Forgive | JIKOOK

By seokiearth

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Durante um encontro diplomático entre dois países a beira de uma guerra nuclear, Park Jimin e Jeon Jungkook... More

Avisos iniciais importantes
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capitulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58

Capítulo 34

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By seokiearth

No momento em que Jimin deixou o apartamento de Jungkook, o relógio em seu celular marcava nove da manhã em ponto. E, apesar de não precisar, Jungkook fez questão de levar a sua alma gêmea, Ice Bear, Taehyung e Yeontan até o local onde o avião privado da família real coreana esperava por Jimin e seu melhor amigo.

Durante todo o caminho, Jimin precisou aturar a discussão boba entre Jungkook e Taehyung que brigavam por literalmente qualquer coisa. O Kim adorava perturbar o mais novo e os dois príncipes sabiam bem disso, mas ainda assim Jungkook sempre caia nas provocações do modelo que sorria satisfeito quando Jungkook retrucava e continuava a falar coisas que iriam incomodar o japonês.

Quando o carro de Jungkook por fim estacionou em frente à escada que levava ao interior do avião da coroa coreana, Taehyung acusou o mais novo de ser uma falsa alma gêmea de Jimin e pegou a bolsa onde Yeontan dormia e saiu do carro sem dizer mais nada, apenas ignorando os protestos do jovem que colocou a cabeça para fora do carro só pra defender a sua honra.

"Eu sou sim a sua alma gêmea, Jimin. Ele é doido!" Jungkook falou para o loiro sentado ao seu lado que apenas riu e se inclinou para deixar um beijo rápido sobre os lábios do japonês com a intenção de calar o mais novo e também de se despedir.

"Somos todos almas gêmeas, que tal?" Jimin propôs, segurando firmemente a mochila de transporte que mantinha preso o gato branco que dormia tranquilamente.

"Óbvio que não." Jungkook negou de prontidão, balançando a cabeça de um lado para o outro algumas vezes até parar e aproximar o seu rosto do rosto do loiro, este que o olhava nos olhos. "Eu gosto do Tete, mas não é para tanto. Não vou dividir minha alma gêmea com ele. Eu tenho o fio ligado à você, não ele."

"Vocês dois são iguais. Não vou me meter mais." O mais velho falou, revirando os olhos enquanto ainda mantinha a sua expressão divertida. "Eu vou só usar vocês e essa briguinha besta de vocês para aumentar o meu ego." Avisou, se surpreendendo ao receber um selinho do moreno que se afastou minimamente enquanto sorria.

"Pode me usar o quanto você quiser, hyung." Falou cheio de orgulho e certeza, como se permitir tal coisa fosse algo bom e, na mente de Jungkook, de fato era algo bom.

O japonês queria que Jimin tivesse plena noção do quão apreciado ele era pela sua alma gêmea e pelo seu melhor amigo. No entanto, o coreano não compartilhava da mesma visão que o japonês e acabou por achar a fala alheia muito esquisita.

"Tenha amor próprio, garoto." Jimin pediu sincero e, ao mesmo tempo, rindo por não querer parecer grosseiro com o mais novo. "Enfim, eu tenho que ir." Avisou.

"Me avise quando chegar em casa?" Jungkook pediu.

Ao ouvir o pedido feito pelo mais novo, Jimin não pôde deixar de sentir um certo estranhamento em relação ao que foi solicitado. O Park não estava acostumado a ouvir outra pessoa que não fosse o seu avô fazendo aquele pedido. Sempre quando Jimin ou Seonghwa iam viajar para qualquer lugar, principalmente para o exterior, o rei coreano costumava pedir para seus netos enviarem uma mensagem assim que chegassem nos seus destinos finais.

Para Jimin, tal gesto era algo muito íntimo e justamente por essa razão ele passou alguns segundos questionando em sua mente quais eram as chances de Jungkook estar tentando controlar seus passos e limitar o que ele podia fazer, assim como se ele fosse seu dono ou coisa parecida. No entanto, os olhos grandes e brilhantes do mais novo fizeram o coreano acreditar que o japonês, assim como o seu avô, apenas queria se certificar de que ele tenha chegado bem em casa.

"Tudo bem." Jimin concordou, assentindo ao mesmo tempo em que oferecia um sorriso para o moreno que sorriu de volta em agradecimento.

Como um gesto de despedida, Jungkook segurou com a sua mão tatuada o queixo do coreano e se inclinou em direção ao mais velho até unir seus lábios ao do outro. Por segundo algum Jimin tentou resistir ao beijo e apenas se entregou ao ósculo lento e cheio de paixão. Era de fato um beijo de despedida e isso ficava bem claro pelo modo singelo como eles se tocavam, as pontas dos seus dedos acariciando o queixo e as maçãs do rosto um do outro.

Foi apenas quando Ice Bear miou que os príncipes se afastaram aos poucos, roubando rápidos selinhos um do outro enquanto sorriam como dois bobos.

"Você bem que podia ficar mais um dia aqui." Jungkook falou em voz alta o seu desejo, acariciando a bochecha esquerda do coreano que sorriu e beijou o pulso do mais novo, bem em cima de onde o fio roxo se prendia ao corpo do japonês.

"Eu realmente tenho que ir." Jimin falou calmo e gentilmente. "Eu já faltei a muitas reuniões e deixei muito trabalho acumulando nesses últimos dias. Minha secretária já me disse que eu estou cheio de documentos na minha mesa para ler e assinar."

"Vou te ensinar a ser um príncipe que foge das obrigações. Eu sou bem bom nisso." Jungkook propôs do mesmo jeito que uma criança faria ao convidar seus amigos para fazer algo que era fortemente proibido. Tal olhar e tom presente na fala do mais novo fez Jimin rir por achar o moreno adorável.

O Park certamente ria com muita facilidade quando estava com Jungkook. Era tão fácil para Jimin rir e se divertir quando ele estava com Jungkook tanto quanto era fácil respirar.

"Não, obrigado." Jimin negou sorrindo. "Meu avô me mataria."

"Você disse que ele é legal. Ele definitivamente entenderia uma fugida." O moreno falou parecendo convencido de sua ideia, mas Jimin sabia que ele estava apenas brincando e por essa razão que ele riu e assentiu mesmo que não estivesse de fato concordando com aquilo.

"Eu tenho que ir." Jimin praticamente lamentou, olhando rapidamente para trás apenas para ver o modo como toda a tripulação ainda esperava por ele em fila ao lado da escada. "Eu aviso quando chegar em casa, tudo bem?" Prometeu voltando a olhar para o mais novo que assentiu e sorriu ao ter os dois lados do seu rosto segurados por Jimin que, em seguida, o beijou rapidamente. "Fica bem." Desejou ao se afastar de Jungkook e em seguida o príncipe coreano se virou para abrir a porta do veículo.

Ao sair do carro, o loiro colocou sobre seus ombros as duas alças da mochila de transporte do Ice Bear e acenou um último adeus para Jungkook que, como resposta, sorriu e assistiu de dentro do carro Jimin subir com calma as escadas que levavam ao interior do jatinho.

Após entrar no avião e se sentar na poltrona de frente ao seu amigo e ao lado da janela, Jimin abriu a sua mochila para que Ice Bear pudesse se deitar sobre a poltrona ao seu lado e em seguida jogou o seu fone e seu celular sobre a mesa posicionada à sua frente. Sem perder mais tempo, ele se virou em direção a janela, procurando com o olhar o carro de Jungkook correndo pela lateral da pista até fazer uma curva em direção à saída e sumir do campo de visão do coreano.

Dizer adeus foi fácil para Jimin, mas agora que ele olhava para aquela pista vazia enquanto escutava o comandante dizer algumas palavras de cumprimento, informações sobre o voo e segurança, o Park não conseguia deixar de se sentir um pouco vazio. Era como se ele estivesse deixando uma parte da sua vida para trás ou coisa do tipo, o que fazia parte da sua racionalidade gritar insultos para ele mesmo parar de ser tão ridículo. Mas ainda assim, Jimin não parava de sentir uma melancolia que ele estava acostumado a sentir exclusivamente quando se tratava de seu irmão.

Tal sentimento deixou Jimin confuso. Não era uma boa sensação e ao mesmo tempo ele queria se bater por estar dando um show desses por causa de um garoto que sequer era seu namorado...

...ainda.

Se bem que o fio está roxo, o que significa que eu estou apaixonado por ele... Jimin pensou. Talvez seja uma reação normal? Afinal, nós dois passamos bastante tempo juntos. Quase duas semanas completas dormindo e acordando juntos, então talvez essa seja uma reação justa.

"Oh não, você vai morrer de saudades dele?" Taehyung perguntou claramente fingindo uma preocupação exagerada e sentimental, atraindo a atenção de Jimin para o seu rosto que expressava uma falsa tristeza. "Você quer que eu peça para ele voltar? Ele volta rapidinho." Falou colocando a sua mão direita sobre a mesa, assentindo algumas vezes como se estivesse tentando confirmar a sua ideia para o príncipe que riu ao mesmo tempo em que ele revirou os olhos.

"Cala a boca." Jimin pediu, voltando a desviar o olhar em direção à janela enquanto escutava o som baixinho de Taehyung dando uma risada fraca e rouca.

Após o comandante dizer suas palavras e todos se organizarem, o avião finalmente levantou voo para levar o príncipe herdeiro e o modelo de volta para a Coreia. A viagem iria durar menos de três horas, era um voo curto o suficiente para impedir qualquer um dos presentes no avião de querer dormir. Por essa razão, quando Jimin se cansou de admirar as nuvens e a forma como as cidades pareciam tão pequenas dali de cima, ele pegou seu celular e conectou o aparelho ao sistema de WIFI da aeronave.

Ao ter seu celular desbloqueado, rapidamente Jimin abriu seu aplicativo de mensagens e digitou um pequeno recado para Namjoon, desejando uma boa viagem para o seu amigo e para o noivo do mesmo já que ambos iriam passar os próximos dias totalmente desconectados da internet. No entanto, ao enviar a sua mensagem, o Park notou que ele estava atrasado dado a forma como Namjoon sequer recebeu a mensagem.

Desistindo de tentar conversar com o Kim, Jimin abriu o Twitter e ficou lendo algumas postagens bobas que haviam sido feitas pelos poucos amigos que ele seguia naquela rede social. O último post de Jungkook havia sido feito no dia anterior e consistia em uma foto de Darwin e Ice Bear juntos. A legenda escrita pelo mais novo não se passava de uma frase sobre como os dois gatos se gostavam e Jimin sorriu por saber bem que Jungkook não estava mentindo.

Ice Bear e Darwin se apegaram bastante um ao outro nos últimos dias. Eles se tornaram amigos. Eles brincavam juntos, comiam juntos e até mesmo dormiam juntos. Era sempre uma cena adorável para os príncipes ver os dois felinos interagindo um com o outro, menos quando eles se batiam e rosnavam um para o outro.

Sorrindo pela fotografia, Jimin olhou por mais algum tempo a página de Jungkook e leu os tweets que ele fez durante o tempo em que eles estavam juntos. Em seguida, Jimin rumou para a página que mostrava os assuntos que mais estavam sendo comentados nas últimas horas ao redor do mundo. Para a surpresa de Jimin, o seu nome e o nome da sua alma gêmea estavam ocupando juntos o topo dos trending topics. E, apesar de saber que não devia, como a pessoa curiosa que o Park era, ele não hesitou em clicar sobre o link para ver o que estavam falando a respeito dele e de Jungkook.

@junprincemine fomos de uma guerra para paz só por causa de dois viadinhos (jimin e jungkook) unidos por um fio invisível que gostam de fazer porcelana juntos. eh isto, heteros, não digam nunca mais que a comunidade lgbtq+ nunca fez nada por vcs

@taebrightday ue?? um dia o jungkook é visto abrindo a porta do carro pro taehyung cheio de charme e dançando com ele numa boate enquanto o jimin ficou sozinho bebendo e logo depois o jungkook leva o jimin pra fazer copo de cerâmica???

@charmjin o jungkook nao cansa de passar de mao em mao? primeiro o eunwoo, depois o jimin, depois o taehyung, depois o jimin de novo... daqui a pouco vai estar com o namjoon

@marrymechim príncipe jimin caindo na do príncipe jungkook... o garoto é problemático, drogado, nem o irmão suporta ele, tanta gente passou pela cama dele que devia ser área interditada pela vigilância sanitária... enfim, hoje é date pra fazer porcelana e amanhã é um chifre na cabeça do príncipe jimin

Mas que absurdo... Jimin pensou olhando para a tela do seu celular. Como alguém acha que é aceitável dizer isso sobre alguém? Ainda mais sobre o Jungkookie! Ele é um amorzi– Espera! Como eles sabem do date de porcelana? Não tinha nenhum fotógrafo por perto quando a gente chegou e saiu. A não ser que Jungkook tenha postado algo...

Pensando nisso e por já ter stalkeado o perfil no Twitter de Jungkook e saber que não existia nada, Jimin abriu o Instagram e rapidamente pesquisou na barra de procura o nome de Jungkook. No momento em que o perfil do mais novo foi aberto, Jimin notou rapidamente que não existia nenhuma foto postada ao lado dele, excluindo uma selfie que os dois tiraram juntos quando ainda estavam em Sidney e uma foto que Jungkook postou da praia e que, bem no cantinho, era possível ver apenas o cotovelo do Park.

Diante desse cenário, restou para Jimin a única opção possível para explicar o que havia acontecido: o vazamento de informação foi feito pela equipe de funcionários do local onde ele e Jungkook passaram a tarde do dia que eles voltaram para Tóquio.

Irritado, Jimin procurou pelo o seu nome na ferramenta de pesquisa do seu celular e se irritou mais ai ler a primeira matéria jornalística a respeito dele e de Jungkook.

Imagens inéditas de encontro romântico entre os príncipes Jimin (Coreia) e Jungkook (Japão) em uma oficina de argila em Tóquio são divulgadas

O casal visitou na tarde de sexta (10) uma oficina de argila e criaram juntos algumas peças. Nossa fonte que teve a oportunidade de observar o casal de almas gêmeas informou que os dois compartilham de uma boa relação e que parecem "íntimos demais para serem apenas amigos, mas distantes o suficiente para não serem confundidos com um casal". Tal relato nos deixa questionando e imaginando qual será a real relação entre os príncipes ao mesmo tempo que também ficamos animados para o que está por vir.

Enquanto criavam peças consideradas simples como copos, pratos e pequenos recipientes, os dois conversaram sobre assuntos banais e fizeram graça um para o outro. Segundo nossa fonte, o príncipe Jungkook não é uma pessoa tão engraçada assim, mas ele foi engraçado o suficiente para fazer o príncipe Jimin rir ao ponto de quase cair de sua cadeira duas ou três vezes. No entanto, o príncipe coreano nunca chegou a de fato cair, já que o japonês estava sempre pronto para segurar a sua alma gêmea mesmo que ele mesmo também estivesse rindo.

As almas gêmeas passaram a tarde inteira no local, chegando a até mesmo almoçar no espaço. O pedido do príncipe Jimin foi uma salada com camarão, crótons e molhos variados. Já o príncipe Jungkook optou por peixe frito e batata frita, prato típico da Australia, onde ambos os príncipes passaram a semana do aniversário de Jungkook.

Além dos relatos, também recebemos algumas imagens das peças criadas pelos príncipes que podem ser encontradas abaixo:

[Fotógrafo: Anônimo. Cortesia ao jornal TQN]

Ao ver a foto onde ele Jungkook haviam deixado suas peças para secar enquanto eles comiam e conversavam na área de descanso da oficina que eles haviam reservado para o uso exclusivo deles. Diante dos fatos, a lista de pessoas que poderiam ter tirado aquelas fotos caiu para um total de cinco pessoas, ou seja, os funcionários do local que estavam presentes no momento em questão.

Porém, o que de fato incomodou Jimin foi a forma pretensiosa que o texto foi escrito ao mencionar Jungkook e a sua raiva apenas se intensificou conforme ele deslizava o dedo pela tela para ver as fotos disponíveis no artigo jornalístico. As quatro primeiras fotos eram das cerâmicas, o que era algo íntimo deles e que não devia ter sido publicado. Contudo, o que realmente serviu como a última gota para Jimin foi a quinta fotografia que consistia justamente em um momento onde ele estava quase caindo de sua cadeira com seu chá de matcha gelado em mãos enquanto ria e era segurado por Jungkook, este que mantinha um belo sorriso no rosto enquanto o encarava com carinho nos olhos.

