04/05/2024
Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Sábado
10:23 AM
Ao acordar, senti um peso em cima do meu braço, percebendo que Jennie estava deitada nele, dormindo calmamente enquanto tinha a minha companhia ao seu lado.
Quando voltamos para casa dela ontem, encontrei um conjunto de moletom meu que estava procurando há anos. Eu pensava que o Taehyung tinha vendido para comprar um videogame, mas na verdade, foi a Jennie quem o tinha roubado. Ela adorava roubar minhas roupas.
Encarei seu rosto, admirando a mulher que tinha ao meu lado. Com delicadeza e cuidado, puxei-a mais para perto, prendendo-a entre meus braços longos. Senti sua mão pousar em meu peitoral e sua perna ficar por cima da minha, deixando-nos numa posição mais confortável, e liberei espaço para que ela colocasse a cabeça em meu peito.
Enquanto a abraçava carinhosamente, sentindo sua respiração na minha pele, já que eu estava sem camisa, comecei a afagar suas costas com a minha mão, passando-a por dentro do seu pijama e sentindo sua pele levemente quente, numa temperatura agradável.
A sensação de ter a pessoa que tanto amei de volta em minha vida é incrível. É inacreditável que tenha conseguido reatar com a Jennie, mesmo depois de três anos. No começo, pensei que ela havia me esquecido, mas com o tempo, percebi que ela ainda me amava, assim como eu a amo, e a cada ano que passa, esse amor fica mais intenso.
Jinwoo agora não terá pais separados, e farei de tudo para que o garoto sinta a felicidade de ter um pai saudável e decente. Desde que soube que tenho um filho, desejo profundamente fazer parte dos pequenos momentos felizes da vida dele, como andar de bicicleta pela primeira vez, fazer um bolo, ir à praia, viajar, brincar de pega-pega, esconde-esconde, comprar presentes para o Natal e até mesmo irritar sua mãe. Quero fazê-lo sentir tudo o que um dia desejei sentir com o meu pai.
Relembrar tudo o que sofri no passado é doloroso: os tapas, ameaças de morte, tentativas de homicídio e suicídio, a transfobia, palavras ofensivas... É ainda mais doloroso saber que tudo isso aconteceu dentro da casa onde eu morava. Fico imaginando como seria se eu realmente tivesse conseguido me matar, se Jennie não estivesse lá na hora certa, se o Taehyung não tivesse me ligado perguntando se eu paguei a Internet.
Acabei esquecendo todos os meus pensamentos ruins quando senti Jennie ronronar com um gatinho quando se sente confortável em seu colo. Esqueci de todos os meus problemas ao sentir seu indicador começar a se mover lentamente pelo meu tórax, acariciando o local levemente.
— Bom dia, princesa! — desejei, com a voz meio grossa e baixa.
— Bom dia! — ela afinou a voz, levantando um pouco a cabeça para me olhar, e surpreendi-me quando ela passou seu polegar pela minha bochecha, limpando uma lágrima que estava ali. — Por que está chorando?
— Nada.
— Lohan, não começa com mentiras. Sabe que pode me contar tudo — ela se sentou, observando meu rosto. Uma luz invadia o quarto, pois a cortina estava meio aberta, então conseguíamos ver claramente um ao outro. — Você sabe que eu não gosto quando esconde as coisas de mim.
— Eu estava lembrando do meu passado, do que eu sofri nas mãos da minha família, a falta de afeto materno e paterno e... — sentei-me na cama, segurando o choro e encarando o teto, buscando palavras para dizer aquilo de forma leve.
— E?
— Sobre o que teria acontecido se você não tivesse me salvado naquele dia... — continuei olhando para cima.
— Lohan — ela me abraçou —, não pense nisso, o importante é que você está aqui comigo e com o seu filho. Eu sei que é difícil, mas tenta deixar o passado para trás.
— Por que você sempre me consola? Até quando estávamos brigados, você foi lá e me consolou — afastei-me da mulher.
— Porque eu te conheço e sei que quando isso acontece, quando você se lembra de algo do passado ou sofre transfobia, seus pensamentos intrusivos começam a invadir a sua mente, e mesmo estando brigada com você, nunca aguentaria lidar com a dor de te perder pra sempre.
— Obrigado... Obrigado por sempre me ajudar e por se preocupar realmente comigo. Prometo que tentarei ao máximo ser o melhor pai e namorado possível — senti suas mãos pousando em minhas bochechas, acariciando levemente o local.
Seu toque era tão macio, parecia que eu viajava entre as nuvens apenas ao sentir sua pele tocando a minha gentilmente. Sempre sinto vontade de fechar os olhos e deitar em seus braços, apenas para apreciar aquele carinho tão simples, mas muito significativo para mim.
— Você já é — ela sussurrou, sorrindo lindamente para mim.
***
Taehyung havia me mandado uma mensagem dizendo que levaria o Jinwoo ao shopping, o que significava que eu teria um pouco mais de tempo para aproveitar o carinho de Jennie.
— Na empresa é proibido ter relacionamentos, sabia? — ela perguntou, enquanto caminhava até o controle da televisão.
Eu estava deitado no sofá, apenas esperando Jennie se deitar junto a mim. Alguns minutos atrás, decidimos o que íamos assistir e acabamos escolhendo algum filme latino que estivesse no top 3 da Netflix.
— Ninguém precisa saber que temos um caso, Jennie. No sigilo é sempre melhor.
