Tudo Pela Reportagem

By mariiafada

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PLÁGIO É CRIME - Todos os direitos reservados a Maria Augusta Andrade © Não autorizo qualquer reprodução ou u... More

Prólogo.
Primeira parte.
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Segunda Parte.
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!!!!!100 MIL F*CKING VIEWS!!!!! ❤️
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31 (Pra quem não está conseguindo ler!!)
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42. [Final]
Epílogo.
Agradecimentos.
Capítulo Bônus (1)
Booktrailer <3
Se você gostou de TPR, vai gostar de Morde e Assopra também!
Capítulo Bônus da Gabi! Yey!

15.

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By mariiafada

Acho que nunca desejei tanto a morte de alguém. Acho que nunca desejei tanto matar alguém. Nem mesmo Nancy Billstone, a garota que tornara minha infância um horror e colocara chiclete no meu cabelo quando eu tinha seis anos.

Mas Homero Smith havia conseguido a incrível façanha de ganhar da Nancy na Escala de Ódio Eterno da Lizzie. Também conhecido com a minha lista negra. Ou o meu Death Note.

A verdade é que eu só não estava gritando e quebrando tudo ao meu redor por causa do Joey. Eu precisava fingir que era uma pessoa centrada e sobre o controle das minhas faculdades mentais para o meu chefe.

Dei um longo suspiro e consegui até rir enquanto Joey encarava o gravador sem entender. Levantei um dedo, ainda sem dizer nada.

- Pequeno mal entendido. O qual eu vou resolver agora. – disse a última palavra entredentes deixando um pouco da raiva possessa que sentia vibrar para fora. Mas eu não ia gastá-la muito naquele momento. Estava guardando a raiva para Homero Smith.

Peguei o gravador e sai da sala do Joey pisando tão firme que doía a sola dos pés. Passei pelo reservado e agarrei a minha bolsa.

- Lizzie! Onde está indo? – Ray perguntou erguendo a cabeça acima da divisória.

- Cometer um assassinato. – retruquei.

- Pobre Homero! – lamentou. Lancei um olhar furioso na direção do meu amigo. Ray engasgou e se retratou: - Quer dizer, homem terrível e vil! Acaba com ele! Mas não acerta o rosto, é tão bonito...

- Volto em algumas horas.

Para o azar de Homero eu sabia exatamente onde ficava a sede da World Slender P&N: Na rua Oeste do Central Park, um prédio moderno e bonito feito de vidros escuros. Fora uma das primeiras coisas que me certifiquei de anotar no começo da investigação.

E graças à pasta laranja, eu também sabia o andar em que o vice-presidente se encontrava. Dei um sorriso sombrio enquanto encarava o prédio do lado de fora.

29º andar.

Homero Smith mal podia esperar.

*

Sem muitas cerimônias, eu entrei pelas portas duplas e parei no meio saguão, procurando pelos elevadores. Havia uma bonita sala de espera e um balcão de cromo à minha esquerda. Ignorei-o e segui pela direita, para os elevadores.

Apertei o botão para o 29º andar talvez forte demais. A música ambiente estava começando a me deixar ainda mais irritada e com vontade de socar alguém. Como se eu não tivesse tal vontade acumulada dentro de mim o suficiente.

Enquanto o elevador subia continuei de costas para a vista panorâmica, equilibrando-me nas sapatilhas, indo para frente e voltando, tentando focar na raiva e não da vertigem que sentia em lugares pequenos como naquela moderna caixa de metal.

O elevador parou e eu finalmente cheguei ao andar que queria. Dei um salto para fora e me vi em um saguão ainda mais bonito que o da recepção. As janelas tinham uma vista incrível do Central Park inteiro. Sofás azuis escuros estavam posicionados exatamente para lá. Do outro lado do saguão havia três portas.

- ... desculpe, o Sr. Smith não pode atender ninguém agora. – ouvi a recepcionista dizendo ao telefone. – Sim, é claro que eu darei o recado. Obrigada, tenha um bom dia.

Eu andei até  a jovem mulher de cabelos escuros e coloquei as minhas mãos suavemente sobre o balcão.

- Oi. – sorri para ela. Um sorriso que provavelmente deve ter soado forçado e paranoico. – Eu gostaria de falar com o Homero. Elizabeth Scott.

Por um momento ela levantou os olhos e me encarou, como se já conhecesse o meu nome. Seu lábio tremeu e a mulher abaixou os olhos novamente.

- Hum... – ela procurou algo em sua agenda. – Você tem hora marcada?

Respirei fundo.

