Larissa
Sabe quanto tu se sente uma merda impotente? Que tu não serve pra nada?
É assim que estou me sentindo aqui e agora nessa sala de espera do hospital.
Eu e Matheus estávamos indo pra casa depois de mais um dia de corre na loja na Manu quando um vapor ligou pro MT falando do que tinha acontecido com o Grego e a Manu.
Me desesperei na hora e o Matheus também ficou doido.
Viemos correndo até aqui.
Já faz quase uma hora que estamos aqui sem saber absolutamente nada sobre o estado da Manu e do Léo.
TH chegou primeiro que a gente não sei como e está desesperado por notícias assim como todos nós.
Chamaram até os seguranças porque ele estava ameaçando todo mundo aqui pra saber sobre a Manu e o bebê.
Tz e C3 também estão aqui, peguei o Tz chorando no corredor sozinho, ele tentou disfarçar mas ficou nítido que ele tá se sentindo como eu.
Todo mundo aqui ama a Manuela e o Leonardo pra caralho.
Tz: Eu tinha que cuidar dela, era minha obrigação.
Ele diz em um sussurro mas eu escuto.
Faço carinho em seu ombro como forma de consolo.
Lari: Ninguém aqui tem culpa disso Tz, isso poderia acontecer com vocês perto ou não.
Tz: Como assim ninguém tem culpa? É claro que tem Larissa. Era meu dever cuidar deles dois eu tinha que ter feito isso.
MT: Larissa tá certa Tz tu não tem culpa. A única pessoa culpada por isso é o Cobra ninguém mais. Ele foi o culpado por isso.
C3: Tu tem razão o único culpado é o maldito do Cobra.
TH senta no chão e põe as mãos no rosto.
Mais uma hora de espera e finalmente um médico vem conversar com a gente.
Nos levantamos em um pulo quando vemos o doutor se aproximar.
TH: Como eles estão?
Já fala antes do médico chegar perto.
X: O paciente Yago Medeiros está estável, por sorte as duas balas que atingiram o braço dele não ficaram alojadas, o ferimento tem buraco de entrada e saída. Já a bala da perna foi mais complicada mas conseguimos removê-la também. Tivemos que seda-lo devido a grande agitação que ele se encontrava mas já está estável. Ele vai ficar bem.
TH: E a Manuela e o Leonardo?
Lari: Isso e a Manuela e o bebê?
X: O caso da jovem Manuela Alencar é um pouco mais delicado, as três balas estão alojadas perto de órgãos vitais, uma está perto do rim direito e as outras duas atravessaram o fígado. Estamos fazendo o possível pra que ela não tenha mais nenhuma hemorragia, estamos operando ela. O bebê não foi atingido mas devido as lesões no fígado e rim teremos que fazer uma cesária de emergência agora. Só preciso da assinatura de algum familiar.
MT: Espera o bebê vai nascer agora? Mas é muito cedo pra isso.
X: Muitas crianças nascem prematuramente e são saudáveis. O bebê vai ficar bem, só precisará ficar alguns dias na UTI neonatal.
Lari: Eu assino, sou irmã da Manuela, faz o que tem que fazer doutor mas salva ela e o meu sobrinho.
Acompanho o médico até a recepção e assino os papéis que precisam.
Quando vou voltar para junto dos meninos sinto uma tontura e uma enfermeira me segura.
MT: O que tá acontecendo?
Escuto a voz do Matheus longe mas não consigo deixar meus olhos abertos por muito tempo.
🍃
Cobra/TH
Manuela está muito mal devido as lesões no rim e no fígado.
Eu sinto que isso tudo é culpa minha, eu arrastei a garota pra tudo isso.
Se eu tivesse ficado longe dela nada disso estaria acontecendo.
Agora a Larissa desmaiou e precisou ir para a emergência.
O médico voltou depois de duas horas e disse que o Leonardo já está entre nós.
MT está com a Larissa e como sou namorado da Manuela pedi pra que eu ficasse com o bebê.
Nesse exato momento uma enfermeira me acompanha até uma sala pra que eu possa vestir uma roupa esterilizada esterilizada.
Antes de entrar na UTI neonatal me preparo mentalmente para ver o Leonardo.
Vou até a incubadora e então o vejo ali. Tão pequeno e indefeso, sem noção de todo o mal que tem nesse mundo.
TH: E aí carinha. Sua mãe e seu pai vão ficar morrendo de inveja de mim por ter sido eu o primeiro a te ver.
Coloco minha mão pelo buraco da incubadora e toco com cuidado o rostinho da criança que acabou de chegar.
Sinto meus olhos marejados e não contenho a emoção pela culpa dele estar aqui dessa forma ser minha.
TH: Me perdoa Leonardo, eu juro que não queria que nada de ruim acontecesse contigo e nem com sua mãe. Não era pra isso ter acontecido.
Leonardo então abre os olhinhos e me encara. Como se entendesse tudo o que eu estou falando.
Então ali na frente dele eu me permito chorar, e choro como uma criança que se perdeu da mãe.
Ele é tão parecido com a Manuela, tirando o nariz empinado do Grego, mas o resto é a cópia da mãe.
Fico ali mais uns 10 minutos admirando a criança.
Logo o tempo de eu poder ficar aqui com ele acaba e eu tenho que me retirar.
Volto para a sala de espera e mostro as fotos que tirei do Léo para o pessoal que está aqui esperando por notícias da Manuela.
Tz: Pô pelo menos ele puxou a mãe, ninguém merece ter uma versão 2.0 do Grego no mundo não.
C3: Ele é o bebê mais lindo que eu já vi na moral.
Tz: E quantos bebês tu já viu?
C3: Ele é o primeiro que parece não ter cara de joelho pra mim então vou começar a contar a partir de agora em diante.
Nos levantamos quando o médico se aproxima com informações sobre a Manuela.
X: A cirurgia correu bem, Manuela está fora de perigo, conseguimos conter a hemorragia do fígado e retiramos todas as balas. Ela ainda está desacordada mas esperamos que ela fique bem logo.
Me sento na cadeira e finalmente respiro aliviado.