Boa noite!
Demorei, mas cheguei, aqui está o tão aguardado extra do Daeron e Joffrey!
Espero até gostem, ele terá no máximo cinco partes e logo teremos os extras das crianças, então apreciem isso.
E outra, o nosso Joffrey agora é um adulto e algumas atitudes dele mudaram, ele pode ser um pouco rude e duro, mas isso fez parte do processo de amadurecimento que ele enfrentou sem a familia, mas no fundo ainda há o nosso amado Joffrey, o bebezinho da Rhaenyra.
Bem, uma ótima leitura e até a próxima parte.
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Quando pegou para si a responsabilidade de cuidar de Essos, Joffrey só pensava em uma coisa, que enfim teria liberdade assim como seus irmãos tiverem, porém ele esqueceu do fato de que a "liberdade" de Lucerys foi guerrear em Essos, enquanto a de Jacaerys foi passar anos estudando com seus avôs, quase não descansando, apenas para se tornar um rei perfeito e ideal, ele esqueceu que toda liberdade tem seu preço, infelizmente a dele tinha um preço um tanto alto, que ele só se deu conta quando já estava em seu novo lar.
Seus primeiros dias sozinho em Essos foram torturantes, ele não admitia aquilo em voz alta, mas Joffrey sempre foi um grande bebe da mãe, ou melhor, dos pais, ele só conseguia dormir bem quando tinha um dos dois por perto, então está em Essos foi assustador, tudo piorou com os incontáveis pesadelos que ele tinha em relação a morte do pai, Joffrey se arrependia tanto de nao esta com o mais velho, de nem ao menos ter visto o corpo dele, aquela era uma dor e um trauma que ele carregaria consigo para sempre. Suas primeiras noites foram acompanhadas de pesadelos, assim como uma angústia avassaladora, ele não entendia muito bem aquilo e estava com medo de acabar adoecendo, então recorreu rapidamente ao miestre, que explicou ser seu omega sentindo falta de seu alfa, também disse que o ômega reclamaria por dias, mas que logo se acalmaria, o que Joffrey agradeceu, já que ele não tinha planos de voltar para Porto Real, não tão cedo.
Mas apesar daquilo, daqueles dias difíceis, Joffrey logo começou a se acostumar com o lugar, mesmo sendo recebido com receio e desconfiança, o garoto conseguiu se aproximar do povo e dos soldados, o que tornou a estadia dele ali agradável. Alguns dias depois da sua chegada, mais precisamente duas semanas, Joffrey teve uma surpresa e tanto, enquanto passeava com Tyraxes, um passeio terrestre, Joffrey foi levado pelo dragão até uma clareira e para sua completa surpresa, Tessarion estava ali, a linda dragão azul estava atenta a tudo ao seu redor, em primeiro momento ela entrou em alerta ao vê-los, mas logo se acalmou ao sentir o cheiro de Joffrey, o que assustou o ômega, mas ele agradeceu por não ser atacado pela enorme fera.
— Ei garota — Joffrey sorriu se aproximando, ele iria aproveitar a calmaria dela, o ômega sempre teve uma fascinação pelas escamas azuis do dragão e poder tocá-las o encheu de prazer. — Onde está o seu bichinho de estimação? — sussurra fazendo carinho no focinho dela, aquilo pareceu agradar Tessarion, tanto que ela fechou os olhos aproveitando o toque, mas a cauda dela apontou em direção a cidade. — Hmm... então ele está aqui — Joffrey suspirou baixinho e olhou para Tyraxes. — Pode ficar aqui com ela — sorri se afastando. — Mas volte para o jantar.
Durante seu caminho de volta para o palácio, Joffrey se perguntou o que Daeron estava fazendo ali, se ele foi mandado por seus irmãos para vigia-lo ou se estava lá por vontade própria, mas o Strong sabia que era quase improvável ser a segunda, ele só esperava não se incomodado pelo alfa, não quando seus pensamentos e sentimentos estavam sendo organizados. As semanas seguintes se passaram com Joffrey em alerta, ele sempre esperava uma visita de Daeron, mas o alfa nunca o procurou, a única confirmação de que ele continuava ali, era que Tyraxes sempre ia até onde encontraram Tessarion, aquilo aliviou o Strong, que decidiu se focar completamente em seu treinamento, o que fez com que ele criasse amizade com os guardas do palácio.
