❀Capítulo 6❀

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   Mal consegui dormir ontem à noite, fiquei me revirando na cama pensando em tudo que aconteceu. Faz cerca de três horas que acordei, fiquei falando com algumas pessoas pelo celular e joguei alguns jogos, estou mesmo levando a serio não sair do quarto hoje, eu até tentei, mas minhas mãos começam a soar e não tomo coragem para rodar a maçaneta.

   Deito-me de lado na cama e deslizo meu dedo até aparecer o contato de minha mãe, eu estava evitando ela, mas não tem mais ninguém online e a algumas mensagens dela. A maioria era para saber como estou e o que estou achando da Inglaterra. "Estou bem, e aqui é lindo", foi o que respondi.

   Quando finalmente tomo coragem para sair da cama avisto um pedaço de papel no chão, como se alguém tivesse jogado por debaixo da porta. Deixo meu celular em cima da cama e caminho em passos largos. Quando pego o papel não consigo ler o que está escrito, as letras parecem se mover e me sinto um pouco tonta. Pisco meus olhos algumas vezes e foco minha visão para o pequeno pedaço de papel tentando imaginar que está escrito nele.

   Precisei sair, volto à noite.

                                          Leon

   Mais vago impossível. Tudo bem que estou tentando evita-lo agora, mas ele podia muito bem dizer para onde foi ou falar se seu pai continua aqui. Dobro o papel e ponho no bolso de trás do meu short.

   Quando chego ao andar de baixo não vejo ninguém, olho para o grande relógio na cozinha que marca 11:05 da manhã. Decido fazer alguma coisa para almoça, não adianta eu tomar um café da manha as 11:00 da manhã. Preparei a coisa mais rápida que poderia fazer uma bela e linda macarronada. Acabei fazendo demais e pelo visto vou ter que jantar a mesma coisa.

   — Bom dia — ouço. Meu corpo gela e condeno a mim mesmo por ter saído do quarto.

   — Boa Tar. . Bom dia — ele ri. O relógio marca 12:10. Para mim já é de tarde e não quero que ele pense que isso foi uma critica por ele ter acordado tarde.

   — Não fomos devidamente apresentados ainda — comenta entrando na cozinha. — Como se chama? — eu juro que se não estivesse tentando evitar o Leon eu saia correndo daqui e ligaria para ele só para xinga-lo por ter me deixado com seu pai.

   — Lizzie Samuels — digo olhando para meu prato de comida. Perdi até a fome agora.

   — Samuels? Isso me parece familiar — ele está parado escorado na ilha da cozinha.

   — Éramos vizinhos quando o senhor morava no Estados Unidos — comento mexendo no macarrão.

   — Gustavo Samuels, lembro agora — a menção do nome do meu pai fez meu corpo estremecer, como se ondas elétricas passassem por ele fazendo meu corpo formigar. — Sua mãe ainda é advogada? — nego sem o olhar.

   — Juíza — é tudo que digo. Quero sair o mais rápido possível daqui, ele até está sendo gentil comigo, mas ainda me dá medo. Como ele não diz mais nada volto a comer, talvez assim ele esqueça minha existência.

   Já era tarde da noite quando comecei a subir as escadas para ir dormir, Leon não apareceu ou me ligou seu pai não ficou muito tempo, só almoçou e saiu, ele também não voltou não que eu tenha saudades dele, mas ficar nessa casa sozinha chega a ser assustador.

   Depois de um bom tempo só deitada na cama um flash de luz surge no quarto e sinto meu corpo encolher debaixo das cobertas, meu coração só acelera quando ouço passos vindo em minha direção. Meus olhos se fecham com força enquanto meu corpo recebe ondas de arrepios.

Sonhei Que Amava Você 》 Book OneWhere stories live. Discover now