GAME OF SURVIVAL, minho (maze...

By kbishopgf

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Quando Lizzie acordou dentro de uma caixa de metal estranha, sem se lembrar de nada sobre sua vida que não fo... More

GAME OF SURVIVAL
00 | PRÓLOGO
PARTE UM
01 | BEM-VINDO AO INFERNO
02 | VERDUGOS, CORREDORES E UM LABIRINTO PROIBIDO
03 | ELA É A ÚLTIMA
04 | ELE É MAU
05 | MUROS FECHADOS
06 | SEPARAÇÃO
07 | BESOURO MECÂNICO
08 | REGRA NÚMERO UM
10 | AMEAÇAS
11 | VOZES ESTRANHAS
12 | PRIMEIRO DIA
13 | UMA MANHÃ ESCURA
14 | O EXPERIMENTO DAS PEDRAS
15 | O TÉRMINO

09 | ENCARREGADO DOS CORREDORES

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By kbishopgf

Na manhã seguinte, Lizzie encontrava-se sentada em uma cadeira, com Thomas ao seu lado, ambos observando enquanto alguns dos Clareanos ocupavam lugares espalhados pela área de uma sala surpreendentemente grande da Sede.

A garota, com os olhos bem abertos, apesar do horário, tentava absorver cada pequeno detalhe daquela sala que ainda não havia conhecido. Para ela, era estranho pensar que, apesar de já estar na Clareira há seis meses, ainda haviam muitos lugares onde nunca tinha estado.

O nervosismo de Thomas era evidente.

Lizzie notou o garoto esfregar a palma das mãos na própria calça cerca de três vez dentro de um único minuto, em várias tentativas de enxugar o suor.

Alguns passos à frente dos dois, ela viu Gally lhes lançar um olhar severo enquanto se acomodava em uma das cadeiras, ocasionando a formação de uma careta nem um pouco discreta no rosto da garota. Ela sabia que Gally não deixaria que os dois saíssem em pune após quebrarem uma regra tão importante ─ mesmo que ele próprio já tivesse feito aquilo um dia.

─ Em nome do nosso líder, que está de cama, declaro este Conclave iniciado ─ falou Newt, por fim, com um rápido rolar de olhos, não fazendo qualquer esforço para esconder o quanto odiava toda aquela formalidade ─ Como todos sabem, os últimos dias foram bem loucos, e muita coisa parece estar ligada ao nosso Novato, Tommy, aqui presente. E é claro que nossa amiga, Lizzie, não poderia ficar de fora.

Lizzie escorregou na cadeira, encolhendo-se para se distanciar da vista de todos ao sentir suas orelhas esquentarem, sabendo perfeitamente bem que as últimas palavras foram proferidas com o objetivo de atingi-la.

─ Ele não é mais um Novato ─ falou Gally, em um tom de voz quase cruel ─ E, neste momento, Lizzie não é nossa amiga. Agora eles são apenas transgressores.

Como já era de se esperar, o comentário gerou uma onda de sussurros e murmúrios. Bastaram poucos segundos para que o caos se instaurasse no ambiente.

─ Gally ─ começou Newt ─, vamos manter a ordem nesta droga. Se pretende abrir essa matraca toda vez que eu disser alguma coisa, pode ir dando o fora, porque não estou numa boa hoje.

Thomas quase se levantou e aplaudiu.

Lizzie sorriu, vitoriosa, encarando Gally com um nível de satisfação ameaçador em seu rosto.

Com os punhos cerrados e uma carranca, Gally cruzou os braços e voltou a se sentar, praticamente se jogando na cadeira. Lizzie mal podia acreditar que alguém realmente poderia se sentir ameaçado por aquele garoto. Aos seus olhos, naquele momento, ele não passava de uma figura extremamente patética.

─ Que bom que esclarecemos esse ponto ─ retomou a voz tranquilizadora de Newt ─ O motivo de estarmos aqui é porque quase todo adorável garoto nesta Clareira me procurou nos últimos dois dias para acabar com Thomas ou para pedir sua mão em casamento. Precisamos decidir o que vamos fazer com ele. E depois vamos conversar sobre Lizzie ─ ele acrescentou rapidamente, direcionando o olhar para a garota brevemente.

─ Não precisam perder tempo ─ a garota deu de ombros ─ Eu quebrei a regra, me deixem passar uma noite no Amansador e pronto.