— Um caso? — ela virou-se para mim com as mãos na cintura, absurdamente sexy com aquele pijama tão curto e transparente. A mulher estava sem sutiã, o que estava mexendo comigo internamente.
— Sim, um caso.
— Sou uma prostituta para termos "um caso" — ela fez aspas —, seu idiota? — seu rosto mostrava uma expressão irritada, muito irritada, o que me fez sorrir sarcasticamente enquanto esticava meu braço, chamando-a para perto, mas ela não veio.
— Está brava, meu amor?
— Não me chame assim, só temos um caso — ela virou-se novamente, começando a colocar o filme na TV e deixando-me com a visão de seu short bem curto, que ressaltava as pequenas curvas de suas nádegas.
— Para de ser surtada.
Ela não respondeu, apenas continuou concentrada na televisão. Vendo que provavelmente ela ficaria brava comigo por um bom tempo, aproximei-me devagar, sem fazer qualquer tipo de barulho, e ao chegar perto o suficiente, levei minhas mãos até as laterais de seu quadril, puxando-a para trás e fazendo-a cair no meu colo.
Rodeei meus braços em volta de sua cintura, prendendo-a contra meu corpo enquanto observava a garota tentar se soltar, sem sucesso. Não sei explicar o quanto senti falta de implicar com ela, mesmo sabendo que ela pode ficar uma semana sem olhar na minha cara.
— Me solta, porra!
— Só vou te soltar se você me beijar — ela parou de se mexer, olhando para mim lentamente, seus olhos expressavam raiva, o que me fez sorrir sem mostrar os dentes.
— Lohan, me solta agora — ela engrossou a voz.
— Hum... Deixa eu pensar — fiquei em silêncio por algum tempo. — Não — após minha fala, deitei-me no sofá, fazendo com que Jennie deitasse por cima de mim.
Com delicadeza, virei seu corpo, podendo encarar seu rosto lindo e perfeito, as curvas perfeitamente desenhadas de seu maxilar... Aquela mulher era o verdadeiro significado de perfeição. Senti meus olhos brilharem ao encarar seus olhos felinos e tão maravilhosos e hipnotizantes. Coloquei uma mecha de seu cabelo para trás, sentindo um frio em minha barriga ao perceber que Jennie estava literalmente em cima de mim, tão próxima ao meu corpo.
— Eu te amo, Nini — sussurrei, antes de levantar um pouco minha cabeça apenas para selar nossos lábios.
Deslizei minha mão por sua bochecha e a deixei ali, fazendo um movimento lento e carinhoso, enquanto tinha a outra mão em sua cintura fina, apenas apoiando-se no local. Toquei seus lábios com a ponta da minha língua sutilmente, sentindo-a separá-los lentamente, permitindo-me ter acesso ao interior de sua boca.
Suas mãos pousaram ao lado da minha cabeça, dando apoio para ela, enquanto nossas cabeças se moviam de forma coordenada para lados opostos, deixando que nossas línguas dançassem uma bela valsa.
Jennie se afastou, provavelmente em busca de ar, mas logo em seguida, deitou sua cabeça lentamente no meu peitoral, pedindo por carinho. Comecei a afagar seus fios, enterrando meus dedos entre eles suavemente, sentindo sua respiração quente contra o meu pescoço.
— O que é isso aqui? — ela perguntou, passando seu dedo indicador na lateral do meu maxilar, sentindo o começo do que seria uma barba mais para frente.
— É um projeto de barba.
— Own! Pode deixar crescer? — neguei. — Por favor! Eu quero te ver de barba agora — ela levantou um pouco seu corpo para me olhar melhor e sorriu, deixando suas gengivas à mostra.
— Eu fico horrível de barba.
— Você por acaso já deixou ela crescer para descobrir isso?
— Isso não vem ao caso agora, amor. Vem cá, fica quietinha e deixa minha barba em paz — puxei-a, obrigando a mulher a deitar sua cabeça sobre o meu peitoral novamente.
Depois de alguns minutos, enquanto o filme passava na televisão e tínhamos nossa atenção nele, senti um pequeno carinho no meu peito, mais especificamente onde se localizava minha cicatriz, que infelizmente, não consegui tirá-la, mas cuido dela todos os dias, e com o passar do tempo, percebo que a mancha está desaparecendo aos pouquinhos.
Arrepiei-me com seu toque suave e delicado, sentindo meu coração palpitar a cada toque que ela dava, a cada respiração que eu sentia. Jennie tinha um grande poder sobre mim, e sou muito grato por ela não ter me abandonado.
— Seu coração está acelerado.
— Você está em cima de mim, tem mais motivos para meu coração estar acelerado? — perguntei, recebendo seu olhar apaixonado. — Você é tão linda que chega a doer!
— Você é tão idiota.
— Só estou dizendo o que você sempre ouviu e sempre ouvirá de mim. Meu amor, se eu pudesse, eu te admiraria a todo momento e não me cansaria. Seus olhos lindos são hipnotizantes, muito hipnotizantes.
— Eu te amo, Lohan!
— Hum! — choraminguei alto. — Me chama de amor, por favor — ela sorriu, levantando um pouco seu corpo para deixar um rápido selar em meus lábios.
— Ainda está cedo, Lo — ela sussurrou contra minha boca, selando nossos lábios em seguida. — Só vou te chamar de amor quando casarmos.
Certo... Isso não vai demorar então, Jennie Kim. Já estava nos meus planos te pedir em casamento mesmo.