Juntos Outra Vez • Jenlisa Tr...

By noahscript

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Jennie tinha uma melhor amiga desde a infância, que no passar do tempo, se descobriu transexual. A garota foi... More

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By noahscript

28/03/2024

Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Quinta-feira

04:37 PM

Finalmente pude suspirar tranquilamente após abrir a porta do meu antigo apartamento. Assim que adentrei no local, percebi que nada tinha mudado, além de alguns quadros novos.

— Continua do mesmo jeito de antes — Tae disse, fechando a porta. — A geladeira continua repleta de besteiras — ele riu, mas eu só conseguia ter lembranças de quando eu morava em Seul. — Eu só entrei no seu quarto pra limpar, não deixei que a faxineira entrasse.

— Por quê?

— Porque eu queria que tudo estivesse igual, então eu só entrava para limpar e não mexia em nada.

— A faxineira é a mesma?

— Sim, é a mesma.

Caminhei até o sofá, tirando meus calçados e me tacando no móvel macio e confortável. Agradeci profundamente por não ter encontrado nenhum familiar meu, pois eu ainda tenho medo deles e do que eles podem fazer quando me verem.

Taehyung saiu para atender uma ligação, permitindo-me apreciar aquele lugar e aquela vista do centro de Seul e de alguns prédios.

Recordei de quando compramos o apartamento, nossos olhos brilharam ao vê-lo todo decorado do nosso jeito. Foi bem difícil no começo, mas com calma conseguimos tudo o que temos hoje.

— Lo, eu tenho que ir lá na minha mãe agora, mas depois eu volto — o moreno disse assim que voltou para a sala.

— Tae, traga pizza quando voltar — ele sorriu e assentiu, pegando sua carteira e suas chaves para sair de casa.

O silêncio reinou o local, trazendo a solidão de antigamente; trazendo recordações que me deixam fraco e frágil toda vez que elas me atingem...

Suspirei pesadamente enquanto me levantava do sofá, pegando minhas malas e caminhando até o meu antigo quarto, que agora é o atual. O cômodo fica na última porta do corredor, e logo a frente dele, fica o quarto de visitas. Abri a porta lentamente, observando o chão.

Entrei completamente, fechando a porta logo em seguida, e vendo que nela tinha uma pequena cesta de basquete pendurada, junto com vários adesivos aleatórios sobre basquete, Chase Atlantic, transsexual e outras coisas. Sorri lembrando do quanto eu era viciado em Chase Atlantic.

Virei-me de costas para a porta, vendo uma janela com uma cortina branca, na parede paralela a da porta — ambas as paredes eram na cor branca. — Logo a esquerda, tinha uma parede azul-marinho com detalhes 3D, onde se localizava a minha cama queer, que tinha uma colcha branca cobrindo-a, junto com um edredom azul-marinho, que ficava na beirada dela, deixando um detalhe muito bonito. Ela tinha alguns travesseiros na cor branca e algumas almofadas azul-marinhos e outras em preto e branco com listras. A base da cama era preta, junto com a cabeceira. Na mesma parede, tinha um quadro de uma guitarra em preto e branco. Aos lados do móvel, tinham duas mesas-cabeceiras branca.

Na parede paralela a essa, tinha uma televisão grande na parede, junto com uma escrivaninha branca e uma cadeira pequena na cor preta. Em cima da mesa, tinha um computador, junto com uma impressora e alguns papéis. Perto da parede da janela, tinha uma porta que dava para o banheiro — a parede era na cor branca.

Ao lado da porta, tinha o meu guarda-roupa preto, que tinha espelhos em todas portas, tapando o resto da parede que sobrava.

Caminhei pelo o meu quarto, deixando minhas malas perto do guarda-roupa, observei todo o local, vendo que ele realmente estava do jeito que eu tinha deixado.

Fui até as minhas malas para guardar minhas roupas, e assim que abri o meu guarda-roupa, deparei-me com algumas roupas minhas que eu não tinha levado, pois estavam com a Jennie. Retirei uma roupa preta lá de dentro, observando ela enquanto tinha meu queixo caído.

— Meu moletom de gatinho estava com você esse tempo todo, Jennie?! E eu pensando que o Taehyung tinha colocado ele pra doação — o coloquei de volta no guarda-roupa, abrindo minhas malas em seguida.

Resolvi colocar uma música na televisão, e assim que liguei no YouTube, encontrei uma playlist que eu havia feito quando tinha apenas dezoito anos. Cliquei nela, vendo várias músicas que falavam sobre homens transsexuais.

Sorri enquanto escutava aquelas melodias tão familiares, voltando a minha concentração para minhas roupas.

Depois de um tempo, a melodia calma e confortante de "This Is Home" começou a tocar, fazendo-me ter vários déjà-vus. Lembro-me que quando comprei um Ukulele, apressei-me em aprender esta música, e quando aprendi, eu não parava de cantar-la e tocar-la. Taehyung chegou a enjoar dela por um tempo, mas eu não ligava.

Abri as gavetas para guardar minhas roupas íntimas e acabei encontrando algo que me assombrou muito no passado, não só me assombrou, como me machucou bastante.

Binder...

— Por que eu fui encontrar você justo ao som da minha música preferida, cara? — perguntei, encarando aquele tecido preto e nada confortável.

Peguei-o devagar, sentindo meus olhos lacrimejarem e minha mente explodir de recordações tristes e dolorosas...

***

23/06/2018

Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Sábado

05:28 PM

Saí do banho, indo direto no meu guarda-roupa para pegar a roupa que usarei hoje para sair com os meus amigos.

