A Dama do Sol - I

Por shadebarrow

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Zoe Herondale vivia em Idris com seus pais, ela era uma caçadora de sombras. O que é uma caçadora de sombras... Más

Prólogo
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20 (bônus)
Capitulo 21 (bônus)
Capitulo 22 (bônus)
Capitulo 23 (bônus)
Capitulo 24
Capitulo 25
Capitulo 26
Capitulo 27
Epílogo

Capitulo 14

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Por shadebarrow


"As melhores pessoas sempre carregam alguma cicatriz."

- Série A Seleção



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— De novo. - repetiu Magnus, e Zoe lhe lançou um olhar irritado.

— Estou fazendo isso há uns trinta minutos. - disse ela, cruzando os braços.

— E vai ficar fazendo por mais trinta se não calar a boca e fazer o que eu digo. - respondeu o feiticeiro, como se estivesse falando com uma criancinha.

— Não pode me obrigar a nada.

Magnus estreitou os olhos, como se a desafiasse a testar os limites dele.

— Pensei que quisesse saber mais sobre seus poderes.

— E eu quero! Mas não vejo como isso pode acontecer comigo mostrando meus poderes milhares de vezes à você. - exclamou ela, retribuindo o olhar irritado que ele lhe lançava.

Se você quer guerra, feiticeirinho de meia-tigela, é guerra que você vai ter, pensou ela.

— Meu Deus Zoe, só faça a maldita coisa com os olhos de novo. Nós não temos o dia todo. - falou Julian, interrompendo os olhares desafiadores que Zoe e Magnus trocavam.

— Você não precisa ficar aqui. Pode voltar a dormir, como Edmund e Piper. - a garota o olhou, cerrando os punhos. Julian podia ser muito, muito mesmo, irritante quando queria.

— Eu queria ver o que ia acontecer, mas agora estou começando a considerar essa possibilidade. - rebateu ele.

— Eu agradeceria imensamente se você tirasse essa sua maldita voz do alcance dos meus ouvidos.

Magnus rolou os olhos, enquanto Julian fazia uma cara indignada.

— Como ousa... - começou o que provavelmente seria o início de um discurso irritante, mas o Bane o cortou.

— Vocês podem, por favor, discutir e falar ofensas um ao outro mais tarde, sim? Vamos voltar ao trabalho.

Zoe bufou, e então deixou seu poder fluir pelo seu corpo, como se abrisse uma porta e soltasse ele todo. Sentia o dom em seu sangue, correndo pelas veias. Por mais estranho que pareça, ela conseguia sentir todo ele, como se este fizesse parte dela.

Também pôde sentir quando seus olhos adquiriram o tom vermelho sangue, como se um interruptor se ligasse dentro dela. Como das outras vezes, Magnus se sentou reto e apenas a encarou fixamente por alguns segundos, até suspirar e deixar o corpo cair de novo na poltrona em que se sentava.

Zoe reprimiu um suspiro irritado e se preparou para deixar os olhos voltarem ao azul quando Magnus soltou um ruído entusiasmado, como se finalmente percebesse algo.

— Você acha que consegue deixar o poder transparente em suas mãos? Do mesmo jeito que faz quando vai usa-lo em alguém, só que dessa vez sem libera-lo por completo.

A Herondale levantou as duas mãos e experimentou soltar o poder mais um pouco, fazendo-lhe chegar à suas mãos. De início, nada aconteceu, mas então a familiar "fita" sem substância vermelha apareceu saindo de seu dedo indicador, apenas alguns milímetros.

Ela pôde ouvir Julian arquejar e viu Magnus soltar um sorrisinho triunfante.

— Agora tente manipula-lo, Zoe. - disse-lhe e a loira franziu o nariz.

— Como diabos faço isso? - perguntou, sem fazer ideia de como começar.

— Do mesmo jeito que fez uma parte do dom aparecer em suas mãos.