Os meses passaram rapidamente e logo se completou um ano que Joffrey estava morando ali, um ano que ele aprendeu a se virar sozinho e começou a entender como era uma vida adulta, ele ficou triste por completar dezessete anos e nao ter a família presente, mesmo que todos tenham mandado cartas e presentes, mas ele ficou feliz quando as servas e os guardas fizeram uma festa surpresa para si, aquilo amenizou um pouco a dor que ele sentia de casa. Porém, com o passar dos dias e das semanas, Joffrey percebeu que seu omega voltou a incomodá-lo, tão logo ele entendeu que Daeron havia ido embora de Essos, o alfa passou meses ali e nunca o procurou, aquilo machucou Joffrey e ele tomou como uma forma que o alfa achou para acalmar seu próprio alfa, levando em conta que até mesmo seu omega estava calmo com a aproximação , apesar daquilo seu omega se calou semanas depois e ele foi até a clareira para ver se Daeron havia voltado, mas infelizmente o lugar estava vazio, o que queria dizer que o omega só se calou por cansaço.
Conforme o tempo ia passando, Joffrey ia progredindo, ele não era mais aquele garotinho baixinho e com gordurinhas infantis, agora ele era um homem, estava da alta de seu irmão Jacaerys, seus cachos estavam na altura dos ombros, seu físico também havia mudado, os treinamentos lhe deram músculos, assim como sua voz mudou completamente, não era algo aveludado e muito menos grossa, era baixa e rouca, o que deixava o garoto completamente atraente para todos os alfas e betas daquele lugar, não havia ninguém em Essos que não tivesse o desejo de levar o príncipe Joffrey para a cama, mas o omega se mantinha fiel ao noivo, porém, aquilo não evitava dele flertar com os alfas e betas, deixando todos em completa loucura, o que poderia ser perigoso, mas ninguém ali era louco de enfrentar o garoto, não quando ele sabia muito bem manusear duas espadas, todos ali tinha consciência de que criaram um monstro, mas estavam felizes por esse monstro ser o novo lorde de Essos.
Então o dia de Joffrey completar dezoito anos chegou, de início ele ficou feliz com aquilo, apesar de não ter a família por perto, mas pelo menos teve uma festa organizada pelos amigos que fez em Essos, o Strong aproveitou bem a comemoração, mas no final da noite, quando se isolou dos amigos, foi que toda a angústia e saudade de casa caiu sobre os ombros do garoto, era maravilhoso ter uma vida livre, poder fazer e viver como quisesse era maravilhoso, mas também era angustiante e doloroso, ainda mais no final do dia quando ele ansiava pelo colo da mãe, mas não a tinha por perto. Na madrugada, após seu aniversário, Joffrey foi com Tyraxes até a clareira onde encontrou Tessarion, ele estaria mentindo se dissesse que foi até ali apenas para respirar um pouco, secretamente ele estava desejando que Daeron estivesse naquele lugar, pelo menos um pedacinho de casa, mas o que ele encontrou foi o lugar completamente vazio como nos dias anteriores, Daeron nao havia mais voltado.
Dois anos, esse era todo o tempo que Joffrey já estava ali em Essos, já havia completado dezoito anos dias atras, então era certo que logo seria chamado de volta para Porto Real, ele só não esperava ser tão rápido como foi. Joffrey estava na sala de reuniões estudando os impostos de Essos, quando seu guarda entrou carregando um pergaminho, o beta não aparentava estava feliz e aquilo fez com que Joffrey entendesse que algo estava errado, quando abriu o pergaminho veio a confirmação, era uma carta de casa.
— Sor Barto — Joffrey suspirou voltando toda sua atenção para o beta. — Avise a todos que quero um reunião urgente — diz colocando o pergaminho sobre a mesa, enquanto leva a mão direita até os cachos e os bagunça.
— Posso perguntar o motivo, alteza? — o moreno perguntou vendo como o omega estava frustrado, ele sabia que Joffrey ficava daquela forma sempre que recebia uma carta de Porto Real.
— Tudo indica que logo serei um homem casado — sorri fraco. — Estarei esperando aqui.
— Certo — o beta assentiu saindo rapidamente da sala.
