GAME OF SURVIVAL, minho (maze...

By kbishopgf

36K 4K 2.2K

Quando Lizzie acordou dentro de uma caixa de metal estranha, sem se lembrar de nada sobre sua vida que não fo... More

GAME OF SURVIVAL
00 | PRÓLOGO
PARTE UM
01 | BEM-VINDO AO INFERNO
02 | VERDUGOS, CORREDORES E UM LABIRINTO PROIBIDO
03 | ELA É A ÚLTIMA
04 | ELE É MAU
05 | MUROS FECHADOS
07 | BESOURO MECÂNICO
08 | REGRA NÚMERO UM
09 | ENCARREGADO DOS CORREDORES
10 | AMEAÇAS
11 | VOZES ESTRANHAS
12 | PRIMEIRO DIA
13 | UMA MANHÃ ESCURA
14 | O EXPERIMENTO DAS PEDRAS
15 | O TÉRMINO

06 | SEPARAÇÃO

1.6K 218 181
By kbishopgf

Lizzie olhou para Minho no chão, sem acreditar. Tinham entrado ali para tentar ajudar, e aquela era a forma como ele os agradecia. Com sarcasmo.

De forma lenta, Minho se levantou. Ainda estava com dificuldade para se manter de pé, mas ainda assim o fez, esforçando-se para não precisar se apoiar em alguma parede. Embora a luz do local fosse fraca, era possível notar com clareza sua aparência horrível ─ suado, sujo e todo arranhado. Mas Alby estava pior. Ainda jogado no chão, na exata posição em que havia sido deixado pelo Corredor momentos antes, o líder tinha cortes e manchas vermelhas espalhadas pelo corpo, sujando sua camisa com o sangue.

─ Se acham que foram corajosos vindo aqui, escutem uma coisa ─ Minho começou, mirando Lizzie e Thomas com um olhar severo ─ Vocês são os caras de mértila mais mertilentos, fedorentos e nojentos que já existiram. Podem se considerar mortos, assim como nós.

─ Não podíamos ficar só olhando e deixar vocês aqui ─ Thomas defendeu.

─ E qual é a vantagem de estar aqui com a gente? ─ Minho revirou os olhos ─ Seja como for. Quebrem a Regra Número Um, matem-se, quem se importa?

Para Lizzie, aquilo foi a gota d'água.

A garota sentiu seu rosto ferver, irritada. Ela se aproximou de Minho com segurança, sua fúria exalando pelos poros do rosto.

─ Isso se chama tentar ajudar, seu ingrato de mértila ─ ela bateu o dedo indicador no peito de Minho acusadoramente, sem poupar força.

─ Não pedi ajuda ─ respondeu, afastando a mão da garota.

─ Ótimo! Na próxima vez, vou me sentar e assistir você e Alby receberem uma sentença de morte.

─ Seria muito melhor. Pelo menos assim você estaria segura.

Thomas os chamou uma vez, enfim tentando dar algum sinal de que ainda estava ali, mas foi ignorado. Lizzie e Minho ainda concentravam-se em discutir um com o outro, ambos frustrados e preocupados com a falta de segurança com a qual estavam lidando.

─ E você morreria sozinho.

─ Então esse é o seu plano brilhante? ─ perguntou ele, rindo ─ Uau, que ideia maravilhosa, realmente genial. Agora vou morrer, mas ao menos você esse trolho idiota vão morrer junto. Isso é muito reconfortante, obrigado, Lizzie.

Um pouco tenso e incerto, Thomas se aproximou mais deles. Sabia que os dois precisavam se acalmar e parar com aquela troca inútil de farpas. Precisavam continuar juntos e encontrar uma forma de tentar sobreviver àquela noite ─ e manter Alby, que permanecia inconsciente, em segurança, longe das guarras dos Verdugos.

─ Ei, gente ─ Thomas tentou chamá-los mais uma vez.

Agora, os dois se viraram na direção do garoto, ambos respirando fundo e direcionando toda a irritação que sentiam a ele.

─ O que foi? ─ perguntaram, ao mesmo tempo.

O olhar de Thomas se revezou entre Minho e Lizzie. Ele demorou um pouco para falar, não se mostrando abalado pela forma como os dois o transformaram em um alvo para a grosseria em tão pouco tempo.

─ Eu sei que estão nervosos ─ começou Thomas, um pouco incerto, mexendo nos próprios dedos ─ Mas precisamos pensar em alguma coisa. Essa discussão idiota não vai nos ajudar em nada.

