Callous | h.s

Galing kay crystalpale

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Um mundo cruel. Duas almas insensíveis. Início: 02/08/2015 Fim: 24/08/2017 Todos os direitos reservados... Higit pa

00| Prólogo
01| Aparências
02| Frustrações
03| Fogo
04| Hipnose
05| Injetar
06| Efeitos
07| Medo
08 | Fotografia
09| Visão
10| Arma
11| Desenho
12| Corrida
13| Gritos
14| Escuridão
15| Descobertas
16| Ações
18| Chantagem
19| Desespero
20| Confirmação
21| Ciúmes
22| Aliados
23| Mentira
24| Festa
25| Barulhos
26| Preocupação
27| Confissões
28| Passado
29| Ódio
30| Proteção
31| Equipa
32| Desconfiança
33| Segredo
34| Rivais
35| Inesperado
36| Revelações
37| Superioridade
38| Amizade
39| Frio
40| União
41| Incompreensão
42| Regressão
43| Perigo
44| Recuar
45| Toque
46| Sentimentos
47| Consequências
48| Fuga
49| Provocação
50| Reflexões
51| Escuridão
52| Reencontro
53| Dor
54| Traição
55| Rejeição
56| Risco
57| Corte
58| Sufoco
59| Ouvir
60| Novidade
61| Explicação
62| Enfrentar
63| Pistas
64| Culpa
65| Surpresa
66| Paz
67| Perda
68| Adrenalina
69| Regresso
70| Sobrevivência
71| Rapto
72| Experiência
73| Sangue
74| Vingança
75| Miséria
76| Fraqueza
77| Decisão
Epílogo

17| Esconderijo

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Galing kay crystalpale

C A P Í T U L O 17

ESCONDERIJO

You're too mean, I don't like you,
fuck you anyway
You make me wanna scream at the top of my lungs
It hurts but I won't fight you
You suck anyway
You make me wanna die, right when I?

Eu aprendi a usar todos os trunfos. E foi o que eu fiz. Não havia razão para duvidar. No entanto eu precisava mesmo de estar ciente daquilo tudo. Eu precisava mesmo de saber que ela era a filha do Carl. Aquela que ele me tinha pedido para encontrar, mas que eu já tinha encontrado há algum tempo. A mesma que despertava algo estranho e incompreensível em mim. A mesma que me fazia querer coisas estranhas. Que me fazia querer aproximar dela mesmo sabendo que isso era incorreto. O que é que se passava comigo? Porque é que estava tão interessado em alguém tão igual a mim? Talvez a resposta já estivesse na pergunta.

Ainda antes de arrancar, coloquei o cd dos The Neighbourhood. Poderia parecer absurdo. Mas isso ia confirmar aquela nota que eu tinha tirado da porta do frigorífico. A fotografia que estava no chão era ela, embora ela estivesse a sorrir e com uma expressão alegre. E isso era curioso, porque eu nunca a tinha visto sorrir genuinamente. Assim como nunca tinha acontecido comigo.

Ela estava a trautear a letra. A voz dela saia baixinho e ela estava mesmo distraída com a música. Quando parei nuns semáforos olhei para ela e deixei escapar uma leve gargalhada. Ela apercebeu-se e olhou para mim. Estava envergonhada e logo desviou o olhar.

- Podes continuar boneca. - voltei a arrancar depois do verde cair.

- Não me chames isso! - ela disse com os dentes cerrados. Mostrava irritação e deu-me vontade de rir.

- Porquê?

- Porque eu não sou do tipo que se pode brincar e encostar quando já não se gosta. - profundo.

O nosso meio caiu num silêncio. Ela cruzou os braços e olhou em frente claramente zangada.

Ela não o era, mas eu fiz dela uma. Não no seu sentido literal. Talvez eu só tivesse embrulhado os nossos sentimentos e os tivesse encostado. Mas esqueci-me que ela era insensível e eu também. E, como se pode magoar alguém que não tem sentimentos? Talvez eu lhe tivesse dado, assim como ela a mim. Mas podem-se criar sentimentos? Bem, eles podem nascer. Nascer é diferente de criar. Nascer aqui é espontâneo e criar é persistir, fazer com que apareça. Connosco tudo nasceu. Até aquilo que não era possível.

Aproximamo-nos da floresta. Desviei o carro para um caminho não muito usual e entrei por entre as árvores. Já não passava por ali há bastante tempo e iria ser uma incógnita ver como aquilo estava. Ninguém a poderia ter destruído. Ficava bastante retirada da zona que as pessoas costumavam andar. Foi por essa razão que eu e o Niall a montamos lá. Era o nosso refugio. Nunca ninguém a poderia descobrir. Usamo-la bastante, mas depois daquele dia, nunca mais apareci lá. E só apenas com o surgimento da Ava e passados dois anos eu ganhei coragem e reuni forças para ir a um local que me iria trazer memórias dolorosas e destruidoras.

Ela olhou através do vidro. Estava claramente assustada por eu a estar a arrastar para a floresta. Mas eu disse para ela não ter medo, que não lhe ia fazer mal. E eu podia ser um idiota, um fraco psicologicamente. Podia ser arrogante e muito mal criado. Mas uma coisa que eu nunca lhe iria fazer, era magoa-la. Sei que o fiz psicologicamente, mas nunca fisicamente eu o iria fazer. Eu até a estava a proteger de quem lhe podesse fazer tal coisa.

- Porque é que... - eu sei. Levar alguém para uma floresta não era normal. Mas não havia nada de normal no meu mundo. Por isso a normalidade era anormal para mim e o que era anormal para os outros era normal para mim. - O que é que me vais fazer?

