A Dama do Sol - I

By shadebarrow

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Zoe Herondale vivia em Idris com seus pais, ela era uma caçadora de sombras. O que é uma caçadora de sombras... More

Prólogo
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20 (bônus)
Capitulo 21 (bônus)
Capitulo 22 (bônus)
Capitulo 23 (bônus)
Capitulo 25
Capitulo 26
Capitulo 27
Epílogo

Capitulo 24

994 83 113
By shadebarrow


"Todos nós praticamos o autoengano até certo ponto: homem nenhum consegue suportar a sinceridade total sem se ferir a cada momento. Não há espaço suficiente para a sanidade na cabeça de um homem ao lado de cada sofrimento, cada preocupação, cada medo que ele possua."

- A guerra da rainha vermelha.

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Zoe levou cerca de dez minutos para chegar à praça que marcara de se encontrar com Marieson e, definitivamente, não gostou nada do que viu.

Tinha umas doze fadas ali, no mínimo. Ela pensara que seriam três ou quatro, e ainda assim seria muito. E Marieson, é claro, tinha seu usual sorriso presunçoso no rosto, o que geralmente indicava que as coisas não acabariam bem.

Toda a coragem que a Herondale reunira há algumas horas desapareceu e ela teve que lutar contra a vontade de sair correndo dali o mais rápido possível.

Mas a decisão fora sua, portanto, deveria arcar com as consequências.

— Zoe, vejo que não age mais como uma covarde e segue sua palavra. Estou realmente impressionada. Você amadureceu mesmo, não? - Marieson falou, os olhos brilhando com malícia.

— Sim, suponho que sim. De mais maneiras que imagina. - retrucou a loira e examinou as outras fadas com o olhar. Todas com olhares assassinos e expressão carrancuda. Que novidade. - Mas temos assuntos a discutir. Pode ir direto ao ponto?

— Certamente. - disse a fada e se sentou casualmente num dos bancos atrás de si. - Sabe, Zoe, nosso senhor nos permitiu lhe dar a chance de escolher, antes de chegarmos à modos menos convencionais.

— Escolher o que? - questionou, confusa. Não fazia ideia de onde ela queria chegar.

— Ora, se vem de bom grado conosco até a Corte Seelie ou não, bobinha.

Zoe deu um passo para trás quase inconscientemente.

— Ir com vocês até a Corte Seelie? - seu tom de voz se elevou conforme o desespero a consumia inteiramente. - Mas, você disse...disse que não me levariam! Que era só conversa!

Marieson desatou a rir, a cabeça levemente inclinada para trás. Sua gargalhada era fria, porém insana; do tipo que as vilãs davam nos filmes de terror. As fadas ao seu redor sorriram brevemente, também parecendo achar graça da situação.

Quando enfim parou de rir, a velha conhecida da garota disse:

— Minha querida, tecnicamente eu a chamei até aqui para conversar, apenas. E nós não a levaremos, você que irá conosco de boa vontade.

Ah, não. Ela só podia estar brincando.

— Mas é claro que não irei. Que ideia insana. - ela já se virava e começava a dar meia-volta quando Marieson falou algo que a fez ficar paralisada.

— Nem para salvar seus amigos, Zoe?

— O que quer dizer com isso? - sua voz tremeu ao pronunciar estas palavras. Marieson acertara em cheio.

— Quero dizer que, se não vier conosco, invadiremos seu instituto e acabaremos com seus amigos. Melanie, Julian, Piper, Edmund...São esses os nomes deles, não é? - um sorriso brincava em seus lábios, e Zoe sentiu seu coração parar por meio segundo.

— Vocês nunca conseguiriam. Os institutos são fortemente protegidos, Marieson.

— Temos novos meios agora. E a ajuda de alguém muito importante. - ela fez um gesto vago, como se a informação fosse desnecessária.

Zoe engoliu em seco. Algo no tom de voz da fada lhe dizia que a ameaça era verdadeira, que não era apenas blefe. Ela considerou suas opções.

Poderia correr de volta para o instituto e esperar para constatar se a ameaça era mesmo verdadeira. Mas, se o fizesse, não estaria apenas adiando a situação? As fadas acabariam achando-a, mais cedo ou mais tarde.

Ou, em um gesto insano, ela poderia ir de bom grado com elas até a Corte Seelie. Parecia impossível sair viva se fizesse isso mas uma parte da garota sentiu vontade de se entregar finalmente ao seu destino.

— Irei com vocês. - decidiu por fim e acrescentou: - Se prometer que não machucará meus amigos.

Marieson nem ao menos pensou, antes de dizer:

— Eu prometo.

Se levantou, caminhando decididamente até a Herondale.

— Agora é hora de aceitar seu destino, Zoella. - sussurrou. - Nos siga.

Zoe foi atrás delas e, finalmente, teve tempo de perceber:

Marieson dissera ele, não a rainha.

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Teve de se segurar para não sair correndo quando chegaram à Corte Seelie.