- Não. Mas acredito que ele abrirá um espaço em seus compromissos para falar comigo. – a minha voz ficou um pouquinho mais aguda por conta da raiva. Inclinei a cabeça e tamborilei os dedos no balcão. - É importante. – assinalei. 

- Desculpe, mas ele está em reunião.

- Onde?

A mulher hesitou e não respondeu. Olhou nervosamente em direção às portas de madeira não muito longe de onde estávamos.

Eu me afastei dela.

- Senhorita! Você NÃO pode entrar aí. – ela recomendou. Quando viu que eu não lhe daria ouvidos saltou da cadeira e começou a correr na minha direção. Eu corri também e abri a primeira porta. Era um escritório muito bem mobiliado, e adivinhem, com uma vista mais bonita do que a do saguão. Porém, estava vazio.

Gemi de frustração.

- Com licença! – a mulher fechou a porta do escritório e me deu um olhar mal humorado. – Eu vou chamar os seguranças. O meu chefe odeia ser intrometido em suas...

- Ah, cala boca. – eu lhe dei as costas e andei até a outra porta. Um banheiro.
Da terceira porta pude ouvi vozes.

Sorri.

Achei você, Homero.

- Você não pode! – ela tentou me segurar porém eu fui mais rápida e agarrei seu braço, prendendo em uma posição que tinha certeza que lhe causaria um pouquinho dor.

A garota começou a gritar loucamente como se eu estivesse arrancando o seu braço e não só segurando-o.

- Qual é, nem estou apertando tanto! – protestei. Já estava farta daquilo. Chutei a terceira porta, fazendo-a tremer. – HOMERO SMITH! SEI QUE ESTÁ AÍ DENTRO!

-  Me solta, sua maluca! Vou chamar a polícia.

Eu larguei a garota e abri a porta da sala.

Um grupo de empresários me encarava de olhos arregalados e assustados. Estavam todos sentados em uma longa mesa de madeira. Homero estava em pé, em frente a um slide. Eu o havia pego de surpresa, no meio de um movimento que provavelmente mostrava o gráfico de pizza.

Ele estava de queixo de caído. Olhei para todos aquelas pessoas e pensei que poderia acabar difamando um pouco Homero Smtih. Só para começar a minha vingança.

- É assim que você vai tratar a mãe dos seus filhos, Homero? – eu gritei. – Dizendo que não está, ignorando as minhas ligações e esquecendo completamente das SUAS crianças?

Os empresários olharam confusos na direção de Homero, que estava na mesma situação que eles.

- Lizzie,  de quê crianças está falando... – ele tentou mas eu não lhe dei tempo.

- Eu não acredito! Agora vai fingir que elas não existem? – meus olhos se encheram de lágrimas. – Como eu não percebi o tipo de monstro que você era antes que me seduzisse?! É isso que eu fui pra você? Só um corpo? Um objeto que você usou pra diversão? Pensei que me amava!

Tampei meu rosto e comecei a soluçar e chorar alto.

- Sr. Smith, acho que você e sua mulher precisam conversar. – disse um dos senhores em um tom muito sério e severo.

- Ela não é minha mulher. - Homero garantiu. - Isso é só...

- Eu só quero que ele a pague a pensão! – exclamei limpando as lágrimas. – Cinco meses atrasada.

- Isso é mentira. – Homero protestou. – Elizabeth, pare agora mesmo com isso.

Sorri internamente, mas por fora arquejei.

- Mentira? Está me chamando de MENTIROSA? – larguei a minha bolsa no chão e bati minhas mãos contra a mesa fazendo-a tremer e os velhos darem um salto (e provavelmente borrarem as calças). – Eu tenho fotos dos nossos filhos! Aqueles que você nunca assumiu...

Os acionistas começaram e se levantar e ir embora, assustados com o meu comportamento de louca desequilibrada. As lágrimas borrando o rímel tinham ajudado.

- Por favor, mantenham a calma! Ela é inofensiva! – Homero tentou acalmar os seus acionistas. Mas em questão de minutos todos tinham corrido e nós dois estávamos sozinhos na sala. Eu coloquei as mãos na cintura e fuzilei-o com o olhar. Homero levantou as mãos. – Lizzy, eu posso explicar...

-  Não há o que explicar! VOCÊ ROUBOU A DROGA DA MINHA FITA! PELA SEGUNDA VEZ! – caminhei na direção de Homero. 

- Eu tive meus motivos...

- Rá! Que piada! E você dizendo que queria me ajudar, que nos ajudaríamos e seriámos parceiros! E eu quase acreditei em você, seu trapaceiro! – estava cada vez mais perto do meu alvo. Peguei o gravador e mostrei a ele. – Está vendo isso aqui, pode ficar! É TODO SEU!

