Something Else || h.s. #Watty...

By notanightmare

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Tenham o cuidado de ler a primeira temporada (Something New) para perceberem a história. O rapaz que estava t... More

Prólogo
Chapter 1
Chapter 2
Chapter 3
Chapter 4
Chapter 5
Chapter 6
Chapter 7
Chapter 8
Chapter 9
Chapter 10
Chapter 11
Chapter 13
Chapter 14
Chapter 15
Chapter 16
Chapter 17
Chapter 18
Chapter 19
Chapter 20
Chapter 21
Chapter 22
Chapter 23
Chapter 24
Chapter 25
Chapter 26

Chapter 12

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By notanightmare

(Não se esqueçam de votar e comentar a história :) xx. )

Nina

Sinto os grãos de areia a tocarem suavemente na minha pele. O meu corpo desliza por este espaço, como se eu não tivesse vontade própria. Não sinto, não vejo, não oiço. Sei que o mar está a aproximar-se de mim, pois apesar de tudo ainda consigo ouvir a água a bater na areia. Vejo continuamente as ondas que sobem e descem, numa melodia que parece ser interminável.

Caminho, acabando por me parar antes de a água bater nos meus pés. Deixo o meu corpo cair e dou-lhe um pouco de descanso, acabando por soltar um suspiro assim que me sento no areal. O mar continua azul, apesar de me parecer outra cor. Não o vejo azul, parece-me cinzento. Mas não o cinzento que vemos quando juntamos preto com o branco ou o cinzento que conseguimos ver nas amostras de cor. É uma névoa, nevoeiro. Olho para o mar e sei que ele está ali, a minha mente sabe que ele está ali e é azul. Apesar de tudo parecer cinzento.

Baixei o meu olhar ligeiramente, ao sentir os meus pés molhados. A água atingiu-me, o nevoeiro atingiu-me. Ele atingiu-me e a cada momento sinto-me a perder todas as cores que tenho.

O toque do meu telemóvel começa a soar e dou por mim a sentir que estou a voltar à realidade. Queria estar a sonhar, mas não estou. O mar continua à minha frente e o cinzento não dá sinais de querer sair da minha vida.

'Nina, onde estás?'  uma voz rouca soou junto do meu ouvido, permitindo-me reconhecer Harry. Lembrei-me que não lhe disse onde vinha. Limitei-me a sair de casa, apesar de ainda não serem horas para isso.

'Vim dar uma volta, não conseguia dormir.' Respondi docemente, elevando o meu olhar até às ondas que rebentavam quase aos meus pés. Quase.

'Devias ter-me acordado! Não sabes o quão preocupado me deixaste.' ele disse, com uma voz de necessidade. Não sabia o que lhe dizer, por isso esperei até ouvir de novo a sua voz. 'Eu vou ter contigo.' murmurou agora mais calmo e suspeitei que estivesse atarefado à procura de algo para vestir. 'Podes dizer-me onde estás?'

'Posso' respondi e levantei o meu corpo, sentindo alguma força no meu corpo. Deixei-me ficar de pé em frente ao mar e assim que uma onda rebentou, respondi-lhe. 'Mas não me apetece.' disse, acabando por desligar a chamada.

Desliguei imediatamente o telemóvel pois sabia que ele não ia desistir de me encontrar. A verdade é que não tenho vontade de ser encontrada, não agora. Quero andar pela areia, quero ver o mar até que tenha de novo a noção de cor. Porque, agora, apenas vejo uma névoa.

Calcei de novo os ténis de corrida que tinha descalçado e comecei a correr, subindo assim os pequenos degraus que davam passagem à praia. Está frio e isso não devia ser uma novidade, pois o sol ainda não nasceu.

Não consigo dormir, não consigo sorrir, não consigo olhar para o Harry sem me lembrar do que aconteceu. Daquilo que eu lhe fiz. Depois de ter estado tanto tempo a pensar no modo como ele me tratava, nos segredos que ele parecia esconder, a verdade é que quem cedeu fui eu. Sou culpada. Tenho culpa porque não consegui reconhecer o meu noivo. Depois de cinco anos, não consegui distingui-lo de outro homem. E isto é algo incompensável.

Não é justo para ele ter que lidar com alguém como eu. Ele não tem culpa de que eu me tenha apaixonado por ele. Como sei que estou apaixonada? Como sei que é amor, se nem o consegui distinguir? As suas mãos são mais macias, o seu toque é mais doce e cuidado e os seus lábios são mais adocicados. Mas, no momento, não raciocinei e não me apercebi de que aquele não era o meu Harry.

Sinto o vento bater contra a minha cara e a minha pele a arrefecer à medida que percorro as ruas de Brighton, em direção a casa. Não tive coragem de lhe contar o que aconteceu e não sei se algum dia vou ter coragem para o fazer. Sou fraca, desgastante.