Zoe respirou fundo e tentou soltar ainda mais o poder que se encontrava dentro dela. Assim que o fez, a sensação foi de se sentir livre. Não percebera, mas era como se ela tivesse ficado presa todos esses anos e só agora fora libertada.

— Uau. - um Julian desacredito murmurou, e ela ergueu a cabeça.

Definitivamente não fora seu objetivo fazer aquilo. O máximo que ela esperara era conseguir aumentar um pouco o tamanho dos fios vermelhos. Agora, aquilo nem poderia ser chamado de fio.

Era como se houvesse uma névoa vermelha dançando ao redor de suas mãos, afastada apenas alguns centimetros da mesma. Com aquela névoa tão perto, Zoe deveria ter se sentido assustada e sua mãos deveriam doer, mas, ignorando toda a lógica, ela se sentia ainda mais livre e se sentia viva.

Completamente viva. E a sensação era indescritível. Era incrível.

Com a grande carga de emoções novas que ela experimentou, a Herondale havia se esquecido de Julian e Magnus, que a encaravam assombrados.

— Isso é...Incrível. Como conseguiu? - o feiticeiro perguntou-lhe e Zoe balançou a cabeça, assombrada.

— Eu só..soltei o poder um pouco.

— Um pouco? Então tem mais para soltar?

— Hm...É, acho que sim.

Embora ainda estivesse totalmente desacredita e sem conseguir pensar direito, Zoe se forçou a focar no objetivo e permitiu-se soltar todo seu poder. Sentiu como se suas veias estourassem e o dom saísse de seu corpo atravessando sua pele. E, por um momento, a loira se perguntou se suas veias realmente tinham estourado. Não, ela estaria morta agora se isso acontecesse.

Julian soltou uma série de palavrões conforme encarava as mãos de Zoe, onde a névoa vermelha aumentava e se movimentava mais rapidamente. A garota podia sentir o poder ainda em sua mão, sentia seu desejo por ser libertado. E assim ela o fez.

A Herondale ouviu um zumbido crescente e então algo perto de si estourou. Virou-se, vendo um buraco preto no que antes fora um quadro do anjo Raziel e cheiro de queimado invadiu suas narinas.

— Por acaso você acabou de aniquilar Raziel?!? - o Penhallow disse com a boca escancarada, fitando o quadro destruído.

Zoe abriu a boca para lhe responder que tecnicamente aquele não era Raziel e ela não cometera nenhum crime contra o criador dos caçadores de sombras, quando outro zumbido chegou-lhe aos ouvidos e, dessa vez, ela pôde ver um jato de névoa vermelha voar de sua mão e atingir a poltrona que Julian estivera sentado momentos antes.

Magnus a fitava de olhos arregalados e, ao perceber o que a névoa havia feito, soltou um grito e saltou mais para o lado.

— Zoe, pare com isso agora! - gritou-lhe, um pingo de medo em sua voz.

O problema era que Zoe não sabia como fazer isso. Sentia-se elétrica, como se queimassem de leve seu corpo todo. Ela tentou desesperadamente pegar o poder de volta e prende-lo, mas este parecia aproveitar-se do fato de estar livre e tornava difícil sua captura.

Mesmo com toda sua força de vontade, mesmo imaginando o poder voltando para seu corpo com tudo que podia, ela ainda não conseguia traze-lo de volta.

A névoa em suas mãos pareciam crescer cada vez mais e Zoe encontrava dificuldade em contê-la. Estava ficando frustrada e seus olhos se encheram de lágrimas quando ela começou a respirar com dificuldade.

Não iria conseguir. Iria matar todos na sua primeira semana aqui.

Então, com um ultimo esforço, ela levantou as mãos acima de sua cabeça, como se segurasse uma bola invisível. A névoa das duas mãos pareceram se fundir e cresceram ainda mais, agora utilizando do espaço das duas mãos juntas, e uma onda de dor inundou a garota por causa dessa união.

Funcione, por favor. Por favor, por favor funcione.

