Indômito

By EAnoniima

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Tempos depois de começar a vingar a morte de sua mãe, Safrina Nieto retorna a Hausach, a pequena cidade onde... More

Prólogo
Capítulo 1| Retorno
Capítulo 3| Sombras
Capítulo 4| Me Salve
Capítulo 5| Concentre-se
Capítulo 6| Mudanças
Capítulo 7| Noivado?
Capítulo 8| Direção
Capítulo 9| Desejo
Capítulo 10| Ações
Capítulo 11| Marcas
Capítulo 12| Verdades
Capítulo 13| Me Apaixonando Totalmente
Capítulo 14| Provocações
Capítulo 15| Aflição
Capítulo 16| Solitário Novamente
Capítulo 17| Piedade
Quantos gritos cabem no seu silêncio?
Capítulo 18| Demônios
Capítulo 19| Novos laços
Capítulo 20| Lágrima maldita

Capítulo 2| Destruição

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By EAnoniima

"Você está destinado a algo mais
Não há nada aqui para você esperar."

(Frida Sundemo - The Sun)


Estava sentada em um pedra, que me permitia deslumbrar da vista maravilhosa do Lago Constança, quando ouvi um barulho. Levantei abruptamente, e olhei na direção do que parecia passos se aproximando.

Não esperava ninguém ali, era o meu canto de sossego, havia anos que ia para lá pensar nos passos que deveria tomar para chegar ao fim da minha vingança. E era sempre ali que eu conseguia ficar em paz. Então estava surpresa por alguém ter descoberto o meu lugar sagrado.

Arqueei a sobrancelha, para a figura pálida e alta à minha frente. A noiva do alfa não se moveu, ela parecia em um conflito interno. Será que estava com medo de mim? Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios com o pensamento, era adorável amedrontar as pessoas.

— Você é mais bonita do que os relatos dele.

Cruzei os braços na frente do corpo, analisando as palavras dela. Ela tinha me seguido para me elogiar? Não, tinha algo mais. Me mantive calada, na espera dela falar o que queria de vez.

— Mesmo com tudo o que fez, ele não consegue odiá-la. E não é por falta de esforços.

Onde ela queria chegar? Porque falava tanto? Bufei, ela havia atrapalhado meus pensamentos, e não me deixaria em paz rapidamente?

— Certo, sou uma assassina, você já sabe. Mas me pergunto, porque está aqui? Com certeza não veio elogiar minha aparência. E muito menos trazer a notícia de que alguém não consegue me odiar. Aliás, isto é algo improvável, não é fácil odiar alguém como eu.

Falei, observando ela dar um passo a frente e abrir a boca em reprovação ao que eu digo.

— Alguém como você?

Ela pergunta, indignada.

— Sim, linda.

Então ela faz uma careta. Mudo o peso do corpo para a outra perna, não queria trocar elogios com aquela garota. Não tinha tempo para isso.

— Ele a ama. Talvez é até mais que isso, ninguém me explicou ao certo o que é um imprinting, só sei que ele nunca irá sentir o mesmo por mim. — Ela disse, dando mais um passo, eu continuei imóvel.

— Você veio dizer que tenho um admirador secreto? Incrível.

— Você é tola demais. Poderia ter a chance de viver um grande amor, mas jogou tudo para cima apenas para poder ter o prazer de matar alguém!

— Opa, mocinha. Não é apenas por prazer, tem uma história. Mas só os escolhidos podem ouvi-la. Devo dizer que felizmente você não é uma dos escolhidos. Era só isso? Pode voltar para o seu castelo mágico e continuar a brincar de Barbie.

Isso fez com que ela explodisse de raiva. Para uma futura Luna, ela demonstrava demais seus sentimentos. Entregaria seu alfa a um inimigo só pelo modo de respirar.

— Você faz graça, mas não passa de uma coitada. Viveu rodeada de ódio, não sabe quem é o próprio pai, a mãe foi assassinada na sua frente, e desde então veio matando para tentar aliviar sua dor. Você é medíocre, impura e tola. Não sabe viver em sociedade e faz tudo por atenção. Você nunca vai ter ele. — Ela se aproximava ao falar. — Eu fui escolhida, amada e acolhida, não só por ele, mas pela mãe dele. Perdi minha mãe também, mas não fiz disso um motivo de revolta, ela deixou um legado e eu continuo com ele, não sujarei o nome dela igual você fez com a sua. Zac é feliz comigo, e eu sou com ele. E você não vai roubar a atenção logo no meu casamento.

— Andou pesquisando sobre mim. — Disse, enquanto apertava o broche na minha mão, era o penúltimo, antes de ser interrompida eu estava pensando em como matar Rose. Mas agora, pensava em como matar Dulla Fuchs, pelo simples fato de me incomodar. — Você parece enciumada, e toma atitudes de uma garota mimada. E é isso que você é! Uma garota mimada. — Falei pausadamente. — Estou cagando para o que fez da sua vida, não me importo. Não me importo com o seu casamento e toda essa celebração. Tem certeza de que sou eu quem tenta chamar a atenção? — Desta vez era eu quem caminhava em direção a ela. — Me lembre, foi eu quem a perseguiu e a tirou do sossego? Não, você quem fez isso comigo. Foi eu quem dirigiu palavras chulas a você no seu canto de paz? Não, o contrário. Então como ousa dizer que sou eu quem quer chamar atenção aqui?

Parei a centímetros da garota, a tempo de ver a mão dela vir em direção ao meu abdômen, e um pedaço de metal brilhar na mesma. Alcancei seu pulso antes que pudesse rasgar a minha pele, mas não a tempo suficiente de estragar minha blusa preferida. Olhei bem o corte, e depois encarei ela, com os olhos em chamas. Minhas garras estavam cravadas em seu pulso, o sangue já sujava seu braço.

