o gelo e a rodela de limão, rapidamente fui ao bar e peguei outro, dando um sorrisinho sexy ao Luke, o barman.

Roger veio em seguida e agarrou-me por trás, envolvendo minha cintura com seu abraço e pressionando os lábios contra minha nuca.

Mudei o sorriso sexy e insinuante para um meloso e apaixonado e fechei os olhos, absorvendo todo aquele amor dedicado a mim. Virei-me e o beijei por alguns momentos, seu beijo tinha gosto de curaçau e álcool misturado ao Mentos que mastigara.

Fomos para a pista de dança, que agora estava lotada de pessoas dançando, pulando ou mexendo o corpo. Roger sorria e eu também.

Dançávamos em um ritmo mais lento do que a música, pois estávamos com copos cheios, então nos abraçamos e ficamos balançando o corpo como se o som agitado da música fosse uma música lenta e romântica. Roger pousou o queixo em meu ombro e eu fiquei cheirando seu cabelo penteado com gel ao estilo anos 70. Seus braços fortes envolveram minha cintura e os meus estavam pousados em seus ombros tatuados.

E eu sorria, meio tonto, e apreciando o momento e os reflexos psicodélicos das luzes coloridas do ambiente em meus olhos. Roger falara um "eu te amo" em meu ouvido e eu respondi concordando com a cabeça, pois já não sentia mais minha boca, estava tomado pelo álcool e parecia que eu queria mais.

Meu sorriso se alargou quando nossos olhares encontraram-se sob aquele emaranhado colorido de luzes e fumaça. O DJ certamente conhecia meus gostos musicais, e perguntei-me se isso era real, pois agora estava tocando SuperLove de Charli XCX, uma música mais lenta porém divertida quando se está bêbado em uma balada indie.

Roger tomou um gole de sua bebida ainda com os olhos pregados aos meus. Nossos rostos, a poucos centímetros de distância se encaram sorridentes por alguns segundos quando ele colocou entre nós dois um pirulito rosa em formato de coração. Isso significaria somente uma coisa: que eu ficaria mais do que bêbado nesta noite.

Pode parecer estranho em dizer, mas Roger adora essas coisas, ahm... "psicodélicas e ilegais", eu até acho legal, mas não sou fascinado. No entanto, o momento pediria e já que eu estou aqui com ele, dançando e bêbado, ele me oferece uma drágea em formato de coração e de cor azul.

Ele me fita os olhos, incitando-me, e eu, sem pensar muito, engulo a drágea seguida por um gole da sua bebida e ele, tendo outra em sua mão, faz o mesmo.

Voltamos a nos beijar por um tempo que considero indeterminado, até que sinto uma sensação vibrante pelo corpo, meu coração acelera suavemente e eu começo a rir.

Roger também ri e vejo que suas pupilas estão extremamente dilatadas. As minhas certamente também estão, devido à droga que usamos. Entretanto, tudo está tão lindo, as cores estão tão vibrantes, o toque dos seus lábios nos meus é tão macio e gostoso que penso que essa droga me matou e fui parar no paraíso.

Solto-me de Roger, sentindo uma alegria ínfima dentro do peito e um desejo louco por dançar. Danço ao som de Bastille, Roger também dança. E quando percebo, estou no meio do mar de pessoas, banhado por luzes de neon e fumaça artificial, com Roger comigo, sendo amado, recebendo e transmitindo amor. O beijei mais uma vez, dessa vez com uma ferocidade estranha, pelo que percebi. Nossas bocas se encontraram, gostos de açúcar com sabor de morango, cerveja e Mentos, inundavam meu paladar e completavam o calor e a maciez dos lábios dele.

Minhas mãos deslizavam por seus ombros largos e pelo seu peito, e as suas acariciavam minha bunda e minhas costas. Ao fechar os olhos e me deliciar com seu beijo, vi que inúmeras e inúmeras formas brilhantes percorriam a parte entre minhas pálpebras e meu globo ocular. Eu estava em outro planeta certamente, e estava adorando aquela sensação louca de felicidade e sentimentos bons que eu estava tendo.

Senti, enquanto o beijava e estava sendo tomado por todo o seu sentimento por mim, o quanto era bom ser desejado, ser amado. Cara, eu nunca me canso e nunca me cansarei disso. O amor é algo tão frágil que pode quebrar, mas é tão forte que chega a destruir. Eu sempre encontrarei amor, sempre encontrarei aquilo que busco, sempre farei do possível o impossível e sempre, sempre mentirei, mentirei, esconderei a verdade e amarei mais de uma pessoa. É inevitável, é viciante, é mágico.

Eu amo Roger, o amo pois ele é o único que faz com que eu veja o verdadeiro sentido em tudo isso, faz-me encarar a vida como se fosse uma festa que jamais acaba, e faz eu acreditar que tudo é possível. Eu o amo, e sempre o amarei.

Caralho, eu estou com os pensamentos à milhão. Minha mente não para, minha boca não se cansa de beijá-lo e meus olhos estão maravilhados com a explosão luminosa e colorida que acontece dentro da minha cabeça.

Roger ofega quando damos um tempo nos beijos e coloca o pirulito na boca. Eu, com o pulmão doendo de quase não respirar, dou um gole no que sobrou da Blue Lagoon e sorrio loucamente para ele, que retribui dando um leve puxão no meu cabelo ondulado.

Faço careta e continuamos dançando. O beijo mais uma vez só para sentir o gosto bom e a textura de sua boca, antes de ir ao banheiro. E ao beijá-lo, sem querer abro os olhos, visualizando as pessoas atrás de Roger.

Nesse momento, eu rezei para que o que eu vira, fosse uma simples e perigosa alucinação causada pelo LSD. Mas creio que não.

Iluminados pelas luzes de neon colorido e cerca de um metro de distância de nós, Kaio e Gustavo estavam na pista do Quarto Secreto.

Sorrindo em meio aos beijos e abraços que compartilhavam entre si.

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continuação da história