Apollo: Quando o Amor está em...

By LucyBerhends

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Apollo é um jogador de futebol famoso e bastante procurado pela mídia. Sexo, dinheiro e fama não são problema... More

APRESENTAÇÃO
Capítulo 1
Só dessa vez
Capítulo 2
Quebrando as regras
Capítulo 3
Fantasmas do passado
Capítulo 4
Juro que tentei
Capítulo 5
Entre a cruz e a espada
Capítulo 6
Capítulo 7
Dá-me paciência!
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 19
Revelações
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
ATENÇÃO!!!
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
O que me diz?
Capítulo 29
FELIZ ANO NOVO!!!
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Hora do plano - PARTE II
Capítulo 35
Capítulo 36
O que pode ter acontecido?
Capítulo 37
Capítulo 38
Até que a morte nos separe. PARTE I
Capítulo final
AGRADECIMENTOS

Enfim, Europa

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By LucyBerhends

 – Sim, você pode contar comigo, minha irmãzinha.

Ela dá pulos de alegria e corre em minha direção para me dar um abraço apertado. Reviro os olhos e percebo que Nina não para de rir. Ela me conhece e sabe que não vou entregar o ouro ao bandido assim tão fácil.

– Ah, eu sabia que você não ia me deixar na mão. Já pensou em se tornar cunhada daquele homem? Só preciso de um empurrãozinho seu e ele não vai resistir aos meus encantos. Já consigo me enxergar entrando de branco na igreja vestida de fel e granada.

– Fel e granada... claro. Acontece que não é para conhecer Apollo Assunção que você pode contar comigo.

– Não? E para que seria?

– Estou à sua disposição para levá-la a um psiquiatra e internar você de uma vez por todas.

– Ficou louca, Kim? Para quê eu preciso de um pediatra? Já cresci faz muito tempo. Olha que mulher linda me tornei, olha. – Ela dá uma volta em torno de si mesma, passando a mão pelo corpo.

Céus, essa garota é muito sem noção.

– Tenho certeza de que a louca aqui não sou eu. Espero que tenha entendido o que eu disse. Não vou te apresentar a ninguém. Se quiser conhecê-lo terá que ser por conta própria. Me inclua fora dessa.

– Sabia. Eu bem que avisei a mamãe. Você tem inveja de mim, Kimberly, sempre teve. Só porque sou a mais bonita, mais gostosa e mais... inteligente.

Eu tenho outra opção além de rir dessa criatura? É demais para minha cabeça.

– Concordo, Verônica você é tudo isso. Então que tal usar toooda sua inteligência e tentar se aproximar dele sozinha? Não acha que o gostinho de saber que conseguiu por esforço próprio é melhor?

Ela coloca o dedo no queixo e fica olhando para cima como se estivesse pesando cada palavra minha. Minha irmã pensando? Estou quase vendo uma fumacinha sair da sua cabeça.

– Talvez você tenha razão. Linda como eu sou, não vou ter problemas em entrar em uma dessas festas de celebridades. Apollo Assunção não perde por esperar. O furacão Verônica está chegando.

– Uau! Gostei de ver. É assim que se diz, menina. Agora pode nos deixar em paz? Sua enorme beleza está me ofuscando.

– Está bem. Vou deixá-la com a baleia devoradora de doces. Nina, me faça um favor, nunca diga a alguém que é minha prima.

Desta vez não sei se terei forças para controlar a ira de Nina. Nem sei se devo controlar também. Veronica está merecendo levar umas porradas.

– Vagabunda, está louca para eu quebrar seu rostinho perfeito, não é? A única a sentir vergonha aqui sou eu. Vá agora ou não respondo por mim. – Com muito esforço, seguro minha prima que está prestes a voar em seu pescoço.

Ela dá um risinho e sai da loja, desfilando seu rebolado de forma exagerada. Deus, como é burra e convencida. A imagem e semelhança de Helena.

– Não dê tanta importância às loucuras de Verônica. Ela não fala coisa com coisa. – Digo a Nina que está tremendo de raiva.

– Eu devia ter cumprido minha promessa. Devia ter arrancado sua petulância aos tapas. Talvez agora eu estivesse com menos raiva. Pior é saber que ela tem uma certa razão. Estou cada vez mais gorda.

Droga! Aquela cadela conseguiu destilar seu veneno mesmo.