— Não, não. Péssima escolha.

Balancei a cabeça, em tom de reprovação, mas não tirei os olhos dos dela. Apertava seu pulso de forma dolorosa e lenta, até que ela pudesse soltar a navalha da mão. Aquele pequeno pedaço de metal, afiado, que ela pensou que poderia ter escondido de mim e evitado uma luta. Sorri com o que o destino tinha reservado a ela.

— Uma ovelha não consegue enfrentar um lobo sozinha. — Um sorriso diabólico preencheu o meu rosto, ao mesmo tempo em que empurrei minhas garras contra o estômago dela. — Tarde demais para temer. Últimas palavras? — Mas ela não conseguia dizer nada, seus olhos azuis refletiam dor, o sangue também saia pela boca, fazendo com que ela engasgasse, o medo já não tinha espaço em seu corpo, suas mãos tentaram agarrar as minhas, mas a força que ela tinha não se comparava a minha. Lenta demais. Puxei minha mão de dentro do seu corpo e ela caiu no chão. Sem força. Fraca.

Agachei ao seu lado.

— Talvez alguém sinta a sua falta e a encontre a tempo, assim você poderá sobreviver. Caso aconteça, estarei esperando pelo seu retorno, garanto que terá uma luta justa. — Levantei, com os braços cobertos de sangue. Teria que ir para casa e tirar aquele odor. — Considere um acerto pelo estrago na minha blusa, a amava tanto.

Deixei ela para trás e fui embora, resmungando o caminho todo pelo estrago da blusa. Merda.

Retorno para a cabana onde me mantenho escondida, o lugar onde eu também chamava de lar. Ela ficava dentro da floresta, pois camuflava meu cheiro, por conta da imensa quantidade de folhagem, o local era tão úmido que muitos não conseguiam transitar por esta região da aldeia. Os lobos leigos se perdiam aqui, e os que conheciam bem o lugar não faziam questão de andar tão ao norte. Ninguém me encontraria.

Me transformava em humana toda vez que atravessava um pequeno canal com uma das várias nascentes que caia no Lago Constança, faltando dois quilômetros para a minha casa, assim meu cheiro iria se misturar com a umidade e com a água. Era uma forma de precaução, para evitar de ser surpreendida.

Chego na cabana e vou direto para o banheiro, necessitava de um banho, havia uma grande quantidade de sangue daquela criatura burra em meu corpo, que me dava medo de ser contaminada com tanta falta de inteligência da garota. Fora o cheiro da floresta, que me atrapalhava a planejar novas estratégias.

Assim que saio do banheiro e visto a primeira roupa que vejo na frente, uma blusa branca enorme, que fazia do short dispensável. Fico descalça, o chão frio sob meus pés me trazia a realidade quando necessário.

Enquanto preparava alguma coisa para comer, penso no que acabara de fazer. Um deslize que poderia atrapalhar meus planos.

Sabia como Peter era apaixonado por ela. Sabia que a ambição dele para tomar o poder era tamanha que ele achava que estava me usando para isto, para a infelicidade dele, eu já tinha conhecimento de seus planos, mas precisava de sua ajuda para saber o que Zac fazia no seu dia a dia e como lutava. Teria que pensar com cuidado no que fazer daqui para frente, analisar cada passo que iria tomar.

Esperava que isso não me prejudicasse muito. Mas esses pequenos conflitos na reta final poderia causar o efeito borboleta, uma simples mudança em algum fator inicial, que poderia gerar uma enorme mudança no final. A famosa teoria do caos.

Peter teria que aceitar que foi necessário.

Deito no sofá marrom, todo desgastado, mas tão confortável que eu simplesmente ignorava a aparência que ele tinha. Ligo a TV. Hoje eles iriam repetir a Guerra dos Bastardos. Que episódio EXTRAORDINÁRIO! Game Of Thrones não perdia a graça mesmo após ver tantas vezes.

Mas meus pensamentos não me deixavam idolatrar Jon Snow por muito tempo, sempre me distraia ao lembrar de alguma coisa, ao mesmo tempo que tentava focar no que acontecia na série.

"Ele não consegue odiá-la." Suas palavras pareciam dançar na minha cabeça.

Ramsay Bolton, seu bastardo engenhoso! Que personagem incrível! Sem condições para a beleza desse ator.

"Ele a ama. Talvez é até mais que isso, ninguém me explicou ao certo o que é um imprinting, só sei que ele nunca irá sentir o mesmo por mim."

Melisandre e esse Senhor da Luz, não faz cagada agora pelo amor de Poseidon!

"Ele a ama."

Dulla estava morta, havia a deixado para trás. Seu corpo ficou jogado ao lado da pedra onde eu sentava. Eu vi com os meus próprios olhos. Mas parecia que ela estava do meu lado do sofá, sussurrando novamente as palavras em meu ouvido.

Só que tinha algo diferente, agora elas haviam feito sentindo.

Zac me amava. Tinha sofrido um imprinting por mim.

Eu tinha sido pega de surpresa, se isto fosse verdade, justificaria o motivo dele não ter casado, os boatos de não se apaixonar, além de ser seu ponto fraco por dois motivos, um, a morte da mulher amada o destruiria. Dois, ele faria de tudo para protege-la.

Então tudo ficou claro. O motivo de sempre evitar a minha morte, me dar uma segunda chance, terceira... décima, dizendo ao seu povo que no fundo eu era uma boa pessoa.

Mas porque eu?

Por que ele me escolheria?

O final já era óbvio para mim, esse era o resumo da minha infância, ela foi assim.

O amor sempre levava à destruição.

E Zac reservou o próprio túmulo ao me amar.

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