Minho e Lizzie se olharam por um segundo, sérios. O garoto forçou uma risada amarga e voltou a se sentar no chão ao lado de Alby, desesperançoso. Lizzie bufou, frustrada ao perceber que o Corredor não queria nem mesmo tentar. Ele apenas aceitara que estava à beira da morte e aquilo a deixava desapontada. Como poderia apenas aceitar algo assim com tamanha facilidade?

─ O que aconteceu? ─ perguntou Thomas, apontando para o garoto desacordado.

─ Não quero falar sobre isso ─ respondeu Minho, inclinando-se para verificar a pulsação de Alby ─ Vamos dizer apenas que os Verdugos sabem se fingir de mortos muito bem.

Aquilo pegou Lizzie de surpresa.

─ Então o Verdugo estava vivo?

─ Foi o que eu acabei de dizer.

─ Quer dizer que ele foi mordido? Picado, seja lá o que for? ─ Thomas apressou-se em perguntar, afim de impedir que os dois voltassem a discutir ─ Ele vai passar pela Transformação?

─ Você tem muito o que aprender ─ foi tudo o que Minho respondeu.

Thomas sentiu vontade de gritar, mas forçou-se a respirar fundo para tentar manter a calma.

─ Se não conseguirmos tratá-lo até o pôr do Sol, provavelmente vai morrer ─ Minho falou, dando de ombros ─ Claro, vamos morrer também, portanto não adianta ficar choramingando por causa dele. É isso aí, vamos estar mortinhos logo, logo.

Lizzie percebeu que a expressão de Thomas se tornou, aos poucos, desesperançosa, assim como a de Minho, como se estivesse começando a acreditar que não havia nada que pudesse ser feito.

─ Vamos morrer mesmo? ─ perguntou, receoso ─ Você está me dizendo que não temos a menor chance?

─ Nenhuma.

─ Cala a boca ─ Lizzie mandou ─ Se quer ficar sentado aí se lamentando e dizendo que vai morrer, ótimo, faça o que quiser. Mas pare de tentar nos fazer acreditar no mesmo.

Minho abriu a boca, e por um instante Lizzie pensou que estava prestes a dar uma resposta repleta de sarcasmo, apenas para ser aquele quem dá a última palavra. Mas não falou nada. Ele se calou. Olhou para os próprios pés, parecendo pensativo, quase como se estivesse se lamentando por algo.

Lizzie fechou os olhos e respirou fundo, puxando todo o ar que conseguia para si, apenas para soltá-lo vagarosamente logo em seguida, em uma tentativa de manter-se calma. Então, ela se virou para Thomas.

─ Vamos ficar bem ─ garantiu, otimista ─ Precisamos pensar em um jeito de manter Alby seguro, não podemos passar a noite toda nos preocupando com ele.

Thomas assentiu, olhando ao redor. Precisava pensar em algo, qualquer coisa, mas aquilo parecia inútil. Tudo o que havia ao seu redor eram muros altos com heras longas que desciam até a ponta. Um lampejo surgiu na mente de Thomas e ele sorriu para si mesmo.

─ Acho que tive uma ideia.

As palavras chamaram a atenção de Minho, que ainda estava sentado ao lado de Alby, mas agora olhando para o novato, curioso.

O garoto correu na direção de um dos muros e segurou uma das heras com as mãos, puxando-a com toda a sua força para baixo, tentando desprendê-la do topo do muro para ver se era forte o bastante.

─ Podemos prender o Alby aqui ─ explicou ─ Acho que vai aguentar.

─ Isso! ─ Lizzie concordou, animando-se ─ Tenta subir nela, para termos certeza que é forte.

Thomas franziu o cenho, parecendo um pouco inseguro com a ideia.

─ Por que eu?

─ Porque eu claramente sou mais leve, então ela pode me aguentar, mas não aguentar o Alby ─ ela explicou, então apontou para Minho no chão atrás de si ─ E porque o Corredor ali está ocupado demais agindo como uma criança birrenta.

Aquilo foi o bastante para fazer Minho se levantar, num impulso. Ele obrigou a si mesmo a se manter minimamente calmo.

─ Certo, vamos fazer isso ─ Minho concordou com a ideia ─ Eu subo.

─ Essa foi a melhor coisa que você disse desde que entramos aqui ─ Lizzie murmurou, alto o bastante para que Minho a escutasse.

Fazendo um grande esforço para não responder algo à garota, Minho se encaminhou até o muro, tirando a hera das mãos de Thomas e a segurando com força entre as mãos. Num pulo, ele apoiou ambos os pés no muro, pendurando-se para testar a força.

─ É, ela aguenta.