– Agora quem gostaria de ter quebrado o nariz dela sou eu. Por que não acredita em mim? Você é linda fora do peso ou não. É linda em todos os sentidos. E a pessoa que você é por dentro te torna ainda mais maravilhosa. Não acredite em uma só palavra daquela víbora.

Ela baixa a cabeça e não me dá qualquer resposta. Apenas assente. Sei que as palavras de Verônica conseguiram deixá-la abalada e nada do que eu fale pode mudar seus pensamentos. A raiva vai passar e Nina vai se dar conta de que nada disso é verdade.

– Vamos para o caixa. Vou comprar apenas o que já escolhemos mesmo. Se eu gostar de alguma peça na Espanha, compro por lá.

– Não se incomode por minha causa, Kim. Nós podemos continuar fazendo compras.

– Já terminei. De verdade, boba. Não tinha planos de comprar a loja toda, só algumas peças mesmo. É mais que suficiente.

– Sendo assim, então vamos lá.

Saímos da loja e vamos a um restaurante próximo. Finalmente mais tarde consigo animar Nina depois de muita brincadeira, mas seu sorriso se abre mesmo quando ela recebe uma ligação do seu quase namorado. César liga e marca um encontro para esta noite. Agora ela está radiante.

*************

Uma comitiva está no aeroporto para me desejar boa sorte na viagem. Eu disse que não precisava, mas não adiantou. Todos fizeram questão de me acompanhar até o portão de embarque. Tânia, meu afilhado Guga, Nina e Rafa estão aqui.

Eros está concentrado no Centro de Treinamento. Não pode sair. E meu pai... este acabou se conformando e me ligou para dizer que está ao alcance de um telefonema e que não me deixe intimidar pelo "fedelho" – como costuma chamar Apollo.

Esse é seu jeito de ser carinhoso sem deixar de ser protetor. É claro que ele não ia esquecer de bater na tecla "você é minha herdeira natural e deveria estar cuidando de seu patrimônio em vez de ficar fazendo entrevista com jogador de futebol". Até parece que tenho interesse pela área de esporte. Nem diante das câmeras, nem por trás delas.

– Dinda, será que você vai encontrar com aqueles jogadores suuuuuper famosos da Espanha? Eu queria tanto ir com você. – Guga faz biquinho e eu sorrio.

Pego meu afilhado no colo até que fica na mesma altura que eu e encho seu rosto de beijos. A inocência das crianças é algo envolvente. Para elas, não existem limitações, impedimentos, é tudo muito fácil. Talvez tenham razão. Somos nós, adultos, que dificultamos a vida.

– Se o médico permitir, podemos marcar uma viagem no futuro. Que tal? Nesta, infelizmente eu não posso te levar, meu amor. Você vai ter coragem de deixar sua mãe sozinha? Ela morreria de saudades.

Parece que consigo convencê-lo, pois me dá um abraço e se solta dos meus braços para correr em direção à sua mãe. Ele se agarra a ela como um náufrago se apoia a um tronco.

– Você está certa, dinda. Eu não posso deixar minha mãe sozinha. Mamãe disse que eu sou o homenzinho da casa.

Tem como não rir de uma coisa tão fofa como esta? Já é tão protetor desde pequeno. Confesso que sinto uma ponta de inveja de Tânia por ser mãe de uma criança tão especial, não me julgue, mas o sentimento se afasta rapidamente quando lembro que sou uma espécie de segunda mãe.

– Você tem jeito com criança, querida. Hum... ver você com Gustavo está me dando ideias. – Rafa fala, enquanto deposita um beijo em meu rosto.

– Ainda não, amor. Pretendo curtir nosso "casamento" um pouco e mimar muito meu afilhado antes de planejar o nosso próprio filho.

– Quando você quiser, querida. Estou à disposição.

Dou um tapa em seu braço e neste momento sou chamada para o embarque. Um homem fardado está aguardando para levar minhas malas até o jato onde eu e Apollo voaremos. Sim, acredite. Eu vou para a Europa junto com ele.

Ah, pensa que eu não surtei? Me ofereci até para pagar a passagem com meu próprio dinheiro, mas os voos estavam todos esgotados e eu acabaria perdendo as negociações. Apenas Nelson conseguiu um voo disponível. Eu não, então que jeito? Argh!

Me despeço de todos com beijos, abraços e mil declarações de amor. Não teve lágrimas nem nada, afinal estou voltando em cerca de uma semana. Não há espaço para dramas.