Gally se inclinou um pouco para frente, como se estivesse prestes a se levantar para dizer algo, mas não teve tempo. Newt se apressou para impedir de dar a ele qualquer oportunidade para se manifestar.

─ Você terá a sua oportunidade de falar, Gally, espere a sua vez ─ o loiro lançou um olhar impaciente para ele antes de se voltar a Lizzie e Thomas ─ Vocês dois não estão autorizados a dizer porcaria nenhuma até eu mandar, tudo bem?

Mesmo de má vontade, Lizzie assentiu.

Não conseguia entender qual era a dificuldade naquela situação. Ela e Thomas tinham quebrado a regra número um. Tinham feito aquilo para salvar Minho e Alby, mas ainda assim, a regra havia sido quebrada. Eles precisavam ser punidos, era a decisão justa a ser tomada. Uma noite no Amansador era o suficiente, não havia a necessidade de convocar um Conclave para algo tão simples.

Mas, ainda assim, ali estavam eles.

─ Zart, você começa.

Zart, um garoto grandalhão e calado que cuidava dos Jardins, remexeu-se em sua cadeira, parecendo um pouco incomodado com toda a atenção que acabara de receber.

─ Sei lá ─ ele correu os olhos pelos colegas na sala, desesperado para que alguém lhe dissesse o que fazer ─ Eles desrespeitaram uma das regras mais importantes, não podemos deixar que pensem que está tudo bem ─ ele fez uma pausa para pensar, esfregando as mãos ─ Mas, de qualquer forma, o Thomas... Bom, ele mudou as coisas. Agora sabemos que dá pra sobreviver lá fora e que os Verdugos podem ser mortos.

"Como se o Thomas tivesse sido o único a matar um Verdugo", pensou Lizzie, repentinamente mau humorada, enquanto cruzava os braços e encarava Zart.

Thomas, por outro lado, pareceu aliviado ao ouvir o comentário, e aquilo não surpreendeu a garota.

─ Ah, corta essa ─ bradou Gally, incapaz de permanecer calado ─ Aposto que o Minho e Lizzie que se livraram daquelas coisas estúpidas sozinhos.

Mesmo não gostando muito de Gally, Lizzie não pôde conter um pequeno sorriso. Enfim alguém a havia dado algum crédito pelo que tinha acontecido.

─ Gally, feche a matraca! ─ gritou Newt, ficando de pé para assustar ─ Sou o maldito Presidente aqui e, se ouvir mais uma droga de comentário seu, vou providenciar um Banimento para o seu traseiro sujo.

─ Por favor ─ Gally murmurou sarcasticamente, ao mesmo tempo em que franzia as sobrancelhas e voltava a se sentar de maneira largada na cadeira.

Impaciente, Newt se sentou e fez um sinal para Zart.

─ Acabou? Alguma recomendação oficial?

Zart balançou a cabeça negativamente, aliviado por não precisar mais falar sobre aquilo.

─ Ótimo. Caçarola, você é o próximo.

O cozinheiro sorriu e endireitou-se na cadeira.

─ Esses dois tem mais colhões do que todos os porcos que preparei no ano passado ─ fez uma pausa, esperando por risos que não vieram. Sentindo-se mal pelo amigo, Lizzie forçou uma risada da forma mais natural que lhe era possível, e ficou feliz ao notar a expressão agradecida do cozinheiro em sua direção ─ Isto é uma bobagem. Eles salvam a vida do Alby, matam um monte de Verdugos e a gente senta aqui para tagarelar sobre o que fazer com eles? Como o Chuck diria, isso é uma montanha de plongs.

─ E o que recomenda então? ─ indagou Newt.

Caçarola cruzou os braços, parecendo bastante certo da sua sugestão.

─ Ponham os dois no Conselho para ensinarem tudo o que fizeram lá fora.

Mais uma vez, os garotos começaram a discutir uns com os outros sobre o assunto, enquanto Newt tentava concentrar-se em fazer anotações.

Lizzie não tinha notado o bloco de notas do amigo antes daquele momento. Curiosa, ela se esticou um pouco na cadeira, esforçando-se para enxergar a caligrafia do garoto. Apesar de nunca ter visto a letra de Newt como difícil de se decifrar, a distância entre ela e o papel a impossibilitou de reconhecer as palavras.