E, com um grito tanto de dor quanto de raiva, ela apertou suas duas mãos, forçando a névoa a voltar para seu corpo. Parecia que esta perfurava sua pele, conforme ela forçava. Era como apertar facas contra o próprio corpo.

Mas funcionara. Ela podia sentir o poder dentro de si de novo.

Zoe se largou no chão, com as mãos doendo tanto que ela mal conseguia respirar. Lágrimas de dor escaparam de seus olhos e queimaram-lhe a face. Tudo o que ela queria no momento era fechar os olhos e nunca mais ter de sentir dessa dor.

— Zoe? - ouviu a voz de Julian, em algum lugar perto de si. - Você está bem?

— Estou. - conseguiu dizer, mal ouvindo sua voz. Esta lhe soava estranha aos seus próprios ouvidos, como se não fosse realmente ela que estava falando.

Ela viu Julian se aproximar e depois se agachar ao seu lado. Ele parecia confuso e ainda desacredito. Provavelmente ela parecia assim também.

— Tem certeza de que está bem? - insistiu ele, a encarando desconfiado.

Zoe assentiu, determinada à não mostrar sua dor e seu momento de fraqueza. Precisava que acreditassem nela, não que tivessem dó dela.

Julian estendeu a mão para ajuda-la a se levantar e a Herondale aceitou a ajuda, limpando as lágrimas nas bochechas rapidamente e se levantando em seguida.

— Bem, isso foi inesperado. - falou Magnus, parado em um canto com os cabelos bagunçados.

A garota assentiu, concordando. Aquilo fora bem mais que inesperado. Fora surreal. Fora...Impossível. Ela nunca pensou que seu poder pudesse ser maior do que acessar lembranças ruins.

— Por Raziel! - Melanie se encontrava parada na soleira da porta, encarando o cenário com uma expressão assombrada. Ela trazia sacolas nas mãos, que caíram assim que seu olhar recaiu sobre Zoe. - Meu Deus, o que aconteceu com você? O que aconteceu aqui?

A Herondale abriu a boca para responder-lhe que nem ela sabia direito, quando Edmund entrou correndo pela porta, quase derrubando Melanie.

— Eu ouvi um barulho. Pareciam explosões e... - ele pareceu finalmente notar o estado do salão e das três pessoas no centro dele. - O que...?

— Era o que eu estava me perguntando. - disse Melanie, o que fez Edmund soltar um grito e olhar para trás surpreso.

— Nunca. Mais. Me. Assuste. Assim.

Zoe, Julian e Magnus trocaram olhares temerosos, como se decidissem quem iria contar tudo e enfrentar a fúria de Melanie. A loira, sentindo que era seu dever, deu um passo a frente.

— Acho melhor se sentarem. Isso vai demorar.

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Zoe realmente queria que Melanie parasse de andar de um lado para o outro. Além de ser irritante, estava começando a dar dor de cabeça vê-la tentar abrir um buraco no chão.

— Então - repetiu, pela milionésima vez. - Vocês simplesmente decidiram estudar o poder de Zoe? E nem se importaram em me avisar?

— Já explicamos isso. - resmungou Julian. - Você não estava em casa.

— Mas isso não impedia vocês de me ligarem, não é? Edmund tem um celular, não custava nada discar os números.

— Eu estava com sono. Você acha mesmo que eu seria capaz de pensar nisso às cinco da manhã? - o Blackthorn a respondeu, lhe lançando um olhar descrente.

Zoe respirou pesadamente, tentando não transparecer o quanto estava com dor. Embora as mãos não sangrassem, era como se tivesse sido apunhalada com facas ali.

— Olhe Melanie, me desculpe. Eu acabei me lembrando que era Magnus o feiticeiro que ajudou meus pais e eu estava curiosa demais em relação ao... - a voz dela falhou, quando tentou mexer as mãos e uma dor aguda a preencheu. - ...meu dom.

Julian olhou-a desconfiado, e a loira soube que ele havia notado a falha em sua voz. Zoe desviou o olhar e mordeu o lábio inferior com força.

