Capítulo 69: Memória

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Janet não tinha a intenção de ser presa. Ela era a melhor espiã do mundo, e exceto por ela mesma, e Voldemort, ninguém sabia disso.

Sua mãe havia morrido poucos meses antes de Janet ser presa. A Polícia Trouxa havia invadido a Mansão Fawley no início do verão, acreditando que ela abrigava criaturas perigosas. Não que eles estivessem errados, mas infelizmente. Jocasta havia lutado, quebrando a estatura de segredo e revelando seu alinhamento a Voldemort com uma série de maldições imperdoáveis. Mas, no final, o fogo e as armas do trouxa venceram.

Foi um escândalo enorme. Janet não teve permissão para chorar.

Afinal, ela era uma espiã, a  melhor. Foi um motivo de muito orgulho para ela. Ela pintou as raízes de seu cabelo de preto novamente, com sua varinha, e fez seu caminho para o Palácio Grimmauld, onde Sirius Black a esperava. Ela manteve os olhos abertos por muito tempo, sem piscar, fazendo-os água, ao mesmo tempo em que escondia suas emoções genuínas. Sua fúria secreta.

Sirius era seu alvo. Ele era o caminho dela para o outro lado. Seu trabalho era se infiltrar na Ordem da Fênix, a todo custo. Mas havia baixas às quais Janet ainda se recusava a se curvar. Sirius, o puro sangue caído, era perfeito. Ela o havia enganado há muito tempo, e aquele momento era a hora da verdade. O momento em que solidificou seu lugar entre os traidores de sangue, para o bem da memória de sua mãe. Pelo bem da causa deles.

Janet havia perdido seu pai, Lorcan, para trouxas quando criança. Vinte anos depois, ela perdeu a mãe. Janet mentiu, enganou e fingiu tanto, que muitas vezes esqueceu quem ela realmente era por baixo de tudo. Ao entrar no antigo palácio dos ideais puro-sangue, Janet só sentiu uma coisa. Tinha sido uma raridade - quando ela tinha certeza absoluta do que realmente sentia. Fúria.

Raiva completa e total. Janet tinha visto vermelho nos cantos de sua visão, desde que ouviu o que tinha acontecido.

Sirius, para todos os meios, era uma pessoa legal. Um pouco confuso, só isso. Janet acreditava nisso. Ela só havia conhecido o irmão uma vez, mas ele insistiu para que Sirius viesse, no final. Janet não se importava mais.

Sirius avistou a mulher, sorrindo brilhantemente. "Janet!" Ele exclamou, correndo para ela, agarrando a mulher pela cintura fina e girando-a. Janet olhou para ele, revelando seus olhos cansados e tristes. "O que há de errado?" Ele perguntou, baixinho, abaixando-a.

"O que você acha?" Ela estalou, dando um tapa na última edição do Quibbler em seu peito, antes de ir até a coleção de livros que o esconderijo da Ordem ostentava. Ela fez questão de agir como se lidasse com problemas, estresse e emoções negativas com livros.

Sirius a observava, tomando nota de seus ombros rígidos, enquanto ela pegava um livro particularmente pesado e chato da concha e se sentava no sofá, em uma posição encolhida e agachada. Ele nunca tinha visto ela aparecer tão chateada, antes. Ele sabia que ela recuava diante de desafios, mas nunca isso. Seus olhos relutantemente se arrancaram da mulher por quem ele estava absolutamente apaixonado, escaneando as palavras na primeira página.

"Matriarca de Fawley encontrada morta" Sirius tomou uma forte entrada de ar. Pelo que sabia, Janet já havia sido muito próxima da mãe, antes de fugir de casa. Continuou lendo, descobrindo cada vez mais aquilo que o horrorizava ainda mais.

"O que aconteceu?" James finalmente passou, incapaz de tirar o olhar de aflição no rosto de seu melhor amigo. Ele não se importava muito com Janet - não por nenhum motivo em particular, ele simplesmente não gostava do domínio que ela tinha sobre Sirius - mas Sirius ele morreria. E algo estava claramente errado.

"Jocasta Fawley era uma Comedora da Morte confirmada. Usou todas as três maldições imperdoáveis sobre trouxas - matou seis e deixou dois em um estado irreparável, antes de ser morto a tiros." Ele respirou. Os outros membros da Ordem sentaram-se um pouco mais duros.

The Souless - Harry Potter ( Tradução )✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora