- Você sabe que esse cliente não gosta de atrasos Diana! - diz Carlos, um homem baixo e robusto , de pele morena e cabelos negros que me trouxe para esse inferno.
- Ah , eu não vou me atrasar Carlos. Ainda tenho 1 hora e meia. - respondo indiferente.
- Não adianta fazer essa cara Diana , você veio porque quis! Sabia muito bem que essa vida não é assim tão fácil como dizem. - retruca Carlos.
- Ok , agora dá licença , preciso me arrumar. - eu digo sem muita paciência.
Ele nada diz , apenas saí batendo a porta.
- Argh! O que eu fiz da minha vida ? - digo a mim mesmo.
Vou me arrumar para encontrar o "cliente" , é um senhor de idade já , tenho nojo só de pensar naquele homem em cima de mim.
Pelo menos ele paga muito bem , e não aguenta praticamente nada.
Faz um pouco mais de 6 meses que saí da minha cidade abandonando tudo , inclusive a minha filha.
Ela nunca vai me perdoar , eu realmente não mereço seu perdão , Beatrice é a criatura mais doce e pura que já conheci , as vezes nem parece que nasceu do meu maldito ventre. Eu sempre a amei , mas nunca soube demonstrar , muito pelo contrário sempre maltratei ela , nunca soube ser mãe de verdade.
Eu até tentei , mas toda vez que olhava para ela lembrava de Ben , aquele maldito que sumiu sem ao menos saber que tinha uma filha , eu era só uma menina apaixonada , eu o amei com todas as forças , mas ele simplesmente sumiu sem deixar rastros.
Batidas na porta interrompem os meus pensamentos.
- Vamos logo Diana , você não vai casar , é só a porra de um programa. - diz Beto , um homem asqueroso e nojento , é o braço direito do Carlos.
- Vai se ferrar! Me deixa em paz! - digo com raiva , e ele diz qualquer coisa e sai.
Saio pelas ruas de Belém rumo ao hotel do meu cliente , não é longe por isso prefiro ir a pé , quero caminhar um pouco.
Passo por um beco escuro que me dá arrepios , olho em volta e não vejo ninguém , então sigo meu caminho.
Já estou quase na frente do hotel , essa sua é tão calma , talvez por ser de um bairro nobre , escuto passos atrás de mim , olho para trás e não vejo nada.
Argh! Acho que estou ficando paranóica.
Escuto novamente os passos e alguém me chama.
- Diana ? - olho para trás para ver quem é o dono da voz , vejo um homem vestido de preto e com um olhar sombrio em minha direção , então antes de abrir a boca e perguntar quem é , uma extensa escuridão toma conta de mim , e não vejo mais nada.