─ Agora todo mundo fique com a maldita boca fechada, não estou brincando ─ Newt falou ao terminar de escrever, apontando para um terceiro garoto dentro da sala, cujo nome Lizzie não conseguia se lembrar, indicando que agora era a vez dele de falar.

─ Na verdade, não tenho opinião nenhuma.

─ O quê? ─ o loiro perguntou com irritação ─ Que bela coisa foi escolher você para o Conselho então!

─ Sinto muito, sinceramente, não tenho ─ ele respondeu, como se não se importasse muito com nada daquilo ─ No mínimo, eu concordo com o Caçarola, eu acho. Por que punir um cara por salvar a vida de alguém?

─ Então você tem uma opinião... É só isso? ─ insistiu Newt, claramente sem paciência para continuar aquele breve debate com o garoto.

─ É, eu acho que sim. Mas... ─ ele pareceu hesitar, desviando o olhar de Newt para Lizzie.

Mas...?

─ Acho que a Lizzie devia passar uma noite no Amansador. Sinto muito.

─ Só ela? ─ Newt questionou, depois de um breve instante em silêncio.

Lizzie manteve seu olhar fixo no garoto. De repente, deixou de se sentir culpada por ter esquecido o nome dele. "Maldito".

─ É, sim ─ o garoto continuou ─ Já sabemos que o Thomas salvou o Alby, não faz sentido punir ele por isso. Mas a Lizzie... Ela não precisava ter entrado. Devia ter ficado aqui, assim como as regras mandam. Ela não pode pensar que tem o direito de fazer o que quiser só porque é uma garota.

─ Então a sua sugestão é agradecer o Thomas e punir a Lizzie? ─ perguntou Newt, em um tom acusador enquanto voltava a anotar algo no papel.

Lizzie precisou fazer um grande esforço para não levantar e dizer àquele garoto o quão idiota ele estava sendo. Prometeu a si mesma que se lembraria de torná-lo alvo da próxima pegadinha que ajudaria Chuck a fazer ─ e que, dessa vez, não tomaria o cuidado de não ser cruel.

─ Bom, dizendo assim parece que estou sendo injusto. Mas não é bem isso.

─ É exatamente isso que parece para mim ─ falou Gally, alto o bastante para que a sala toda pudesse escutar.

Antes que aquele comentário pudesse desencadear um novo falatório, Newt repreendeu todos com o olhar e logo apontou para Winston, o Encarregado do Sangradouro.

─ Eu acho que eles deveriam ser punidos. Sinto muito, aos dois, mas, Newt, você mesmo está sempre falando em ordem. Se eles não forem punidos, daremos um mau exemplo. Eles transgrediram a Regra Número Um.

─ Ok ─ Newt concordou ─ Então você quer que eles sejam punidos. Que tipo de punição sugere?

─ Devíamos deixar os dois no Amansador a pão e água por uma semana.

Gally aplaudiu, demonstrando a sua aprovação a ideia de Winston, tão alegre quanto Lizzie jamais o vira desde a sua chegada na Clareira. Ela não ficou irritada. Ao menos Gally não parecia ser a favor de um tratamento diferente entre ela e Thomas, visto que os dois haviam quebrado exatamente a mesma regra.

Depois disso, mais dois Encarregados falaram, então chegou a vez de Newt, que optou por deixar sua opinião para o final, para que pudesse considerar o ponto de vista de todos dentro da sala antes de chegar a uma conclusão final.

Agora, haviam apenas dois garotos que ainda não tinham falado. Gally e Minho. O último não dissera uma única palavra desde colocara os pés dentro da sala. Apenas tinha permanecido ali, sentado, afundado em uma cadeira, parecendo que não dormia há semanas.

Lizzie não negaria para si mesma que estava curiosa para saber o que o asiático diria a respeito de toda a situação. Era a opinião que mais estava ansiosa para escutar, e imaginou que fosse pelo fato de ele ser o único ali que estava no Labirinto junto dela e de Thomas.

Mas Gally foi o primeiro a falar.

─ Acho que já deixei bem claras as minhas opiniões.

─ Bom isso. Sua vez agora, Minho ─ falou Newt com um balançar de cabeça.

─ Não! ─ Gally gritou, ficando de pé em um pulo, eufórico ─ Tenho mais uma coisa para dizer.

─ Então desembuche logo.