─ Acho que o Thomas devia subir também, só para termos certeza ─ Lizzie concluiu ─ Seria péssimo se o Alby acabasse caindo.

Minho olhou para baixo, fuzilando-a com o olhar.

─ Você está se divertindo muito com isso, não é?

─ Pode apostar que sim.

A garota riu fraco. Apesar da situação amedrontadora em que estavam, ela se esforçava para esconder o medo, dando seu máximo para parecer calma e descontraída. Depois de passar seis meses presa em um ambiente cercada de garotos duvidando de sua capacidade, ela aprendera que não poderia se dar ao luxo de demonstrar fraqueza.

Ignorando completamente a garota, Minho desceu da hera, indo em direção a Alby, segurando-o por baixo dos braços.

─ Vamos acabar logo com isso.

Alby já estava consideravelmente longe do chão quando os três jovens escutaram o som alto da movimentação de um dos Verdugos. Os três, que até então haviam se concentrado ao máximo para erguer o corpo do amigo, usando uma das heras para isso, agora haviam parado, todos olhando para a direção de onde o som viera, assustados.

Parecia estar próximo, como se estivesse vindo para a direção deles.

─ Precisamos continuar ─ Thomas constatou, desviando o olhar para Alby novamente.

─ Precisamos nos separar ─ Minho respondeu, sem tirar os olhos do corredor de onde o barulho tinha soado.

─ Não. Temos que erguer ele mais um pouco, estamos quase lá ─ Lizzie o contrariou ─ E nos separar é a pior coisa que poderíamos fazer.

O som tornava-se cada vez mais alto, indicando que a criatura se aproximava.

Minho tentou voltar a se concentrar em ajudar com Alby, mas logo se distraiu. O aperto de sua mão na hera enfraqueceu, fazendo com que Thomas e Lizzie fossem arrastados para frente, perdendo o equilíbrio por um instante.

─ Temos que ir. Agora.

─ Ainda não!

─ Minho, precisamos terminar isso ─ Thomas pediu, esforçando-se para não deixar Alby cair.

Mais uma vez o barulho soou, agora ainda mais alto do que antes. Lizzie percebeu que Minho estava hesitante, intercalando sua atenção entre puxar a hera e olhar para a direção por onde o Verdugo apareceria a qualquer instante.

─ Foi mal, novato ─ Minho falou por fim, puxando Lizzie pelo braço enquanto corria para longe dali, arrastando a garota consigo.

─ Minho, não, espera! ─ ela ouviu Thomas gritar.

Lizzie ficou completamente sem reação. Tinha sido pega de surpresa, mas não demorou muito para enfim se recompor, esforçando-se para manter os pés firmes no chão, em uma tentativa de fazer Minho parar de correr.

E deu certo. O garoto foi forçado a parar, mas agora já estavam longe o bastante para não conseguirem mais ver Thomas, que havia sido deixado para trás.

Furiosa, Lizzie puxou sua mão para si, desvencilhando-se de Minho.

Antes que o garoto tivesse a chance de se pronunciar, ela socou seu ombro.

─ Ficou maluco?! Não podemos deixar o Thomas ali sozinho!

─ Acabei de salvar a sua vida!

─ Não. Você acabou de abandonar alguém que precisa de ajuda.

─ Você ainda não entendeu? Vamos todos morrer. Todos nós ─ Minho voltou a insistir.

Lizzie balançou a cabeça em negação. Não poderia permanecer de braços cruzados, sentada, apenas esperando que a morte viesse até ela.

Sem se dar ao trabalho de tentar conversar com Minho sobre aquilo, ela apenas lhe deu as costas, caminhando com passos firmes para longe dele.

─ Aonde você vai? ─ ele perguntou, sem sair do lugar, observando-a se afastar.

─ Você disse que devíamos nos separar ─ respondeu, sem olhar para trás ─ Então é isso que vamos fazer.

Continue Reading

You'll Also Like

34.9K 3.2K 28
[completa] ❝ O que você, varão, acha que eu tenho? Desejo de morte? ❞ Depois de uma devastação solar, uma doença criada pelos humanos veio. O Ful...
183K 15.5K 29
{CONCLUÍDA} Park Jimin nunca pensou que iria se apaixonar pelo dono da máfia mais perigosa do país ou melhor do mundo, no fundo Jimin agradeceu demai...
3.8K 162 15
Capa feita por @dexstiel_ Barner @Pornmadie e @dexstiel_ Desde que era pequeno Five Hargreeves, teve que aprender lidar com seus poderes,ele só não s...
1.2M 69.1K 85
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...