Capítulo 2

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"Dia 01-09-2015, querido Nirvana as coisas estão cada vez mais complicadas, minha mãe a cada dia me detesta mai , eu já não sei o que fazer, não tem mais nenhum parente vivo além dele, meu pai eu nem sei quem é, acho que nem minha mãe sabe, ela disse que quando engravidou de mim era uma prostituta, e só depois que eu nasci ela largou essa vida, as vezes me pergunto porque ela me odeia tanto e sempre diz que não sou sua filha, sei que não sou adotada pois já vi várias fotos dela grávida de mim... Será que ela gostava da vida que levava e eu atrapalhei tudo ?
Não, não pode ser, quem em sã consciência gosta de uma vida dessa?
Pelo menos tenho a Lise, ela sempre me ajuda, ela é como uma irmã mais velha , apesar de termos a mesma idade.
Tenho outros amigos também, mas nenhum supera Lise, só não digo isso pra ela porque se não vai ficar mais convencida ainda.
Bom Nirvana , por hoje é só , me deseje sorte meu companheiro."

Enquanto Beatrice escrevia no seu diário, o celular toca.

— Alô? — disse um homem do outro lado da linha.

— Oi Junior. — disse Beatrice em tom de desânimo.

— Tudo bem Bea? Olha fiquei sabendo que o Ricardo viajou, queria saber se a gente pode dar uma volta, o que acha? — perguntou Junior.

— Hum... Não sei Junior, tenho que estudar, vão começar as provas . — respondeu Beatrice — Mas talvez semana que vem a gente vê isso.

— Tá bom gatinha, vou esperar, me liga hein, tchau. — disse Junior animado.

— Ah claro... Ligo sim, tchau. — respondeu Beatrice.

E quando desligou ela pensou consigo mesmo.

— Até parece que vou ligar .

Então ela sorriu com o pensamento e foi pra escola.

— Bom dia Bea. — disse Elise.

— Bom dia Lise — respondeu Beatrice dando um abraço na amiga.

- Pelo visto aconteceu alguma coisa não é? — perguntou Elise — conheço essa carinha.

— O de sempre, minha mãe está cada vez pior, ela me odeia Lise. — disse Beatrice com olhos marejados.

— Sinto muito amiga, sua mãe não merece a filha que tem. — disse Elise em tom sério. — Você não tem culpa dela estar infeliz.

— Eu sei Lise, mas dói muito, apesar de tudo ela é minha mãe. — disse Beatrice tristemente. — Mas mudando de assunto, o Junior me ligou hoje, me chamando pra sair, dei uma desculpa qualquer e disse que ligava depois, não sei porque ele encarnou em mim.

— Olha pra você Bea, é tudo de bom, se eu gostasse da fruta pegava muito. — disse Elise em tom de brincadeira.

Beatrice balançou a cabeça em negação e as duas riram e foram para suas salas.

Já era começo da noite quando Beatrice chegou em casa e ficou espantada com o que viu.

— Meu Deus mãe! O que é isso ? — perguntou Beatrice boquiaberta.

Sua mãe estava em momentos bastante íntimos com três homens no sofá da sala.

— Sexo Beatrice. — respondeu Diana com naturalidade. — Ou você ainda acredita em cegonhas?

Os três homens riram , mas não pararam o que estavam fazendo exceto um, que olhava fixamente para Beatrice.

— Não, mas nunca imaginei ver minha própria mãe numa cena dessa. —- respondeu Beatrice ainda espantada com tudo aquilo. — Eu vou dormir na casa da Lise, amanhã a gente conversa mãe.

— Calma aí docinho. — disse o homem que olhava fixamente para Beatrice, ele estava totalmente nu, e olhava Beatrice com desejo. — Você é muito gostosinha, acho que podemos nos divertir muito aqui.

— É isso aí gatinha, você não vai se arrepender. — disse o segundo homem.

— Mãe você não vai dizer nada? — perguntou Beatrice em tom de desespero.

— Ah Beatrice, você já está bem grandinha, chegou a hora de aprender os prazeres da vida. — respondeu Diana friamente.

— A senhora ficou louca! — gritou Beatrice. — Eu tenho nojo de vocês, vou sair daqui agora.

— Ah, mais não vai mesmo. — disse o terceiro homem que tentou segurar Beatrice pelo braço.

Mas ela o lançou no chão em um só golpe, então os outros dois foram pra cima dela, e ela sem muito esforço derrubou eles.
Beatrice muito espantada com o que fizera, saiu correndo dali em lágrimas e com a cabeça muito confusa.
Pegou sua bicicleta e ia direto pra casa de Elise, mas não podia aparecer lá assim, não saberia que dizer para os pais da amiga, então resolveu ir até uma praça, lá era o ponto de encontro de vários jovens, inclusive dos seus amigos, mas como já era tarde ela pensou que provavelmente estaria vazia.
Chegando lá ela não viu ninguém por perto , e então começou a chorar.
Depois de alguns minutos uma mão tocou seu ombro e ela se vira rapidamente para ver quem é.

— Quem é você? — perguntou Beatrice olhando ao rapaz.

— Oi, desculpa chegar assim, é que te vi chorando sozinha, vim saber se precisa de ajuda. — explicou o rapaz.

— Não, não preciso de ajuda, muito menos de um estranho, agora dá licença e me deixa chorar em paz. — respondeu Beatrice em tom seco, enxugando as lágrimas.

— Olha não sou tão estranho assim. — respondeu o rapaz rindo.

Beatrice o olhou sério, então ele continuou.

— Esta bem, desculpa. Só queria te animar, me chamo Miguel, e você ? - perguntou Miguel.

Então ela suspirou e respondeu.

— Beatrice, me chamo Beatrice.

— Olha Beatrice, agora que já não sou tão estranho assim, me deixa ficar aqui e te fazer companhia , vejo que não está bem, apesar de ser uma cidade pequena tem seus perigos, vou ficar quieto aqui, sem falar nada, pode ser? — perguntou Miguel.

Beatrice lembrou-se do que fez com os homens em sua casa, e se questionou se precisava de proteção, mas tinha alguma coisa naquele estranho que lhe fazia bem, então ela resolveu não questionar, sem forças pra falar apenas assentiu ao pedido de Miguel.

E assim ficaram os dois jovens desconhecidos fazendo companhia um ao outro.
Beatrice aos poucos foi se familiarizando com o Miguel e acabou por dormir encostada nele.
Miguel pegou a garota desacordada nos braços e a levou dali.

As descobertas de Beatrice (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now