Sem querer, eu me olhei no espelho e observei os meus seios, e aquilo fez meus olhos encherem de lágrimas, sentindo um baita desconforto com aquilo, e novamente... tendo vontade de arrancar eles com a faca.

Abri minha gaveta e encarei o meu Binder, tentando conter a minha vontade de usá-lo, pois prometi para Jennie que não o usaria mais, já que infelizmente, já fui parar no hospital por causa dele, e também apanhei quando meus pais descobriram que eu usava ele.

— Lohan, você é mais forte do que isso, cara.

Encarei-me no espelho novamente, observando aquela merda de gordura extra que se concentrava no meu peitoral. Comecei a vasculhar minhas gavetas, à procura do meu Tape Binder — uma fita adesiva própria para colar na pele e tampar os seios —, e assim que o encontrei, abri a caixinha e me deparei com nada, pois aquela merda já tinha acabado.

— Porra! — fechei a gaveta com força, encarando a outra que estava aberta, tendo aquela faixa apertada nela. — Desculpa, Jennie...

Peguei o Binder e comecei a colocá-lo, abotoando na lateral dele, sentindo os meus pulmões e minhas costas gritarem por socorro. Quando eu estava na metade, escutei três batidas na minha porta.

— Lohan, posso entrar? — Jennie perguntou, com aquela voz doce e calma de sempre.

Na verdade, ela só falava com a voz doce e calma comigo, com os outros a sua voz saía mais grossa e fria.

— Pode — respondi, contendo meu choro e virando-me de costas, logo escutando a porta ser aberta e fechada logo em seguida.

— Você tem uma... — ela parou de falar, ficando em silêncio por alguns segundos. Não ousei olhar para ela, então apenas continuei de costas, abotoando o Binder. — Lohan... a gente já não conversou sobre isso?

— Você não consegue acabar com a minha disforia apenas com palavras dóceis e consoladoras, Jennie — respondi, sem olhar para trás.

— Lo, por favor... eu não tô aguentando mais ver você se machucando desse jeito... — sua voz estava embargada, então resolvi me virar, vendo uma lágrima escorrer pelo o seu rosto.

— Eu sou maior de idade, não vou apanhar dos meus pais. Pode ficar tranquila, que a única coisa que pode acontecer, é eu ficar com dor nas costas — falei, segurando o choro e encarando seus olhos úmidos.

— Lo, eu pesquisei sobre um Binder... eu descobri tudo aquilo que você me escondeu — ela se aproximou devagar, erguendo um pouco a cabeça. — Você pode fraturar a sua costela com essa faixa, Lohan — uma lágrima escorreu dos meus olhos. — Eu... eu posso te ajudar com isso. Eu te ajudo pagando a cirurgia pra tirar isso que te incomoda.

— Eu só posso fazer a cirurgia com vinte e um anos, e ela também é muito cara, Jennie, não precisa disso.

— E-E aquela fita? Aquela fita que você usa. Quanto custa ela? Eu posso comprar ela pra você, Lohan — ela se aproximou mais.

— Eu compro ela numa loja fora do país, e ela é muito cara por conta do frete.

— Já tentou usar um top? Sei lá, qualquer coisa.

— Não adianta. Nada consegue tirar essa merda de volume. Desculpa, Jen... Eu sou muito fraco — abaixei minha cabeça, começando a chorar enquanto tapava meus olhos com uma mão. — Eu juro que eu tentei não usar, mas...

Foi questão de milésimos até Jennie me abraçar, agarrando minha cintura nua e fina. Ela segurou o choro e eu pude perceber isso. Ela sempre fazia isso, já era rotina.

— Me perdoa, Jennie... Eu não consigo — enterrei meu rosto em seu pescoço, sentindo o aroma de seu creme para cabelo.

— Você consegue sim. Eu tô com você pro que você precisar, eu juro que vou te apoiar em qualquer decisão.

***

28/03/2024

Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Quinta-feira

06:22 PM

O Binder é algo que sempre vai me assombrar, porém também vai me trazer muitas lembranças boas, como por exemplo: o dia em que eu coloquei ele pela primeira vez e fiquei com meu peitoral retinho. Nunca irei esquecer o sorriso que habitou o meu rosto no resto daquele dia... mas também não vou esquecer as consequências que tive por usar ele mais do que deveria.

Eu usava a faixa doze horas por dia, e o recomendável era usar cinco horas, somente. Esta foi a principal razão pela qual fui parar no hospital. Eu pensei que fosse perder a minha costela naquele dia.

Afastei meus pensamentos e fui até uma caixa que tinha encima da minha mesa, colocando o meu Binder ali dentro, logo levando-a até o meu guarda-roupa e a guardando na parte de cima dele, onde ninguém conseguia ver.

— Lembranças... algumas dolorosas, outras mais ainda — balancei minha cabeça, tentando pensar no presente e deixar o passado de lado.

Fui até a minha cama, me sentando na beirada dela e começando a mexer na minha mesa-cabeceira. Enquanto eu vasculhava as gavetas, encontrei uma caixinha pequena cheia de cartinhas. Peguei uma para ler e nela estava escrito:

"— A dor de não se encaixar no corpo que você foi designado, é a pior de todas. Você até tenta não pensar nisso; tenta ser o mais afeminado possível, mas nunca dá certo, pois o seu eu de verdade, sempre falará mais alto do que o seu eu de mentira... A angústia e o desconforto de ser quem você não é; de ser chamado pelo o que você não é, dói. Chega a doer mais do que uma facada... O medo da rejeição é tão grande, que você chega a rejeitar a sí próprio, só para não ser rejeitado pelo mundo lá fora.

Assinado: Lohan Manobal
Data: 27/01/2015"

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