Joffrey apenas suspirou descansando sua cabeça na mesa, o ômega sabia que uma hora ou outra aquilo aconteceria, por anos ele se fantasiou casando com Daeron, mas agora, pensar no casamento era algo que não o alegrava, apenas lhe trazia um sentimento sufocante e o enchia de ansiedade. No decorrer da reunião Joffrey explicou a todos o que estava acontecendo e o que iria acontecer, todos os presentes na reunião ficaram inconformados, alguns desgostoso com a decisão do rei de tirar Joffrey deles e outros apenas com inveja de quem fosse casar com o omega, mas todos prometeram que tomariam conta do lugar por ele, Joffrey ficou agradecido e aliviado para partir para Porto Real no dia seguinte.
— Estarei de volta em breve — Joffrey disse assim que se acomodou em Tyraxes com Barto, o omega não deixaria seu guarda para trás. — Tomem conta de tudo — sorri acenando para os mais velhos assim que Tyraxes levanta voo.
A viagem demorou quase três dias, pararam apenas algumas vezes para dormirem em um ilha e nos primeiros raios de sol estavam voando novamente, isso até chegarem em Porto Real, alguns dos cuidadores se assustaram quando viram o tamanho que Tyraxes estava, mas a surpresa maior foi quando viram Joffrey, todos começaram a murmurar o quanto o caçula de Rhaenyra estava diferente.
— Senhor — Joffrey chamou a atenção do cuidador que sempre o ajudou com Tyraxes, ele sorriu assim que o mais velho o olhou. — Poderia colocar Tyraxes próximo a Tessarion? — pergunta vendo a dragão azul na pequena colina.
— Claro alteza — sorri se curvando. — É um prazer tê-lo de volta.
— Obrigado — diz retribuindo o sorriso e então acena para Barto o seguir.
O caminho até o castelo foi cheio de olhares, Joffrey estaria mentindo se falasse que não estava incomodado com aquilo, mas o omega manteve a cabeça erguida e seguiu todo o caminho com Barto logo atrás de si, ele nao precisava tanto da proteção do beta, mas gostava de o manter por perto, mesmo sabendo que ninguém era louco de se aproximar ao verem as espadas presas nas costas do omega.
— Pode ir descansar — Joffrey disse a Barto assim que pararam em frente às portas da sala de reuniões, ele sabia que toda a família estaria ali.
— Tem certeza, alteza?
— Sim, qualquer coisa mando te chamar — sorri para o mais velho que assentiu e seguiu pelo corredor que levava até os quartos dos guardas.
Joffrey suspirou baixinho encarando as portas, fazia dois anos que ele não via nenhuma das pessoas que estava dentro daquela sala, então era compreensível todo o nervosismo que tomou conta do omega, mas o mesmo apertou as mãos, ergueu a cabeça e então empurrou a porta, vendo todos reunidos ali, a vontade de chorar tomou conta do ômega assim que ele viu Rhaenyra sentada ao lado de Aemond.
— Mamãe — o ômega murmurou tendo toda sua atenção na mais velha.
— Joffrey! — Rhaenyra jogou todo seu controle fora assim que viu o filho, a saudade falou mais alto e a alfa correu até o garoto o apertando em um forte abraço, mas não foi apenas a saudade que fez com que a mais velha chorasse no ombro do caçula, vê o quanto Joffrey estava parecido com Harwin a acertou em cheio. — Meu bebe está enorme!
— Mãe! — ri baixinho sentindo suas bochechas queimarem de vergonha, mas mesmo assim continuou abraçado a mais velha.
Lucerys e Jacaerys também se aproximaram dos dois e assim que Rhaenyra se afastou, puxaram Joffrey para um abraço triplo, o ômega riu ao se sentir quase esmagado pelos mais velhos, mas não reclamou, ele estava com saudades do calor e do cheiro deles, logo em seguida foi a vez dos cunhados, ele recebeu abraços de todos ali, mas ficou confuso ao sentir a ausência de Daeron, até teve vontade de perguntar pelo alfa, mas se manteve quieto e sentou ao lado de Daemon, toda a família Targaryen e Velaryon estava em Porto Real.
— Então — Joffrey começou chamando a atenção de todos para si. — Fui convocado por causa do casamento? — pergunta apoiando as mãos entrelaçadas sobre a mesa.
— Não — Jacaerys respondeu olhando para o irmão e em seguida para o marido e para os tios. — Foi convocado por causa de Daeron.
