GAME OF SURVIVAL, minho (maze...

Por kbishopgf

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Quando Lizzie acordou dentro de uma caixa de metal estranha, sem se lembrar de nada sobre sua vida que não fo... Más

GAME OF SURVIVAL
00 | PRÓLOGO
PARTE UM
01 | BEM-VINDO AO INFERNO
02 | VERDUGOS, CORREDORES E UM LABIRINTO PROIBIDO
03 | ELA É A ÚLTIMA
04 | ELE É MAU
05 | MUROS FECHADOS
06 | SEPARAÇÃO
07 | BESOURO MECÂNICO
08 | REGRA NÚMERO UM
09 | ENCARREGADO DOS CORREDORES
10 | AMEAÇAS
12 | PRIMEIRO DIA
13 | UMA MANHÃ ESCURA
14 | O EXPERIMENTO DAS PEDRAS
15 | O TÉRMINO

11 | VOZES ESTRANHAS

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Por kbishopgf

Lizzie estava dentro de sua casa. Tinha cerca de cinco anos e andava pelo corredor escuro, com ambas as mãos esticadas, tateando as paredes e tomando cuidado para não tropeçar em nada enquanto ia em direção ao quarto dos pais.

A garotinha tocou na maçaneta da porta fechada, prestes a abri-la, mas interrompeu seu movimento ao escutar as vozes abafadas dos pais do outro lado da parede.

Um pouco hesitante, encostou uma das orelhas na porta, para escutar melhor a conversa. Eles pareciam preocupados. Definitivamente era um assunto sério, do tipo que os fariam dizer que não era algo para crianças se preocuparem, caso ela perguntasse.

─ As pessoas estão chamando de Fulgor ─ falou o pai.

─ Isso é horrível. Se já ganhou um nome, quer dizer que é grande e está sendo comentado ─ respondeu a mão, aflita.

Era possível escutar barulhos de passos vindo de dentro do quarto. Mesmo sem conseguir ver, Lizzie sabia eram da mãe, que nunca conseguia deixar as pernas imóveis em momentos de tensão, as balançando ou ficando de pé para andar em círculos. Ver a mãe daquela forma costumava deixar Lizzie nervosa também, mesmo que não compreendesse bem o que estava acontecendo.

─ Lori, sente, por favor ─ o homem pediu para sua esposa ─ Não precisa se preocupar, estamos seguros aqui.

─ E por quanto tempo vamos continuar assim?

─ Não se preocupe ─ ele repetiu.

Houve um momento de silêncio, que deixou Lizzie frustrada. Não tinha conseguido entender qual era o assunto dos pais ─ nunca escutara falar sobre algo chamado Fulgor antes.

─ A situação já vai ser controlada e vamos ficar bem, eu prometo. Todos nós.

─ Eu já ouvi isso antes ─ falou a mãe, em um tom um pouco mais baixo, de modo que Lizzie quase não conseguisse compreender as palavras.

Não houve uma resposta.

Mas dessa vez, a menina sabia do que eles estavam falando.

Ela enfim afastou a orelha da porta, imaginando que os dois não voltariam ao assunto inicial.

Pensou em voltar para o quarto, onde deveria estar, mas logo essa ideia foi afugentada. Ainda estava com medo ─ provavelmente mais do que quando acordara. Sabia que não conseguiria voltar a dormir sozinha.

Então, com cuidado, ela abriu a porta do quarto dos pais, lentamente, enquanto fingia um bocejo, para que pensassem que tinha acabado de chegar ali.

─ Oi, princesa ─ cumprimentou o pai ─ Não conseguiu dormir?

Ela balançou a cabeça de um lado para o outro e encostou a porta, correndo para a cama dos pais ou ver o homem dar batidinhas no colchão para chamá-la.

─ Tive um pesadelo.

─ Outro? ─ perguntou a mãe, preocupada ─ Quer contar como foi?

Lizzie negou. Não queria falar sobre o sonho, assim como em todas as outras vezes em que ele a havia atormentado.

As lembranças do terrível dia da explosão ainda eram vívidas em sua memória, mesmo depois de um ano, assim como a imagem do corpo queimado do tio que encontraram poucas horas depois.

Compreensiva, a mãe puxou a menina para mais perto de si, se deitando na cama enquanto a abraçava, acariciando seus pequenos cachos.

O conforto trazido pelo calor dos braços da mãe a segurando acalmaram a menina, da mesma forma como sempre fazia. Saber que a mãe estava ali, bem ao seu lado, a abraçando era tudo o que a criança precisava. Gostava de pensar que era tudo o que sempre precisaria, para toda a vida.

Lizzie abraçou a barriga da mulher com cuidado, pensando no quanto havia crescido nos últimos meses. A menina beijou o tecido da blusa por cima da região, ansiosa para o dia em que enfim conheceria o novo membro de sua família.

─ Boa noite, bebezinho ─ ela sussurrou antes de enfim fechar os olhos e adormecer ao lado dos pais.

Lizzie acordou dentro do Amansador, um pouco desnorteada. Olhou ao redor, vendo a cadeira no centro do lugar; era tudo o que tinha ali. Tinha preferido sentar no chão, com as costas apoiadas em uma das paredes, para tentar tirar um breve cochilo. Afinal, estava ali desde o amanhecer, levada para lá por Newt.

Não fazia ideia de que horas eram. Aquela havia sido a primeira vez em semanas que tinha conseguido dormir razoavelmente bem, mesmo com o sonho.

