Quando Nyx saiu correndo do compartimento, descendo o trem, foi porque ela percebeu quem, ou mais precisamente, o que ela estava sentindo.
Era a frieza familiar. O vazio e a escuridão familiares. Pelo menos para Nyx era assim.
Ela estava correndo tão rápido quanto suas pernas pequenas e instáveis podiam carregá-la. Não foi muito, e ela tropeçou muito, mas conseguiu. A porta, onde eles estavam esperando.
"O que você está fazendo, volte para o seu assento - ei!" O motorista, que havia parado o trem, protestou, enquanto ela passava por ele e abria a porta. Cinco Dementadores estavam ali, esperando.
Eles soltaram gritos estridentes de alegria, para ver seu precioso Souless, mais uma vez.
"Você está aqui!" exclamou o que estava à frente, abrindo instantaneamente os braços. Nyx não hesitou por um momento, pulando em seus braços. Sua mão decadente, quase esquelética, envolveu-a, segurando-a por perto.
"Olá, pequena, é bom te ver de novo". Ele gritou, baixinho, suavemente.
O motorista ficou em estado de choque. Esta menina, abraçando um Dementador, enquanto os Dementadores se aglomeram em torno dela.
"Não podemos simplesmente pegá-la e correr?" Outro Dementador perguntou.
"Vão tirá-la de novo". Disse aquele que segurava Nyx. Ele a colhia e a carregava nas costas. Os mesmos passeios de porquinho que ele costumava dar a ela, quando ela ainda estava em Azkaban. "Meu plano de libertar o pai dela valeu a pena. Neste momento, o que precisamos fazer é adiar a captura dele, o máximo de tempo possível, e depois levá-la junto, quando o fizermos. Com a ajuda de Sirius Black, devemos ser capazes de manter os Aurors longe."
"Foi assim que ele escapou. Você o deixou ir, para que você pudesse me encontrar."
"Isso mesmo, pequena. Não vamos deixar que te levem embora, de novo."
"Obrigado... Bem, vou ver o que posso fazer para nunca deixar meu pai ser pego." Ela sorriu, quando ele começou a andar pelo trem, a garotinha de costas.
"Você ficou mais esperto, desde que esteve com os humanos. O que lhe chamaram?"
"Nyx."
"Lindo." Ele gritou, com carinho, enquanto fazia um show de olhar através das cabines, para Sirius Black, a quem ele não tinha intenções de capturar.
"Nyx, o que está acontecendo?" Tom sibilou, de seu capuz. Ele estava frio e desconfortável em torno dos Dementadores. Mesmo que sua forma fosse a de uma cobra, ainda era transfiguração. Ele ainda era um humano cercado por Dementadores.
"Este é o meu irmão mais velho."
"Irmão?" Tom questionou, assustado. Pelo que ele ouviu, os Dementadores eram como uma família para Nyx, mas ele não percebeu que eles realmente possuíam títulos familiares.
"É assim que ele se chama." Ela disse, seu aperto em torno do pescoço do Dementor apertando. Ela era tão pequena, comparada a ele.
"Conversando com cobras?" O Dementador perguntou.
"Este é o Hades. Ele é um amigo meu."
"Hmm... Bem, eu acho que ele está oka", interrompeu o Dementador.
"O que é isso?" A pergunta de Nyx foi ignorada, e ele abriu a porta, olhando ao redor da sala. Nyx demorou um momento para que seus olhos se ajustassem à luz com que seus olhos foram subitamente atacados.
Quando o fizeram, ela percebeu que eles estavam olhando para o compartimento do qual ela acabara de fugir. Harry ficou meio duro e caiu.
"Deixe este compartimento em paz. Aquele menino que você acabou de atacar é meu amigo". Nyx gritou. Ele parou, virando a cabeça encapuzada para olhar para ela.
"Hmm... Tem certeza? Aquele menino tem duas almas-"
"Ele é Dementor Kin, e salvou minha vida. Deixe-o em paz... E me coloque para baixo para que eu possa ajudá-lo." O Dementor olhou para Nyx por um longo tempo, antes de ceder. Ele a colocou no chão e ela correu para apoiar Harry.
