Indômito

By EAnoniima

81.2K 4.5K 579

Tempos depois de começar a vingar a morte de sua mãe, Safrina Nieto retorna a Hausach, a pequena cidade onde... More

Capítulo 1| Retorno
Capítulo 2| Destruição
Capítulo 3| Sombras
Capítulo 4| Me Salve
Capítulo 5| Concentre-se
Capítulo 6| Mudanças
Capítulo 7| Noivado?
Capítulo 8| Direção
Capítulo 9| Desejo
Capítulo 10| Ações
Capítulo 11| Marcas
Capítulo 12| Verdades
Capítulo 13| Me Apaixonando Totalmente
Capítulo 14| Provocações
Capítulo 15| Aflição
Capítulo 16| Solitário Novamente
Capítulo 17| Piedade
Quantos gritos cabem no seu silêncio?
Capítulo 18| Demônios
Capítulo 19| Novos laços
Capítulo 20| Lágrima maldita

Prólogo

8.2K 359 38
By EAnoniima

"Ela ficou esperando para atacar?

Eu era a isca para atrair você?

A emoção da morte

Você sente, é um pecado

Eu me deito com os lobos

Sozinho, ao que parece

Eu pensei que eu era parte de você

Você me amou, e eu congelei no tempo

Faminto pela minha carne

Mas eu não posso competir com a loba

Que me pôs de joelhos

O que você vê naqueles olhos amarelos?"

(David Guetta feat. Sai – She Wolf)

Os homicídios não pareciam ter fim. Estava amanhecendo quando fui informado do corpo que fora encontrado nas proximidades da alcateia, junto com o mesmo modelo de broche que estava perto do corpo das outras vítimas, um M de prata. Nunca havia encontrado alguém que fizesse algo tão belo e cruel ao mesmo tempo. Aquele broche era delicado, bem trabalhado. Trazia consigo beleza impecável e uma história perversa.

Era a marca dela.

Não era o primeiro ataque, aquele M parecia fazer parte da minha vida. Estava aborrecido pela quantidade de vezes que o encontrei deixado estrategicamente ao lado dos corpos. Às vezes, ela mostrava sua criatividade ao fechar o punho das vítimas com o broche dentro, na boca, colocá-lo no pescoço como um colar, ou usá-lo como brinco. Cada cadáver era encontrado de uma forma, nunca do mesmo jeito.

Eu só não entendia o motivo de ser um M. Senso de humor? Ela não podia simplesmente acabar com esse teatro? Parar com todo o drama e a matança? Era o meu povo. Eu tinha o dever de protegê-lo, e com esses ataques me sentia incapaz de fazer isso.

Ela não tinha critérios.

No primeiro ataque, foram três corpos mortos. Eu tinha dezessete anos quando um homem entrou correndo no Palácio, cercado por guardas que o levaram para a sala dos ministros. Segui eles pelos corredores e fiquei perto o suficiente para escutar o que ele falava. Naquele dia, soube que meu pai fora assassinado por uma garota de quinze. É insano pensar que uma menina desprovida de treinamento tenha matado um alfa. Não me permiti ouvir o resto, estava em choque. Sai dali e me tranquei no quarto até minha mãe aparecer. Marcus não era um exemplo de melhor pai do mundo, mas era o meu pai.

Depois do luto, resolvi buscar por informações sozinho, quando minha mãe as negou para mim. Descobri o básico, Scholz de 37 anos traiu o marido com o meu pai. O corno, teve a grande ideia de matar Marcus, ele seguiu a mulher e o amante até uma casa próxima a hotelaria. Era simples, assim como a família que ali morava. Norman Nieto, outra amante de Marcus e peça primordial do jogo. A pobre mulher se jogou na frente do meu pai, para salva-lo. Foi atingida e morta no mesmo instante. O otário, insatisfeito com o erro, atirou outra vez, acertado o que almejava, finalmente. Sua filha viu tudo, e em um ataque de ira, matou os dois amantes e deixou o galhudo para nos informar sobre as mortes. Marcus já estava fraco por causa da bala de acônito, isso favoreceu a garoto.

Quando obtive tudo aquilo, chorei. Safrina Nieto era a mulher que eu me imaginava tendo uma família. Foi por ela que meu lobo sofreu imprinting, e a quem eu havia doado o meu coração. Ela não merecia passar por tudo aquilo, mas aconteceu. Escolheu o caminho errado para seguir e se perdeu.

As investigações não trouxeram algo certo, na verdade não trouxeram nada. As vítimas não tinham ligações entre si, pelo menos não algumas. Além do meu pai e Suyane, os amantes, houve duas famílias atingidas. Brandt Krause de seis anos, filho de Haas Krause, 43 anos e Thomas Hahn de sete anos, filho de Keller Hahn, 49 anos. Fora eles, nada se ligava. Então começamos a fazer suposições, pensamos que ela estava obcecada por mulheres, talvez tinha levado um fora de alguma e queria vingar ou, seguindo a lógica do que aconteceu com ela, era uma forma de "tornar o mundo puro" tirando as infiéis dele. Porém, duas crianças foram mortas, CRIANÇAS! Na terceira vez que ela atacou, fora tirado a vida de uma grávida. Atitudes insanas, então creio que não estaria fascínio por algo.