Passo pelo portão de embarque depois de mostrar meus documentos e sou conduzida a um carro que me levará ao jatinho. Depois de alguns minutos, o carro para e estou diante de uma enorme aeronave que daria para levar uma tripulação enorme para qualquer lugar do mundo.

Esnobe!

Precisa de tanto exagero para mostrar sua imponência? Pensando bem, talvez ele realmente precise de um avião deste tamanho, pois do jeito que é, deve ter um empregado até para coçar suas costas.

Uma semana. Sete malditos dias ou quem sabe um pouco mais é tempo suficiente para enlouquecer ao lado deste homem. É quase suicídio. Trabalho, Kimberly... apenas trabalho, procuro me convencer.

Entro no avião e avisto o bastardo mais lindo do que nunca. Não sei se é de propósito, mas o único lugar disponível está ao lado dele já que os outros estão ocupados por meia dúzia de pessoas desconhecidas e os demais assentos estão fechados, indisponíveis para uso.

Droga! É muita tortura.

– Como vai, Apollo? – Me sento ao seu lado.

– Melhor agora que você está aqui.

– O grande dia chegou não é mesmo? Vamos fazer essa cobertura, depois você se manda para a Europa e eu volto para a minha vidinha investigativa no Brasil.

– Demorou muito para treinar esse discurso? Sua sorte é que não estou a fim de batalhas hoje. Talvez outro dia eu tenha muito prazer em prosseguir com a discussão. Dizem que os melhores sexos vêm depois de uma briga.

– Petulante! Finalmente encontramos alguma coisa em comum. Eu também não quero brigar e quanto ao sexo você nunca vai saber. Pelo menos comigo não.

– Veremos...

– Em seus sonhos.

Tiro da bolsa o meu leitor digital e decido ler um livro que prenda a minha atenção e me faça esquecer onde estou e com quem estou. Escolho um da rainha Aghata Christie "O Assassinato de Roger Ackroyd", escrito há quase um século, mas que me surpreende a cada leitura.

O jato levanta voo e a tripulação conversa entre si, todos entretidos sem me dar um segundo olhar e estou mais que grata por isso. São menos do que eu imaginava e até agora não trocaram uma palavra comigo. Ótimo. O que eu quero mesmo é ficar em meu mundo particular.

Estamos sobrevoando o Oceano Atlântico. É tudo nuvens mesclado ao tom do céu azulado. As horas voam enquanto estou envolvida na leitura. Minhas intenções se frustram quando, depois de um tempo, Apollo decide puxar assunto. A leitura vai ter que esperar.

– Está com fome, Kimberly? Temos um chef a bordo.

– Talvez mais tarde. Por enquanto, não.

– Certo. Me avise quando estiver. Eu estou sempre faminto... sempre.

Ah, não. Ele não vai começar com seus jogos agora, vai?

Finjo que estou concentrada no livro, mas na verdade todo o meu corpo acaba de acordar por perceber o peso do seu olhar. Olho em volta e concluo que todos estão dormindo. O silêncio impera no lugar.

– Kimberly, você não acha estranho seu noivo não ter ciúmes de uma mulher linda como você?

Rá! Até parece que vou ficar falando da minha relação com ele. O que é isso? Uma conversa de comadres?

– Ele conhece a mulher que tem e sabe que não há motivos para ciúmes. Eu nunca vou trair Rafael.

– Sei... eu poderia afirmar que você já traiu quando correspondeu ao meu beijo no vestiário e na boate, mas como falei antes, não estou para batalhas hoje.

– Cretino! Eu fui surpreendida, ok? Eu jamais faria de propósito.

– Nunca... jamais... você gosta de usar expressões decisivas. Dá para saber o que nos espera amanhã?

– Aonde você quer chegar, Apollo Assunção? Rafael não precisa de informações desnecessárias, uma vez que não vai voltar a acontecer.

– Se você diz... Eu preciso deixar claro que não concordo, mas vamos descobrir em breve.

Deus, ele está realmente determinado a tirar minha paz. Não faz questão de disfarçar e nem está para brincadeiras. Eu vou resistir, eu sei que posso. Esta intensa atração não será mais forte que minhas convicções.

************

Estamos no carro indo em direção ao hotel. Eu fiz uma reserva o mais longe possível do lugar onde ele vai ficar hospedado. Me certifiquei disso. Estava pronta para pegar um táxi quando ele disse que me levaria ao meu destino.