Aquilo fez com que o ômega soltasse uma risadinha seca, não era por causa do casamento, mas era por causa de Daeron, não havia diferença alguma naquilo. — O que ele fez?
— Se manteve longe de você — Rhaenyra disse repreendendo a forma que o filho mais novo riu.
— Como ele fez nos últimos anos? Isso não é algo novo, mãe — murmura. — O motivo tem que ser bastante válido, deixei Essos de pernas pro ar, então se o assunto não é o casamento, vamos terminar logo para que eu volte para casa.
— Sua casa é aqui — Lucerys murmurou o olhando indignado.
— Minha casa é em Essos — diz olhando para Lucerys. — Então, o que e?
— Daeron está morrendo — Aemond murmurou olhando para o cunhado, ele entendia toda a indignação do mais novo e não o culpava. — A distância entre vocês está matando o alfa dele.
Aquilo pegou Joffrey de surpresa, não só ele, ao escutar sobre a morte do alfa, o ômega acabou se descontrolando, tanto que foi visível para todos na sala, Joffrey fechou os olhos com força e levou a mão ao peito ao sentir uma dor insuportável.
— Tudo bem? — Aegon perguntou preocupado e fez menção de se aproximar, mas o mais novo o parou ao erguer sua mão direita.
— O-o que aconteceu com ele? — pergunta ainda de olhos fechados tentando se controlar.
Rhaenyra tomou a frente e começou a explicar tudo, Joffrey só escutou calado, ele estranhou o fato de apenas o alfa passar por aquilo, enquanto ele estava muito bem nos últimos dias, mas nao falou nada, apenas deixou a mãe explicando tudo e quando ela terminou dizendo que a presença dele ali iria ajudar, o ômega conseguiu se acalmar por completo.
— Onde ele está? — pergunta olhando para a mãe.
— No quarto dele.
— Certo — suspira baixinho e então levanta, mas antes de fazer qualquer movimento olha para Jacaerys. — Só saiba que ficarei aqui até Daeron acordar e até o dia do casamento, depois disso voltarei para Essos
— Filho... — Rhaenyra murmurou baixinho vendo a forma como o garoto estava sem vontade de ficar ali em Porto Real.
— Já está decidido, se Daeron não gostar ele pode ficar aqui e se sujeitar a morte — diz caminhando em direção a porta, fazendo com que todos o olhem surpresos com a frieza do omega.
Joffrey manteve a cabeça erguida assim que saiu da sala e seguiu pelo corredor que levava aos quartos, ele queria tanto conhecer os gêmeos e vê os sobrinhos mais velhos, mas infelizmente estava sendo guiado por seu omega até Daeron, ele não teve escolha a não ser entrar no quarto do mais velho, o mesmo estava na companhia de uma criada, a garota parecia estar limpando o rosto do platinado, a proximidade incomodou tanto Joffrey, mas ele se controlou para não rosnar.
— Saia — ordena assim que para próximo a porta, a criada até pensou em negar, mas mudou de ideia quando sentiu os feromônios do omega.
O ômega analisou bem o quarto e se perguntou se em algum momento esteve naquele cômodo, mas nada lhe vinha à mente, aquilo fez com que ele visse o quanto ele e Daeron eram distantes, ele não sabia nada sobre o mais velho, aquilo fez com que o moreno se perguntasse várias vezes como acabou se apaixonando pelo platinado. Joffrey voltou sua atenção para o mais velho que estava dormindo e então se aproximou, tocando com cuidado na testa dele, a temperatura do platinado estava alta, o que explicava os gemidos baixinho que ele soltava, o Strong suspirou baixinho, sua mãe havia falado que apenas a aproximação, o cheiro e o contato deles dois ajudaria Daeron.
— Engraçado — Joffrey comentou olhando para o rosto do mais velho, ele parecia esta preso em um sono perturbador. — Você me desprezou tanto, mas agora está precisando de mim para não morrer, isso é frustrante — diz baixinho. — Mas acho que cada um tem sua penitência e essa é a sua, Daeron — suspira se afastando sua mão do mais velho e se inclina um pouco aproximando seus rostos. — Acorde logo, nao tenho todo o tempo do mundo para desperdiçar com você — sussurrou colando seus lábios no do maior, em um leve selinho e logo se afasta.