Eu atirei o meu aparelhinho em Homero, mas o desgraçado foi rápido o bastante para desviar. Seu cenho se franziu quando viu o gravador ricochetear na parede e se despedaçar por completo.

- Elizabeth, tente manter a calma!

- Eu estou calma. – chutei uma cadeira para longe do meu caminho fazendo-a cair. – Nunca. Estive. Mais. Calma. Super. Ultra. Mega. Calma. Calmíssima. – a cada palavra peguei canetas (ou qualquer objeto que via na minha frente) e joguei em Homero. O filho da mãe conseguia desviar da maioria.

- Eu estou muito calma. Tão calma que vou te matar lentamente...

- Tina, vou precisar do seguranças! – Homero berrou quando eu estava muito próxima. Parti em sua direção como um trem desgovernado. Ray me pedira para não acertar o seu rosto.

Que pena. Foi onde o primeiro soco acertou. Um soco perfeito no queixo, fazendo o rosto dele virar com a surpresa e meus dedos doerem. Ter primos homens que te ensinem a lutar é realmente muito útil.

Eu nunca me senti tão bem. Ele pensou que eu hesitaria, que eu mudaria de ideia quando o alcançasse. No entanto eu estava cega pela raiva.

- Isso é por você ser um traíra, mentiroso e manipulador.

Homero gemeu e se recostou na parede, segurando o próprio queixo. Eu fiquei parada na sua frente, controlando-me para não fazer mais nada. Pelo menos por hora.

Por um momento eu pensei que ele estava chorando, mas então notei, com fúria crescente, que Homero estava rindo.

- Caramba, Cupcake, que soco forte você tem. – ele reclamou. – E, obrigada, acho que você acabou de destruir uma negociação de meses. Mas, preciso admitir, você bate muito bem.

Foi tudo que eu precisava para explodir. Estava prestes a avançar contra Homero novamente quando duas mãos enormes me agarraram e me tiraram do chão fazendo-me gritar. Eu me debati como uma maluca mas o segurança era muito, muito forte.

- Me solta!

- Só quando você se acalmar e parar de agir como se estivesse possuída. – o segurança foi taxativo. Ele me colocou em seus ombros e eu até pensei em esmurrar suas costas e espernear ainda mais, no entanto não achei que isso melhoraria a situação.

- Está bem, está bem! Eu já estou calma! Homero, eu quero descer.

Ele ergueu as sobrancelhas para mim enquanto Tina, sua secretária, lhe entregava gelo. Homero colocou o gelo no rosto onde eu havia encaixado o meu punho alguns segundos antes.

- Carl...

- Só quando ela parar de gritar. – Carl decidiu. - Ainda está gritando feito uma maluca.

Eu calei a boca e respirei fundo tentando chamar pelo meu bom senso que havia ido embora há muito tempo atrás.

- Estou calma. – disse num murmuro baixo. – Bem calma. 

- Tem certeza? Ainda quer bater no meu chefe?

- Sim. – as palavras saíram quase que automaticamente.

Homero riu.

- Chefe, onde eu a deixo? – Carl perguntou.

- NO CHÃO! Quero dizer... No chão, por favor. – eu precisei controlar o tom de voz e fingir paciência.

- No meu escritório. Deposite-a no sofá. Elizabeth não vai mais tentar me agredir fisicamente, não é, Elizabeth?

Eu o ignorei. Carl deixou a sala de reuniões comigo em seus ombros e pude ver Tina dando risadinhas da minha situação. O segurança largou-me sentada no sofá de braços cruzados e emburrada.

- Boa garota. Não tente agredir o meu chefe ou terei que voltar. – Carl recomendou numa voz que só o meu pai falava comigo.

Dei um sorriso forçado.

- Claro.

Ele acenou para Homero enquanto saía.

- Estarei bem aqui no saguão se precisar de mim, chefe. – Carl disse para Homero lançando um olhar significativo na minha direção.

- Obrigada, amigão. – Homero sorriu e fechou a porta. Continuei calada e encarando o quadro na parede, sem na verdade analisar a pintura. Só não queria olhar para Homero e me sentir culpada pelo o que tinha feito.

Agora que a raiva tinha passado, eu meio que estava envergonhada. Não que ele não tivesse merecido, mas eu deveria ter me controlado.

- Então. – Homero sentou-se na mesa de centro em frente ao sofá que eu estava. Ele não parecia estar com raiva. Parecia simplesmente normal, o mesmo de sempre. A única diferença é que metade do seu rosto estava inchado.

Sorri.

- Ah, você gostou disso aqui, não foi? – ele riu apontando para o próprio rosto.