Esse era para ser um momento deles e agora, por serem príncipes azarados ao ponto de escolher o local errado para ter um encontro, tal momento iria virar tópico político e de fofocas ao redor de todo o planeta.

Amanhã vai ser um inferno, Jimin pensou quando se lembrou da sua agenda do dia seguinte.

Na próxima manhã o Park teria duas reuniões com membros do parlamento que ele não suportava por motivos pessoais e também políticos e, conhecendo bem aqueles dois velhos abusados, Jimin sabia que certamente ambos iriam trazer o nome de Jungkook à tona. Não que Jimin fosse se deixar levar pelo o que eles queriam saber e manipular, mas ainda assim a abordagem definitivamente iria irritar ele.

"O Namjoon me convidou ontem para participar de um comercial da NEPTUN, te contei?" Taehyung falou de repente, abaixando o seu próprio celular para falar com seu melhor amigo que não parecia estar muito feliz enquanto encarava a tela do smartphone em sua mão. "O que que foi que aconteceu para você estar com essa cara de bosta?"

"Vazou uma foto minha com o Jungkook." Jimin falou, erguendo o olhar para o seu melhor amigo sentado à sua frente que ergueu uma sobrancelha enquanto continuava a mascar um chiclete com tranquilidade.

"Trepando?"

"Que?" Jimin perguntou surpreso e descrente, finalmente abaixando o seu celular para deixar o aparelho bloqueado sobre a mesa de mogno à sua frente conforme continuava a mirar com os seus olhos arregalados o rosto bonito e tranquilo de Taehyung. "Não, Tae. Que horror!" Negou.

"É uma possibilidade." O Kim falou dando de ombros apenas para em seguida oferecer a palma da sua mão para o Park. "Mostra a foto." Pediu e Jimin assistiu seu amigo esperar pacientemente ele pegar, desbloquear e entregar o seu telefone na mão do modelo. Ansiosamente, o príncipe esperou seu amigo ler a mesma matéria que ele leu e reagir de alguma maneira, o que não demorou a acontecer. "Ugh, vocês me dão nojo." Taehyung grunhiu fazendo uma careta desgostosa enquanto mostrava para Jimin a tela do smartphone onde a foto dos príncipes estava presente. "Licença, eu vou vomitar no banheiro." Pediu sem sequer se mover do seu lugar, falando o que disse apenas para reforçar o seu nojo em relação a imagem de Jimin e de Jungkook.

"Não está tão ruim assim." O loiro falou rindo, pegando de volta o seu celular e olhando a foto uma última vez antes de bloquear a tela e deixar o aparelho sobre a mesa.

"Tá péssimo, Chim. Olha isso." Taehyung falou sorrindo abertamente, mostrando todos os seus dentes perfeitos e brancos enquanto apontava com o indicador em direção à sua boca. "Eu estou cheio de cáries só de ver essa foto! Vou precisar ir direto para o dentista quando chegar em Seul." Alegou apenas para receber em seguida um casaco em seu rosto.

Tal peça de roupa foi jogada pelo príncipe que ria baixinho enquanto recebia de bom grado o gato branco que caminhou até ele e deitou em seu colo. A junção do gato ronronando sobre as suas coxas e da risada divertida de Taehyung fez a raiva se dissipar da mente de Jimin, mesmo que ele ainda estivesse decidido a tomar ações contra quem vazou as informações já que infelizmente a imprensa possuía permissão para relatar ao mundo sobre tudo.

Maldita liberdade de imprensa, Jimin praguejou.

"Deixa de ser besta." Jimin pediu, assistindo seu amigo recolher o casaco de poliéster enquanto sorria também.

"Que Harry Styles me proteja. Meus melhores amigos são uns imbecis. Um noivo e outro de namorico cheio de frufru..." Suspirou decepcionado, logo em seguida jogando o casaco de volta para o loiro que pegou a peça no ar. "Onde esse mundo vai parar?" Perguntou retoricamente e o pior de tudo era que Taehyung sequer estava fazendo drama. Ele realmente achava que seus amigos estavam loucos e já imagina como seriam os dias que ele teria que dar o seu ombro para aqueles dois panacas chorarem por estarem com o coração partido. "Já estou avisando que não suporto crianças, ein. Falei ontem isso para o Namjoon. Eu falei: 'Namjoon, se você inventar de procriar, mantenha o seu filhote de humano longe de mim! Eu tenho alergia. Você sabe que a minha glote fecha sempre que vejo essas praguinhas do Egito'." Contou cruzando os braços sobre o peito, olhando rapidamente para a poltrona ao seu lado para verificar se Yeontan ainda estava deitado ali quietinho.

"E ele?" Jimin perguntou interessado em saber o desfecho da conversa entre seus melhores amigos.

"Ele disse que eu seria o padrinho da peste remelenta." Revelou parecendo decepcionado, o que apenas funcionou para fazer o príncipe rir mais.

Taehyung odiava crianças. Na verdade, o Kim tinha medo delas e seus amigos sabiam bem disso. Por essa razão, Jimin soube instantaneamente que Namjoon estava apenas brincando e que não estava realmente planejando transformar Taehyung no padrinho do seu futuro filho. Ainda assim, era engraçado ver o modelo acreditando nas palavras do gênio, portanto Jimin se manteve em silêncio.

"Mas tudo bem, agora eu tenho mais um motivo para morrer logo." Falou consolado com o seu próprio destino.

"Que horror, Tae." Jimin falou ainda de bom humor, afinal, ele já estava muito bem acostumado com as piadas depressivas e suicidas de Taehyung.

Tais falas eram preocupantes? Com toda a certeza. No entanto, tentar reagir de outra forma que não fosse rindo ou de bom humor apenas iria fazer o Kim criar novas piadas cada vez piores. Então, Jimin e Namjoon apenas aceitavam e riam.

"Menti?" Taehyung perguntou erguendo uma das suas sobrancelhas enquanto olhava nos olhos pequenos do príncipe.

"Tudo para você é mais um motivo para morrer logo." O Park apontou o fato, recebendo como resposta do modelo um movimento de ombros despreocupado.

"É meu belo jeito de ver a vida." O Kim falou sorrindo e logo em seguida piscou um dos seus olhos cor de mel em direção ao jovem que sorriu e negou com a cabeça sem ter o que dizer. "Ah, falando em morrer, eu dei para os Otsukare de novo." Contou enquanto pegava a taça de champanhe que estava ao seu lado para em seguida dar um pequeno gole do líquido doce.

"De novo?" Jimin perguntou surpreso, mas nem tanto. Diferente do Park, o herdeiro da moda gostava de sexo à três, principalmente com casais porque isso livrava ele de qualquer responsabilidade afetiva. Mas algo ainda estava na mente de Jimin: "Você não falou que não ia mais ficar com eles, Tae?"

"Sabe como é..." Taehyung falou suspirando ao mesmo tempo em que deixava a sua taça sobre a mesa à sua frente. "Quando o pau é grande e a bunda gostosa é meio que difícil dizer não. Principalmente quando você flagra o dono do pau grande fo–"

"Okay, já ouvi o suficiente." Jimin interrompeu seu melhor amigo, não querendo ouvir uma história pornô antes mesmo do relógio marcar meio dia.

"Ouviu?" Taehyung perguntou com um sorriso, cheio de presunção. "Tem certeza, Chim?"

"Certeza absoluta." Jimin confirmou totalmente seguro da sua decisão, o que fez Taehyung rir soprado e mover a sua cabeça para concordar silenciosamente com a escolha feita pelo príncipe. De repente, o loiro se lembrou de algo importante e se levantou calmamente com a intenção de pegar a sua bolsa de viagem que estava localizada em uma das poltronas vazias do pequeno jatinho. "Eu fiz para você ontem." Falou pegando a pequena bolsinha de papel para em seguida se virar e caminhar de volta para onde ele estava sentado antes. "Está meio deformado... Eu não mando muito bem com cerâmica, mas eu tentei." Falou rindo fraquinho, constrangido, enquanto entregava o presente nas mãos do seu amigo que não esboçou reação nem mesmo ao abrir a embalagem. "Essa coisa desenhada era para ser uma—"

"Cerejeira." Taehyung completou a frase do príncipe antes que ele pudesse falar algo enquanto observava a caneca branca ridiculamente deformada pintada com uma árvore cheia de flores pequenas e de uma coloração rosa delicada.

A árvore em questão sempre foi símbolo de muitas coisas para aquele par de melhores amigos. Os dois se aproximaram por causa de um chaveiro de flor de cerejeira e desde então tal flor sempre lembrava um do outro, tanto que ambos tinham a tradição de ir ver juntos as árvores de cerejeira sempre que as flores estavam desabrochando.

Portanto, não era surpreendente qual foi a motivação de Jimin para desenhar no centro daquela caneca uma cerejeira que era bonita demais para aquela caneca feia. Ainda assim, mesmo achando a peça de cerâmica desprovida de beleza, Taehyung ainda havia gostado do presente ao ponto de já saber bem onde da cozinha da sua casa ele iria expor o item.

"Isso." Jimin confirmou feliz. "Deu para entender?" Perguntou rindo livremente, contente ao assistir o modelo concordar com um gesto de cabeça. "O Jungkookie conseguiu fazer até um bule de chá cheio de detalhes enquanto eu passei quatro horas nisso aí e em um prato raso com as minhas iniciais." Falou apontando para a caneca que estava nas mãos de Taehyung, já que o prato com as suas iniciais foi dado para Jungkook como um presente, assim como o bule de chá que o japonês fez foi dado para Jimin logo em seguida. "Acho que ele mentiu sobre ter sido a primeira vez dele lá. Ele fez tudo muito bem. Acho que aquele filho da mãe com certeza fez isso outras vezes." Falou e olhou rapidamente para a sua mochila durante o processo justamente por saber que o bule pintado de azul espuma do mar feito pelo príncipe japonês estava guardado com cuidado em sua mochila.

"Talvez ele sempre leve os peguetes dele para essa oficina de cerâmica." Taehyung murmurou em bom tom enquanto virava o copo de qualidade duvidosa em sua mão, olhando os detalhes e sorrindo feliz, mas contido, pelo presente. "Segundo os acéfalos da internet, eu vou ser o próximo."

"Isso não tem graça, Tae." Jimin declarou, se sentando de volta em sua poltrona, cruzando as pernas sobre o assento para ficar mais confortável.

"Já com ciúmes?" Taehyung perguntou erguendo uma sobrancelha ao mesmo tempo que oferecia um sorriso ao loiro que revirou os olhos. "Namjoonie disse que ciúmes é o primeiro passo para um relacionamento abusivo."

"Não é ciúmes." Jimin negou de prontidão, mas ele ainda conseguiu soar tão natural quanto poderia. "Muito menos de você. Eu sei que você não ficaria com ele. É só que... Ah, sei lá."

"É querer ser especial para ele." O modelo supôs seguro da sua crença.

Jimin, por sua vez, ao ouvir o que seu amigo havia dito, voltou a jogar o seu casaco em direção ao rosto do modelo que riu e segurou o tecido no ar antes que atingisse a sua face.

"Cala a boca e vai brincar com o seu cachorro." Jimin pediu abanando despreocupadamente a sua mão para reforçar o seu pedido.

"Filho." Taehyung corrigiu, passando a acariciar os pêlos do filhote ao seu lado. "Tannie é meu filho."

Ignorando a risadinha cheia de presunção do modelo, o loiro se virou em direção à janela ao seu lado e passou a observar as nuvens brancas e a imensidão azul presente do lado de fora até seus olhos começarem a pesar e ele se entregar ao sono. Era bom mesmo que ele descansasse o máximo que pudesse, afinal, Jimin teria um dia logo no dia que estava por vir.

No dia seguinte, em Tóquio, Jungkook estava longe de se sentir sonolento. De pé dentro da cabine de gravação do estúdio escuro de Yoongi, o príncipe japonês se mantinha em frente ao microfone enquanto mexia despreocupadamente em seu celular e escutava através dos headphones os seus dois melhores amigos conversando sobre produção musical.

Alguns anos atrás, Hoseok e Yoongi costumavam rimar juntos sempre que o Jung tinha tempo livre, o que era bem mais comum que nos dias atuis. O Min foi quem ensinou tudo ao modelo que aprendeu muito rápido e desenvolveu o seu estilo próprio e um bom gosto para produções, o que fazia com que Yoongi estivesse sempre aberto para ouvir as opiniões de Hoseok, mesmo que o Jung não fizesse mais rimas desde o dia em que ele decidiu focar totalmente em sua carreira como modelo.

Apesar da companhia dos seus amigos e de estar ali por uma razão bastante egoísta, Jungkook não conseguia não se sentir entediado. Afinal, depois de passar vários dias seguidos com Jimin, ficar sem o loiro relativamente baixo era desanimador e desinteressante. Melhor dizendo: era sem brilho. Tão sem brilho que até mesmo o fio preso ao seu pulso estava ficando cada vez menos brilhante desde o instante em que Jimin entrou naquele avião com destino à Coreia.

É como se eu estivesse perdendo meu brilho desde o momento que ele partiu! Jungkook pensou quando ele notou tal coisa após algumas horas depois da sua despedida com o loiro. Talvez eu esteja sendo um pouco dramático? Talvez. A gente até mesmo conversou ontem. Ainda assim, para a minha defesa, a falta de brilho era mais do que verdadeira!

"Ok, Jungkook, tudo está pronto." Yoongi falou de repente, arrancando Jungkook de seus pensamentos e o trazendo de volta para o presente. Através do espelho a prova de som à sua frente, o príncipe conseguia ver o rapper e Hoseok sentados em suas respectivas cadeiras em frente à mesa de controle enquanto o olhavam de volta.  "Você já sabe como funciona. É só uma demo, então canta a música inteira do jeito que você imaginou e compôs. Dê o melhor de si e depois a gente vai ajeitando."

"Ok." Jungkook concordou, bloqueando e guardando o seu celular em seu bolso para focar no que ele iria fazer.

"Arrasa, Jeikei!" Hoseok incentivou como de costume, seu sorriso em formato de coração fazendo a sala escura brilhar tanto quanto os olhos de Yoongi fizeram ao notar o gesto sincero do seu namorado.

Yoongi amava Hoseok, mas ele também amava a forma afetuosa que o Jung amava ao seu irmão mais novo. Ou melhor dizendo, o seu antigo irmão mais novo. Afinal, agora ele e Jungkook não compartilhavam mais do mesmo DNA. 

É a primeira música que eu vou publicar que é para o hyung e sobre acontecimentos dessa vida, Jungkook pensou conforme o instrumental que Yoongi havia o enviado há alguns dias começava a tocar em seus fones. Tem que ficar boa e honesta! Perfeita!

"Flamingo cor-de-rosa, Avenida Sunrise. Clink, clink, ser jovem assim é arte. Verde-água, piscina iluminada pela luz da Lua. E se tudo de que eu precisar for você?" Cantou suavemente, tentando imitar a pacificidade que ele sentiu quando estava no mar de Redcliff com Jimin em seus braços e as ondas suaves batiam contra os seus corpos. "Fui atingido pelo amor, subiu direto para a minha cabeça. Fiquei doente de amor por toda a minha cama. Adoro pensar que você não vai se esquecer." Sorriu ao se lembrar da primeira noite que eles passaram juntos, fechando os olhos para rever as imagens daquela madrugada com mais clareza. "Marcas de mãos em cimento molhado. Enfeitado com fumaça nas minhas roupas, desolado de amor e ninguém sabe, espinhos por toda essa rosa. Eu pagarei o preço, você, não." Cantou em referência ao seu presente de aniversário apenas para em seguida sentir um gosto amargo em sua boca por se lembrar o segundo assunto que mais o inspirou a compor aquela música.

Desde quando voltaram para Tóquio, o assunto mais comentado pelas ruas do Japão e pelos jornais do mundo era o suposto triângulo amoroso que estava acontecendo entre os dois príncipes de países a beira de uma guerra bélica e o modelo mais bem pago do mundo. Todos achavam um absurdo a forma como um homem tão lindo, inteligente, gentil e amado como Park Jimin estava se humilhando por Jungkook, um príncipe alcoólatra, drogado, agressivo, inconsequente e que só possuía como qualidade o corpo, mas até mesmo isso perdia o valor dado a maneira como o membro mais novo da família imperial japonesa agia como um garoto de programa barato.

