29/04/2024
Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Segunda-feira
11:24 PM
Como assim eu sou pai?
Era para eu estar em casa agora, mas eu precisava de um tempo para pensar e raciocinar, então resolvi que seria melhor aproveitar a brisa do ar fresco, no local onde pedi Jennie em namoro. Por que não, né? Nada melhor do que relembrar o passado.
Desde que descobri, estou me perguntando como Jennie conseguiu esconder isso por tanto tempo de mim. Ela pensava em me contar a verdade?
Quando éramos adolescentes, Jennie era meio imatura, medrosa, grossa e essas coisas, mas nunca pensei que ela fosse capaz de esconder um filho de mim.
Meu celular não para de vibrar por conta do Taehyung e dos meus amigos que não param de me ligar, até a Jisoo e a Chae estão me ligando, e bom, eu e a Chae não somos amigos, está mais para irmãos, já que implicamos um com o outro igual.
Depois da trigésima ligação do Tae, resolvi atender para acabar com a preocupação dele.
— Que foi, Taehyung?
— Onde você tá? — a voz ecoou pelo celular e uma pontada no peito me atingiu. — Lohan, aonde você tá?
— Já estou voltando pra casa, fique tranquila. Manda um beijo pro Jinwoo, ok? Tenha uma boa noite, Jennie — falei, tranquilo, forçando a voz para disfarçar minha tristeza.
Não dei tempo para ela responder e logo desliguei, suspirando em seguida. O vento frio bateu contra meu corpo, fazendo meus pelos arrepiarem. Fechei meus olhos, sentindo uma pequena lágrima escorrer.
O parque estava bem iluminado; não havia escuridão no local, e dava para ver o rio perfeitamente. Ele continuava esplêndido como sempre. A única coisa que mudou foram as capivaras. Antes costumava ser cheio delas por aqui; agora não tem quase nenhuma.
Suspirei profundamente antes de levantar para ir embora, deixando o local e indo até a rua chamar um táxi.
***
30/04/2024
Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Terça-feira
02:34 PM
Abri os olhos lentamente, escutando uma voz fina e familiar cochichando no meu ouvido, e ao ter consciência do que estava acontecendo, me deparei com Jinwoo ao meu lado, me olhando enquanto eu dormia. Sorri para o garoto, que assim que me viu acordado, correu para chamar seu tio.
— Até que enfim acordou, pensei que tinha morrido. Toma seu remédio — ele me entregou uma pílula e um copo d'água. — Jinwoo disse que você tá quente. Deixa eu ver.
— Tio Lo, você tá bem? Parece triste e cansado — ele perguntou, enquanto eu colocava o termômetro debaixo do meu braço.
— Eu tô bem, carinha, pode ficar tranquilo, ok? — pisquei pra ele e o garoto logo sorriu. — Você já comeu?
— Sim. Guardamos seu almoço, tá bom? Depois que você se arrumar, vai comer pra ficar bem forte igual eu.
— Tá bom, carinha. Pode deixar — baguncei seus fios, admirando o sorriso tão lindo que ele puxou da Jennie. Um sorriso gengival.
— Jin, vai lá na sala terminar o seu desenho, vai — o garoto assentiu e saiu correndo para a sala. — Como você está? Quer conversar?
— Você sabia? — minha voz estava mais grossa e baixa do que normalmente, já que eu tinha acabado de acordar. — Taehyung, não minta pra mim.
Ele suspirou e se sentou ao meu lado, encarando-me nos olhos e assentindo.
— Não me contou por quê?
— A Jennie não deixou.
— Desde quando você escuta sua irmã? Que eu saiba, não tínhamos segredos.
— Você não vai ficar bravo comigo, né? — fiquei em silêncio. — O filho não é meu, é seu e da Jennie, quem tinha que te dizer isso, era ela, não eu. Já dizia o ditado: em briga de marido e mulher, não se mete a colher.
— Não somos casados.
— Não importa. Só não fique bravo com ela. A Jennie sofreu muito sem você, mas ela percebeu que aquilo era a sua felicidade, no caso, retirar os seus seios.
— Isso não justifica. Ela cuidou do Jinwoo sozinha, isso não foi nada justo.