Eu não respondi. Virei a cara e bati os pés no chão com irritação. A reação de qualquer pessoa madura, é claro.
Senti algo gelado em minhas mãos e dei um salto.

- Ei, calma. Só... me deixe cuidar disso. – Homero pediu enquanto puxava as mãos que eu havia afastado. Ele colocou as mãos nas minhas e depositou o gelo enrolado em um pano na minha mão direita, em cima dos  dedos vermelhos e doloridos.

Inacreditável. Eu o agredi fisicamente e ele queria cuidar da minha mão? A qual eu usei para bater nele?

- Você não vai me dizer o porquê me enganou? – perguntei depois de vários minutos em silêncio. Estava tentando ignorar a sensação de nossas peles tão próximas. Ele ainda estava de cabeça baixa, encarando nossas mãos juntas.

- Fiquei com um pouco de medo depois do que ouvi na gravação, Lizzy. Se essa notícia vazar da maneira errada a empresa toda vai pagar por algo que Slender fez. E então todo o trabalho do meu pai estará destruído. O fato de eu ter largado a faculdade de arquitetura para assumir os negócios dele terá sido em vão. Fiquei desesperado. Então enquanto você corria da mesa para ver o Michael Bublé eu troquei as fitas. – Homero encolheu os ombros. – Desculpe.

- Você deveria ter me contando! – argumentei. – Se você tivesse sido sincero, eu poderia deixá-lo tranquilo quanto à sua preocupação. Nunca foi meu intuito culpabilizar a empresa na minha reportagem. O foco sempre foi Slender. Eu sei quantas pessoas vocês empregam aqui, não colocaria todas na ruas só para ter uma matéria mais repercutida, Homero. Se você tivesse me contado, eu poderia ter dito tudo isso. E então você não teria esse inchaço enorme no rosto ou uma negociação destruída. Espero que você me entenda: Eu vou denunciar Marco Slender e os sócios envolvidos.

- Sinto muito. – ele balançou a cabeça arrependido. – Você tem razão.

- É, eu tenho. Claro que tenho.

A sombra de um sorriso passou pelos lábios dele.

- Jane e Michael, ham? Nossos filhos?

Eu não respondi, só segurei o riso.

- Eu ainda estou furiosa com você. – alertei. – Você mentiu, fez todo aquele teatrinho no jantar...

Homero se empertigou.

- Ei! Espera um minuto. Quem disse para você que eu estava fingindo no sábado?

Eu pisquei sem entender. Não estava?

- Por isso ficou com tanta raiva? Pensou que eu estava fingindo me importar com você, as danças, o cantor... – Homero abriu um sorriso, como que compreendendo. – Rá! Foi por isso, não foi? Ficou chateada porque pensou que os flertes eram mentira, e tudo mais?

Eu tentei balbuciar alguma coisa compreensível, mas não consegui.

- Não. – eu tentei dizer. – Não  foi por isso...

- Ah, Lizzy. – ele saiu do centro de mesa e ficou de joelhos na minha frente, aproximando o rosto do meu. – Eu já tinha preparado tudo aquilo antes de saber que precisaria ficar com a fita. Tudo que eu disse era verdade, e não apenas para manipular você. Não foi teatro, Cupcake. Nada do que eu fiz foi.

Homero tirou as mãos das minhas e as colocou no meu rosto. Eu fiquei sem reação. Na minha cabeça, os pensamento iam a mil.

Meu Deus, o que está acontecendo aqui? Ele vai me beijar? Está com cara de quem quer me beijar. Ele está olhando para a minha boca, está tocando no meu cabelo... E caramba, ele é tão bonito.... Ele não pode me beijar! Não agora. Quer dizer... Nunca. Ele está com o rosto dolorido, isso não atrapalharia o beijo? ELIZABETH! VOCÊ. NÃO. PODE. BEIJÁ-LO.

A reação foi quase instantânea. Eu  só queria tentar me afastar, mas a minha perna sofreu um espasmo independente e eu sem querer acabei chutando Homero... Ali. Lá mesmo. Naquele lugarzinho.

Homero arregalou os olhos e soltou um grito estrangulado,  inclinando-se para frente no meu colo.

- Ah! Desculpe! Homero, sinto muito. Não foi de propósito! – ele respirou fundo ainda verde de dor. Eu tentei me afastar novamente porém omeu joelho de alguma maneira que jamais compreenderei acertou o rosto de Homero.

De novo.

Ele caiu para o lado e lá ficou. Eu tampei a boca com as mãos e até pensei em me aproximar, mas deliberei e resolvi que não era uma boa ideia. Fiquei de pé e dei passos para trás.