A crença de que Jungkook estava se relacionando tanto com Taehyung quanto com Jimin se espalhava como um incêndio florestal descontrolado, tanto que muitos já estavam aceitando as especulações como fato mesmo que não existissem provas para o que eles acreditavam ser real.

Jogando para longe da cabeça os comentários maldosos que ele leu na internet nas últimas horas, Jungkook continuou a cantar: "Mas se eu estiver completamente vestido, então eles provavelmente também estarão olhando para nós dois. E se me chamarem de vadia, você sabe que, pelo menos uma vez, isso pode valer a pena. E se eu vou me embebedar, que seja embriagado de amor."

Ao abrir os olhos que ele sequer notou estar fechados, Jungkook notou as expressões dos seus amigos. Nos últimos anos aqueles dois sempre foram muito expressivos. Quando uma letra que ele escrevia estava ruim, os seus rostos diziam isso e, quando uma letra estava boa, seus rostos também deixavam suas opiniões bastante claras. Contudo, naquele momento as expressões do casal mostravam algo que Jungkook via raramente: uma mistura de pena com felicidade.

Mas, pensando bem, as reações de Hoseok e Yoongi faziam bastante sentido. Afinal, era triste que um jovem tão gentil e sincero quanto Jungkook fosse constantemente tão criticado por atitudes e hábitos que ele sequer teve ou possuía ou então por uma personalidade que não era a dele. No entanto, ainda assim era bonito de ver que mesmo diante de tantas palavras ruins direcionadas à ele, Jungkook ainda conseguia pegar algo ruim e focar no que era bom.

Acreditavam que Jungkook era como uma vadia sem valor, mas ele estava legitimamente apaixonado e nada importava mais do que Jimin.

Era bonito. Portanto, ele continuou a cantar com a paixão clara em sua voz: "Mande um sinal, ele está esperando logo ali. Os paus e pedras que eles atiraram congelaram no ar. Todos querem ele, esse foi o meu crime. No lugar errado, na hora certa. E eu desmorono, então ele me puxa para perto. Em um mundo de garotos, ele é um cavalheiro." Sorriu mais uma vez.

Dessa vez, o sorriso de Jungkook foi causado por se lembrar da forma como Jimin o abraçou enquanto ele se esforçava para não chorar após cantar sobre Angelica depois de tantos anos no voo de volta para Tóquio. E assim ele continuou conforme repetia o refrão da canção de olhos fechados, se lembrando vividamente do toque delicado de Jimin ao redor do seu corpo, da respiração alheia batendo contra o seu pescoço e do cheiro doce e agradável que tomava conta dos fios loiros bem cuidados.

"Meio adormecido, sem se apressar na luz neon tangerina, isso é luxúria. Você não está dizendo que está apaixonado por mim, mas você vai dizer." Cantou e, dessa vez, a memória que veio à sua cabeça foi o jantar em que o fio ao redor do seu pulso se tornou roxo, simbolizando a maneira como Jimin estava apaixonado por ele mesmo que o Park negasse descaradamente, chegando ao extremo de alegar que o fio do destino que os ligava estava estragado. "Meio acordado, se arriscando, é um grande erro. Eu falei: 'isso pode explodir em seu belo rosto'.  Eu não estou dizendo pra seguir em frente mesmo assim, mas você vai." Riu soprado. "Acordado. E se me chamarem de vadia, você sabe que, pelo menos dessa vez, isso pode valer a pena. E se eu vou me embebedar, que seja embriagado de amor." Concluiu a letra, mas se manteve calado até que os instrumentais cessassem.

"Foi, JK! Pode sair." Yoongi notificou através do headphone, sua voz livre de emoção como era de costume, diferente do príncipe que sorriu e ergueu os seus dois polegares antes de retirar os fones e deixar sala à prova de sons.

Conforme caminhava pelo corredor que o levaria de volta ao Genius Lab, Jungkook sentiu o seu celular vibrar em seu bolso, indicado a chegada de uma nova mensagem. Automaticamente, a sua mente voou para a sua alma gêmea, mas ao ver o aviso ele notou que na verdade era uma mensagem de seu irmão no grupo de conversa que eles dois possuíam com os seus pais.

Família

Irmão:
Olá, família!!
Já chegamos!!

Mamis:
Que bom, filho! Eu fico bastante aliviada por saber que vocês chegaram bem.

Jungkook:
mE TRAZ PRESENTE
SERVE CONCHINHAS

Papis:
Quero um artesanato.

Mamis:
Querido, você não acha que você já tem artesanato o suficiente?

Papis:
Artesanatos nunca são o suficiente.
E além do mais, comprar artesanato ajuda a economia local.

Jungkook:
Isso é verdade.
Papai não mentiu.

Papis:
Viu só, amor?
Seokjinie?

Irmão:
Oi!

Papis:
O mais bonito que você encontrar vai ser o que vai me deixar mais feliz.

Irmão:
Kkkkkkkkkkkkkkk
ok, vou levar o mais bonito.
mas eu e o Joonie não vamos sair muito da vila.
nós dois queremos um tempo só para nós dois.
inclusive, não vou ficar com a internet ligada.
então, caso eu não responda, não se preocupem, tudo bem?
se alguma coisa acontecer eu aviso

Jungkook:
safados
vao fazer o coito pelados

Mamis:
Jungkook!!

Jungkook:
eu nao menti!!

Papis:
Ele realmente não mentiu, querida.

Irmão:
pai ('༎ຶོρ༎ຶོ')

Papis:
Seokjinie, nós vimos o tamanho do vibrador que o seu noivo trouxe para o palácio uma vez.
Não se faça de tímido e inocente.

Jungkook:
KKKKKKKKKKKKKKKKKKLLKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKLLKKKKKL

Irmão:
JUNGKOOK TEM SIZE E CREMPIE KINK

Jungkook:
SEOKJIN?!?

Mamis:
Eu poderia facilmente morrer sem ter uma informação dessas.

Papis:
Nunca ouvi falar sobre esses fetiches.
Jungkook, isso é seguro?
E do que se trata exatamente?

Jungkook:
SEOKJIN TEM DADDY KINK

Mamis:
Disso nós já sabemos.

Papis:
Sim, já sabíamos disso já faz bastante tempo.

Irmão:
pera, que???
COMO?!

Mamis:
Querido, toda vez que você pede ou falar algo para o seu pai, o Namjoon para o que está fazendo para responder ou para fazer o que você pediu.

Papis:
Sim.
Todas as vezes ele para antes de fazer ou responder, mas eu percebo a movimentação.

Mamis:
Todos percebem.

Jungkook:
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKPUTA MERDA
EU AMO A MINHA FAMÍLIA
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Mamis:
Também amamos vocês dois.

Papis:
Sim, e muito.

Irmão:
eu estou com vergonha, então também amo vocês e tchau
vou desligar a internet
não me perturbem

Jungkook:
manda um "oi" pro seu daddy por mim

Irmão:
eu vou te matar!!

Mamis:
Meninos, nada disso!

Papis:
Se brigarem, eu vou gravar.

Mamis:
Katsu!

Papis:
Estou apenas brincando, querida.
Eles não vão brigar.
Os dois estão apenas brincando um com o outro
...certo?

Ao ler a última mensagem enviada pelo seu pai, Jungkook não pôde segurar a sua risada alta. Seus pais eram um pouco caóticos quando desejavam ser.

Apesar de ser um imperador, quando não estava à frente de assuntos políticos, Katsu costumava ser um pai muito brincalhão e descontraído enquanto Misaki era sempre bastante séria e educada, mas ao mesmo tempo cordial e gentil. Os dois acabavam por formar um casal de pessoas com personalidades divergentes, mas que ainda assim se davam muito bem, que conseguiram criar com grande êxito seus dois filhos ao mesmo tempo em que mantinham um relacionamento amoroso, saudável e com respeito mútuo.

Conforme entrava no estúdio de Yoongi, Jungkook ouviu Hoseok falar: "(...) não posso. Eu tenho que estar em casa antes das sete para assistir a novela com a minha mãe."

"Eu não sabia que a Mayo está ficando na sua casa." Jungkook observou para em seguida cheirar o topo da cabeça do modelo e se afastar para sentar no sofá de couro posicionado contra a parede atrás da mesa de mixagem.

"Sim, ela está desde sexta." Hoseok respondeu, girando a sua cadeira para olhar o seu amigo assim como Yoongi fez. "Estão dazendo uma reforma na casa dela e ela ta ficando lá em casa por enquanto." Contou radiante, feliz pela presença da sua mãe postiça em sua casa. "Vocês querem jantar lá em casa mais tarde? Vamos ter arepas e bandeja paisa caseira para o jantar!"

No instante seguinte, Hoseok se levantou e deu dois ou três passos até o pequeno mini bar que Yoongi mantinha sempre cheio.

"Pode ser." O Min declarou, voltando a virar a cadeira em direção à sua área de trabalho.

"Eu também topo." Jungkook respondeu sem hesitar, erguendo o seu olhar do celular bem a tempo de assistir o modelo estender em sua direção uma pequena garrafa de suco natural de laranja. "Obrigado." Agradeceu aceitando a bebida.

"Por nada, meu amor." Hoseok respondeu sorrindo.

Em seguida, o Jung deu as costas para o príncipe e caminhou em direção à cadeira do rapper que estava muito concentrado em seu monitor e trabalho para notar a presença do modelo que bateu com a garrafinha gelada de leve em seu braço fino coberto por uma blusa preta lisa e um casaco leve de flanela cinza.

"Que isso?" Yoongi perguntou franzindo o cenho ao mesmo tempo em que se virava em direção ao seu namorado que sorriu.

"Suquinho de laranja para se hidratar e encher o corpo com vitaminas." Respondeu docemente, entregando a garrafinha de plástico na mão pálida do Min.

"Valeu." O mais velho agradeceu enquanto abria a embalagem para em seguida beber um pouco do suco de fruta natural.

Para ser sincero, Yoongi não gostava daquele suco. A maior parte das bebidas no frigobar de seu estúdio eram cervejas de marcas diferentes, energéticos e latas de café gelado. No entanto, Jungkook e Hoseok gostavam daquele suco de laranja e ambos estavam sempre visitando o estúdio, então o Min não via outra opção a não ser comprar e manter em sua geladeira de casa e do estúdio o maldito suco de laranja ruim.

"Por nada, babe." Hoseok falou ao se sentar de volta na cadeira giratória posicionada ao lado de Yoongi.

"Vocês vão mesmo aceitar fazer o comercial da NEPTUN?" Jungkook perguntou aos seus melhores amigos antes que eles voltassem a trabalhar.

"É um comercial de celular e fone, então o cachê é bom." Hoseok respondeu virando o seu corpo para olhar para o príncipe que ainda tinha o celular em mãos, mas que olhava para ele e Yoongi com toda a atenção possível. "Claro que vamos." Completou com um sorriso contente que era naturalmente em formato de coração.

"E o Taehyung também vai participar." Jungkook acrescentou com um tom e expressão cheios de malícia.

O príncipe sabia que a possibilidade de seus amigos ficarem romanticamente com Taehyung eram tão baixas quanto a temperatura nos pólos do planeta, principalmente depois de ouvir a história do Kim. No entanto, ainda assim, Jungkook secretamente desejava que Hoseok, Yoongi e Taehyung ficassem juntos. Eles seriam um belo casal. Ou trisal...

Isso! Eles seriam um belo trisal.

"Nah, não vamos mais transar com ele." Yoongi negou sem ao menos se dar ao trabalho de virar o rosto para olhar para Jungkook. "Já deu de aventuras." Falou continuando a clicar em seu mouse e digitar algumas coisas em seu computador.

"Uhum, claro." Jungkook concordou, não acreditando muito nas palavras do seu amigo.

Para a maioria das pessoas, Yoongi era uma pessoa difícil de se ler. Ele adorava andar por aí com sua expressão sempre séria, uma áurea fria e raramente falava sobre o que sentia, o que tornava impossível para as pessoas entenderem as suas emoções e pensamentos, mas não para todas. Jungkook e Hoseok conseguiam ler o Min como se ele fosse um livro infantil. Era ridiculamente fácil saber quando ele estava bravo, triste, desconfortável, feliz e etc, assim como também era, na maioria das vezes, fácil saber quando ele estava mentindo.

E Yoongi mentia muito quando se tratava de Taehyung.

Jungkook sabia que o Yoongi estava adorando ter Taehyung por perto, mas ao mesmo tempo o príncipe também sabia que seu amigo ficava triste na companhia do modelo coreano. Definitivamente existe algo entre Yoongi e Taehyung que Jungkook não sabia exatamente o que era, mas ele só precisava de um pouco mais de tempo para descobrir exatamente o que acontecia entre os dois.

Notando que seus amigos estavam de volta ao mundinho particular de produção musical dos dois, o mais novo do trio voltou a mexer despreocupadamente em seu celular.

Ele olhou suas redes sociais, jogou um joguinho que estava mantendo ele viciado há três semanas e trocou algumas mensagens descontraídas com seus amigos. Jungkook até mesmo gastou alguns bons minutos reclamando sobre a partida de Jimin até que Yugyeom enviasse uma matéria falando sobre o casal de almas gêmeas.

Jungkook sabia que a intenção de seu amigo não era causar mal para ele. Ele também sabia que Yugyeom queria apenas rir da situação e do grande exagero dos jornalistas que escreveram parágrafos atrás de parágrafos sobre Jungkook e Jimin, sem saber sobre como Jungkook passou horas do dia anterior lendo todas aqueles palavras que, para ele, não eram engraçadas, mas sim maldosas.

Jungkook só estava tão cansado. Ninguém queria ver ele feliz. Eles agiam como urubus que rodeavam o seu corpo esperando que o seu coração se partisse em milhares de pedaços e ele desmoronasse só para atacar e consumir toda a sua carne, ficando fortes com o que conseguiam arrancar dele.

Era assustador, mas mais assustador ainda porque eles estavam sempre certos sobre como no final Jungkook acabava sozinho. No entanto, dessa vez Jungkook não queria que eles estivessem certos. Ele queria que a sua relação com Jimin se fortalecesse até que eles conseguissem passar o resto da vida juntos e felizes.

"Hobi, Yoon." Jungkook chamou pelos seus amigos, bloqueando o seu celular e deixando o aparelho de lado sobre o sofá de couro onde ele estava sentado. "Vocês podem falar agora?" Perguntou olhando para o casal e assistindo Hoseok retirar seus fones para em seguida se virar em sua direção com calma, mas quase que imediatamente após ouvir a pergunta feita pelo mais novo.

"Não." Yoongi respondeu de maneira seca ao mesmo tempo em que retirava o seu fone e colocava o acessório grande sobre um espaço livre da sua mesa de madeira preta.

Hoseok, por sua vez, ao ouvir o modo como o seu namorado falou com o seu protegido, nem mesmo pensou em disfarçar ao enviar um olhar matador em direção ao rapper que não reagiu à atitude do modelo.

"Podemos sim." O Jung falou voltando a olhar o príncipe. "Fala, Jeikei." Incentivou.

"Como vocês fazem para manter o relacionamento de vocês privado?" Jungkook perguntou aos seus amigos, seus olhos brilhantes espelhando o quão esperançoso ele estava em obter uma receita mágica poderosa o suficiente para salvar o seu futuro com Jimin.

"A gente simplesmente não posta sobre e nem damos trela para pessoas intrometidas e fofoqueiras." Yoongi respondeu de maneira objetiva, soando grosseiro o suficiente para fazer Jungkook suspirar chateado por ter entendido que ele era o problema de tudo. Vendo o resultado das palavras do seu namorado, Hoseok ergueu sua mão e bateu com força no braço do rapper que se assustou pela atitude alheia e mirou com os seus olhos arregalados o rosto do modelo que tinha uma expressão fechada enquanto olhava em sua direção. "Eu menti?" O Min perguntou enquanto acariciava a região atingida pela palma de Hoseok.

O mal humor de Yoongi está terrível hoje, Jungkook pensou.