"Wha- Nyx?!" Hermione exigiu. Nyx a ignorou.
O professor Lupin não se preocupou em parar e questionar o que acabou de acontecer. Que o estranho caroço que ele não conseguia perceber nas costas do Dementador era, na verdade, uma criança.
"Nenhum de nós está escondendo Sirius Black sob nossas capas." Ele disse, revelando sua varinha e murmurando algo. Uma luz prateada saiu de sua varinha. Nyx sibilou, diante da afronta em sua mente.
"Irmão!" Ela gritou, alcançando o Dementador. Ele tentou chegar até ela, mas a luz prateada impediu.
"Eu vou voltar para você! Eu prometo!" Ele gritou, quando foi forçado a voltar, e uma vez que sua mensagem foi transmitida, ele deslizou para longe da luz que a varinha de Lupin estava soltando. Uma vez que ele se foi, Lupin voltou-se para os outros. Nyx começou a gritar com ele, surpreendendo a todos na cabine.
"Como você machucou meu Big Brother assim?! É por isso que os Dementadores não gostam de humanos, tudo o que você faz é nos machucar sem motivo! Posso não sentir, mas não vou permitir esse tratamento da minha família."
"Nyx! Nyx, calma!" Rony tentou, mas ela o afastou.
"Nyx!" Alexandre sibilou. O cérebro de Nyx, ligado a Parceltongue, tanto quanto o de Harry, a obrigou a ouvir. "Nyx, concentre-se em mim. Não pense no Dementador, não pense no Harry ou nesse cara professor. Concentre-se em mim. Ouça a minha voz". Ela devagar, oh tão devagar, virou-se para enfrentar Alexandre.
"Está correto. Concentre-se em mim."
"Ok. Você tem a minha atenção. O que você quer?" Ela sibilou. Alexandre quase vacilou em seu tom, mas ainda a encarou, de frente.
"Você é melhor?"
"Além de uma dor de cabeça dividida, e sentir a angústia do meu irmão em ser arrancado de mim, quer dizer? Peachy." Nyx virou o cabelo e saiu do compartimento. "Vou sentar com o Draco."
"Aguardem. Antes de ir, coma isso". Disse o Professor, um olhar preocupado e cansado no rosto. Nyx queria hex ele por princípio, mas algo dentro dela a fez parar. Ela olhou para o chocolate na mão dele.
Ela largou toda a sua atuação e tudo o que havia aprendido com Snape, Draco e Pansy e tudo o que sabia sobre fingir ser mais humana. Era como se ela esquecesse que sabia de tudo isso. A mesma coisa que a mantinha ligada à família a estava rasgando, já que ela rejeitava Lupin como seu padrinho. Mas Nyx não se importou, a dor que ela sentiu quando ele lançou um charme de patrono doeu mais. Ela olhou para o professor Lupin, encontrando seus olhos de frente, com seus próprios olhos vazios.
"Se você está propositalmente tentando me deixar louco, então eu desistiria agora. Não vai funcionar, além disso... Duvido que você queira perder sua alma por algo tão mesquinho - pelo que os Dementadores me disseram, vocês humanos não acham isso muito agradável." Ela disse, e então virou o calcanhar, e marchou diretamente para o compartimento de Draco sentado ao lado de Pansy.
Os Dementadores estavam indo embora, ela podia sentir isso.
"Nyx, você está bem?" Draco e Pansy rapidamente perguntaram.
"Tudo bem como sempre." Ela respondeu, monótona, não se importando com o quão desumana ela se deparou agora. Ela não tinha a intenção de fingir ou fingir para o bem de outras pessoas no momento. Draco e Pansy compartilharam um look.
Nenhum dos dois tinha visto Nyx agir de forma tão despreocupada e desinteressada, desde o início do primeiro ano.
Pansy colocou a mão no ombro. "Estamos aqui para você."
"O que você precisar." Draco assentiu. Vicente e Gregório apenas se sentaram, desajeitados. Eles não ligavam muito para a menina. Ela era muito assustadora.