— Sobre isso... — o olhei com o cenho franzido, percebendo que o mesmo estava sem graça e com receio de continuar falando. — O Kai ajudou ela...
— Oi?
— O Kai aju...
— Você tá me dizendo que aquele desgraçado ajudou ela a cuidar do meu filho como se fosse o pai dele?
— Não foi isso que eu disse, você tá se precipitando.
— Precipitando? — sorri sarcasticamente. — Eu quero saber tudo detalhe por detalhe, tudo que tenha haver com aquele filho do puta.
— Tá doido? — neguei. — A Jennie conheceu o Kai quando ela ainda estava grávida, daí o tempo foi passando e ele foi ajudando ela a lidar com a depressão e papapa. Só que a filha da puta da Jennie, resolveu começar a "namorar" com ele pra preencher o vazio que você deixou, como já sabe. Conforme o tempo andava, o Kai se aproximava mais do Jinwoo como pai e filho, por mais que Jennie tenha conversado com ele, ele continuou tentando ocupar o espaço que faltava, tanto na Jennie quanto no Jin.
— Depressão?
— Ela ficou em depressão quando se afastou de você, e mesmo assim não quis te ligar, mandar mensagem ou qualquer coisa.
— Só uma pergunta, o Jin gosta do Kai?
— Sim e não. Ele não gosta quando ele beija a Jennie ou fica abraçando ela e essas coisas de casal, mas se ele estiver que nem o JK ou o Jimin, ele não liga.
— Você acha que o Kai pode ter conseguido conquistar o Jinwoo?
— Dúvido muito. Ele não é muito de conversar com as pessoas, inclusive, me surpreendi quando me disse que ele gostou de você.
— TIO TAE! — Jinwoo gritou da sala.
— Falando na criaturinha.
— Não fala assim dele — sorri, o vendo se afastar.
É, Jennie, parece que você sofreu mais do que eu, e mesmo assim, continuou se machucando quando podia simplesmente me ligar e pronto. Burra do caralho!
***
22/09/2019
Point of view: Lohan Manobal
Busan - Coreia do Sul
Domingo
04:58 PM
— Daqui a pouco o sol vai se pôr — falei, enquanto olhava para o mar e sentia a brisa gelada bater contra o meu corpo.
— Você é um sequestrador de pessoas — Jennie falou.
Nós estávamos andando pela areia, sentindo os grãos fazerem cócegas entre nossos dedos, enquanto tínhamos nossas mãos entrelaçadas e sorriso em nossos rostos.
— Eu não sou um sequestrador de pessoas.
— Você me sequestrou.
— Mentira. Eu falei que ia te levar pra um lugar, só não disse onde — dei de ombros.
— Isso é sequestro.
— Sendo ou não, o sequestrador é bem bonito, não acha? — olhei para ela, sorrindo de canto enquanto observava seu rosto ter uma tonalidade mais quente, demonstrando que o sol estava se pondo. — Você poderia se apaixonar pelo seu sequestrador, não acha?
— Pra isso, o sequestrador tem que ser alto.
— Eu tô crescendo mais, tá legal?
— O sequestrador tem que ter um sorriso bem bonito e perfeito.
— Eu tenho — sorri, vendo-a conter o sorriso, mas não conseguindo disfarçar o brilho nos seus olhos.
— O sequestrador tem que ser romântico.
— Ainda ontem comprei uma cesta de bombons e flores da sua preferida.
— O sequestrador tem que...
— Aish, que mulher exigente! — choraminguei. — Tô repensando sobre seguir essa vida, hein.
— Cala a boca e me escuta! Preciso saber se você se encaixa no meu padrão, ok? — assenti. — O sequestrador tem que ser gostoso.
— Eu sou. Quer ver? — ameacei tirar minha camiseta, porém ela me impediu, repreendendo-me com o olhar.
— Tem um monte de mulher aqui, se você tirar essa camiseta, eu te mato — ela apontou o dedo para mim, me ameaçando ferozmente.
— Que gatinha egoísta. Tem aprender a dividir, sabia? Ainda mais quando é um gostosão que nem eu — exibi-me, vendo-a revirar os olhos e cruzar os braços, andando e me deixando para trás.
— Vai lá com as suas piranhas, então, seu idiota!