"Não, não mentiu, mas também não é só isso. Não precisa falar desse jeito com o menino." Hoseok respondeu cerrando o olhar uma última vez em direção ao rapper antes de voltar a olhar com uma expressão gentil direcionada ao jovem sentado no sofá à sua frente. "O que foi, Jeikei? Você leu na internet alguém falando alguma coisa ruim sobre você e o Jimin?" Perguntou atencioso como sempre.

"Sim." Jungkook confirmou um pouco sem jeito, mexendo nervosamente em suas unhas bem cuidadas. "Quando não reduzem o que temos à política, então estão listando como os ex namorados de Jimin são melhores que eu, como eu sou uma péssima influência e nada digno do dono do coração da nação coreana... Estão até mesmo dizendo que eu tenho um caso com o Tete hyung só porque eu abri a porta do carro para ele, o que ele praticamente demandou, e porque eu dancei com ele na boate. E a dança nem foi sexy! Era Harlem Shake!" Apontou sentindo as suas bochechas queimarem pela pequena revolta que estava crescendo em seu interior enquanto mantinha seu olhar preso em Hoseok e em Yoongi. "Vocês dois estão namorando já faz alguns meses e ninguém desconfia. Diferente de mim e do Jiminie que sequer temos um relacionamento ainda, mas todo mundo sempre parece saber onde estamos e sempre querem supor e falar sobre o que está acontecendo entre a gente."

"Bom, vocês são figuras públicas, Jeikei." Hoseok apontou o óbvio, suavizando o seu olhar enquanto mirava o rosto delicado, mas ao tempo másculo, do príncipe. "Eu e Yoon também somos, mas vocês dois estão em um outro nível. Diferente da gente, vocês dois não fazem parte de uma bolha de pessoas interessadas em moda, em rap ou na elite japonesa. Vocês são príncipes e–"

"E você posta tudo na internet." Yoongi completou interrompendo a fala de Hoseok.

"Yoon." Hoseok chamou baixinho, querendo advertir discretamente o mais velho.

Na opinião do modelo, Jungkook era uma menino sensível. Era necessário palavras gentis para que ele entendesse as coisas do jeito certo, ou então ele iria acreditar que estava sendo repreendido. Ou pior: ele acreditaria que estava sendo feito de chacota.

"É sério. Eu não estou falando por mal, só a verdade." Yoongi continuou, mas dessa vez seu tom estava mais calmo e menos rígido que antes. "Sei lá, se você não quer que uma coisa ou, nesse caso, uma relação seja pública, então comece você mesmo a fazer isso. Tire fotos com ele, mas guarde para vocês dois." Aconselhou apontando com a cabeça em direção ao aparelho esquecido sobre o sofá, ao lado de Jungkook. "Você compartilha muito da sua vida na internet. Você fez tantos tweets quando estava na Austrália que dava para fazer uma revista com eles. Isso é ruim para a relação que você quer criar com o Jimin porque com essas postagens, pessoas vão ter mais do que falar sobre e vão continuar. Além de que essa exposição toda também é ruim pela falta de segurança para você." Apontou com confiança, não duvidando das suas palavras em momento algum. "Você é um príncipe, Jungkook, e vive fugindo dos seus seguranças e postando em suas redes sociais a sua localização em tempo real."

"Você fala como meu pai." Jungkook resmungou não gostando das palavras do Min, mesmo que no fundo ele soubesse que seu melhor amigo não estava errado.

"Então somos dois homens que querem o seu bem e que compartilham da mesma opinião." Yoongi observou antes de se virar para pegar a garrafinha de suco e beber um pouco enquanto voltava a posicionar o seu corpo e rosto em direção ao príncipe. "Mais um motivo para você levar em consideração o que eu estou falando."

"Eles não estão mentindo, Jeikei." Hoseok concordou com o seu namorado, ainda sendo gentil com o mais novo que inflou as bochechas por poucos segundos antes de erguer o seu antebraço na altura dos olhos do casal.

"Eu uso a minha pulseira do pânico." Jungkook falou ao mesmo tempo em que mostrava a pulseirinha fina, preta e discreta que o príncipe sempre carregava aleatoriamente em um dos seus braços.

A pulseira do pânico era algo que ninguém além dos membros da família imperial, os funcionários mais confiáveis e Hoseok e Yoongi sabiam sobre. Bastava Jungkook puxar aquela pulseira e rapidamente uma das melhores e mais bem treinadas equipes de segurança de todo o Japão, e até mesmo uma das melhores do mundo, estaria rastreando e encontrando Jungkook para o proteger em poucos segundos.

"Não é o suficiente." Yoongi rebateu. "Uma bala te atinge antes de você conseguir puxar essa pulseira ou fazer alguém chegar até você. A pulseira é para você usar contando que seus seguranças vão estar por perto, não à quilômetros de distância." Apontou o que era lógico, mas que por anos Jungkook apenas ignorou por pura birra.

Por anos os imperadores disseram a mesma coisa que Yoongi havia acabado de falar. Os pais de Jungkook tinham o costume de chamar o caçula para jantar e conversar toda vez que alguém da sua equipe de segurança desistia do ofício por ser muito difícil correr atrás do príncipe o tempo todo. E, honestamente, as desistências eram quase que mensais e as conversas de horas de duração também.

No final, Jungkook sempre prometia que iria aceitar melhor a companhia e presença dos seus seguranças apenas para, no dia seguinte, fugir mais uma vez para um país aleatório sem avisar absolutamente nenhuma alma sobre o seu paradeiro. Em seguida, Jungkook se mantinha escondido até acordar um dia e, ao abrir a porta, se deparar com seguranças espalhados ao redor da sua acomodação.

No fundo, Jungkook sabia que o que ele fazia era errado, mas ele simplesmente preferia se arriscar ao invés de viver sendo seguido como uma criança em um parque de diversões. Ainda assim, dessa vez o que estava em jogo não era apenas a sua segurança pessoal, mas sim a sua relação com a sua alma gêmea.

"Ok, eu já entendi." Jungkook aceitou bufando, sendo honesto sobre o assunto pela primeira vez em toda a sua vida. "A fonte dos meus problemas é a exposição e fugir dos meus seguranças." Repetiu os motivos apontados por Yoongi para mostrar aos seus amigos que ele havia de fato entendido. "Eu vou parar de postar tanto e apagar os vídeos que eu postei." Concluiu certo da sua decisão.

"Seus vlogs?" Yoongi perguntou franzindo o cenho, sendo acompanhado por Hoseok que pareceu triste pela decisão de Jungkook.

Não é comum para um príncipe postar vlogs na internet. Na verdade, tal iniciativa ia contra dezenas de protocolos de segurança e comportamento da coroa. No entanto, Jungkook nunca foi de se importar com as regras e, movido pelo desespero de mostrar para o público quem ele realmente era, com a intenção de se afastar daquela imagem que a mídia havia criado para ele, o caçula da família imperial criou o seu canal no Youtube e postou o seu primeiro vídeo.

Até os dias atuais, Jungkook ainda se lembrava de como aquele vídeo mal editado não tinha nada além dele jogando vídeo games, surfando e caminhando na praia de Rhode Island. Era um vídeo bobo, mas no final teve reações mistas. Algumas pessoas adoraram descobrir esse lado humano do príncipe que nunca havia sido apresentado antes, já outras usaram o que ele fez ou deixou de fazer naquele vídeo para criticar mais ele.

Diante das reações, no lugar daquele jovem, na época, de dezoito anos, muitos iriam apagar a postagem e desistir de tentar, mas Jungkook era uma pessoa incrivelmente persistente e otimista. Então, para ele, aqueles comentários o elogiando e falando sobre como aqueles indivíduos haviam mudado a opinião deles sobre ele após assistir aquele vídeo fez Jungkook sorrir e querer continuar. Afinal, se algumas pessoas passaram a gostar dele com aquele curto vlog, então quanto mais ele postasse, mais iriam gostar dele.

Certo?

Errado.

Tão errado que agora Jungkook sabia que ele havia cometido um erro, porque em momento algum o ódio e crítica em cima de tudo o que ele fazia chegou a diminuir com significância suficiente para causar algum eco em sua vida.

"Eu não estava falando para você fazer isso, Jeikei." Yoongi se apressou a dizer, franzindo o cenho pela preocupação do mais novo ter entendido errado as suas palavras.

"Eu sei que não, mas é o que eu quero." Jungkook respondeu, erguendo as suas pernas apenas para cruzá-las e se sentar sobre elas confortavelmente. "Eu criei o canal para me conhecerem do jeito que eu sou. Sabe, tentar controlar essa reputação ruim que deram para mim, mas eu claramente falhei em atingir o meu objetivo e tudo o que eu falo e mostro é usado contra mim. Só que agora tudo isso também está ameaçando o que eu quero construir com a minha alma gêmea." Esclareceu o seu raciocínio, dando de ombros ao concluir apenas para poucos segundos depois afiar o seu olhar em direção ao casal que o olhava com atenção para em seguida avisar: "Mas eu vou continuar com a música."

"Não acho que você deva fazer o contrário." Yoongi respondeu com um pequeno sorriso enquanto movia a sua cabeça para reforçar a sua aprovação. "É a sua válvula de escape. Sem isso você com certeza surta." Apontou o que os três jovens presentes naquela sala sabiam ser um fato.

"Primeiro você demora a se apaixonar e agora quer mudar certos hábitos para diminuir as chances de perder o Jimin?" Hoseok perguntou enumerando os acontecimentos em seus dedos conforme citava cada um deles. "O anjinho coreano realmente fez uma diferença em você, ein." Observou com um sorriso em seu rosto, parecendo satisfeito com a atitude do mais novo.

"Ele é a minha alma gêmea. Ele é uma pessoa importante para mim e eu não quero perder ele por bobeira." Jungkook falou ignorando a sensação de queimação que se alastrou pelas suas orelhas e bochechas. "Muito menos por causa de um monte de fofoca ruim." Resmungou abaixando o olhar para as suas pernas cobertas pelo jeans preto da sua calça.

"Hm." Yoongi resmungou entendendo as razões do mais novo. "Quer mais um conselho ou já cansou?" Perguntou atraindo de volta o olhar de Jungkook.

Diferente dos outros momentos em que o olhar de Yoongi era quase entediado, dessa vez o rapper carregava uma expressão levemente sombria. A mudança no rosto do Min era quase imperceptível, mas Jungkook estava tão familiarizado com o mais velho que até as pequenas mudanças eram gritantes e, nesse caso, assustadoras.

"Pode falar." Jungkook respondeu, engolindo em seco por não saber o que estava por vir.

"Reveja seus amigos e pense bem antes de contar sobre a sua vida e seus planos para eles." Yoongi aconselhou sem rodeios.

"Como assim?" O príncipe perguntou franzindo o cenho. "Você está dizendo que os meus amigos são falsos?"

"Estou dizendo que não é normal sempre saberem onde você está, muito menos saberem dessa informação quando você não postou nada que entregue isso e está todo coberto com máscara, óculos escuros e boné." Falou sem mudar a sua postura, como se estivesse certo de cada uma das palavras que deixaram a sua boca.

"Ele está certo, Jeikei." Hoseok concordou oferecendo um sorriso constrangido para o príncipe.

Nunca foi uma tarefa fácil para ninguém dizer para um amigo próximo que existiam pessoas falsas ao redor delas, principalmente quando era apenas uma suspeita. Uma boa suspeita, mas ainda assim era apenas uma suspeita sem prova alguma para serem usadas para reforçar suas teorias.

Sem dizer nenhuma palavra, Jungkook apenas assentiu com o pensamento já longe. Sua mente que confiava cegamente em seus melhores amigos tentava levantar nomes dentre o seu ciclo social que poderiam fazer tal coisa, mas seus amigos eram todos tão legais com ele e pareciam gostar de verdade dele, então com certeza eles não fariam nada para prejudicar Jungkook.

Em suma, o príncipe tinha certeza de que esse era o caso e que o problema provavelmente estava com quem trabalhava no palácio ou coisa do tipo.

Talvez alguém da minha equipe de segurança? Jungkook se perguntou. Uchida e Shibasaki são definitivamente de confiança. Eles são chatos, mas confiáveis e leais. Agora os outros... Os outros não gostam tanto assim de mim dado que a equipe está sempre mudando por desistência dos agentes.

"Agora vamos escutar a sua demo e ver para qual sentido devemos ir em seguida." Yoongi propôs, voltando a se virar em direção à sua mesa de trabalho para em seguida passar a clicar com seu mouse. "A sua voz ficou bastante boa, mas eu estava pensando em adicionar alguns efeitos para fazer com que você soe como se estivesse em um sonho, entende?"

E sim, Jungkook entendeu o caminho que Yoongi estava querendo tomar, mas antes que ele pudesse tentar fazer qualquer elogio pela ideia alheia, a sua cabeça começou a tremer e seu cérebro pareceu chacoalhar junto. Ao mesmo tempo, a visão do príncipe passou a escurecer gradualmente até ele ser tomado totalmente pelo breu que, após alguns segundos, foi substituído por um clarão.

🍂

Após o primeiro beijo que Yuto e o Younghyun compartilharam na cozinha da casa de praia e depois do Kang declarar de um jeito estranho os seus sentimentos românticos pelo mais velho, ambos tentaram agir como se nada daquilo tivesse acontecido.

Por mais que continuassem a se ver com a mesma frequência de sempre, a dupla não voltou a trocar beijos ou palavras sentimentais por dias, assustados demais os próprios sentimentos para continuar.

Yuto achava que o Kang estava confuso e queria dar o espaço necessário para que o menino pensasse e colocasse a cabeça no lugar certo. Já Younghyun se questionava como e se ele poderia realmente amar um homem como Yuto. Em toda a sua vida, o Kang nunca ouviu falar de um cenário onde uma pessoa coreana se apaixonou por um japonês e isso acabou bem. Talvez, e pela lógica comum, tal amor não fosse a ordem natural das coisas, pelo menos não nos dias atuais. A relação entre japoneses e coreanos era de opressores e de oprimidos. Não existia amor, no máximo serviços sexuais que eram pagos com a própria vida.

No entanto, Younghyun sempre foi ensinado a ouvir o seu coração e fazer o que ele achava ser o certo.

O certo, era isso o que o Kang queria fazer. No entanto, ele estava em uma encruzilhada na qual seu coração dizia que ele deveria simplesmente se entregar rápido e completamente ao Adachi, mas ao mesmo tempo a sua cabeça gritava que existia uma mulher em Tóquio esperando por Yuto. Uma noiva japonesa, provavelmente bela, bem educada, de família influente e rica, tudo o que Younghyun jamais poderia sonhar em ser.

Mas sempre que o Kang se lembrava da existência da noiva de Yuto, logo em seguida, vinha sempre a mesma bagunça de pensamentos esperançosos em sua mente:

Ele não a ama.

Eles estão juntos por um casamento arranjado.

Ele não a ama.

É tudo forjado.

Ele não a ama.

Diariamente Younghyun repetia essas palavras em sua mente, principalmente nos momentos em que ele se pegava olhando por muito tempo para os lábios vermelhos do japonês. Mas, com o passar dos dias, logo Younghyun não aguentou mais esperar por uma atitude de Yuto. Desta forma, em um dia chuvoso quando eles estavam chegando na casa de praia, Younghyun esperou que o Adachi fechasse a porta branca de madeira para no segundo seguinte finalmente empurrar contra a porta o corpo mais alto e mais forte que o seu. Naquele dia eles deram o segundo beijo deles e foi também naquele dia que Yuto fez Younghyun sentar no sofá por horas para que eles conversassem sobre os acontecimentos recentes.

Segundo Yuto, eles precisavam ter os seus pensamentos, sentimentos e expectativas alinhados, permitindo um ao outro que conhecessem tudo o que eles sentiam para que não existisse mal-entendidos.

Após tudo estar em ordem, eles nunca mais pararam de trocar beijos. Beijos ardentes e cheios de desejo, beijos cheios de carinho e paixão, beijos bobos e de rápida duração que serviam como cumprimento e brincadeira entre eles.

Mas era apenas isso. Eles jamais saiam da primeira base, mesmo que Younghyun quisesse alcançar a segunda.