Nyx ignorou-os. Tom escorregou do capuz.
"Nyx, fale comigo." Ela ficou em silêncio por um tempo, mas finalmente respondeu.
"Por quê?" Sua voz era fria e plana.
"Porque estou aqui para ajudá-lo."
"Você quer que minha ajuda seja mais poderosa".
"Sim. Mas também quero usar esse poder para algo que está certo, desta vez. Algo que é bom. Eu não estou usando você, eu quero sua ajuda, sim, mas eu também quero sua amizade."
Draco e Pansy assistiram com fôlego. Eles suspiraram de alívio, quando Nyx parou de se apoiar na parede e enfrentou Hades, com a intenção de levar uma conversa completa.
"Tudo bem, Tom. O que você sugere que eu faça?"
"Desculpar-se. Eu entendo que doeu mais do que ajudou, mas aquele homem estava tentando manter você e os outros seguros. Ele não sabe quem você é. Ele não sabe o que você é".
"Ele machucou-"
"E não vou fazer você pedir desculpas por suas ações. Ele te machucou e machucou o Dementador. Isso não é bom. Mas ele também não sabia. A maioria das pessoas não acha que Souless existe, e muito poucas pessoas sabem que há um entre eles, agora. Você viu o rosto dele e tenho certeza que sentiu qualquer que fosse a emoção dele."
"E?" Ela não conseguiu ver o ponto dele.
"Ele foi mal-intencionado?"
"Tom-"
"Era ele. Mal-intencionado?" Ele repetiu, com mais força.
"Não."
"Em seguida, peça desculpas."
"Tudo bem.". Ela murmurou, virada para frente, de novo.
"Obrigado."
"Sim, sim."
"Melhor agora, Nyx?" Draco sorriu. Ela assentiu. Ela não era melhor ou pior do que antes. Ela não mudou como os humanos inconstantes, por causa de algumas palavras positivas. Ela apenas recuperou a clareza, nada mais. Ela não estava mais feliz, não estava mais triste, porque nunca poderia estar.
Mas, infelizmente, o trem parou na estação, de qualquer maneira. Nyx ficou atrás de todos os outros alunos. Ela podia senti-los. Eles eram próximos. Em algum lugar.
Enquanto as pessoas se amontoavam nas carruagens, Nyx intencionalmente as perdeu. Enquanto eles seguiam em frente, ela caminhava. Demorou apenas um minuto, e o irmão de Nyx voou.
"Desculpe, eu te deixei de volta lá." Ele disse com tristeza. Ele a abraçou com força. Sua preciosa irmãzinha.
"Está tudo bem."
"É bom vê-lo, novamente. Você ficou grande". Ele disse, e decolou para o ar, com a intenção de levá-la para o castelo.
"Eu tenho?"
"Sim. Sua magia também é mais forte."
"Hmm... Ei, Big Brother... Hades aqui - ele disse uma vez algo engraçado."
"O que foi?"
"Uma lenda... Um menino nascido em solo Azkaban, antes de se tornar uma prisão."
O Dementador ficou em silêncio.
"Irmão?" Ela perguntou, baixinho, olhando para ele. Tom estava ouvindo, baixinho. Ele não conseguia entender o que os dois estavam dizendo, mas ia descobrir, se pudesse.
"Ah, mesmo?" Ele finalmente perguntou. O castelo foi visto. Ele teria que deixá-la ir, logo.
"Sim... Eu só queria saber se você sabia alguma coisa sobre isso?" Ele ainda ficou em silêncio por muito tempo. Nyx esperou que ele respondesse. Ela queria saber. Seu irmão era diferente dos outros Dementadores. Ele não a tratava como os outros, como uma criança que ele tinha que proteger, mas sim como a irmãzinha que ele dizia que ela era para ele.
"Qual era o nome do menino?" Ele finalmente falou.
"O seu." Ela murmurou, quando eles se aproximaram do chão.
"Meu nome humano, quer dizer?"
"Está correto... Tártaro."