Tinha certeza que aquela era uma de suas lembranças perdidas. Já tinha tido outros sonhos semelhantes, mas nenhum deles de uma época em que era tão nova. Nunca tinha sonhado com sua família. A única coisa que tinha, todas as vezes, eram apenas algumas poucas falas que não lhe faziam sentido, a maioria vindas de um garoto ─ o mesmo que sussurrou em sua mente na noite que passou no Labirinto.

─ Ei, Tommy ─ ela chamou, desejando que o amigo já estivesse no Amansador ao lado.

A última vez em que vira Thomas, tinha sido no dia anterior, logo após o Conclave. Depois disso, o garoto tinha acompanhado Newt para visitar Alby, mantendo-se afastado de todos por alguma razão desconhecida. Estava curiosa para saber o que tinha acontecido, perguntando-se a si mesma o que o líder poderia ter dito a ele para deixá-lo tão atordoado a ponto de fugir para o bosque.

─ Lizzie, você acordou! ─ ele gritou em resposta, pensando precisar falar alto para que ela o escutasse, animado em ouvir a voz familiar. Mas tudo o que ela fez foi uma careta.

─ É eu acordei. E você não precisa gritar, eu estou bem do seu lado.

─ Ah. Certo. Desculpe ─ a voz dele soou mais baixa agora, um pouco envergonhado ─ O Chuck acabou de sair daqui. Ele trouxe o Tagarela, mas você estava dormindo.

─ É, eu não tenho dormido muito bem ultimamente ─ ela falou ─ O que o Alby queria com você ontem?

Thomas ficou em silêncio por um instante, pensativo com a pergunta. Não sabia se devia contar aquilo para Lizzie, afinal Alby não deixara nem mesmo Newt escutar o que tinha a dizer, tendo o expulsado sala antes de dirigir as palavras a Thomas, o fazendo pensar que talvez desse tentar manter segredo

Mas, por outro lado, Lizzie tinha sido uma das pessoas que mais o trataram bem, desde sua chegada na Clareira. Ela havia respondido a suas perguntas, o levara para ver os Verdugos durante a noite e não tentara o esconder as coisas, sempre indo direto ao ponto. Pensar naquilo o fazia sentir que precisava retribuir seus pequenos gestos de confiança. Não queria ter que esconder dela a resposta para a única pergunta que lhe havia feito.

─ Ele disse que me viu ─ contou, por fim, desejando não se arrepender disso futuramente ─ Eu e a garota em coma, Teresa. Disse que sabia o que tínhamos feito.

─ Teresa? Esse é o nome dela? ─ perguntou ─ Então ela acordou?

─ Ah, não. Ela... Você vai achar que sou maluco.

─ Acho que perder um pouco a cabeça é normal por aqui ─ ela de de ombros, pensando em tudo o que tinha acontecido nos últimos dias.

Pensou em Ben, pela primeira vez desde que voltara da noite no Labirinto, e na loucura que havia surgido em seu olhar após ser picado. Pensou na voz do garoto dentro de sua cabeça, guiando-a no escuro e a ajudando a despistar os Verdugos. Havia Gally, que agira de um modo extremamente agressivo, ameaçando dois Clareanos diferentes em um único dia. E também tinham os seus sonhos, suas lembranças da vida antes daquele lugar.

Talvez todos estivessem começando a enlouquecer, afinal.

Do outro lado, sozinho em seu próprio Amansador, Thomas respirou fundo, criando coragem para falar.

─ Ela falou comigo ontem. Dentro da minha cabeça.

Lizzie sabia, apenas pelo modo como a voz de Thomas soara ao falar, que ele estava inseguro ao lhe contar aquilo. Mas, ainda assim, ela sorriu. Ouvir que alguém tinha falado com Thomas dentro de sua cabeça recentemente a fez sentir certo conforto, feliz por não ser a única a estar passando por aquela situação estranha e incomum.

─ Eu também ouvi uma voz ─ ela contou.

─ Ela falou com você também?

─ Não, não era ela. Sendo sincera, eu não sei quem falou comigo. Era um garoto.

─ Alguma chance de ser algum Clareano? ─ Thomas sugeriu.

─ Ah, não, sem chance. Era alguém de fora, tenho certeza. Mas acho que eu o conhecia antes de me mandarem pra cá.

─ Isso faz sentido ─ concluiu Thomas ─ Eu tenho a impressão de conhecer Teresa antes daqui também.

Por um momento, nenhum dos dois ousou dizer algo a mais, ambos absortos demais em seus próprios pensamentos. Por algum motivo que Lizzie e Thomas se viam incapazes de entender, eles estavam passando por algo pelo qual os outros Clareanos sequer imaginavam.

Estar presos em uma Clareira, cercados por um Labirinto abrigando criaturas medonhas sedentas por sangue já era ruim o bastante. E seria maravilhoso se sair daquele lugar pudesse ser a única preocupação em suas cabeças. Mas não era. Ainda haviam outros problemas, cada um deles grandes o bastante para atormentar a mente de qualquer um.

─ Isso tudo é... muito estranho ─ falou Thomas, mais para si mesmo.

Lizzie concordou com a cabeça, mesmo sabendo que ele não poderia vê-la.

─ Ela te falou mais alguma coisa?

─ Disse que nós éramos os últimos, eu e ela ─ explicou ─ E que logo ia acabar. Ela também falou sobre provas.

Provas.

Lizzie teve a sensação de que um dia soube algo sobre aquilo. Tentou se concentrar para puxar aquela informação e forçá-la a reaparecer em sua memória, mas não obteve qualquer sucesso. Mas existiam provas. E algo a fazia acreditar que elas seriam nada parecidas com aquelas que são passadas em escolas.

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