Foi difícil para Younghyun convencer o mais velho a transar com ele. O coreano precisou passar semanas tentando e praticamente se jogando para cima do mais velho e mesmo assim nada do que ele fazia parecia surtir efeito porque, por mais que eles claramente sentissem algo um pelo outro, Yuto Adachi tinha aquela mania irritante de tratar o Kang como se ele fosse uma criança.

Ora, eu tenho dezenove anos! Younghyun pensava nesses momentos. Eu sei muito bem o que eu estou fazendo e o que eu quero!

Quer dizer, não em todos os aspectos da vida, é claro. Por exemplo, ele definitivamente não sabia que penetração anal doía tanto nos primeiros instantes mesmo depois de bastante preparação e lubrificante. Contudo, ele sabia muito bem o que estava fazendo e o que ele queria quando, há alguns dias, estava a retornar de seu mergulho no mar e encontrou Yuto sentado em sua cadeira de madeira branca como o habitual. Naquele momento, Younghyun se aproveitou da privacidade que os dois tinham naquela área da praia para se sentar de modo provocante sobre o colo do mais velho.

Naquele dia, o japonês sequer demonstrou surpresa ao ter o mais novo se sentando em seu colo. Yuto estava se acostumando com as investidas frequentes do mais novo. No entanto, a situação mudou quando o Kang arrancou das mãos do mais velho aquele livro sem graça de genética e jogou o objeto espesso sem cuidado algum em cima da mesa que se mantinha ali durante todo o verão. Em seguida, Younghyun se inclinou para beijar com desejo o jovem que ficou surpreso a primeira instância, mas depois se entregou ao que o Kang queria e ao que ele também queria, mas escondia.

Foi só então que eles fizeram sexo pela primeira vez. Para Younghyun, foi quando ele perdeu sua virgindade e, para Yuto, foi quando ele tocou de forma ativa e íntima um outro homem pela primeira vez. Foi maravilhoso. Dolorido no começo para Younghyun e totalmente bagunçado e desastrado para os dois, mas ainda assim maravilhoso.

De qualquer forma, com o tempo eles pegaram o jeito ao mesmo tempo em que ficaram viciados nas sensações que um causava no outro. Ainda assim, eles não passavam todo o tempo que tinham juntos na cama. Não mesmo. Nos últimos dias, os dois estavam mais unidos do que nunca, parecia que no mundo só existia Kang Younghyun e Yuto Adachi e eles estavam de bem com esse cenário. Eles não queriam outras pessoas e também não pensavam em estourar a bolha na qual se isolaram.

Os dois passavam os dias ao ar livre, passeando pela cidade e até mesmo para fora dali. Busan estava se tornando pequena demais para eles e a dupla queria mais, queriam conhecer novos lugares juntos, experimentar novas comidas e se divertir um com o outro longe do litoral, onde eles sabiam que os olhares estavam sempre voltados para eles.

Younghyun não era burro, muito menos surdo. Ele sabia sobre as histórias que estavam passando de boca a boca pela cidade, ele escutava os cochichos quando passava pelas ruas e isso o incomodava porque, além de serem inverdades sobre ele, ele também sabia que aquelas palavras incomodavam Yuto.

Outro fator atrelado ao falatório era que o Kang também tinha medo das consequências que essas fofocas podiam trazer para ele. Younghyun não queria que seus irmãos ouvissem os absurdos inventados pelas pessoas que pareciam não ter nada melhor para fazer além de cuidar da vida de um jovem casal apaixonado e inventar mentiras absurdas.

Minhyuk e Sungjoo sabiam como ser extremamente protetores quando se tratava do caçula da família e Younghyun sequer podia reclamar. Afinal, esse era o preço a se pagar por se permitir ser mimado e paparicado pela sua família durante a sua vida inteira.
Porém, Younghyun não queria ser afastado de Yuto.

Younghyun já era obrigado a ouvir bastante reclamações de seus irmãos a respeito da cidadania de seu suposto amigo e de como coreanos e japoneses não foram feitos para terem uma amizade um com o outro. E durante todo esses falatórios, Younghyun nunca se deu a permissão de rebater porque ele sabia de onde vinha o discurso de seus irmãos.

Ele era muito jovem na época, ele mal se lembrava do rosto dela e não ter fotos não ajudava em nada. No entanto, Sungjoo e Minhyuk se lembravam da mãe deles. Eles se lembraram do rosto, do sorriso, do cheiro, da voz e possuíam dezenas de memórias felizes ao lado daquela mulher que todos diziam ser tão boa. Mas, acima de tudo, os dois irmãos mais velhos da família Kang também se lembravam do som do tiro, do corpo magro caído no chão, do sangue escorrendo da cabeça dela e se alastrando pelo chão...

Eles se lembravam de tudo, eles estavam lá. Younghyun não. Portanto, o Kang mais novo se esforçava com bastante frequência para mostrar discretamente aos seus irmãos que Yuto era diferente dos outros, diferente daqueles que mataram a mãe deles.

Ainda a respeito dos rumores, alguns diziam que Yuto era uma pessoa cruel com Younghyun, que o agredia física e psicologicamente, mas que o menino aceitava tudo pois no final recebia alguns agrados como dinheiro, presentes e comida; Já outros diziam pelos cantos da cidade que o japonês usava da inocência do garoto coreano para seu agrado próprio e que coisas horríveis e sórdidas aconteciam dentro das quatro paredes que formavam a casa à beira mar.

Que inocência? Essa era a pergunta que o Kang mais novo fazia para ele mesmo sempre que ouvia essas besteiras. Ele sempre foi educado, reservado e até mesmo tímido ao redor de pessoas com quem ele não tinha intimidade, mas isso não significava nada a respeito do seu grau de ingenuidade.

Realmente aconteciam coisas naquela casa, mas todas elas estavam longe de serem coisas terríveis.

Os dois passavam manhãs lendo e conversando sobre o que poderiam fazer durante o dia e sobre como dormiram durante a noite anterior; tardes na praia ou passeando de carro pela cidade ou fora dali e noites observando as estrelas enquanto trocavam carinhos singelos e também devassos. Tudo isso enquanto manifestavam palavras e atitudes afetuosas por livre e espontânea vontade, cheios de consciência dos seus atos.

Na manhã daquele dia nublado, o coreano foi buscado em sua casa pelo mais velho que os levou até uma feira que acontecia no centro da cidade. O local estava cheio e com uma áurea animadora, então foi por ali mesmo que eles ficaram por toda manhã e início de tarde, apenas caminhando lado a lado, jogando conversa fora e comendo comidas deliciosas. Era um momento divertido para ambos, principalmente para Younghyun que parecia fascinado com todos aqueles objetos e roupas bonitas que eram dispostas em lojas e pequenas barracas decoradas para que o público olhasse e criassem o desejo de gastar algum dinheiro em suas mercadorias.

Enquanto caminhavam, Yuto já segurava três embrulhos com roupas e bugigangas que o mais novo não pedia, mas que demonstrava interesse o suficiente para fazer o japonês enfiar a mão no bolso do seu terno e comprar o que quer que fosse. Ele queria ver Younghyun feliz e, se para colocar um sorriso bonito e verdadeiro no rosto delicado do coreano fosse necessário um pincel, algumas tintas de poucos ienes ou um cobertor quentinho para enfrentar o inferno, então ele compraria para o Kang todos os pincéis, tintas e cobertores que existissem em toda a península coreana.

"Hyung." Younghyun chamou em um tom baixo por Yuto enquanto, ao mesmo tempo, puxava a manga do traje elegante do mais velho, tentando atrair a atenção do japonês.

Talvez se Younghyun não estivesse tão ocupado olhando para as barraquinhas ele teria visto que em momento algum havia deixado de ser o centro de toda a atenção do Adachi. Ainda assim, Yuto sorriu e respondeu cordialmente: "Fale, Hyunie."

"O hyung sabe o que é isso?" Perguntou curioso apontando para um objeto retangular e que era coberto por metal e couro que estava repousado sobre a mesa de uma das barraquinhas.

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Demorou para Yuto assimilar aquilo a algo em suas lembranças, mas logo ele se recordou do que se tratava a peça de interesse e curiosidade do mais novo. Querendo ver mais de perto, o japonês caminhou com passos calmos e curtos até a loja improvisada e foi seguido por Younghyun que se manteve calado ao seu lado. Mesmo ciente do olhar atento e desconfiado da vendedora, o futuro médico ignorou a mulher e pegou o item tecnológico com o objetivo de examinar a máquina de perto.

Sim, era exatamente o que ele achava que era.

"Isso aqui é uma câmera, Hyunie. Serve para capturar momentos e os eternizar em fotos." Explicou ao jovem que agora tinha os pequenos olhos brilhantes ao observar o objeto.

"Eu sei uma câmera faz, hyung, eu não sou bobo." Se defendeu, seus lábios formando naturalmente um pequeno biquinho frustrado que o deixava mais adorável do que o de costume conforme ele pronunciava as palavras em um japonês cheio do sotaque local. "Mas todas as câmeras que eu já vi antes eram enormes!" Exasperou movimentando suas mãos para mostrar o tamanho grande e dar mais veracidade à sua surpresa e história.

De fato, quando Yuto viu uma daquelas pequenas câmeras pela primeira vez a alguns anos atrás, ele também não acreditou na informação que foi passada para ele a respeito da qualidade da máquina fotográfica. Uma coisa tão pequena quanto aquela não poderia funcionar bem. Com certeza era uma invenção fajuta feita com más intenções de arrancar dinheiro de trabalhadores honestos. No entanto, em um dos eventos que ocorreu em sua universidade, um dos professores insistiu em capturar uma foto de todos os estudantes e professores juntos e tal fotografia foi retirada com uma dessas câmeras pequenas.

Para a surpresa de Yuto, a foto era de uma qualidade superior quando comparada com as fotos tiradas pelas câmeras grandes que ele estava acostumado a ver.

"Esse é um novo modelo feito por uma empresa de Nova lorque chamada Kodak." A vendedora apresentou o produto. "Ela foi planejada justamente para caber em seu bolso e ser levada para todos os lugares que você quiser com bastante conforto. Para destravar a câmera basta apertar esse pequeno metal na parte frontal." Apontou para o local do qual se referia, incentivando Yuto a apertar a pequena escotilha prateada. Quando a minúscula alavanca foi pressionada, a partilha de couro da frente da máquina se abriu e deu espaço para uma lente móvel.

Ao olhar para o lado, Yuto se deparou com o mais novo que estava boquiaberto diante de tal avanço tecnológico e também visivelmente encantado. Era uma bela visão a ser apreciada, tão bela que o Adachi quis tirar uma foto do rosto alheio, mas se controlou para não assustar Younghyun.

Inconsciente de que ela não era mais a dona da atenção do homem engravatado, a mulher continuou a discursar a respeito dos detalhes e inovações daquela peça, perceptivelmente tentando vender o produto que em algum momento passou para as mãos de Younghyun, este que continuava a observar o item como se aquilo fosse algo de outro mundo e ao mesmo tempo tão precioso quanto ouro. A vendedora ignorava completamente o coreano, explicando sobre os detalhes da máquina apenas para o japonês já que, em sua mente, Yuto era o único que poderia comprar tal objeto de luxo.

E a vendedora não estava errada. Younghyun realmente tinha outras prioridades quando se tratava da pequena quantia de dinheiro que ele ganhava trabalhando aqui e ali ao lado dos seus irmãos mais velhos. Contudo, se Yuto viesse a comprar aquele produto, seria única e exclusivamente para presentear o mais novo.

O monólogo da coreana de cerca de quarenta anos de idade agora tinha chegado na explicação de qual tipo de filme a câmera demandava para capturar as imagens, quando de repente a sua fala foi interrompida por um flash acompanhado por um baixo som de "click". Quando o japonês retornou seu olhar ao jovem que se mantinha parado à sua direita, Yuto viu o seu menino sorrindo enquanto olhava em seus olhos e abaixava a câmera que até então estava com a lente apontada em sua direção.

Talvez tenha sido naquele momento que Yuto cedeu um pouco mais de espaço em seu coração para o coreano se instalar permanentemente ali, mas quem poderia culpar o japonês quando o pequeno garoto estava sorrindo de forma tão bela e abertamente enquanto olhava ele? Absolutamente ninguém.

Aqueles dois poderiam facilmente continuar ali presos dentro daquela bolha de troca de olhares que diziam muito mais do que qualquer palavra disponível no dicionário japonês e coreano poderia expressar com exatidão. No entanto, de repente o Adachi assistiu pela sua visão periférica a mão magra da mulher, que até então era doce, puxar de forma agressiva e até mesmo bruta a câmera das mãos pequenas de Younghyun.

A atitude repentina e grosseira da mulher acabou levando o Kang a se assustar com o movimento brusco da senhora e, por puro instinto, o corpo do coreano se aproximou mais do corpo de Yuto em uma busca silenciosa de proteção.

"Ya!" Ela gritou raivosa, atraindo a atenção do casal e também das pessoas que passavam por ali, mas que pararam para assistir a cena que estava por vir. "O que você pensa que está fazendo? Você tem alguma ideia do quão caro é um filme dessa máquina aqui? E se você tivesse quebrado a câmera? O que você faria?!" Perguntou mantendo o seu tom alto, rodando a peça pesada em suas mãos e verificando se encontrava ali algum dano no objeto.

"Me desculpe." Younghyun pediu, a sua voz embargada. "Eu não fiz por mal, ahjumma. Eu só estava querendo-"

"Não importa o que você queria!" Voltou a gritar, interrompendo o coreano. Ao ouvir o grito da mulher, Yuto olhou para o mais baixo e viu o modo como o corpo pequeno estava encolhido e os olhos felinos ficaram espelhados graças à concentração de lágrimas ali. Ao notar tal detalhe, o japonês não pensou duas vezes antes de puxar delicadamente o corpo mais novo para trás do seu próprio corpo com a intenção de proteger o Kang. "Você sequer tem onde cair morto. A sua mãe morreu antes de te dar maneiras?! Não ache que você é grande coisa só porque fica andando para cima e para baixo com um japonês. Se você continuar assim, servir como uma espécie de concubina para ele não irá impedir você de morrer!"

Até aquele momento, Yuto estava tentando manter a calma. Ele não queria criar uma cena maior do que já tinha se formado e agir como um dos soldados do seu país que exigiam respeito do povo. Porém, diante de tais palavras brutas e insensíveis, o Adachi jogou toda a sua paciência no lixo e sua revolta cresceu mais ao sentir a sua roupa sendo segurada com força pelos dedos curtos do Kang ao mesmo tempo em que seus tímpanos capturaram um som baixo de um soluço que acabou por escapar dos lábios de seu amado que se mantinha parado atrás de seu corpo.

Enquanto pudesse, Yuto Adachi não deixaria ninguém, nunca, machucar Kang Younghyun. Desta forma, naquele momento ele fez questão de deixar isso claro.

"Com quem você pensa que está falando?" O japonês falou calmo, mas seu tom acabou por endurecer a cada palavra dita. Ao mesmo tempo, ele conseguia sentir seu rosto esquentar a cada segundo que se passava diante do acumulo da sua revolta. "Você está ameaçando ele? É isso o que você está fazendo? Você está louca?" Perguntou sério, desistindo da sua máscara social e deixando sua raiva ficar aparente para qualquer um que escutasse suas palavras pronunciadas duramente ou para a sua expressão. "Fale com ele dessa forma mais uma vez e uma câmera possivelmente quebrada será o último dos seus problemas. Eu sim tenho todo o poder para fazer ameaças porque eu posso fazer você sumir da face dessa península e você está bem ciente disso, então meça as suas palavras quando falar de mim ou de Younghyun." Ditou, levando a sua mão livre ao seu bolso para em seguida puxar dali algumas notas de ienes de valor alto para em seguida jogar todas elas na mesa da barraca e pegar a câmera da mão da mulher. "Que ridículo. Todo esse alarde por uma mixaria dessas." Resmungou, pegando a mão e entrelaçando os seus dedos aos dedos de Younghyun.

Ao sair dali com um braço segurando três embrulhos empilhados e com a mão do seu outro braço ocupada com a mão de um Younghyun choroso enquanto segurava a câmera contra o próprio peito, Yuto decidiu simplesmente ignorar todos os olhares de medo e surpresa das pessoas que não fizeram nada para ajudar na situação, mas que os cercaram e assistiram cada segundo daquilo como se a humilhação de Younghyun fosse alguma espécie de entretenimento.