Olho para cima assim que oiço a porta de um carro a abrir. Foi rápido a encontrar-me. O seu corpo caminhou até mim rapidamente e, antes de dizer qualquer palavra, abraçou-me. Os seus braços rodearam o meu corpo gélido e as suas mãos pousaram nas minhas costas, abraçando-me contra si. A sua respiração estava acelerada e os seus caracóis estavam despenteados como quem acabou de acordar. Rodeei os meus braços no seu pescoço e deixei a minha cabeça cair contra o seu ombro. Senti o seu perfume tão característico e uma pequena parte de mim conseguiu ver além da névoa. O meu pescoço sentiu algumas pitadas de água e apercebi-me de que ele estava a chorar. Estava a chorar por mim. Ele encontrou-me mais depressa do que eu me encontrei a mim.

'Desculpa.' murmurei, ainda sentindo os seus braços em meu redor. Ele apertou-me contra si, como se eu fosse o seu bem mais precioso. Como se eu fosse quebrar a qualquer momento nas suas mãos. Apertei os meus lábios, assim que ele me largou suavemente para que pudesse olhar para mim. Tinhas as faces coradas e os seus olhos encaravam-me.

'Não me voltes a fazer isto.' ele disse, implorando-me. Permaneceu com os olhos postos em mim, esperando alguma reação da minha parte. Olhei-o, vendo o quão preocupado ele estava. Mas não consegui sentir nada, apenas um vazio. Um grande vazio dentro de mim.

'Podemos ir para casa?' proferi baixo, olhando o seu olhar que parecia desesperado. Ele permaneceu a olhar para mim durante alguns segundos e acabou por assentir com a cabeça, rodeando o meu corpo de lado e caminhando comigo até ao carro.

Entrei no lado do pendura e coloquei o cinto, baixando o olhar para as minhas pernas quando as senti raspar no banco. Observei-as, despidas, apenas cobertas com calções de corrida. Os meus joelhos estavam vermelhos e vi o quão estúpida fui por ter vestido isto. No entanto, não estava a pensar quando me vesti.

Harry sentou-se ao meu lado e ligou o carro, desviando o seu olhar até mim antes de começar a conduzir. Subiu o ar condicionado para o máximo e tirou o casaco que vestia, pondo-o sobre as minhas pernas. Agradeci-lhe e tentei esboçar um pequeno sorriso, o que acabou por ser embaraçoso.

Estiquei a minha mão até à sua que estava sobre as mudanças e pousei os meus dedos sobre a sua mão. Toquei delicadamente nela e vi que ele olhou de novo para mim, esboçando um delicado sorriso, porém magoado.

*

Fechei os meus olhos azuis e deixei a minha cabeça cair sobre a borda da banheira. A água quente choca contra a temperatura do meu corpo e sinto-me como se estivesse prestes a rebentar. No entanto, é uma sensação boa, é calorosa. É uma sensação conhecida.

Lutei contra a vontade de querer ficar ali e levantei-me, pegando numa toalha e cobrindo o meu corpo. Sequei-me e peguei no robe, envolvendo o meu corpo nele. Olhei-me no espelho ligeiramente embaciado e perguntei-me o porquê de me sentir assim. A resposta foi algo que não encontrei. Abri a porta da casa de banho e caminhei até ao quarto, vendo Harry deitado na cama. Estava deitado de barriga para cima e permanecia com os olhos abertos, atirando uma pequena bola ao ar e apanhando a mesma. Olhei para a sua postura e ele não demorou em reparar em mim, virando-se para me encarar.

'Vamos conversar?' ele disse calmamente, enquanto se sentava com pernas à chinês sobre os lençóis desfeitos. Assenti perante as suas palavras e caminhei até ele, subindo para cima da cama e sentando-me à sua frente. Olhei-o e vi o quão magoado ele estava. Os seus olhos estavam tristes e na sua face percebia-se que ele queria alguma explicação. Alguma coisa que explicasse o que aconteceu. Abri os meus lábios numa tentativa de falar, sentindo-me exposta.

'Eu estou bem.' murmurei, elevando o meu olhar até aos seus olhos. Estiquei a minha mão até às suas mãos e entrelacei as minhas no meio das suas. Ele olhou para mim, com a clara expressão de que não estava convencido com as minhas palavras. Observei os seus caracóis que descaíam pela sua face e levei uma das minhas mãos ao mesmo, puxando-o para trás. 'Desculpa, eu não sei o que me deu.' respondi, olhando-o.

'Fala comigo.' ele murmurou carinhosamente e puxou o meu corpo mais para si, rodeando-me com os seus braços. Fechei os meus olhos ao sentir o seu calor e ele acariciou docemente a palma das minhas mãos, garantindo-me que podia confiar nele.