- Nada. - conduzi lentamente devido ao caminho danificado. - Não precisas de ser tão desconfiada.

- Eu mal te conheço.

Olhei para ela. O que é que eu estava a fazer? - Bem, eu também não te conheço. Por isso estamos no mesmo patamar.

Ela grunhiu em frustração e voltou a cruzar o braços. Era teimosa, e em parte era isso que me deixava com tanta vontade em investir. De procurar mais, mesmo quando eu já sabia tudo, ou quase tudo.

Parei o carro e depois sai. A casa estava lá, como da última vez. Procurei pelas chaves no bolso e depois caminhei até à porta abrindo-a. Espreitei para dentro. Estava escuro e tive de acender a luz. Talvez estivesse com receio do que me pudesse aparecer. Mas não foi nada de mais. Apenas aquilo que tinha lá deixado da última vez.

Olhei para trás. A Ava estava encostada ao carro a olhar para mim.

- Não vens? - perguntei elevando o tom para que ela me podasse ouvir.

- O que é que me garante que não me vais violar? - ela era um pouco maluca.

- Gosto mais quando são os dois a dialogar. Dá mais prazer. - voltei a virar costas. Não sei se ela disse alguma coisa porque não consegui ouvir. Mas rapidamente ela já estava à minha beira.

Estava tudo como tinha deixado da última vez. Talvez mais sujo depois de dois anos sem lá pôr os pés, mas exatamente da mesma maneira.

Aquela tinha sido uma casa pré fabricada, com apenas um espaço, que eu e o Niall decidimos comprar. Era ali que fazíamos os nossos planos para atacar o Matt, ou então onde apenas nos refugiávamos. Era...

- Explica-me o que está a acontecer. - olhei para ela. Tinha tirado o casaco e estava a pousa-lo juntamente com a mala em cima do sofá. - Está tudo tão confuso desde que tu chegaste que...

- A culpa não é minha. - atirei ofendido. Mas na realidade ela era. - E não te esqueças que se estás aqui é porque eu te estou a tentar ajudar. Caso contrário nem te teria ajudado no outro dia.

- Okay. - ela suspirou. - Então conta-me. Tu sabes alguma coisa.

A minha cabeça estava uma confusão. Não sabia o que fazer. Não sabia se lhe devia contar. Mas para lhe contar tinha de o fazer primeiro com o Carl, e algo me dizia para não o fazer.

- Esta cidade... é muito perigosa... - olhei em volta. Perigoso era aquilo que estava a surgir. - E não é o local certo para ti. Se queres viver por mais alguns dias tens de sair daqui.

Não havia maneira dela escapar. O Matt já a tinha encontrado, mas ao menos preservava alguns dias. E eu até estava a fazer aquilo que o Carl me tinha pedido. A manda-la para outro local, só que não estava a fazer a outra parte, que era contar-lhe a verdade.

Ela riu-se sarcasticamente. Colocou uma mão na cinta e olhou para mim à espera que eu continuasse. No entanto mantive-me calado.

- Sair daqui. - ela era uma pessoa bastante revoltada. Ela não tinha paciência e talvez ela só tivesse medo. - Como é que eu vou sair daqui se eu não tenho para onde ir? E tu. - apontou um dedo na minha direção. - Para de jogar estes jogos comigo porque não vou cair na tua teia, muito menos fazer o que queres.

- Que jogos? - perguntei arqueando as sobrancelhas. - Eu não estou a jogar nenhum jogo. Tu é que não passas de uma miúda frustrada.

- Se calhar tenho as minhas razões. - estávamos a levar aquela conversa para lados não muito agradáveis. Ela parecia fraca. - Por isso não mandes bocas para o ar. A minha vida não é fácil e eu não tenho ser julgada por pessoas estúpidas como tu.

Mantive-me calado. Se ela tinha uma vida difícil, a minha era mil vezes pior. Porque eu sabia, tinha de lidar com isso. E no fim ainda aguentava com todos os lados. O bom, o mau, o neutro, o despreocupado. E acabava por ficar sem nenhum para mim.

- Então se não tens uma vida fácil, facilita-a, ou deixa-me fazê-lo, antes que eu me arrependa disto. - elevei o tom de voz. Estava possesso. Só queria que aquilo acabasse. - A partir de agora, sempre que sentires que alguma coisa está mal, vens para aqui. Eu vou fazer uma cópia da chave. Isto é seguro, ninguém descobre, por isso quem quer que seja que ande atrás de ti, aqui não te vai encontrar.

- Tenho medo. - ela falou baixo, muito mas muito baixo. Como se não quisesse que eu o ouvisse. Depois olhou para mim devagar.

Um silêncio bastante constrangedor instalou-se no nosso meio. Eu não sabia o que dizer. Ela deixava-me sempre sem palavras e ações para demonstrar. Era como que só com aqueles dois olhos azuis o mar ficasse completamente parado à nossa volta. Como se ela o congelasse com aquela frieza completamente fora do normal. Mas que no fundo ardia por algo que eu tinha.

Ela tentava apaziguar e eu apenas lançava o lume.

- Dá-me o teu telemóvel. - ela ficou a olhar para mim sem perceber e eu voltei a repetir. Ela deu-me o aparelho e eu gravei o meu número. - Liga-me quando precisares. Não importa a hora. Eu vou estar sempre disponível.

Depois voltei a passar-lhe o telemóvel para as mãos e saí. Peguei num cigarro e depois de o ter acendido encostei-me à parece e expeli o fumo.

Havia uma diferença entre estar preocupado e querer salva-la. Eu escolhi a pior. Talvez por estar completamente cego.



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