Após o acontecimento, eles não possuíam mais ânimo para ficar na feira, então o casal não oficial percorreu todo o caminho até o carro e depois até a casa de praia em total silêncio. O único som constante no carro era o choro baixinho do mais novo que tentava esconder suas lágrimas por se sentir envergonhado por estar chorando como uma criança boba na frente do homem por quem ele tinha sentimentos. No entanto, a única coisa que Yuto conseguia pensar era como ouvir aqueles choros baixinhos estavam partindo o seu coração.

Yuto Adachi iria embora da Coreia dali a poucos dias, suas aulas iriam retornar em menos de duas semanas e, justamente por essa razão, ele não iria conseguir adiar pela quinta vez o seu retorno à capital do Japão e nem mesmo ignorar as constantes cartas de seus pais. Porém, como o futuro médico poderia sair daquela península sabendo que deixaria Younghyun a total mercê das ruindades da população daquela cidade?

Yuto já estava consciente de que ele teria que apressar a sua conclusão de curso para que assim ele pudesse voltar para a península coreana o mais rápido possível. Ele precisava fazer isso pelo pequeno garoto que sempre pareceu frágil aos seus olhos, mas que naquele momento parecia ainda mais vulnerável do que o normal.

Quando o carro que Yuto pegou emprestado com seu melhor amigo, Hosoda, estacionou em frente a bela casa de praia que também pertencia ao seu amigo, o choro de Younghyun já havia cessado, mas a tristeza ainda estava presente nos olhos desfocados do Kang. Mesmo após já ter desligado o motor do veículo, o casal permaneceu por alguns minutos sentados no mesmo lugar apenas pensando e matando tempo.

E eles continuaram assim até que, em um dado momento e sem aviso prévio, o japonês respirou fundo e se virou em direção ao mais novo para deixar um beijo lento e casto sobre os lábios inchados do mais novo. Ao receber o gesto de carinho de Yuto, o coreano finalmente suspirou e segurou os cabelos escuros da nuca do estrangeiro em uma busca silenciosa de aprofundar o beijo, o que foi aceito e retribuído de bom grado pela outra parte.

"Hyung." Chamou ofegante contra os lábios de Yuto ao quebrar o beijo, se afastando minimamente apenas para que fosse possível que os dois se olhassem nos olhos um do outro. "Me leva para o seu quarto." Pediu como se estivesse solicitando por algo corriqueiro. No entanto, aquelas palavras eram cheias de um significado lascivo.

"Hyunie," O Adachi praticamente suplicou, sabendo bem o que o garoto que agarrava seu cabelo relativamente grande estava pedindo. "Não podemos. Eu tenho que te levar para casa. Já está ficando tarde e seus irmãos odeiam que você chegue depois de escurecer. Você sabe disso."

"Meus irmãos vão entender que eu estou com você e não vão se preocupar!" Younghyun argumentou de prontidão. "Eu posso dormir aqui hoje com você. Por favor, hyung." Pediu novamente, seus olhos atentos dividindo o foco entre os lábios e os olhos do homem que já estava quase se entregando ao pedido feito. Younghyun era dono de um charme imenso e, para a felicidade do mais novo, ele tinha Yuto Adachi preso ao redor do seu dedinho mindinho. Desta forma, não era difícil para ele convencer o futuro médico a fazer exatamente o que ele queria. "Eu quero esquecer o que aquela mulher disse sobre a minha mãe e só você consegue me fazer esquecer tudo." Falou deixando mais um beijo sobre os lábios de Yuto. "Quando eu estou com o hyung, eu só penso no hyung."

E então Yuto concordou. É claro que ele concordou. Foi questão de apenas alguns minutos para que ambos saíssem do carro com seus pertences e se direcionassem até a porta da casa, deixando todas as compras praticamente jogadas pela sala de estar no primeiro andar enquanto caminhavam apressadamente em direção ao quarto de Yuto.

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Os quadris de Yuto se moviam com delicadeza e ao mesmo tempo com firmeza enquanto ambas as suas mãos estavam presas junto às mãos do jovem, este que se mantinha debaixo de si reproduzindo constantemente baixos gemidos de aprovação aos estímulos. Simultaneamente, Younghyun chamava pelo mais velho incansavelmente.

O casal não estava fazendo nada com pressa. Eles tinham todo o tempo do mundo e queriam aproveitar cada segundo que eles tinham juntos, cada sensação que um dava ao outro. O modo como o interior de Younghyun apertava o membro teso do japonês que se esfregava contra as suas paredes internas deixava o Kang tão perdido no prazer que a sua mente foi invadida completamente por uma nuvem.

"Olhe para mim, meu amor." Yuto pediu, colando a sua testa contra a testa de Younghyun, este que gemeu baixo pelo apelido carinhoso e pelo prazer físico que ele sentia.

Seu coração estava batendo tão forte contra o seu peito e o seu corpo estava tão quente que ele sentia como se ele estivesse sob efeito de drogas ilícitas. No entanto, tudo o que ele estava fazendo era lícito e cheio de sentimentos bons.

"Yuto hyung." Chamou baixinho pelo estrangeiro, soltando a sua mão esquerda para segurar o maxilar do mais velho que sorriu pelo chamado sôfrego feito pelo coreano e logo depois iniciou um beijo profundo com Younghyun.

Os dois queriam se manter presos daquele jeito pelo máximo de tempo possível e esquecer totalmente do mundo exterior. Desta maneira, Younghyun não reclamou quando os quadris do mais velho cessaram seus movimentos por completo.

Ainda mantendo o seu membro no interior do coreano, as mãos grandes e firmes do futuro médico se soltaram de onde estavam para se encaminharem em direção à cintura estreita de Younghyun. No momento em que os dedos longos do japonês tocaram a sua pele quente, o Kang suspirou e aproveitou de olhos fechados a sensação e com um pequeno sorriso de satisfação com a sensação de ter as palmas do mais velho se prendendo com força em cada lado do seu corpo. No instante seguinte, Yuto tomou a iniciativa de virar os dois corpos, trocando assim de posição com o mais novo naquela cama espaçosa.

O coreano gemeu alto e jogou a cabeça para trás ao finalmente montar nos quadris do Adachi, sentido o membro do mais velho entrar até o máximo em seu interior e atingir lugares que não haviam sido atingidos antes. Com as suas duas pernas dobradas, cada uma de um lado da cintura larga do homem mais velho, e com as suas mãos espalmadas sobre o peitoral largo do homem que o olhava com uma mistura de carinho e tesão, o coreano buscou manter o seu equilíbrio enquanto tremia levemente pelo tamanho exorbitante de prazer que ele sentia. Os dois já haviam feito sexo diversas vezes nos últimos dias, mas parecia que a cada vez ficava melhor.

"Hyung, é bom demais." Contou ofegante, se jogando para frente e deitando contra o peitoral do parceiro. "Eu estou me sentindo tão bem. O hyung também está se sentindo bem? Eu estou fazendo isso pelo hyung?"

"Porra." Yuto xingou sem ar, segurando firmemente a cintura de Younghyun apenas para erguer um pouco mais os seus quadris, penetrando mais fundo no interior do coreano que não aguentou mais a sensação e acabou por deixar o seu corpo tombar para frente.

Deitado no peito do japonês que agora segurava as suas duas nádegas com firmeza, Younghyun se perdia na sensação de ser preenchido por Yuto. O sentimento era indescritível, fazia ele sentir sensações que ele nunca teve a oportunidade de experimentar antes e ele sequer se importava com o fato de que ter Yuto dentro dele roubava parte do ar dos seus pulmões. Afinal, isso acontecia da forma mais prazerosa possível e Younghyun queria mais. Ele sempre desejava mais e mais.

Como todo jovem da sua idade, a satisfação nunca durava muito tempo e em questão de horas Younghyun se pegava sonhando em transar mais uma vez com o japonês. Era como se o Kang estivesse viciado nas sensações que Yuto proporcionava para ele sempre que estavam daquela maneira íntima.

Por alguns segundos ambos permaneceram naquela mesma posição, apenas respirando fundo e gastando um tempo para que Younghyun pudesse se acostumar com a penetração mais profunda. Enquanto esperavam, o Kang viu estrelas tanto pelo desconforto quanto pelo prazer.

"Você é perfeito." Yuto elogiou o mais novo, acariciando as nádegas que ele ainda segurava com as suas duas mãos. "Está doendo muito? Quer que eu tire?"

"Nem pense nisso." Younghyun ordenou, mordendo de leve o ombro do japonês que fugiu dos dentes alheios enquanto ria soprado. "Eu estou melhor. Só me fode logo." Pediu deixando um beijo sobre o mesmo local onde ele mordeu antes.

"Ei, onde você aprendeu essas palavras chulas?" O mais velho quis saber, virando seu rosto para olhar a face do coreano que sorriu abertamente, deixando seus dentes brancos e as covinhas em ambos os lados das suas bochechas à mostra.

"Hyung, eu não vivo em uma bolha." Falou o óbvio, erguendo o seu rosto para olhar de cima o rosto do homem deitado embaixo do seu corpo. "Sem falar que o único traço de inocência que ainda existia no meu corpo você tirou." Apontou, erguendo o seu corpo levemente para em seguida descer seu quadril em direção ao quadril alheio.

Sem querer, um gemido prazeroso acabou por escapar dos lábios do Kang enquanto o japonês suspirou e fechou os olhos, afogado no prazer.

"Não diga essas coisas, Hyunie." Yuto praticamente implorou, sôfrego ao olhar nos olhos felinos do coreano que sorriu por ter descoberto mais uma fraqueza do mais velho que agora segurava as suas nádegas com mais força.

Era como se o japonês estivesse tentando ao máximo se controlar. No entanto, o objetivo de Younghyun era o total oposto. O que ele almejava era fazer Yuto Adachi perder todo o controle e finalmente parar de tratar ele como se ele fosse um boneco de porcelana, frágil ao extremo.

Desta forma, Younghyun listava em sua cabeça todas as coisas e palavras que mexiam com a estabilidade de Yuto Adachi.

1. Ser chamado de 'hyung'
2. Ser maior que Younghyun
3. Beijos bem abaixo da orelha
4. Os gemidos sôfregos de Younghyun
5. Palavras sujas
6. Ser quem tirou a inocência final de Younghyun

Era uma lista pequena ainda, mas que possuía bastante potencial de crescer a cada novo dia.

"Saber que você tirou a minha virgindade te deixa excitado, hyung?" O Kang perguntou, voltando a erguer o seu quadril para em seguida abaixar novamente, suas mãos presas em cada um dos ombros do japonês em buscar de ter um apoio maior.

Ao invés de dizer algo, Yuto apenas segurou a mandíbula de Younghyun e puxou o rosto do mais novo para um beijo ardente que foi correspondido instantaneamente e sem nenhuma relutância. Enquanto ambos mantinham o ósculo ativo, o Kang passou a movimentar o seu quadril para cima e para baixo, estocando o membro alheio em seu interior em seu próprio ritmo e da maneira que ele desejava.

Younghyun era do tipo de pessoa que gostava de sentir cada centímetro do pênis de seu parceiro deslizando pelas suas paredes internas, isso aumentava o seu prazer em um nível descomunal da mesma forma que era se sentir preenchido depois sem nenhuma barreira. Por essa razão, o ritmo escolhido pelo coreano ao cavalgar o mais velho era justamente lento, degustando e aproveitando cada milímetro que Yuto tinha a oferecer para ele.

"É, eu gosto de saber disso." Yuto falou ao quebrar o beijo com o mais novo, sua voz sôfrega pela falta de oxigênio em seus pulmões enquanto seus olhos miravam os olhos felinos próximos aos seus. No entanto, Younghyun não sabia do que o seu amante estava falando. Ainda assim, em momento algum ele parou de subir e descer sobre o membro teso dentro dele. "Saber que eu fui o seu primeiro e único me deixa muito, muito feliz." Esclareceu fazendo o mais novo sorrir satisfeito e descolar a sua testa da testa do outro apenas para se sentar totalmente sobre o quadril alheio, arrancando um suspiro de Yuto e deixando um leve gemido escapar de seus lábios.

E se depender de mim, vai ser sempre assim, Younghyun pensou em referência ao fato de Yuto ser o seu primeiro e único, mas manteve a sua boca fechada enquanto levava as suas mãos para o peitoral largo do universitário.

Ao espalmar suas mãos sobre o peito do seu amante, o Kang sorriu e rodou seu quadril lentamente sobre o membro enterrado nele. O coreano precisou lutar contra a vontade de fechar os olhos para aproveitar melhor a sensação de ter o pênis alheio se esfregando contra as suas paredes internas, se esforçando para admirar o rosto alheio com o intuito de ver algo bem específico no rosto do japonês.

Younghyun amava ver as reações que ele causava ao homem que ele amava.

"Então aproveita o que é seu, Yuto Adachi." Younghyun falou, mantendo seu olhar fixo nos olhos do japonês.

Ao ouvir tais palavras, Yuto grunhiu algumas palavras baixas que Younghyun não conseguiu entender quais eram e jogou todo o seu autocontrole no lixo. Logo em seguida, o Adachi abraçou as costas esguias de Younghyun e puxou o mais novo para se deitar em seu peito, o que foi feito sem resistência por parte do Kang que em seguida sentiu as mãos grandes e firmes do futuro médico descerem até as suas nádegas e apertarem a carne com força.

Tal aperto firme arrancou um gemido alto de Younghyun, este que sorriu após gemer e passou a deixar beijos abertos sobre o pescoço do mais velho. Como resposta, Yuto puxou o quadril do Kang para cima e em seguida ergueu o seu próprio quadril, estocando firmemente no interior do coreano que sentiu uma bufada de ar sair de seus pulmões.

Os movimentos rápidos, fortes e frequentes fazia o corpo do mais novo praticamente chacoalhar sobre o corpo do Adachi, trazendo mais prazer ainda para Younghyun que tinha seu pênis preso entre a sua barriga e a de Yuto.

Naquela posição, Younghyun estava recebendo o dobro de prazer e ele podia ver estrelas enquanto a sua mente havia se tornado novamente apenas um lugar vazio. O Kang estava gostando tanto daquilo e ele acreditava fielmente que era impossível melhorar, mas pouco tempo depois uma das mãos de Yuto subiu até a nuca do coreano e prendeu seus dedos entre os fios curtos, escorridos e pretos. Em seguida, Yuto puxou o cabelo alheio até ter a cabeça de Younghyun inclinada ao máximo para trás.

Com o pescoço exposto e seus olhos fechados, Younghyun passou a sentir os lábios do mais velho deixando beijos abertos em seu pescoço. Cada beijo fazia Younghyun se arrepiar mais e suspirar mais, e tal atitude continuou até Yuto se cansar daquela posição e voltar a virar o corpo dos dois na cama, ficando novamente sobre o corpo menor que o seu.

Querendo manter o japonês por perto e o incentivar a voltar com suas estocadas firmes, o Kang abriu suas pernas e as prendeu ao redor da cintura Yuto, este que prontamente segurou as coxas do mais novo, ajudando Younghyun a se manter naquela posição. Assim, logo ele voltou a estocar contra o interior do Kang, o que o fez morder os lábios para conter seus gemidos e segurou com força as costas largas do mais velho.

Foi nessa mesma posição que ambos chegaram ao clímax e, totalmente cansados após atingir dois orgasmos juntos, os dois jovens se permitiram cair em um sono confortável e agradável. Talvez tenha sido um pouco desconfortável também para Yuto, já que Younghyun se recusou sair de cima do mais velho. Mas, de qualquer forma, era ótimo para o mais novo ser ninado pelo som das batidas cardíacas de seu parceiro.

Cada batida do coração de Yuto fazia com que Younghyun sentisse paz.

Quando Younghyun acordou, a primeira coisa que ele notou era que já estava de noite. A janela aberta do quarto deixava com que o som das ondas quebrando não muito longe dali chegassem sem dificuldades ao quarto junto com o vento que carregava a brisa da noite e a maresia. Já o céu escuro era manchado pela lua cheia, nuvens e pelas pequenas estrelas que brilhavam com toda a sua força em meio a imensidão escura do céu.

Aquela era uma bela noite.

