Hoje completa três meses que não tenho falado ou visto o Leon, sinto a sua falta, mas não tanto quanto senti no começo, às vezes me esqueço dele, mas todas as vezes que me deito e minha mente fica vaga me pergunto como ele está. Eu não sei se sinto mais falta da sua amizade ou do nosso relacionamento, tentei enterrar todos os meus sentimentos por ele, com estudos e conversas paralelas com Hardin, eu precisava de alguém para conversar, Noah está com uma namorada nova e muito ocupado com seu ultimo ano de faculdade. Me sinto com 15 anos outra vez, quando Leon foi embora e o substitui pelo Noah, mas não vou cometer esse erro outra vez, não que eu não gostava do Noah, ele me fazia feliz, mas percebi que estava forçando as coisas entre nós e isso estava acabando comigo.
Acabei cortando contato com todos os amigos do Leon, não porque eu quis, só aconteceu. Henry é o único que tem mantido contato ele me liga sempre que pode e fica perguntando se estou bem, se estou comendo, e até se estou dormindo, para falar a verdade não tenho comido direito e não consigo dormir muito bem, mas sempre digo que estou bem, porque é isso que as pessoas dizem quando não querem entrar no assunto. Minha sorte é que ele está em Los Angeles, porque se ele me visse agora iria surtar.
Ouço a batida na porta e digo que pode entrar, vejo Nathy com um sorriso adorável entrando com uma bandeja cheia de comida.
— Trouxe algo para você comer — ela fecha a porta com o pé.
— Não estou com fome — digo e vejo-a fazendo sinal de não com a cabeça.
— Quando foi à última vez que comeu? — pergunta. Para falar a verdade não me lembro, até tento comer às vezes, mas não desce. — Você não pode morrer de fome Lizzie.
— Eu ainda estou viva, e se eu sentir fome sei onde fica a cozinha — encolho os ombros e mexo freneticamente minhas mãos.
— Você tem que sair desse quarto — quando iria fala ela interrompe. — Estou me referindo em sair mesmo, não ir para faculdade e voltar e se enfurna aqui de novo — ela coloca a bandeja ao meu lado e se senta. — Come — ordenou. Pego uma torada e levo a boca e dou uma dentada, quando termino de comer Nathy abre o sorriso e se levanta. — Vai passar uma maratona de Dr. House então vai tomar um banho que vou está a sua espera — ela pega a bandeja antes de sair do quarto.
Levanto-me e vou até meu closet e escolho uma roupa simples. Quando estou saindo para entrar no banheiro, me seguro na parede para não cair. Tudo ao meu redor começa a girar me deixando enjoada, corro para o banheiro e me ajoelho perto do vaso sanitário, deixo sair toda a comida de agora pouco.
Quando não a mais nada para sair me levanto, tudo continua há gira, me apoio na pia e fecho meus olhos e respiro fundo, abro a torneira e jogo um pouco de água em meu rosto, depois de desligar a mesma começo a me despir.
— Serio que não vai me deixar entrar? — ele pergunta do lado de fora do banheiro.
— Sim! — digo começando meu banho.
— Qual é Lizz, já fizemos coisas piores que um banho — fala e me assusto com sua escolha de palavras, mas acabo rindo da cena. — Amor. . . Ammooor. . . Serio que vai me deixar aqui?
Desligo o chuveiro e trato logo de sair, as lembranças só vem para me torturar mais, não posso me deixar abater por isso. Termino de me vestir e saiu do quarto, Nathy está sentada com um balde de pipoca quando me sento ao seu lado, ela me oferece, mas nego.
"Está tudo certo para sábado?", diz Leon assim que atendo a ligação.
"Está", sorrio e olho para Jolie que está escrevendo algo em um papel.
"Eu queria mesmo chegar a tempo para seu aniversário, só que estou no Brasil com o Henry", ele se explica mais uma vez.
"Tudo bem. Esperei por cinco anos, não vou me importa com mais dois dias, além do mais estou me mudando para Manchester", seguro meu lábio inferior e sorrio para Jolie.
"Acho que vou ter que arrumar uma casa para mim em Manchester", vejo Jolie segurar o papel em minha direção, tento focar no papel para ver o que está escrito. Sorrio quando consigo ler 'Pergunta se o amigo dele é gato', rolo meus olhos e ela sorrir.
"Jolie está perguntando se não tem mesmo problema em ela ir", não iria perguntar a ele direito se o amigo dele é ou não é bonito. A conversa tem que surgir antes.
"Claro que não, e outra Henry também vai. Podemos juntar os dois ou algo assim", ele ri e faço o mesmo.
"Como ele é?", indaguei.
"Fisicamente?", não ligo muito para aparecia de uma pessoa, o mais importante é o que temos por dentro, e o que sentimos por ela.