'Sabes que eu te amo.' respondi, virando a minha face para o puder encarar. Ele assentiu e um pequeno sorriso apareceu na sua cara, ao ouvir o que eu dissera. 'Por vezes sinto que não te mereço.' murmurei, desviando o meu olhar dos seus olhos verdes. 'É tão difícil, Harry.' disse, mais para mim do que para ele e acabei por apoiar a minha cabeça no seu ombro. 'Cada dia que acordo ao teu lado, sinto-me a pessoa mais feliz do mundo e sinto que esse é o ponto alto do meu dia. Tenho a oportunidade de ser a primeira pessoa que vês ao acordar e isso é, simplesmente, maravilhoso.' Proferi, encarando a sua face que me olhava. 'Por vezes pergunto-me o que aconteceria se um dia tudo isto deixasse de existir. Como seria acordar sem ter a sensação de que estou protegida porque te tenho comigo.' Murmurei, baixando o meu olhar ligeiramente. 'Sei que sentir-me-ia perdida, pois foi exatamente o que aconteceu quando perdi a minha mãe.'

'Eu vou estar sempre aqui para ti.' Ele interrompeu-me, pegando delicadamente nas minhas bochechas para que eu o encarasse. Apertou-me um pouco as mesmas, carinhosamente, e beijou a minha testa. Depois de alguns segundos sem pronunciar nada, passou o polegar no meu queixo. 'Podes ter a certeza de que nunca vou deixar que isso aconteça.' Harry murmurou e beijou-me nos lábios.

Deixei-me levar por aquele beijo, sentindo por momentos que não estava ali. Estava num lugar alternativo, onde as únicas pessoas existentes era eu e ele. Tudo parecia estar bem, tudo parecia estar perfeito. Era assim que eu me sentia quando os seus lábios tocavam os meus. Como uma melodia que vai crescendo e fica cada vez mais forte, ao ponto de já não existir nada que possa quebrar este som.

Os nossos lábios separaram-se calmamente e um beijo foi depositado em ambas as minhas mãos. Observei aquele gesto e esbocei um leve sorriso, encarando de novo Harry. Encostei-me à cabeceira da cama e Harry chegou-se para trás, pousando a cabeça sobre o meu colo. Pousei as minhas mãos nos seus caracóis e mexi nos mesmos suavemente, observando o seu olhar que estava a ficar sonolento.
Olhei para a janela do quarto e vi que o sol estava agora a nascer no horizonte, dando um espetáculo que qualquer pessoa amaria. Um suspiro saiu dos meus lábios e baixei o meu olhar, vendo Harry que tinha uma respiração mais lenta, indicando que tinha adormecido.

'Tenho-te nos meus braços e apesar de saber que tens todas as cores, não consigo ver além do cizento' murmurei.

Ele

Estou preocupado. Não tenho visto nem sei nada da Nina faz hoje uma semana, desde o dia em que estive com ela. Somente eu e ela. Ainda hoje sorrio cada vez que penso na coragem que tive para fazer o que fiz. Fico feliz, porque tenho a perfeita noção de que ela nem me distinguiu do Harry, o que apenas comprova que posso fazer isto mais umas vezes.

Estou já à 20 minutos sentado neste café, à espera da Valerie. Ela sabe o que quer e eu sei o que quero, por isso basta uma pequena ajuda de ambas as partes para que isto funcione. Não há como correr mal.

'Hey.' Ouvi uma voz sussurrada no meu ouvido e percebi que era ela. Arrepiei-me, não vou mentir, mas não mostro parte fraca.

'Atrasada, como sempre.' Respondi, mantendo a minha voz autoritária. Ela revirou os olhos e esboçou um sorriso, sentando-se à minha frente. Tirou o telemóvel da carteira e mexeu nele, inclinando-o em seguida para mim.

'Vi os pombinhos ontem no supermercado.' Valerie disse, dando-me para as mãos o telemóvel. Observei a fotografia onde se via Harry e Nina junto à secção da fruta, a escolherem algo. 'Sinceramente, a Nina parecia um bocado abatida. Até tive pena dela.'

'Tu? Com pena dela?' Soltei uma gargalhada assim que ouvi o que ela disse, não pode ser verdade. Deve estar maluquinha de todo.

'É verdade. Até estava de preto, já há imenso tempo que não a via assim.' Ela disse, olhando para a fotografia. Baixei o meu olhar de novo para a fotografia e observei o seu corpo nas roupas pretas. Bonita, ela é linda de qualquer maneira. Todas as cores lhe ficam bem. Vai ser minha.

'Não te preocupes, ela está mais próxima de mim do que tu julgas.' Respondi.

VOLTEI.
Em primeiro lugar quero agradecer imenso a todas as leitoras novas da SN e da SE! Muito obrigada por terem votado!
Em segundo lugar, quero pedir-vos desculpa por não atualizar desde Dezembro. Já sabem, digo sempre o mesmo, mas a verdade (tristemente) é que a escola me ocupa o tempo todo.
Espero que não se tenham esquecido desta história!

O que acham que está a acontecer com a Nina?

Espero que tenham gostado e até ao próximo capítulo \o

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