— Está tudo bem, querida. Eu compreendo. Mas na próxima vez tentem me alertar, sim? - pediu a mais velha, e a garota assentiu. - Ótimo. Em relação ao salão de armas, pensaremos nisso depois. E vou precisar de ajuda para levar essas sacolas para a cozinha, acabei de voltar do mercado.

Edmund se levantou e pegou algumas sacolas. Depois se dirigiu à porta, dando de ombros.

— Eu vou. De qualquer modo, quero voltar a dormir também.

Melanie pegou o restante das sacolas e o seguiu.

— Onde está Piper? - perguntou Julian, notando a ausência da garota.

— Está dormindo. Ela tem sono bem pesado mesmo. - ele revirou os olhos, antes de sair pela porta seguido de Melanie.

Mas Zoe sabia que Piper não aparecera por estar dormindo. Tinha 99% de certeza de que ela estava plenamente acordada, apenas não queria ver os outros depois de ser forçada a rever sua pior lembrança. E a culpada era a Herondale. Ela sabia disso.

— Bem, eu já vou indo também. Combinei de me encontrar com um amigo. - falou Magnus, se levantando. - Volto amanhã para treinarmos mais, Zoe.

A garota reprimiu um suspiro temeroso, com medo do que podia acontecer na próxima vez que ela tentasse controlar o pode, mas assentiu para Magnus, que saiu do salão.

Zoe se levantou também mas, ao contrário do feiticeiro, se dirigiu para os pedaços do quadro que ela destruira caídos no chão. A culpa era dela, então era ela que deveria limpar tudo.

— Você está com dor, não está? - perguntou Julian, que também se levantara e agora estava ao lado da loira.

— O quê? Não. - respondeu, sem olhar para ele. Temia que seu olhar a entregasse.

o Penhallow levantou o queixo dela, fazendo-a olhar para ele. Zoe reprimiu o impulso de dar um tapa na mão dele.

— Eu sei que está. Aonde? - retrucou e ela estendeu as mãos viradas para cima, contragosto.

Assim que o fez, soltou um ruído de surpresa. Só agora notara que riscos brancos estavam espalhadas pelas palmas de suas mãos, o que, de certa forma, a fez se sentir melhor. Não queria ser tão fraca a ponto de sentir uma dor imaginativa.

— Acho que um Irazte de cura vai funcionar. - disse Julian, pegando a estela do bolso da calça e, cuidadosamente, desenhando a runa na mão de Zoe.

De início, nada aconteceu. Mas então as dores nas suas mãos começaram a diminuir, até não sobrar mais nada dolorido. Porém, as marcas brancas continuaram.

— Vai ficar com cicatrizes. O Irazte não cura isso. - o garoto a olhou, como quem pede desculpas.

Zoe dirigiu-lhe um sorriso agradecido e encarou suas mãos, agora cobertas de cicatrizes.

— Tudo bem. - respondeu ela. - Cicatrizes servem para nos lembrar de que o passado foi real.

— Uau. Isso foi filosófico. - Julian sorriu de lado e guardou a estela, então se virou para a destruição do salão ao seu redor.

— Bem, isso vai dar trabalho. É melhor esperarmos os outros.

— Não. - disse Zoe, o que fez o Penhallow olha-la questionador. - Eu que fiz isso. Então eu que devo arrumar.

Julian pareceu querer discutir com ela, mas então suspirou e deu de ombros.

— Tudo bem. Então vamos arrumar juntos.

E assim o fizeram.



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Oii gente, como vocês estão?? Eu sei que esse capitulo ficou meio (muito) bosta mas eu to em um bloqueio criativo me perdoem porfavo
De qualquer forma, eu só queria dizer que, para quem não está entendendo o poder da Zoe muito bem, imaginem-o como o da Wanda Maximoff. O dela é exatamente igual, apenas com umas pequenas alterações.
Bem, é isso. Bj bj

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