"Sei lá", ele ri.
"Tenho uma foto dele aqui comigo espera que estou enviando", assim que a foto chega dou uma olhada. A primeira coisa que me chama atenção é o número de tatuagens em seu braço, depois me perco em seus olhos verdes que parecem confusos e seu sorriso que me faz sozinho para a tela. Mostro a foto a Jolie e ela fala 'Bad Boy? Adoro!'. "Essa foto é um pouco antiga, ele mudou muito desde a morte dos pais", solto um pequena 'hunm' e me pergunto se devo perguntar mais.
"Quando aconteceu?", pergunto deixando minha curiosidade falar mais alto.
"No natal passado, ele não tem saído muito ultimamente. É sempre trabalhando e as pessoas não aceitam muito ele dando ordens por causa da idade", as pontas dos meus dedos encontram os meus lábios e começo a puxa-los de leve. "Ele está passando por uma maior barra, primeiro a irmã desaparece e agora o tio dele está lutando na justiça para assumir o controle das empresas", suspira e me sinto mal pelo rapaz que mal conheço.
"O que houve com a irmã dele?", cruzo minhas pernas como chinesa e fico esperando a resposta do rapaz do outro lado da linha.
"Ele não sabe, eles tiveram uma briga feia e ela saiu de casa", e eu pensando que minha vida era difícil. "Henry é muito orgulhoso para ir atrás dela, ele pensa que se ela não o procurou ele também não a procura, acho que ela está na casa dos avós na Argentina. Ele ligou para os avós perguntando se poderíamos ficar lá enquanto estávamos no país, mas eles arrumaram um monte de história e ficamos num hotel".
"Espero que tudo der certo para ele", Leon solta um 'Também' e me deito na cama "Estou nervosa" admito e ele ri.
"Não tem motivos de estar nervosa anjo, só sou eu", sorrio de lado e mordo o canto dos meus lábios "Tem o Henry, mas esquece ele", sorriu "Finalmente terminei a minha Starmie", diz ele mudando de assunto.
"Starmie?", ele confirma e puxo meu notebook e assim que a página do Google carrega dígito o nome na barra.
"Você não sabe o que é um Starmie não é?", ele ri e assim que a página carrega aparece 'Starmie (Pokémon)' nas imagens aparece uma estrela de dez pontas.
"Claro que sei", digo e ele ri. "É um Pokémon", ele não diz nada, abaixo a tampa do notebook e me ajeito na cama "Porque você fez um Starmie? E onde você o fez? Espera!! Não me diga que é uma tatuagem", ele ri ainda mais alto.
"Braço direito, ela é bem grande pega do ombro ao cotovelo".
"Você é louco? Por que fez isso? Não creio que você fez? Quero ver, manda a foto. Doeu? Sei lá se é tão grande deve ter doido, porque ess. .", ele me interrompe.
"Calma anjo", sua risada sai sonolenta "Amanhã mando uma foto, agora está tudo escuro", suspiro e volto a me deito na cama "Tenho que ir dormir agora, tenho uma reunião bem cedo amanhã".
"São oito da noite ainda"
"Mas aqui é muito tarde, eu prometo que te ligo amanhã", ele me deseja uma boa noite e faço o mesmo antes de desligar a ligação.
— Lizzie — Nathy está a minha frente fazendo sinal com as mãos.
— Sim!
— Estou aqui a um tempão falando e você nem me ouviu.
— Desculpa.
— Tudo bem. Agora em que estava pensando?
— Preciso mesmo responder?! — ela nega e voltamos a nossa atenção para a grande tevê. — Vou para o quarto — aviso me levantando, mas sua mão é rápida e me seguram.
— Você quer conversar? — nego, mas ela não me solta.
— Você me acha idiota? — pergunto voltando a me sentar, eu me acho tão burra. — Foi errado o que eu fiz? Ter o afastado. Eu me sinto tão mal com isso, eu o amo podíamos está juntos agora fazer sei lá o que e você iria aparecer e dizer como somos melosos — sorrio fraco. — Sabe quantas vezes eu já me peguei pensando em pegar o meu carro e aparecer na casa dele, quantas vezes acordei pensando que ele estava ao meu lado — limpo os cantos dos meus olhos. — É errado eu querer ser feliz? — pergunto e ela desliga a televisão. — É errado eu querer mais. . .
— Não a nada de errado em querer mais. . . Você é uma garota linda, inteligente e talentosa e tem um mundo muito maior esperando por você, você nem imagina — ela sorrir e posso ver que ela é sincera em suas palavras. — Você vai ficar bem! Tudo vai ficar bem. Talvez demore um pouco, mais você vai ser feliz.
— Obrigada! Você acredita nisso e muito importante para mim, agora tenho que acreditar que tudo vai ficar bem — forço um sorriso e acho que a convenci.