Ela estava perdida, isso era óbvio, talvez de algum modo isso tenha afetado a mente dela. Talvez isso fora o modo dela de agir com a dor. Mas matar crianças? Uma mulher grávida? Como uma MULHER poderia fazer isso? E aquele lema de "uma por todas e todas por uma" ou "mexeu com uma, mexeu com todas"? Lembro-me que Safrina era convicta disto, ela defendia as mulheres de corpo e alma. Minhas conclusões foram que, ela matava por diversão.

Zac, encontramos um corpo no litoral sudeste do lago Constança. Sinais de luta, mas o agressor foi mais esperto ao acertar os golpes. — Disse Jordan ao telefone, no mesmo tempo que Kate entrou no meu escritório.

Jordan e eu éramos amigos desde criança, mesmo ele sendo oito anos mais velho que eu. Ele se formou em perícia perante a sociedade mundana, tinha um bom cargo na polícia, ajudava a esconder os rastros da alcateia. Éramos diplomatas durante o trabalho, ele se esforçava para me ajudar em todas as decisões na alcateia, e por esse motivo era meu braço direito, com ele eu não era só o alfa, e sim o garoto que assumiu o poder antes do casamento, contra a ordem dos ministros, prematuro demais para liderar, o doido que arrumava um rabo de saia a cada esquina. Jordan era o meu amigo, formalidade não cabia no meio.

Já estou indo. — Desligo rapidamente e olho para ela. — Pois não? — Falo, surpreso ao vê-la daquela forma, já que a mesma não era de entrar na minha sala daquele jeito.

— Estou procurando a minha irmã. Ela saiu ontem à noite para comprar algo, dizendo que iria fazer uma surpresa para você. Achei que estavam juntos depois do que ela dissera o que iria fazer, mas vejo que não. Estou preocupada, Zac. Sabe onde ela pode estar?

— Que surpresa? — Perguntei Interessado. — Eu não a vi ontem, ela falou que estava muito ocupada arrumando as coisas para o noivado, e minha mãe confirmou tudo. — Levantei da poltrona.

Minha sala era meu lugar de conforto. Atrás da minha cadeira havia uma vidraça que tinha vista para a floresta, as paredes eram de um tom marrom com luzes ornamentais, toques de dona Rose. Deixo o celular na mesa e pego a chave do meu baby. Fixo o olhar na chave, pensando duas vezes. O corpo foi encontrado no litoral sudeste, um lugar cheio de pedras pontiagudas, árvores com espinhos, mato, mato e mato. Não, não mesmo que iria arranhar ou até mesmo deixar o pneu do meu lindo carro furar indo até lá, atrás do rastro de Safrina. Ela não valia meu Impala 67. Jogo as chaves na mesa e volto a atenção para Kate, que me analisava.

— Não vai me dizer nada?

— Estou vendo que o seu amor pelo carro, é maior do que sente pela minha irmã. Sobre a surpresa, ela mesma irá contar. — Ela respirou fundo, passando a mão pelo cabelo dourado, a garota estava agoniada. — Zac, eu realmente estou preocupada, ela não é de sumir assim. — Disse, buscando por algo ao olhar para mim, talvez... conforto?

— Irei verificar com a minha mãe quando chegar. Ver se Dulla viajou para buscar algo, sabe que sua irmã adora trazer coisas novas. — Aproximei dela e coloquei a mão em seu ombro. — Mas agora preciso ir até Jordan, talvez seja uma boa distração para você. Dulla me contou que quer ingressar na polícia.

Ela analisou a sugestão por alguns instantes e concordou. Saímos da casa correndo em direção a cena do crime. Em segundos já estávamos completamente transformados e avançando cada vez mais rápido até o local. As vezes Kate na frente, ou eu. Em uma disputa interna. Durante o percurso, lembro do garotinho que me parou na rua uma vez, ele dizia que eu era mais rápido que o Flash. Era um elogio inocente, mas que me trazia alegria no meio dessa tempestade de problemas.

Chegamos em minutos e encontramos Jordan à minha espera. Kate para, logo atrás. Seu olfato é atraído por alguma coisa.

— Veio rápido. — Observou, levantando os olhos do chão e olhando para mim. — E trouxe companhia. Creio que não foi uma adequada para a situação. — Ele disse, jogando uma pano para que eu pudesse me cobrir assim que voltei para a minha forma humana.