Sorri, começando a segui-la devagar, sem demonstrar que eu estava ali.
— Eu não acredito que você realmente foi... — sua fala foi interrompida assim que ela se virou e bateu seu corpo no meu.
— Jendeukie, você é única. Minha ciumentinha preferida, sabia?
— Tá falando do quê? — ela ergueu a cabeça para me olhar.
Em um ato repentino, agachei-me para pegá-la no colo, passando um braço pelas suas costas e outro pelas suas pernas. A garota soltou um grito fino, surpreso e alegre ao mesmo tempo.
— Se você me levar pra água, eu juro que te mato, LOHAN — ela aumentou o tom, gritando e começando a rir em seguida, gargalhando conforme a água respingava em seu corpo.
Quando cheguei em uma profundida boa, taquei seu corpo na água, deixando-a afundar e começando a rir da cena, mesmo sabendo que iria apanhar depois.
A risada foi se transformando em preocupação quando percebi que ela não havia voltado para cima. Portanto, comecei a chamar seu nome, mas nada da garota. Surpreendi-me quando duas mãos agarraram meus tornozelos, fazendo-me soltar um grito meio afeminado por conta do susto. Em segundos, eu caí na água, engolindo um pouco dela.
Escutei a risada da Jennie meio abafada, só consegui ouvi-la direito quando levantei, chacualhando minha cabeça para tirar o excesso de água do meu cabelo.
— Ah, seu idiota — ela tapou seu rosto para água não ir em seus olhos. — Que gritinho de viado foi aquele? Tá parecendo o Taehyung — ela riu mais.
— Você disse que eu tô parecendo aquele gay de meia tigela? — perguntei, indignado e ela assentiu. — Beleza, então... Já que é assim, tranquilo.
— Eu esqueci de algo. O sequestrador tem que beijar bem, não lembro se falei.
— Tá mudando de assunto por que, bonita? — me aproximei dela, observando seu sorriso malicioso.
— Porque eu quero — ela colocou as mãos nos meus ombros e ergueu um pouco o pé, se aproximando do meu ouvido —, bonito — ela sussurrou, sensualmente.
— Não me provoque aqui, senhorita Kim.
— Senhorita? Pra que essa formalidade?
— Um sequestrador falaria desse jeito com a pessoa sequestrada, não é?
— Eu nem sei se você beija bem pra ser o meu sequestrador.
— Quer descobrir? — sussurrei, próximo a sua boca, mirando meu olhar para seus lábios lindos.
— Você é muito pervertido, sabia?
— O Taehyung tá viajando...
— Eu sei, ele me mandou trinta milhões de fotos e vídeos do lugar.
— Quer dormir lá? A gente poderia terminar aquele Dorama.
— Tá com medo de dormir sozinho? — assenti, murmurando. — Tem um gatinho com medo dos predadores que pode existir quando o sol se põe?
— Isso é tão brega.
— Você é brega.
— Eu sei.
— Por que não fala que quer transar comigo logo e para de enrolação?
— Direto ao ponto, gostei de você.
— Como assim "gostei de você"? — ela me empurrou. — Você não gostava antes, porra?
— Não surta, amor — ela acabou sorrindo, não conseguindo continuar com o semblante irritado.
— Isso não vale, você sabe que o meu ponto fraco é quando você me chama de 'amor'.
— Eu sei. Por isso só te chamo assim de vez em quando, em momentos... precisadores.
— Essa palavra não existe.
— No meu dicionário existe e é só a minha opinião que importa.
— Idiota — ela revirou os olhos, fazendo meus lábios se curvarem levemente, enquanto eu a puxava pela cintura, colando seu corpo no meu.
— Eu te amo, meu amor.
— Eu também te amo, Lohan.
— É 'amor' — por algum motivo, eu afeminei minha voz, fazendo ela sorrir e me dar um leve tapa.
— Para de falar assim, porra.
Enquanto ela sorria sem mostrar os dentes, inclinei-me para beijá-la, sentindo-a sorrir entre o beijo, logo retribuindo meu ato. Pedi passagem para língua e ela logo cedeu, entrelaçando seus braços por volta do meu pescoço, enquanto eu apertava sua cintura levemente.