_Quando Any chegou, a madre me pediu pra ser bom com ela, me contou a história e como eu já estava no orfanato há dois anos e sou mais velho que a Any, seria mais fácil pra ela a adaptação. - Alfonso sorriu e apertou a mão de Any com carinho - Quando eu a vi no portão, pensei que fosse um anjinho, tão linda e pequena, os olhos azuis cheios de medo e dor. Eu só queria cuidar dela. Então, durante as noites, as meninas reclamavam que ela não parava de chorar por causa dos sonhos e se debatia. Eram sonhos com o acidente e os pais dela.
Memories Alfonso
_papai, mamãe? - Any repetia sem parar durante o sono - Acorda mamãe, não é hora de mimir, acorda mamãe... - começando a chorar - Mamãe...
_Any, é só um sonho... - Alfonso tentava acorda-la - Acorda, pequenininha... - segurou a mão dela, acariciando os cabelos - Acorda...
Any não acordou, mas os soluços foram diminuindo, já não chamava mais os pais.
Off
_Numa noite, eu entrei e segurei a mão dela, e ficou tão calma. Ela dormiu sem mais nenhuma reclamação. E foi dessa noite em diante que eu passei a dormir as madrugadas lá, sentado no chão, só segurando a mão dela, pra que soubesse que tinha alguém com ela.
_Vocês desenvolveram uma ligação forte nesse período, pelo que posso ver. Alfonso, você ser tornou um ponto de segurança pra Anahi, na verdade, o único. Toda essa segurança faz com que sua presença a acalme, podemos trabalhar um modo de proteção contra a fobia, a partir desse ponto. - faz algumas anotações e se voltou pra Any - Depois disso Anahi, o que mais você lembra, o que mais te faz sentir segura?
_Nada mais, o único que me mantém segura é o Poncho. - voltou a fechar os olhos - Eu não conseguia mais me desgrudar do Poncho, estava sempre atrás dele, perseguindo. Não sei como ele não se cansava.
_Acho que por hoje demos um grande passo Anahi. - a psicóloga encerrou a sessão - Eu vou verificar e na próxima sessão, vamos tentar um exercício pra enfrentar sua fobia.
_Tudo bem doutora e obrigada. - Anahi se despediu com um sorriso e desceu com Poncho para o estacionamento.
_O que você achou amor? - Alfonso perguntou antes de dar a partida no carro.
_Acho que você fica a cada dia mais fofo e lindo. - sorriu após beija-lo levemente - E me trouxe ótimas lembranças. Lembranças realmente doces.
Alfonso sorriu, acariciou o rosto dela e ligou o carro.