─ Pensem o seguinte ─ começou, proferindo cada palavra com bastante clareza, para ter certeza que todos o entenderiam ─ Esse cabeção surge na Caixa parecendo todo confuso e amedrontado. Alguns dias depois, está correndo no Labirinto com os Verdugos, agindo como se fosse o dono do pedaço.

"Isso vai ser bom", pensou Lizzie, enquanto seu lábio de erguia em um pequeno sorriso. Tinha certeza que Gally estava prestes a dizer o maior absurdo que ela já escutara e estava ansiosa para aquilo. Queria guardar cada uma das palavras em sua memória para contar a Chuck mais tarde. Com certeza, aquilo seria a causa de várias risadas para a dupla.

─ Acho que foi tudo uma encenação. Como ele poderia fazer o que fez lá depois de apenas alguns dias? Aposto que ele é um espião das pessoas que nos puseram aqui.

Um novo falatório se iniciou e Lizzie não foi capaz de conter um pequeno riso.

Mesmo que não conhecesse Thomas há mais do que alguns poucos dias, ela sabia que ele não era um espião. Era uma sensação estranha. Mas ela tinha certeza. Como se os dois já se conhecessem antes de todo aquele caos no qual estavam envolvidos.

Considerou a ideia de Gally ainda mais absurda do que havia imaginado.

─ Não podemos confiar nesse Trolho ─ continuou, assim que o restante dos garotos se acalmou ─ Um dia depois de ele aparecer, veio aquela garota lunática em coma, com aquela ladainha de que as coisas mudariam, trazendo aquele bilhete maluco. Encontramos um Verdugo morto. Thomas convenientemente fica preso dentro do Labirinto durante a noite, depois tenta convencer a todos que é um herói. Bem, nem o Minho nem a Lizzie estavam lá pra ver ele fazer alguma coisa nas heras. Como podemos saber que foi ele que colocou o Alby lá em cima?

Gally fez uma pausa, mas ninguém falou nada.

Lizzie olhou para Thomas e notou que ele parecia aflito, esfregando as mãos nas próprias calças, temendo que alguém acreditasse naquelas palavras. Ela, por outro lado, parecia bastante tranquila. Não pensava que alguém acreditaria naquilo ─ e, se acreditasse, estava pronta para chamar a pessoa de louca.

─ Muitas coisas estranhas estão acontecendo, e tudo começou quando esse Fedelho cara de mértila apareceu. Tem alguma coisa errada e, até que a gente descubra, recomendo que ele fique apodrecendo no Amansador... por um mês. Depois faremos uma nova avaliação.

Mais uma vez, o tumulto surgiu.

Os garotos discutiam, em voz alta, sobre a sugestão de Gally, alguns deles ponderando a teoria conspiratória que havia sido compartilhada, outros tentando defender que aquilo não fazia sentido.

O Conclave havia se tornado um verdadeiro caos, e Lizzie estava se divertindo com aquilo. No começo do dia, pensou que precisaria ficar sentada naquela cadeira, em completo silêncio enquanto escutava as declarações tediosas de outros Clareanos, mas aquilo estava sendo surpreendentemente divertido.

─ Terminou, Comandante Gally? ─ indagou Newt.

─ Vê se para de dar uma de espertinho, Newt. Estou falando muito sério. Como podemos confiar nesse Trolho depois de menos de uma semana? Pelo menos pense no que estou dizendo.

─ Ótimo, Gally. Me desculpe. Ouvimos o que você disse e vamos todos considerar a sua maldita recomendação. Acabou?

─ Sim, acabei. E estou certo.

Newt então, apontou para Minho.

Finalmente havia chegado o momento que Lizzie tanto aguardou.

Ela lembrou da expressão pensativa de Minho no dia anterior. Sabia que ele tinha uma ideia em mente, e esperava que ele enfim fosse a revelar.

Todos foram pegos de surpresa quando, em um movimento repentino, Minho levantou-se.

─ Eu estava lá. Vi o que os dois fizeram. Eles continuaram fortes enquanto eu me transformei em um covarde choramingão. Não vou ficar de conversa mole igual o Gally, quero dar minha recomendação e ponto final.

Lizzie ficou tensa por um momento. Começou a se questionar se gostaria do que estava prestes a escutar. Tinha esperado tanto para ouvir aquilo, e agora não tinha mais certeza se era o que queria.

─ Ótimo. Fale, então.

─ Eu indico os dois para me substituírem como Encarregado dos Corredores.

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