Joffrey olhou uma última vez para o alfa e então saiu do quarto, a raiva que ele sentia por Daeron já havia desaparecido a tempos, mas o mesmo não daria o braço a torcer tão fácil, infernizaria o alfa por um tempo e se o mesmo aguentasse aquilo, aí sim eles teriam uma vida tranquila e saudável como casados, mas até lá, Joffrey o teria na palma da mão.
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Em seus vinte anos de vida, Daeron chegou a cometer erros irreversíveis, ele tinha consciência disso, sabia que não tinha como revertê-los, mas isso nunca o impediu de seguir com a própria vida, ele se arrependia do que fez de errado, mas nunca foi afetado tão gravemente, bem, isso antes dele errar com Joffrey, aquilo pesava como o maior erro de sua vida, tanto que o arrependimento o consumia todos os dias, sendo pior durante a noite.
Quando Joffrey anunciou que iria para Essos, Daeron só teve vontade de sequestrar o garoto e sumir com ele, a guerra havia passado, seus inimigos estavam mortos, então o caminho estava livre para ele se resolver com Joffrey, mas aparentemente o garoto já havia tomado uma decisão, o deixando de mãos atadas, o Targaryen só pode aceitar aquilo em silêncio, a única preocupação era como o mais novo se viraria em um lugar estranho.
Nos primeiro dias da partida de Joffrey, Daeron até tentou agir normal, sempre respondendo a todos que estava bem, sem contar que tentava ao máximo não pensar no omega, assim era mais suportável, mesmo ele sentindo falta de sentir o aroma do garoto e de vê apenas ele andando pelo palácio, era incrível como aqueles pequenos detalhes só eram visíveis quando a saudade estava batendo na porta. Daeron só conseguiu suportar aquela situação pelas duas semanas seguintes, quando ficou difícil, ele informou a Jacaerys que precisava sair de Porto Real por um tempo, mas que com certeza voltaria antes do casamento, sendo aconselhado pelo marido, Jacaerys permitiu com que o cunhado saísse, eles só não sabiam que o destino do alfa mais novo era Essos.
A estadia em Essos foi um pouco difícil, isso porque era quase impossível passar despercebido naquele lugar, um Targaryen sempre seria reconhecido, sem contar que ele estava com Tessarion a tiracolo, o que complicou mais ainda, mas ele conseguiu escondê-la na floresta, isso nas primeiras semanas, logo Tyraxes os encontrou, desde de então o jovem dragão vinha todas as tardes até Tessarion, o que Daeron agradecia, já que a dragão azul era um tanto temperamental quando entediada. Nisso, Daeron passou um ano inteiro observando Joffrey de longe, aquilo o acalmou, seu alfa não vivia mais em uma guerra acirrada consigo, porém, quando já estava acomodado em Essos e pronto para passar mais um tempo ali, o alfa foi encontrado pelos corvos do rei, era uma solicitação importante, Jacaerys precisava dele em Winterfell, Daeron teve que levantar voo o mais rápido possível e ir ao socorro da casa Stark.
Quando ficou sabendo do que se tratava a situação, Daeron julgou que seria algo rápido que logo voltaria para Essos, mas infelizmente não foi bem aquilo, Winterfell estava passando por um momento muito difícil, sem contar a ameaça que o herdeiro de Cregan estava sofrendo, aquilo fez a estadia do príncipe ser prolongada. Durante os dias que ficava ali, Daeron acabou percebendo a forma com que estava adoecendo, ele não conseguia manter nada no estômago, sem contar a falta de sono que o cercava, ele manteve tudo aquilo em segredo, sabia que os amigos ficariam preocupados com o estado, por isso manteve segredo.
Segredo que só durou até o último dia dele em Winterfell, durante o banquete de despedidas e agradecimentos, Daeron acabou desmaiando em meio ao salão, o que causou desespero a Cregan ainda mais ao constatar o quanto o alfa estava frio e magro, aquilo causou toda uma comoção, o que resultou nos irmãos Targaryens voando até Winterfell em completo desespero. Daeron só acordou dias depois, ele ficou em alerta quando viu que estava em seu quarto em Porto Real, não era para aquilo acontecer, ele iria para Essos assim que terminasse sua missão em Winterfell, mas aparentemente seu plano foi completamente arruinado.