Com um pequeno sorriso feliz pela bela visão que tinha, pelo bom sono que ele teve e pela tarde que ele passou com Yuto, Younghyun bocejou e se espreguiçou para logo depois se virar na cama à procura do corpo quente do seu amante. No entanto, ao se virar, o Kang notou que o Adachi não estava deitado na cama com ele. Não mais.

Talvez ele tenha acordado e perdido o sono, Younghyun pensou em uma razão plausível. Afinal, não era incomum para o japonês simplesmente acordar no meio da noite e ir ler algum livro de medicina no primeiro andar enquanto bebia uma xícara de chá de sakura.

Sabendo que esse cenário era uma possibilidade válida e também movimentado pela fome que sentia, Younghyun se forçou a se levantar da cama enquanto puxava consigo um dos cobertores da cama para esconder a sua nudez e o esquentar um pouco. A noite estava fria assim como era esperado para o clima no final do verão e ele também estava com muita preguiça para recolher as suas roupas no chão para se vestir antes de descer. Desta maneira, o Kang caminhou até a porta e a abriu, sendo atingido em cheio pela voz abafada de Yuto que vinha do primeiro andar da casa.

Ao caminhar pelo corredor, Younghyun não pôde deixar de rir consigo mesmo ao notar que Yuto provavelmente estava falando sozinho a respeito de qualquer baboseira que tenha lido em um dos seus livros de medicina. Yuto tinha essa mania de comentar em voz alta o conteúdo que ele havia lido sempre que ele acreditava estar sozinho.

Honestamente, o coreano achava o empenho de seu hyung fascinante. O mais velho sempre parecia estar realmente focado em aprender cada vez mais a respeito da sua área de estudo e, justamente por isso, Younghyun não nutria dúvidas a respeito de como o futuro do japonês seria brilhante. O mais novo apenas esperava estar presente para poder assistir tal sucesso, mas ele sabia que seu desejo era idiota. Em um futuro próximo, ele seria apenas um amor de verão para o japonês que em breve esqueceria sobre Younghyun. Contudo, talvez o Kang tivesse a sorte de ver Yuto nos jornais por fazer algo incrível ou de cruzar seu caminho caso ele voltasse ali com a sua futura esposa.

Esposa... Yuto Adachi tinha uma noiva em casa esperando por ele. Esse simples fato nunca falhava em deixar um gosto amargo em sua boca e um aperto agonizante em seu coração.

Younghyun não queria perder o mais velho, mas era inevitável e, além do mais, como ele poderia perder alguém que ele nunca teve?

Balançando a cabeça para se livrar daqueles pensamentos ruins , Younghyun finalmente alcançou o início da escada e, ao chegar ao local, ele conseguiu escutar uma segunda voz. Uma voz masculina e abafada, mas ela estava presente no primeiro andar e não pertencia à Yuto.

O hyung está recebendo visitas? Younghyun se perguntou confuso. Talvez seja alguém do Japão que veio buscar ele para arrastar ele de volta para o Japão!

O Kang não sabia a resposta, mas de qualquer modo, ele não sabia reconhecer o dono da segunda voz. Na verdade, ele sequer conseguia entender direito o contexto da frase falada.

Desta forma, guiado pela curiosidade, Younghyun desceu mais alguns poucos degraus e se sentou ali, escondido pela sombra que cobria a metade superior das estadas.

A curiosidade matou o gato, mas Kang Younghyun era um ser humano, então não faria mal para ele dar uma rápida espiadinha na conversa alheia.

"(...) que aconteceu. Se você me ouvir você vai entender porque fiz o que fiz." Yuto argumentou no andar de baixo, o seu tom de voz era firme, mas muito bem educado e calmo como o usual.

"Eu não quero saber quais foram as suas intenções ao expor o meu irmão daquela maneira em meio a toda aquela gente, Yuto Adachi. A sua ameaça contra a senhora Kim já foi o suficiente para provar que você é exatamente como o resto da sua raça é!" A voz do irmão mais velho de Younghyun, Sungjoo, se fez presente em alto e bom tom. Tanto que era possível ouvir ele claramente de onde Younghyun estava sentado. "A única coisa que eu quero saber é onde o meu irmão está. Me dê o meu irmão."

"Eu já lhe disse." Respondeu calmo. "Ele está dormindo no andar de cima. Deixe-o dormir e amanhã de manhã eu o levarei até a sua casa em segurança. Agora está tarde, é perigoso para vocês dois voltarem para casa. Você também pode dormir aqui se quiser." Ofereceu, mas apenas recebeu uma risada descrente vindo do coreano mais velho.

"É perigoso para nós dois em qualquer lugar no qual você e a sua raça esteja presente, principalmente para o meu irmão!" Gritou enfurecido e o som de algo, talvez uma cadeira caindo, foi disseminado por toda a sala. Isso assustou o Kang mais novo que, ao ser surpreso pelo barulho, acabou por emitir um som no fundo de sua garganta que por pouco não entregou a sua presença. "O que você está tentando fazer com o meu irmão, hm?" Perguntou, seu tom de voz deixando claro o quão raivoso ele estava. "Eu sei que você tem uma noiva esperando por você em Tóquio e eu sei o que você e Younghyun andam fazendo, então o que você pensa que está fazendo com o meu irmão? Você acha que pode vir para a Coreia para fazer um tipo de turismo profano? É uma despedida de solteiro?" Sungjoo continuou a questionar, alheio ao fato de que Younghyun ouvia todas as suas palavras e que o mais novo sentiu seu coração apertar e seu corpo gelar ao pensar no que seu irmão havia dito. Para o Kang mais novo, Yuto não faria aquilo. O que eles tinham era real! Mas a ideia de que talvez, só talvez, Yuto estivesse aproveitando a sua despedida de solteiro com ele o machucava. "Meu irmão não é um prostituto!" Exclamou com a intenção de defender a honra de Younghyun.

"Eu sei que ele não é isso." Yuto se apressou a dizer, sua voz subindo poucos tons ao pronunciar as primeiras palavras, mas logo voltando ao normal. "E eu não estou usando ele de maneira alguma." Garantiu o que Younghyun queria ouvir e queria continuar acreditando.

"Então o que um homem como você, da sua idade e nacionalidade, quer com uma criança como o meu irmão enquanto ameaça uma mulher trabalhadora?" Sungjoo continuou a pedir por respostas, a sua voz mergulhada no deboche. "O que me garante que você não vai sumir com o Younghyun da face da península coreana só porque você pode?"

"Mas que droga, hyung, eu não sou uma criança." Younghyun praguejou baixinho, mas não baixo o suficiente para passar despercebido pelos dois homens mais velhos que até então discutiam no primeiro andar da casa, mas se calaram após o mais novo falar.

"Hyunie?" Yuto chamou pelo seu apelido suavemente, sendo acompanhado por passos lentos que iam em direção às escadas. Por não saber de quem eram aqueles passos, Younghyun engoliu um bocado de ar e segurou com mais força o lençol que envolvia o seu corpo, se encolhendo como se isso fosse o ajudar a se tornar invisível.

"Kang Younghyun, eu sei que você está aí." Seu irmão proferiu duramente. "Desça já e vamos para a casa. Nós dois e Minhyuk temos muito o que conversar, mocinho."

"Não!" Gritou ao mesmo tempo em que ele finalmente assistiu Yuto alcançar os pés da escada. Em silêncio, o japonês olhou nos olhos do mais novo e ofereceu um sorriso pequeno para Younghyun.

Era como se Yuto estivesse querendo dizer silenciosamente que tudo ficaria bem e que o jovem Kang deveria ter apenas um pouco mais de calma.

"Agora, Younghyun. Eu não estou pedindo!" Sungjoo exigiu, perdendo a sua paciência. Em seguida, foi possível ouvir o som dos passos do Kang mais velho que estava ainda com seus sapatos que reproduzia um som alto ao bater contra o piso de madeira, diferente de Yuto que estava descalço.

Eu vou ser pego.

Eu vou ser pego.

Eu vou ser pego.

A expressão no rosto de Sungjoo quando finalmente alcançou o final da escada e parou ao lado de Yuto era algo que Younghyun não imaginava que veria naquele momento. O Kang mais novo pensou que poderia encontrar ali raiva, nojo, decepção, mas o que encontrou na bela face alheia foi uma expressão de tristeza profunda. Seu irmão estava triste por encontrar ele sentado na escada de madeira enquanto seu corpo nu era coberto apenas por um fino pano de seda clara.

Calado, Younghyun assistiu Sungjoo suspirar e olhar feio para o japonês ao seu lado antes de caminhar escada acima em direção ao mais novo. Ao alcançar o mais novo, Sungjoo puxou delicadamente o braço alheio para que Younghyun se levantasse, o que foi feito e em troca o outro foi acolhido pelos braços fortes do mais velho.

Durante todo o tempo, Yuto se manteve parado de pé no final da escada, vestindo apenas uma calça, o que deixava exposto todo o seu peito repleto de arranhões feitos há pouco tempo pelas unhas do mais novo. O Adachi então se manteve estável onde estava, apenas assistindo em silêncio a interação entre os irmãos sem saber como agir, mas não interferiu em momento algum.

Yuto só estava ali para garantir a segurança do seu menino.

Depois de receber um beijo no topo da sua cabeça, Younghyun foi puxado escada abaixo e resmungou em direção ao japonês conforme passava reto por ele e seguia em direção a porta principal da casa.

Eu não quero ir embora, Younghyun pensou virando o seu rosto para olhar para o japonês antes de voltar a olhar para o seu irmão. Eu quero ficar com Yuto!

"Hyung, para onde estamos indo?" Younghyun perguntou baixinho para o seu irmão, totalmente confuso e assustado.

A falta de palavras de Sungjoo estava assustando o mais novo.

"Estou te levando para longe desse homem asqueroso." Sungjoo respondeu, apressando os seus passos em direção à porta.

"Ele não é nojento, hyung! Não diga isso." Younghyun protestou, completamente ofendido pela ofensa direcionada ao japonês. Em seguida, movido pela raiva, o Kang mais novo puxou a sua mão que até então era segurada pelas mãos do seu irmão e mudou seu percurso, caminhando em direção à Yuto que o recebeu de braços abertos. "Eu vou ficar. Amanhã o hyung vai me levar para casa e aí sim nós podemos conversar."

"Eu não vou deixar você passar nem mais um instante perto dessa aberração." Sungjoo gritou rouco, sua voz mais grossa do que o comum pela raiva e revolta que ele sentia. Contudo, a sua voz também tremia diante do medo que ele tentava, mas falhava em esconder. "Yuto está te usando, Younghyun, e está tudo bem você não perceber isso porque você é uma vítima desse homem asqueroso, mas eu sou seu irmão e vou te proteger!" Continuou a falar enquanto caminhava até o seu irmão apenas para em seguida puxar sem delicadeza alguma o mais baixo pelo braço, praticamente arrastando Younghyun para longe de Yuto e em direção à porta.

"Sungjoo, vamos conversar. Você está entendendo as coisas de um jeito errado. Vamos conversar e tudo será esclarecido com muita facilidade. Eu e Hyunie só precisamos que você nos escute." Yuto tentou, mas foi completamente ignorado pelo Kang mais velho.

"Hyung!" Younghyun chamou com a sua voz chorosa por Yuto, olhando para o japonês que parecia desesperado sem saber o que fazer. "Não deixa ele me levar não, hyung. Ele não vai mais deixar a gente se ver!"

"Ainda bem que você sabe disso." Sungjoo falou apenas para que Younghyun passasse a lutar contra a força do irmão, se esforçando para se manter firme dentro da casa.

"Largue ele, Sungjoo, você está machucando o seu irmão." Yuto pediu, se aproximando e segurando com delicadeza o braço livre de Younghyun. "Você está sendo extremamente exagerado. Não é o que parece que é. Se não acredita em mim, tudo bem, mas pelo menos escute seu irmão ao invés da fofoca do povo."

"O que ele pode dizer? Que está apaixonado por você? Ele é uma criança, não está enxergando com clareza graças aos sentimentos que nutre por você!Para ele ter alguém ameaçando matar uma mulher inocente é errado, mas só é errado até que seja você quem o faça!" Sungjoo acusou com rancor, mas sua fala não pareceu incomodar Yuto, este que suspirou aliviado assim que o Kang mais velho parou de arrastar Younghyun em direção à porta. "Saia de perto do meu irmão, Yuto. Melhor, saia de perto da minha família. Vá embora e não nos procure nunca mais!" Exigiu com toda a sua bravura, olhando nos olhos do universitário por alguns segundos como um tigre branco raivoso até por fim quebrar a troca de olhares intensos e voltar a puxar com força o seu irmão mais novo em direção à porta.

No entanto, mesmo com certa dificuldade, Younghyun se esquivou do toque de Sungjoo e correu até o japonês que recebeu o seu corpo com um abraço aconchegante e protetor.

"Não desiste de mim, hyung." O mais novo implorou, não aguentando mais esconder o desespero que invadiu o seu coração ao ouvir o que Sungjoo exigiu do japonês. "Eu vou vir aqui te ver de novo e se eu não conseguir, eu sei o horário que o seu trem sai no sábado." Prometeu se permitindo chorar enquanto se colocava nas pontas dos seus pés para beijar os lábios do japonês que parecia muito, muito triste quando o beijo de rápida duração foi interrompido e ele passou a olhar nos olhos de Younghyun.

"YA! KANG YOUNGHYUN!" Sungjoo chamou furioso, se apressando para alcançar seu irmão mais novo que, por sua vez, prendeu com mais força a sua mão no ombro de Yuto.

"Está tudo bem, Hyunie. Fica tranquilo, vamos dar um jeito." Yuto prometeu, a voz falsamente calma enquanto suas mãos acariciavam as bochechas delicadas e cheias do mais novo.

"Não desiste de mim." O jovem Kang voltou a implorar exasperadamente, pouco se importando com as lágrimas que rolavam agressivamente pelo seu rosto enquanto ele falava com pressa por estar bem ciente de que o seu irmão estava se aproximando cada vez mais deles dois. "Eu te amo." Sussurrou, confessando tal sentimento pela primeira vez e, para a sua infelicidade, antes que ele pudesse ver a reação do universitário, o seu braço foi puxado novamente pelo seu irmão.

E, finalmente, Younghyun foi arrastado por Sungjoo para fora da casa de praia.

Sungjoo estava totalmente consumido pela fúria direcionada à Yuto e ao desespero pelo bem estar de Younghyun. O mais novo dos irmãos Kang sabia bem como o seu irmão mais velho se sentia. Então, conforme eles caminhavam juntos pelas ruas escuras e vazias de Busan, Younghyun tendo o seu corpo sendo coberto apenas por um lençol de seda claro, o mais novo imaginava que ele estava prestes a receber o pior dos sermões de todos os tempos.

Porém, ele pouco se importava com isso. Minhyuk poderia deixar ele de castigo preso dentro de casa por semanas e Sungjoo poderia ficar bravo com ele por semanas sem falar nada com o mais novo. Os dois poderiam fazer o que quisessem para castigar Younghyun, mas ainda assim, a única coisa que o mais novo se importava era com Yuto e em como e quandobele poderia ver o seu hyung estrangeiro de novo.

🍂

A visão de Jungkook foi aos poucos voltando a focar e, lentamente, o seu cérebro reconheceu onde e com quem ele estava.

Ali ele não era Kang Younghyun, mas sim Jungkook. Apenas Jungkook, sem nenhum sobrenome.

Sua consciência estava de volta ao presente, o passado bem longe dos dias atuais. No entanto, o sentimento de angústia e o frio que Younghyun sentiu durante todo o seu caminho até em casa continuavam na mente de Jungkook. Até mesmo o seu braço tatuado livre de qualquer tecido estava gelado como aquela noite enquanto o seu coração palpitava em uma angústia constante.

E se o Yuto não voltou? Jungkook se perguntou ansioso, aflito com a possibilidade. E se aquela foi a última vez que eu tive a oportunidade de beijar, abraçar, ver o meu amado Yuto Adachi? Foi por essa razão que nós dois voltamos como almas gêmeas? Seokjin– Não, Sungjoo atrapalhou tudo? E é por isso que Seokjin tem tanto medo das minhas lembranças? Foi ele que arruinou tudo?