Continuava exatamente igual. Até mesmo as sujeiras do chão eram as mesmas. E isso a deixava completamente aterrorizada.

— Por aqui. - Marieson disse, apontando distraidamente para um corredor à direita e em seguida foi por ele.

O resto das fadas se dispersava conforme avançavam, provavelmente voltando para seus postos normais.

— Onde está a rainha? - indagou Zoe, estranhando o fato de não tê-la visto quando entrou. Geralmente, a rainha era a primeira a se apresentar aos visitantes - mesmo que a loira não fosse uma visitante.

— Não é da sua conta. - Marieson rosnou, como sempre azeda.

A garota revirou os olhos mas não a constatou.

Por fim, chegaram à uma escada íngreme, onde Marieson desceu sem problemas mas Zoe teve de tomar um cuidado extra para não despencar da mesma. No final da escada, havia uma porta, provavelmente um depósito, que a fada abriu assim que chegou perto o bastante.

Zoe entrou pela porta logo atrás dela e não pode se impedir de soltar um grito.

O que ela pensara ser um depósito era, na verdade, um necrotério.

Corpos humanos jaziam no chão, alguns com grandes feridas aparentes e outros sem nada. Tinha até alguns decapitados.

Era simplesmente horrível.

A Herondale se inclinou para o lado e vomitou todo seu jantar.

Eca, garota. - exclamou Marieson, de algum lugar atrás de si. - Não podia esperar mais um pouco? Eu pretendia jantar agora.

Quando enfim terminou de despejar todo o macarrão com almôndegas, Zoe se virou para ela.

Mas o que diabos é isso? Por que vocês guardam todos esses corpos aqui?

Dãh, é uma oferenda para ele. - explicou, e a garota não gostou da forma como ela disse "ele". Como se fosse alguém extremamente importante - tão importante que não se devia nem pronunciar seu nome.

E pretende adicionar meu corpo à essa pilha? - disse, com um certo medo da resposta ser um sonoro "sim".

— Embora fosse da minha vontade, não. Ainda há um papel para você nessa guerra. - resmungou a fada, como uma criancinha acabando de perceber que ganhara uma roupa ao invés de um brinquedo.

De certa forma, o fato de ter "um papel nessa guerra" fez a garota pensar que morrer talvez fosse mais confortável do que isso.

— Está bem. Mas então, por que me trouxe aqui?

— Não é óbvio? É aqui que esperará até dar a hora do ritual de convocação, amanhã. - respondeu Marieson, com um sorriso cruel em seu rosto verde. Então, empurrou Zoe para dentro do necrotério.

Ela por pouco não caiu em cima do cadáver de uma mulher morena. Se virou para Marieson novamente, indignada.

— Você não pode me deixar aqui. E meu antigo quarto? Não posso ficar nele? - embora odiasse seu antigo quarto com todas suas forças, não estava nada afim de dormir ao lado de cadáveres. Ainda mais sabendo que o seu poderia logo se juntar à pilha.

— Ficará surpresa ao descobrir o que posso fazer, Zoella. Seu antigo quarto continua lá, obviamente. Mas esse aqui é bem mais confortável, não é? Achei que o preferiria.

Zoe sentiu vontade de jogar sua névoa vermelha em Marieson e, com sorte, vê-la agonizando de dor e morrendo. Mas teve de se contentar em fuzila-la com o olhar.

— Pelo menos me explique quem irão convocar.

— Ora, você não sabe? É mais lerda do que pensei, Herondale. - ela riu, lhe lançando um olhar esnobe. - Mas lhe direi quem é. Assim, terá no que pensar quando for dormir com esses mortos.

"Creio ser melhor começar do início. Sabe que nós, fadas, nunca perdoamos o que sua espécie fez conosco. Nos humilhando e nos punindo daquela maneira ridícula. Mas somos um povo esperto e paciente, e sabíamos que não era a hora certa para vingança - não quando vocês esperavam por uma. Esperamos dois séculos para nos vingar e decidimos fazer isso da melhor maneira; convocando o mais cruel e terrível demônio."

"Foi difícil achar o ritual de convocação específico, levamos dez anos até o encontrar. Mas esperamos e primeiro começamos convocando Abbadon, o Senhor dos Caídos. O mandamos para aterrorizar as cidades e ele o fez perfeitamente, antes de ser aniquilado pelo estupido Blackthorn. Porém, levou anos para este conseguir acabar com ele. Então, sendo assim, quantos será que sua espécie levaria para acabar com o próximo? Vocês nunca conseguiriam. E isso era algo perfeito para nós. Ele reconstruirá o mundo. Trará ordem para esse imenso caos. O fará mil vezes melhor. Ele será nossa salvação."

Ela olhou para Zoe com um sorriso de orelha a orelha.

"Ainda não descobriu quem é? Bem, eu lhe direi."

— Nós convocaremos Lucifer, o próprio Satanás.

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