— Preferi vir correndo. Trouxe ela para que pudesse se distrair. — Olhei de Kate para ele. — Estava preocupada com a irmã e julguei que a participação dela aqui poderia ajudá-la na carreira. Na verdade, você pode ajudar ela. — Mas sua frase pareceu um alerta na minha cabeça, "Creio que não foi uma adequada para a situação". Jordan não se preocupava com quem ia ou deixava de ir nas investigações dele, desde que não o atrapalhasse. Ele sabia que Kate não era de se intrometer, então isso me deixou em alerta. — O que aconteceu aqui? — Disse, até aquele momento eu havia ignorado meus instintos e não tinha ligado as coisas.

— Pelo que senti, o assassino não estava sozinho. Foi uma luta injusta dois contra um. Ela não estava preparada para essa luta, não ainda, perdeu facilmente. — Ele disse, pela sua feição séria, ele deveria estar tentando ligar os pontos do crime, Jordan tinha um ótimo dom para investigação.

"Ela não estava preparada para essa luta."

— Então ela realmente voltou. Safrina voltou, e não está sozinha. — Suspirei, ela nunca iria desistir, mas eu iria dar um fim nisso. — Alguma ideia de quem a está ajudando? Sentiu o cheiro? — Perguntei.

— Sim, este cheiro é comum aqui. Mas não estava me referindo a Safrina, Zac. — Ele ignorar o fato de que havia um suposto traidor entre nós me assustou, Jordan odiava traição.

Aquele cheiro, mesmo que superficial, era conhecido.

— Zac... — Jordan continuou, chamando a minha atenção, no mesmo momento em que Kate, em sua forma humana, sussurrou atrás de mim.

— Dulla. — Então ela correu até o corpo da vítima, atrás da pedra. E eu fui ao seu alcance.

Kate se ajoelhou e puxou o corpo da irmã para si, fechou os olhos, os fios dourados caiam pelo seu rosto, parecendo que tentavam cobrir a dor que passava em sua feição. Mas não tampava, a irmã era tudo para ela, e perde-la daquela forma a destruiu. Sabendo que o ser que mais abominava havia a matado, a destruía. Ela abraçava o corpo da irmã, como se pudesse dar conforto a si mesma.

— Isso tem que acabar! — Ela vociferou.

— Eu estou aqui. Isso vai acabar. ­­— Agachei perto dela e coloquei minha mão sobre a sua, chamando a sua atenção.

— Não, Zac. Fizemos do seu jeito por tempo demais e não obtivemos nada. Agora vai ser como eu disser. E desta vez não vai me impedir, não vai conseguir. — Sua voz emanava ódio, algo que não combinava com ela.

Kate era determinada e focada, quando queria algo, lutava até conseguir. Educada, simples e humilde, eram tantas qualidades como as de sua irmã, Dulla. E ódio era algo que não combinava com nenhuma delas. Mesmo que ela estivesse acabado de me confrontar, não poderia lhe advertir, aquele dor não cabia em nenhum de nós dois.

Meu rosto já estava todo molhado, não sabia em qual momento as lágrimas começaram a descer, mas isso não importava. Era a minha noiva ali. A mulher com quem eu estava planejando a minha vida, eu a conhecia bem e sabia que não faria mal a ninguém. Dulla era amável, simpática, honesta. Mesmo que fosse a pior pessoa do mundo, ela não iria feri-la de forma nenhuma. Levantei e caminhei em direção a enorme pedra, onde provavelmente foi a luta pois havia sangue para todo lado. Mesmo não enxergando bem por cauda das lágrimas, aquele brilho comum me chamou a atenção. O pequeno broche estava lá. Desta vez mais nítido, o local exalava medo, eles não tiveram piedade ao matar e aquele cheiro demonstrava que os assassinos fizeram de tudo para amedrontar a vítima.

— Jordan, eu sei que fazer uma busca na vila não vai adiantar. Então coloque guardas em pontos estratégicos da cidade, não deixe ninguém sozinho, quero todos em grupos. Não será mais uma luta injusta. Nenhum inocente será ferido novamente. — Falei e o deixei sozinho.

Não entendia os motivos dela para matar pessoas inofensivas, mas ela está acompanhada, e eles não iriam parar, até que eu os faça. Seja quem for esse seguidor, não terá o meu perdão. Trair a própria alcateia. Matar a noiva do alfa. Morrer, não será castigo suficiente.

Continue Reading

You'll Also Like

10.5K 1.1K 16
Hazel Potter era considerada a melhor bruxa da sua turma, a mais inteligente, a mais estudiosa, a mais talentosa, ela ia muito bem consigo mesma, bom...
157K 6.4K 12
Em um mundo enigmático e envolto em escuridão, Rhiannon Whisperleaf adentra o próspero e misterioso reino de Umbralia, onde seu destino se entrelaça...
2.8M 196K 86
Livro 1 - Completo | 2 - Completo | 3 - Em andamento No dia do seu aniversário de 18 anos, Aurora Crayon sentiu o chamado do seu parceiro, enquanto...
31K 5.9K 33
Título: Meu chefe é o cachorro que adotei Autor(a): Ryuu Tsuyoi Status: Em andamento Gênero: BL, Novel, Moderno, CEO, Fofura, Fantasia, Magia, Fera...