— Enfim acordou — foi a primeira coisa que Aemond disse quando o mais novo abriu os olhos, Daeron tinha esquecido que o irmão ainda estava em Porto Real.
— O que aconteceu?— o alfa perguntou sentando com certa dificuldade e teve a ajuda de Aemond para apoiar as costas na cabeceira da cama.
— Nos perguntamos o mesmo, o que aconteceu com você? — Helaena murmurou o olhando atentamente e com um aperto no peito ao vê o quanto o irmão parecia doente. — Cregan nos contou sobre seu estado, que história é essa de vomitar tudo que come?
O alfa suspirou olhando para os ômegas, ele engoliu em seco assim que viu Rhaenyra parada em frente a janela, Daeron sempre teve medo da irmã,, mas agora seu medo havia triplicado, não por causa da cicatriz, mas pelo fato de que aquela mascara lhe dava um ar mais amedrontador.
— É por causa do Joffrey? — Rhaenyra perguntou ganhando toda a atenção dos irmãos omegas.
Daeron desviou sua atenção para as mãos que estavam unidas em seu colo, era vergonhoso falar que quase morreu por causa de um omega que ele mesmo desprezou, admitir sua derrota naquele momento era tão desagradavel.
— Vocês são destinados, estarem separados não é saudável — Rhaenyra disse se aproximando da cama com os braços cruzados em frente a saia do vestido.
— Quer dizer que o Joffrey também está doente? — Daeron perguntou entrando em desespero.
— Não, nada aconteceu com ele — sorri fraco. — Nesse caso, toda a dor e angústia vão para o alfa, só vai passar quando estiverem juntos novamente.
— Então precisamos trazer Joffrey de volta — Aegon disse olhando para o irmão e a irmã.
— Não — Daeron negou rapidamente. — Não quero que tragam o Joffrey.
— Daeron — Aemond murmurou olhando para o caçula.
— É uma escolha minha — o alfa suspirou. — Ainda faltam alguns meses para o casamento, irei aguentar até a volta dele, não vamos prendê-lo antes da hora, não quero que ele me odeie mais ainda.
—Você vai ficar bem? — Helaena sussurrou baixinho e preocupada com o irmão.
— Vou sim — sorri fraco para os quatro.
Os primeiros meses depois de descobrirem sobre o estado do príncipe, Daeron tentou não demonstrar que estava piorando, ele andava pelo castelo, às vezes voava com Tessarion, mas a maioria das vezes estava com os sobrinhos, aquilo o acalmava um pouco, mas não diminuía a dor e a angústia que ele sentia. Porém, naquelas últimas semanas, Daeron piorou, sua temperatura corporal cai drasticamente, o que resultou em ele ficar de cama sentindo dores e tendo alucinações, tudo aquilo preocupou a família real, tanto que Aegon quase implorou para o marido adiantar a volta de Joffrey, ele não queria que nada de ruim acontecesse com seu irmão caçula. Daeron demorou dias para acordar novamente, mas quando acordou, ele sentiu sua energia renovada e estava sem febre, o alfa olhou confuso para Aemond a procura de uma explicação, mas o mais velho apenas sorriu, enquanto ninava o pequeno Aerys.
— O que aconteceu? — Daeron perguntou baixinho, ele conseguia sentir o suor impregnado em sua pele.
—Você desmaiou novamente, só que dessa vez foi pior —Aemond sussurrou beijando a testa do filho que caiu no sono.
— Desculpa por assustá-los — Daeron suspirou. —Encontraram algum remédio? Me sinto bem.
— Bem... — o mais velho sorriu fraco. — Joffrey está em Porto Real... ele estava aqui no quarto nos últimos dias.
— Aqui? — indaga levantando rapidamente da cama.
— Daeron! — nem mesmo os chamados do omega o pararam.
Quando escutou que Joffrey estava ali, algo gritou dentro de Daeron, um instinto tomou conta dele, seu alfa precisava urgentemente encontrar seu ômega. Daeron seguiu rapidamente pelos corredores, os guardas acharam aquilo estranho e fizeram menção de pará-lo, mas foram alertados por Aemond a não se aproximarem. Quando entrou no corredor que levava ao berçário, Daeron parou olhando para a pessoa parada ali, ele farejou o ar e rapidamente um sorriso apareceu em seus lábios.
— Meu Joffrey...