Alfonso estava desesperado, com a ajuda do gerente, fizeram uma busca discreta por todo o restaurante e não havia sinal de Anahi. Passou as mãos pelos cabelos, desalinhados, ainda mais nervoso quando Hector retornou após uma busca aos arredores.
_Nenhum sinal senhor Herrera. - havia um tom de desaprovação em sua voz, contra seu próprio trabalho.
_Como conseguiram tirar ela daqui? Inferno Hector! Ela estava embaixo das nossas vistas e esse filho da puta a levou!
_Com certeza tiveram ajuda de alguém do restaurante senhor Herrera, algum funcionário ou cliente que passou despercebido. - mudou o peso do corpo de uma perna pra outra, nervoso - Eu vou solicitar as gravações das câmeras e tentar encontrar quem seguiu para o toallet depois da senhorita Portilla.
_Isso vai levar o inferno de uma vida! - caminhou para fora do restaurante - Deixe um de seus homens verificando isso, você vem comigo. Preciso contatar a polícia e que se foda a burocracia de 24 horas de desaparecimento.
Anahi despertou, mas tudo a sua volta girava. A cabeça estava pesada e a dor era intensa.
Abriu os olhos lentamente, forçando a visão a buscar um foco. Tentando manter a calma, respirou fundo e olhou ao redor.
Quarto! Estava em um quarto, deitada no chão, aos pés de uma cama enorme. Sufocando um soluço na garganta, se forçou a erguer a cabeça e olhar melhor ao redor.
_Calma Any, tenha calma. - pediu a si mesma num sussurro.
A sua frente havia uma porta, talvez um banheiro, o local lhe era familiar. Ao lado da cabeceira da cama, repousava um porta retrato sobre uma escrivaninha. Era a foto dela com Poncho.
Anahi franziu o cenho, como chegara em casa e o que fazia deitada no chão?
O barulho de passos no andar de baixo a fez despertar completamente, ainda um pouco tonta, forçou as pernas a trabalhar e se dirigiu o mais rápido que pôde para o banheiro. Agora conseguia se lembrar, ela não chegou em casa com Poncho, a última imagem que se lembrava, era de Velasco a olhando através do espelho do toallet do restaurante.
Antes de entrar no banheiro, agarrou o telefone sem fio e se trancou lá dentro.
Com mãos trêmulas, discou o número de Alfonso e se controlando pra não chorar, rezou pra que ele atendesse.
_Alô? - Alfonso atendeu hesitante.
_Poncho... - Any sussurrou - Vem pra casa, por favor, vem logo.
_Any?! O que você tá fazendo aí?! - voltou correndo para o carro, desistindo da delegacia - Hector, pra casa, agora! - praticamente gritou - Como chegou aí meu amor?
_Foi ele...ele me dopou e me trouxe... - Any soltou um pequeno soluço - Ele ainda tá aqui.
E como se estivesse ouvindo em silêncio durante todo aquele tempo, pancadas fortes soaram na porta. Anahi gritou assustada deixando o telefone cair ao chão e Alfonso ficou ainda mais desesperado.
_Poncho! - chamou ao recuperar o telefone - Ele tá aqui!
_Onde você tá meu amor? Em que lugar da casa? - a voz embargada, marcada pela lágrimas contidas.
_No banheiro da suíte. Corre, por favor.
_Eu estou indo minha fadinha. Eu te amo.
_Também te amo Pon. - Anahi finalmente cedeu ao choro.
_Calma Anahi, calma. Por enquanto é só um pequeno susto, a hora ainda não chegou. - Velasco falou contra a porta antes de Any ouvir os passos se afastarem.
Caída no chão frio do banheiro, derramou todas as lágrimas que prendera até agora, rezando baixinho para que Poncho chegasse logo.