"Jeikei?" Hoseok tentou chamar a atenção do mais novo, obtendo êxito em sua iniciativa ao atrair o olhar ainda ligeiramente vago do príncipe que ainda estava confuso.

"Oi." Yoongi cumprimentou o mais novo com calma, olhando nos olhos de Jungkook que desviou o olhar ao se lembrar de que, quando ele chegou em casa naquele dia, Minhyuk não fez nada para ajudar ele a parar os sermões que Sungjoo passou a noite inteira gritando. Pelo contrário, o homem que Yoongi foi em sua vida passada apenas se calou e assistiu Younghyun sendo massacrado verbalmente pelo mais velho dentre os Kang.

Ao se lembrar disso, Jungkook apenas ficou com menos vontade de continuar ali. Ele só queria ir para casa e ficar deitado em sua cama com as luzes apagadas enquanto Darwin o fazia companhia. Além disso, o príncipe japonês também queria ligar para Jimin. Ele certamente também havia se lembrado daqueles momentos e, algo em sua mente fazia Jungkook acreditar que talvez o Park estivesse bravo com ele.

Movido pelo medo de tal cenário, rapidamente o moreno olhou em direção ao seu pulso e suspirou aliviado ao ver que o roxo continuava intacto ali, mas dessa vez estava manchado de azul marinho e verde escuro.

Paixão, preocupação e culpa, respectivamente. Era assim que Jimin estava se sentindo em relação à Jungkook naquele momento.

"Eu vou para casa." Jungkook avisou conforme pegava o seu celular que até então estava jogado ao seu lado para em seguida se levantar. Em segundos, Yoongi e Hoseok repetiram os movimentos do príncipe e ficaram de pé.

"O que foi? O que você lembrou?" Yoongi insistiu em saber, entrando no caminho do mais novo e o impedindo de se afastar.

Jungkook não queria falar, não queria responder Yoongi. Ele não estava bravo com o Min, mas dizer que ele estava apático à falta de atitude de Minhyuk seria uma mentira descomunal.

Portanto, o príncipe só queria um tempo sozinho. Por essa razão, ele queria ir embora, mas o Min parecia decidido a impedir tal coisa, então o mais novo suspirou cansado e fechou os olhos por alguns segundos antes de finalmente abrir a sua boca.

"Por que ele não me deixou explicar tudo?" Jungkook perguntou olhando nos olhos felinos do homem parado bem na sua frente. Era óbvio que o príncipe estava se referindo à Seokjin, mas ainda assim o rapper estava visivelmente confuso, então o mais novo decidiu continuar. "O Yuto não abusou de mim. As fofocas eram mentirosas. Ele nunca fez nada que eu não quisesse." Revelou, finalmente vendo o brilho de compreensão se ascender nos olhos de Yoongi que havia, por fim, entendido exatamente sobre o que Jungkook estava falando.

As pessoas vão sempre ser o motivo de eu perder ele? Jungkook se perguntou, engolindo em seco para não começar a chorar ali mesmo.

"Eu sei." Yoongi sussurrou, suas orelhas se tornando vermelhas pela vergonha que ele sentia.

Falar sobre a sua vida passada já trazia vergonha ao Min naturalmente, mas falar sobre esse assunto com Jungkook era completamente humilhante. No entanto, era uma humilhação que ele tinha que engolir e aguentar. Não existia uma opção como fugir, correr ou pedir para que o mais novo não falasse mais sobre aquele tema. Não, isso era impossível e, acima de tudo, seria asqueroso da parte de Yoongi tentar simplesmente ignorar seu passado sombrio.

Por essa razão, o Min apenas engoliu em seco e manteve o seu rosto erguido enquanto seus olhos continuavam a encarar os olhos do mais novo. Essa última tarefa era difícil, mas ele estava se esforçando para não cair na tentação de desviar o olhar.

Era nos seus olhos que Jungkook iria ver a verdade, então seu olhar continuaria preso onde estava.

"Então por que ele fez aquilo comigo?" Jungkook perguntou sentido pelo o que ele havia se lembrado, finalmente deixando a sua emoção se mostrar conforme a sua expressão se contorcia em um franzir de testa acompanhado por um olhar triste que implorava por uma resposta.

"Mesmo que eu pudesse te dar essa resposta, existem algumas coisas sobre o seu irmão que, mesmo eu sendo alma gêmea dele, eu nunca vou saber." Yoongi respondeu com honestidade. "Ele não fala, Jungkook. Não dá para entender a mente do Seokjin."

"Eu não preciso que você me explique a personalidade dele. Ele é o meu irmão mais velho, eu cresci com ele e sei bem como ele age." Jungkook decretou arisco por estar frustrado com a resposta que obteve.

"Jeikei, não gri–" Hoseok começou a dizer, saindo em defesa do seu namorado e também visando evitar uma briga entre os dois jovens. No entanto, antes que pudesse concluir o seu pedido, o Jung sentiu a palma da mão de Yoongi tocando e acariciando o final das suas costas em um pedido mudo de silêncio.

Yoongi era grato pela a ajuda de Hoseok, mas ele não queria limitar Jungkook a se expressar. Se o mais novo quisesse quebrar tudo, então tudo bem.

Desta forma, Jungkook continuou: "O que eu quero saber é se o Yuto desistiu de mim depois daquilo!" Declarou, dessa vez, mudando a sua pessoa de interesse. Assim como no passado, ele só queria saber do Adachi. "Esse foi o motivo da gente ter renascido? O meu irmão estragou tudo naquela noite?" Perguntou dando um passo em direção ao rapper que não se afastou.

"Eu não posso contar, Jungkook. Isso pode fazer mal para você." Falou o que era fato, mas além disso, mesmo que não fizesse mal para Jungkook, Yoongi ainda iria optar por não contar.

Tudo que fizesse o processo de lembranças do mais novo ser mais lento era benéfico para Yoongi, visto que dessa maneira ele teria mais tempo ao lado de seu melhor amigo. Afinal, no instante que Jungkook se lembrasse do que Minhyuk fez, tudo iria mudar.

"Só me diz se ele me procurou de novo, hyung." Jungkook praticamente implorou, mas segundos após completar seu pedido, ele notou o uso do honorífico errado.

Yoongi era de fato mais velho, mas nenhum dos dois era coreano. O uso daquela palavra não era necessário entre os dois, não mais. Nesse mesmo instante, Jungkook finalmente também percebeu que durante todo esse tempo que ele conversou com o Min, o idioma que ele estava usando era o coreano e Yoongi estava fazendo o mesmo. Os dois estavam conversando com aquele coreano cheio daquele satoori de Busan desde o momento que a consciência do mais novo voltou. Essa questão inclusive explicava bastante do motivo pelo qual durante todo aquele tempo Hoseok não fez perguntas ou falou algo mais específico além de pedir calma quando Jungkook estava visivelmente alterado.

Não era porque o modelo não queria participar da conversa, era simplesmente porque ele não estava entendendo nada.

"Desculpa." Jungkook pediu, voltando a falar japonês ao mesmo tempo em que a sua fala estava tomada pela vergonha de ter usado o honorífico e idioma estrangeiro aquele tempo todo.

"Não precisa se desculpar, você não fez nada de errado." Yoongi garantiu ao mais novo com sua voz e expressão tomadas pela delicadeza. Era como se ele estivesse andando sobre um caminho feito de ovos. "Bebe um copo de água, tudo bem?" Perguntou se afastando para pegar uma garrafinha de água e um dos copos de vidro que normalmente ele usava apenas para tomar seu whiskey durante suas noites em claro trabalhando. "Respira e bebe água." Pediu voltando para o mesmo lugar que estava antes, mas dessa vez com um copo cheio em sua mão que não tardou a ser estendida em direção ao príncipe.

"Eu só quero ir para casa." Jungkook voltou a dizer, ignorando o corpo conforme a sua voz soava como um súplica e seus olhos desviavam em direção à porta por alguns segundos antes de voltar para o rosto de Yoongi.  "Eu estou com o Uchida e Shibasaki. Eles estão do lado de fora me esperando. Um deles vai dirigir para mim, podem ficar tranquilos que eu não vou dirigir. Eu sei que estou confuso ainda e que essa não seria uma boa ideia." Disparou a falar loucamente em busca de convencer o rapper a se afastar, se calando apenas quando o ar faltou em seus pulmões.

Em uma fração de segundo Yoongi chegou a abrir a boca, mas antes que ele pudesse reproduzir qualquer som, Hoseok se aproximou e parou ao lado de seu namorado, segurando a cintura alheia em seguida e puxando com delicadeza o corpo do rapper.

"Você avisa quando chegar?" Hoseok perguntou impedindo que Yoongi fosse contra o pedido feito pelo mais novo.

Entretanto, por mais que a sua intenção fosse calar alguém, durante e após a sua fala, toda a sua expressão se manteve calma e gentil, ousando a até mesmo oferecer um pequeno sorriso para o príncipe. Tal gesto acalmou uma pequena, mas considerável, parcela da aflição presente no coração de Jungkook que finalmente expirou o ar que ele não sabia estar prendendo.

"Aviso." Jungkook garantiu devolvendo o sorriso de Hoseok.

Após sua promessa, o príncipe não esperou por uma resposta de nenhum dos seus amigos, apenas se esquivou do casal e caminhou até a porta que foi aberta e fechada atrás de seu corpo com tanta pressa quanto os seus passos que atravessaram o corredor até alcançar o elevador.

Jungkook ainda estava confuso. Ele estava sentindo uma mistura horrível de tristeza, angústia, humilhação e raiva, sendo parte dessa raiva direcionada à Minhyuk.

Yoongi um dia foi Minhyuk, mas não era mais. No entanto, acordar e dar de cara com o homem que se calou enquanto ele era humilhado por Sungjoo não foi uma boa experiência. Isso era o que movia Jungkook a querer se afastar de seu melhor amigo naquele momento, porque ele sabia que caso ele ficasse próximo à Yoongi, ele iria confundir tudo e iria brigar com o Min como se ele ainda fosse um Kang. Essa era também a razão pela qual, ao entrar e se sentar no banco de trás de seu carro, Jungkook decidiu que não iria falar com o seu irmão naquele dia. Ele estava bravo demais para ser sensato e agradável como ele acreditava que devia ser para não perder Seokjin de novo.

Com o carro já em movimento, Jungkook passou a observar o lado de fora da janela. Já estava escuro e a cidade iluminada artificialmente passava rapidamente diante dos seus olhos, os pedestres e construções eram apenas borrões rápidos que ele mal conseguia distinguir a forma. Em sua mente, todas as lembranças momentos da sua vida passada que ele veio a descobrir rodavam sem parar como se ele estivesse ligado em um modo de loop infinito.

Jungkook estava sentindo tanta vergonha e ao mesmo tempo medo de aquela ter sido a sua última lembrança com Yuto por um grande período de tempo.

E se a minha lembrança mais feliz com ele foi uma transa porque esse foi o dia em que a gente se reencontrou depois de anos? Jungkook se perguntou enquanto roía o canto das suas unhas. Naquela minha lembrança, a primeira que significava ser a mais feliz de toda a minha vida passada, Yuto estava bem mais velho. O cabelo dele estava curto e seu rosto mais maduro. Então se passaram alguns anos, certo?

Ele foi embora depois daquele dia?

Ele se casou e se esqueceu de mim até a gente se esbarrar anos depois?

Jungkook ainda estava se perdendo em suas milhares de perguntas sem respostas quando o seu celular passou a vibrar no bolso traseiro da sua calça anunciando uma ligação. No entanto, o príncipe sequer se moveu para pegar o aparelho silencioso. Algo dentro dele dizia que quem estava ligando era Yoongi ou Seokjin e ele não queria falar com nenhum deles. Não naquele momento.

Desta maneira, Jungkook deixou que seu celular vibrasse até que a ligação fosse encaminhada para a caixa de mensagens e logo tudo voltou ao jeito como estava antes.

Seus olhos ainda estavam direcionados ao lado de fora, ocupados observando os borrões do mundo externo através da janela a prova de balas quando de repente Jungkook sentiu dois puxões leves em seu pulso. A sensação era estranha, mas não era desconhecida, então o príncipe desviou e desceu o seu olhar em direção ao seu pulso direito que repousava sobre a sua coxa do mesmo jeito que o seu outro braço estava.

Por alguns segundos Jungkook apenas encarou o fio roxo que brilhava enquanto pensava se o fio havia se mexido porque Jimin se enroscou na linha e acabou caindo do outro lado. Esse cenário não era algo novo, o Park já se enroscou no fio e caiu no chão bem na frente de Jungkook, esse que no momento não entendeu como alguém poderia ser tão estabanado ao ponto de ficar preso em um fio do destino. Ainda assim, o coreano constantemente ficava preso, tropeçava e caía por causa da linha roxa brilhante. Por essa razão, Jungkook pensou que tal cenário havia se repetido, mas logo Jimin voltou a puxar o fio levemente do outro lado da linha apenas para parar de novo.

Logo em seguida, o seu celular voltou a vibrar em seu bolso. Mais uma chamada, mas dessa vez Jungkook sabia bem quem estava ligando, tanto que ele sequer olhou o nome na tela do smartphone antes de atender.

"Oi, hyung." Jungkook atendeu a ligação optando por falar usando o idioma materno da sua alma gêmea simplesmente porque naquele momento, para ele, falar em coreano era bem mais confortável do que em japonês.

"Hey." Jimin respondeu, sua voz soando rouca como sempre soava quando ele recuperava a consciência após uma memória de vida passada. "Tudo bem?" Perguntou atenciosamente.

"Acho que sim." Jungkook respondeu baixo, passando a brincar com uma das cordinhas presas ao seu moletom.

Jungkook estava tão envergonhado que falar com Jimin estava sendo uma tarefa difícil, tanto que há tempos as suas bochechas já pegavam fogo pelo forte  rubor causado pelo sentimento em questão. No entanto, Jungkook ainda queria falar com o Park. Ele sentia que precisava se desculpar, então Jungkook encheu os seus pulmões de oxigênio e seu corpo de coragem e voltou a falar: "Hyung."

"Oi."

"Me desculpa." Pediu constrangido. "Por ter ido embora daquele jeito. Me desculpa também por todo aquele drama."

"Não precisa se desculpar, babe. Você não fez nada de errado." Jimin assegurou em um tom gentil sem precisar pensar por nem mesmo um segundo.

Não era Jungkook que devia um pedido de desculpas a alguém. Ele não fez absolutamente nada de errado.

No entanto, ao invés de focar sua atenção em como Jimin não estava bravo com ele, a única coisa que Jungkook passou a se importar foi com uma das palavras pronunciadas pelo Park.

Em todo o tempo em que eles ficaram juntos, o loiro nunca havia o chamado de outro jeito que não fosse o seu nome ou um apelido aqui e ali. Então, ao ser chamado de 'babe', um apelido tão íntimo, Jungkook sentiu borboletas levantarem voo em seu estômago.

"Babe?" Jungkook perguntou não conseguindo controlar o sorriso que cresceu gradualmente em seu rosto diante da sua rápida mudança de humor e sentimentos, a vergonha sendo completamente substituída pela animação e borboletas no estômago.

"É." Jimin concordou um pouco confuso. Para ele, a palavra era íntima, claro, mas ao mesmo tempo não era como se fosse grande coisa. Era apenas um apelido comumente dado à quem você tem uma relação amorosa. "Ou não gostou? É íntimo demais?"

"Não, não, eu adorei." O japonês assegurou com pressa, com medo de que o mais velho desistisse de chamar ele assim de novo. "O hyung deveria me chamar assim mais vezes." Falou voltando a sorrir, o que afetou a sua voz e fez com que Jimin percebesse que o mais novo estava contente.

"Se é o que você quer, então é o que eu vou fazer." Jimin respondeu sorrindo, feliz pela felicidade alheia.

Foi em busca disso que ele fez a ligação em primeiro lugar.

Quando a consciência de Jimin voltou, com um rápido olhar em direção ao fio ele notou a coloração verde e amarelo e logo entendeu que o mais novo estava com vergonha e triste em relação a ele graças as novas lembranças. Tais sentimentos eram os totais opostos ao que ele queria que Jungkook sentisse a respeito dele. Não tinha pelo o que se envergonhar nem pelo o que se sentir triste. Eles estavam bem e estavam juntos, mesmo que a uma certa distância física.

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