Por algum motivo, ele passa a impressão de que é responsável por mim enquanto eu estiver na cidade. Eu não me importo com seus cuidados. Quero apenas encontrar uma cama confortável e descansar.

Eu não olho para ele sequer um minuto. Embora eu sinta que seu olhar não me deixa. Admiro a beleza colonial das ruas de Madrid. Está aí um lugar que ainda não havia conhecido. Esta pode ser uma grande oportunidade.

– A vista é perfeita, não? Acredito que não terei dificuldades em me acostumar com este país, apesar da barreira da língua.

Agora ele tem minha atenção. Por que não pode ser sempre assim civilizado?

– Sim, é muito bonita. Parece ser uma cidade muito hospitaleira e apesar do clima mediterrâneo, há semelhanças com o Brasil. Eu também me acostumaria fácil, fácil.

– Fique à vontade para vir me visitar quando quiser.

Estava demorando...

Olho para ele e lhe dou um sorriso cínico, fazendo um gesto de quem está considerando o convite. Cansei. Se é para brincar, vamos lá, garoto!

– Convite tentador, Sr. Assunção, mas lamento ter que recusar.

– Sr. Assunção, hein? Porra, mulher, você acaba de me deixar duro apenas por me chamar de senhor. Eu tenho um fetiche por mulheres de personalidade forte se tornando submissas.

– Eu não tenho uma veia submissa, Sr. Assunção.

– Hum... mais uma coisa para nós descobrirmos.

Eu o fuzilo com o olhar e ele sorri, se divertindo. Eu não me considero uma pessoal mal-humorada, mas não posso dar mais ousadia a Apollo do que ele já acha que tem. Tenho que manter uma postura profissional.

– O hotel está longe? Não vejo a hora de tomar um banho e descansar.

Ele não tem tempo de responder. O carro para diante de uma espécie de mansão, onde um enorme jardim se estende diante dela. Observo que alguns jornalistas já se amontoam na frente da casa e ficam ouriçados quando percebem a nossa chegada.

Dois seguranças abrem os portões e o carro nos conduz para dentro da casa.

– Que lugar é este? Não parece com um hotel. Você pode pedir para que o motorista me leve até o hotel que reservei?

– Não há mais reserva, Kimberly. Eu cancelei. Esta mansão foi providenciada para mim e toda a equipe que vai trabalhar comigo por esses dias. Isto inclui você. Não se preocupe. Não ficaremos só nós dois aqui. Embora fosse tentador.

– Seu... seu... filho da puta. Você não tinha o direito de cancelar minha reserva. O contrato me dá a liberdade de me hospedar onde eu quiser.

– Verdade, mas não seria conveniente. Você não conhece a cidade direito, poderia pegar engarrafamento, se atrasar, e aqui fica próximo do Clube onde toda negociação vai acontecer.

– Não me importa os milhares de motivos que você dê para que eu aceite ficar aqui. Não vou ficar. Vou ligar agora mesmo para o hotel e fazer uma nova reserva. Quero distância de você, Apollo Assunção.

– Não há bons hotéis disponíveis. A recepcionista me questionou cem vezes se eu iria realmente cancelar a reserva, pois os hotéis são muito procurados nesta época. Você deveria me agradecer, pois não estaria segura com a imprensa mundial tentando chegar até a mim.

– Te agradecer... te agradecer. Eu juro que vou dar uma festa no dia que toda essa palhaçada terminar e eu não tiver que olhar mais em sua cara. Se não tem jeito, vou ficar só por esta noite. Estou muito cansada para procurar hotéis, mas amanhã eu vou encontrar um lugar bem distante de você para ficar.

– Adoro o seu bom senso. É isso aí. Amanhã é outro dia.

Saio do carro batendo os pés e sequer me dou o trabalho de pegar minhas malas. Eu não posso acreditar que caí mais uma vez em um jogo sujo dele. Se eu Já tinha a convicção de que jogadores de futebol não prestam, Apollo acabou de alimentá-la ainda mais.

É inevitável olhar à minha volta ainda que eu esteja completamente irritada. O lugar é lindo. Flores vermelhas e amarelas fazem um pequeno muro até chegar à enorme porta de entrada em estilo palaciano. Por fora, a casa não parece ser antiga. Deve ter sido construída há pouco tempo, pois ela exala modernidade.