- Eu acho melhor ir embora. Desculpe.... Eu não queria ter feito isso! Sinto muito, muito mesmo.

Abri a porta e dei de cara com a Tina.

- O Sr. Smith queria que eu lhe entregasse isso. – ela colocou em minhas mãos a fita verdadeira.

- Opa! Obrigada... Eu já vou indo!

Tina olha para dentro do escritório e viu um Homero tonto se recuperando dos dois chutes que recebeu.

- Mas o que aconteceu aqui?!

Eu já estava apertando o botão do elevador freneticamente.

- Carl! Preciso da sua ajuda! – Tina exclamou do escritório e o segurança me lançou um olhar desconfiado. Eu continuei apertando o botão do elevador. Quando chegou pulei para dentro observando quem ganharia  a corrida: Carl, o segurança maior que o poste da minha rua ou a extremamente lenta porta do elevador.

Para o meu alívio e surpresa, a porta ganhou. Mas a alegria durou pouco, porque em vez de descer, o elevador estava subindo.

Maldição.

No momento eu esqueci completamente quem ficava no 30º andar e só pensava no momento em que elevador passaria novamente pelo andar de Homero e pararia. E eu estaria muito ferrada.

As minhas preocupações foram para o espaço quando a porta do elevador se abriu novamente e eu praticamente perdi o fôlego ao observar Marco Slender entrar.

*

Pálida como papel eu me arrastei para o fundo do elevador dando espaço para Slender e esperando não ser notada. De fato, Slender não olhou para mim. Ignorou a minha existência e comecei a achar que ele fazia isso com a maioria das pessoas que não lhe interessava.
Pena que o seu acompanhante não fez o mesmo.

- Estou falando sério, pai, eu realmente acho que estou pronto para ter um cargo aqui na empresa... – Jason, o filho de Slender, parou de falar assim me viu. – E quem é você?

O garoto, que deveria ter no máximo dezenove anos, se aproximou de mim. Eu ergui a sobrancelha e lancei um olhar nervoso para Slender.

- Hum... – foi tudo que consegui responder. Jason seguiu o meu olhar.

- Ah, não se preocupe com ele. Papai não vai te demitir! – Jason se pôs na minha frente tampando a visão que eu tinha de Slender. Ele achava que eu era uma funcionária?  – Mas eu vou, se não me der o seu número, gracinha.

Eu já teria lhe dado uma boa resposta em qualquer outra situação.

- Vamos lá, meu amor, não vai falar nada? – Jason chegou mais perto.

- Deixe a garota em paz. – Slender retrucou. – Não temos tempo para isso agora.

- Jantw comigo hoje à noite. – Jason pediu colocando o braço na parede de vidro do elevador e me prendendo ali no canto. – Prometo que vai ser inesquecível.

- Você tem com quem jantar hoje à noite, Jason. – lembrou-lhe Slender.

O Slender mais novo revirou os olhos.

- Certo, amanhã então? Vamos lá, docinho, não precisa ficar assustada! Só precisa me dizer o seu nome.

Dei um sorriso fraco para ele.

- Lindsey. – menti. – Trabalho com o... Al... – esperei que Jason completasse o nome de qualquer conhecido da empresa.

Ele caiu.

- Albert? Do décimo quinto andar?

- Isso! Lindsey, secretária do Albert. – concordei. Jason sorriu e tocou no meu rosto. Eu apertei a minha bolsa, tentando não ter uma reação adversa ou agredi-lo. Já tinha machucado muitas pessoas por um dia só, e fazer isso com o filho de Slender não era a melhor maneira de passar despercebida por ele.

- Vou procurá-la, meu amor. Até amanhã. – ele se despediu de mim e andou com Slender para fora do elevador quando esse parou no térreo, deixando-me mortificada no meu lugar.

Essa foi por pouco.

***

Oi Discípulos da Lizzie! Espero que tenham gostado do capítulo <3

Gente, dois avisinhos: Como já tinha dito, o primeira parte do Conto do mês de abril no livro da LehAnello já saiu, okay? Vão leeeer, fiz especial para vocês, juro! <3

E aqueles que colocaram seu número para eu adicionar no grupo do WhatsApp, se eu não adicionei ainda podem me chamar a atenção, sou meio louca e acabo anotando e esquecendo... Então me lembrem se não foram adicionados e perdoem a tia aqui, que anda com tanta coisa pra fazer que esquece até de passar o condicionar no cabelo quando toma e banho (história verídica, aconteceu mesmo kkkkk).

Enfim, é só isso. Semana que vem tem mais! Um beijo 💜

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