Há um tipo de lago de frente à entrada, onde patos e cisnes nadam livremente rodeados por uma grama tão verde que chega a parecer artificial. Ando por um grande espaço até alcançar a porta. Estou quase lá, quando o carro para diante de mim e o meu algoz sai dele.

– Venha, não conhece a casa e ela é grande o suficiente para que você se perca. Deixe-me fazer as honras de bom anfitrião.

– Eu não sou sua convidada. Preciso apenas que me mostre em que quarto posso passar a noite e isto é o suficiente.

– Como você quiser.

Ele aperta um controle remoto, a porta destrava e abre automaticamente. Adentramos o lugar e somos recepcionados por uma enorme sala onde tudo é exagerado. O sofá branco de couro cabe um batalhão e o que falar da mesa de jantar? Pode-se dizer que é uma mesa de reunião pela quantidade de cadeiras disponíveis.

Tudo é perfeitamente decorado em tons amadeirados e brancos, com alguns objetos amarelos e azuis turquesa quebrando a neutralidade do ambiente. Com certeza foi necessária uma equipe para decorar este lugar.

– O clube alugou esta casa para você? – A pergunta saiu da minha boca antes mesmo que eu me dê conta.

– Sim, mas ela estará no meu contrato caso cheguemos a um acordo. Uma das coisas que eu não abri mão foi de ter o meu próprio lugar aqui e dentre as casas que me ofereceram, esta foi a que eu mais me interessei.

Uh! É claro que eu já vi casas desse tipo e morei inclusive minha vida toda em uma delas, mas saber que um lugar como este pode entrar em uma negociação de contrato de trabalho mostra o quanto Apollo está sendo tratado a peso de ouro por aqui.

– Parabéns. Será uma grande aquisição. Ela é muito bonita.

Ele para e me olha. Sua cabeça está de lado e aquele sorriso que me tira do chão está lá estampado em seu rosto. Eu vou resistir... eu vou resistir....

– Eu acho você linda de qualquer jeito, Kimberly, contudo adoro quando está descontraída. Você fica de tirar o fôlego, garota.

Eu poderia dizer o mesmo dele, mas eu nunca falaria em voz alta. Nunca.

– Obrigada. Pode me mostrar o quarto agora?

Ele segura a minha mão e me conduz por uma escada. Um simples toque seu me faz sentir coisas. É incrível como meu corpo responde imediatamente.

Passamos por um corredor onde há inúmeras portas. Quantos quartos esta casa deve ter? Ele me leva até o final e para diante do último quarto.

– Ah, então é neste que vou ficar? Ótimo. Nos veremos no jantar.

Ele passa por mim e faz menção de que vai abrir a porta. Quando me aproximo, Apollo me segura com força e, intempestivamente, me empurra contra a parede. Tento arrancar sua mão de cima de mim, mas não tenho sucesso.

Respiro com dificuldades. Seus olhos cristalinos estão sobre mim e consigo ver neles uma força selvagem e malditamente determinada. Seguro o seu peito e tento empurrá-lo, mas ele é muito forte e sequer se move do lugar.

Estou aprisionada. Não há nada que eu possa fazer neste momento. Sinto sua respiração pesada cada vez mais próxima do meu rosto. Minha boca está seca, então umedeço meus lábios com a língua. Ele aproveita e se aproxima mais. Fecho os olhos.

Estou aguardando ser beijada, ser tomada com ferocidade por este homem obstinado. A ponta de seu nariz corre sobre o meu pescoço até alcançar a minha orelha. Ele morde ali. Eu me derreto. Sinto o calor dos seus lábios se aproximando dos meus. Abro a boca e me preparo para sentir o seu gosto.

Mas algo acontece.

Abandonada.

É como se sinto quando seu corpo sai de cima do meu depois de me deixar sedenta e me negar a única água que poderia matar a minha sede. Abro os olhos. Apollo está encostado na outra parede diante de mim, com as mãos no bolso e um sorriso irônico estampado nos lábios.

– Está vendo, Kimberly, como você é uma mentirosa? Você mente para mim, mente para si mesma, porém mal consegue esconder o fato de que me deseja, de que seu corpo me quer ardentemente. A porta está aberta. Eu te disse que poderia provar o meu ponto e provei. Aproveite a estadia.

Ele dá as costas, caminhando a passos largos e me deixa sem palavras, buscando um fio de respiração e minha consciência de volta. Estou surpresa, assustada e confusa. Eu não posso admitir que ele tem razão. Eu simplesmente não posso.


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